ANÁLISE QUANTITATIVA DA EXPRESSÃO CITOFOTOMÉTRICA DOS  MARCADORES Ki-67 E CD34 NOS TUMORES MALIGNOS DE OVÁRIO

QUANTITATIVE ANALYSIS OF THE CITOPHOTOMETRYC EXPRESSION OF  MARKERS Ki-67 AND CD34 IN THE MALIGNANT OVARIAN TUMORS.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202506090811


Fábio Roberto Ruiz De Moraes
Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Mafia Cuenca
Co-orientador: Osvaldo Malafaia


RESUMO

Introdução – O câncer de ovário é o líder em causas de mortes dentre todos os  tumores ginecológicos baixos. No Brasil a perspectiva é de que uma para cada  noventa mulheres irá desenvolver a doença. Com a intenção de realizar o  diagnóstico precoce, um número grande de marcadores tumorais tem sido estudado,  na intenção de definir o diagnóstico ainda sem manifestações da doença ou com  lesão tecidual inicial, proporcionando tratamento mais eficaz. O Ki-67 é um marcador  nuclear definido por um anticorpo monoclonal associado com a proliferação celular.  A técnica utilizada para caracterizar a proliferação celular é a imunohistoquímica. O  marcador tumoral CD 34 é um anticorpo monoclonal, que avalia a neovascularização. Objetivo – a) Analisar e quantificar citofotometricamente a correlação e associação  da expressão do marcador Ki-67 nos tumores malignos de ovário. b) Analisar e  quantificar citofotometricamente a correlação e associação da expressão do  marcador CD34 nos tumores malignos de ovário. c) Analisar a capacidade de leitura  dos marcadores tumorais Ki-67 e CD34 em relação ao tempo de armazenamento  dos blocos de parafina. Material e Método – O estudo foi constituído por 40 casos  de tumores malignos de ovário, provenientes de blocos de parafina originados de  pacientes submetidas à operação de ressecção ovariana. Os diagnósticos foram  confirmados por hematoxilina-eosina e submetidos à técnica imunohistoquímica com  os marcadores tumorais Ki-67 e CD34. Posteriormente as lâminas marcadas foram  submetidas à leitura pelo sistema SAMBA com o software IMMUNO 4.00.  Resultados – Das 40 lâminas selecionadas, 19 foram lidas quando se utilizou o Ki 67 e 39 foram lidas utilizando o CD-34 e uma das lâminas não teve campos lidos  para nenhum dos marcadores, o índice médio de marcagem do Ki-67 foi de 75,07% ,  a densidade óptica média do Ki-67 não apresentou resultados significativamente  estatístico. O índice médio de marcagem do CD34 foi de 76,65%, a densidade óptica  média do CD34 não apresentou resultados significativamente estatísticos. Conclusão – a) Houve correlação do marcador Ki-67 nos tumores malignos de  ovário em relação ao índice de marcagem e não houve correlação do marcador Ki 67 nos tumores malignos de ovário em relação à densidade ótica. b)Houve  correlação do marcador CD34 nos tumores malignos de ovário em relação ao índice  de marcagem e não houve correlação do marcador CD34 nos tumores malignos de  ovário em relação à densidade ótica. c) A capacidade de leitura dos marcadores  tumorais Ki-67 e CD34 não se alterou em relação ao tempo de armazenamento dos  blocos de parafina com os quais foram confeccionadas as lâminas utilizadas no  presente estudo.

Palavras-chave: Ovários; Imunohistoquímica; SAMBA; Ki-67; CD34.

ABSTRACT

Introduction – The ovarian cancer is the leader in death causes among the low  gynecological tumors. In Brazil, the perspective is that one in every ninety women will  develop the disease. With the intencion to carry through the precocious diagnosis, a large number of tumor markers have been studied, in the intencion to still define the  diagnosis without manifestations of the disease or with initial tecidual injury, providing  more efficient treatment. The Ki-67 is a nuclear marker defined by a monoclonal  antibody associated to a cell prolifereation. The used technique to characterize the  cellular proliferation is the immunohistochemistry. The tumor marker CD 34 is  monoclonal antibody, that evaluates the neovascularization. Objective – a) To  analyze and quantify cytophotometrically the correlation and association of the  expression of the Ki-67 marker in the malignant ovarian tumors. b) To analyze and  quantify cytophotometrically the correlation and association of the expression of  CD34 marker in the malignant ovarian tumors. c) To analyze the reading capacity of  Ki-67 and CD34 tumors markers in relation to the storing time of the paraffin blocks.  Material and Method – The study it was constituted by 40 cases of malignant ovarian  tumors, arising from paraffin blocks originated from patients who had been gone  through an ovarian resection surgery. The diagnoses were confirmed by hematoxilin eosine and submitted to the imunohistochemical technique with Ki-67 and CD34 tumors markers. Later the marked laminas were submitted to the reading through the SAMBA system with software IMUNNO 4.00. Results – Of the 40 selected  laminas, 19 were read when using the Ki-67 and 39 were read when using the CD34  and one of the laminas was not read for any of the markers, the average index of the  Ki-67 marking was 75.07% and the average optical density of the Ki-67 did not  present significant statistics results. The average marking index of the CD34 was  76.65% and the average optical density of the CD34 did not present significant  statistics results. Conclusion -There was a correlation of the Ki-67 marker on the malignant ovarian  tumors in relation to the marking index and there was no correlation of the Ki-67  marker on the malignant ovarian tumors in relation to the optical density. b) There  was a correlation of the CD34 marker on the malignant ovarian tumors in relation to  the marking index and there was no correlation of the CD34 marker on the malignant  ovarian tumors in relation to the optical density. c) The reading capacity of the Ki-67  and CD34 tumor markers did not change in relation to the storing time of the paraffin  blocks which originated the laminas that were used in this present study

KeyWords: Ovaries; Imunohistochemical; SAMBA; Ki-67; CD34.

1 INTRODUÇÃO

Os ovários possuem uma grande capacidade de originar tumores das mais  diversas linhagens histopatológicas em qualquer época da vida, e apesar dos  avanços obtidos nas diversas modalidades de tratamento, a sobrevida das pacientes  com câncer de ovário não aumentou significativamente nos últimos anos. A taxa de  mortalidade em estágios mais avançados manteve-se constante nas últimas duas  décadas, e isto se deve principalmente a grande dificuldade do diagnóstico precoce.  (LIMA, GONÇALVES e BARACAT, 2003)

Em ordem de incidência dentre aqueles que acometem os órgãos genitais  femininos, os tumores malignos ovarianos, ocupam a terceira colocação no Brasil,  liderando a causa mortis dentre as de câncer ginecológico, ficando seu patamar  junto com as taxas de outros órgãos como: esôfago, estômago e pulmão, com taxas  acima de 50% (PASCALICCHIO, FRISTACHI, CASTANHO, KUE, PIATO e  BARACAT, 2000).

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de ovário ocupa o  oitavo lugar dentre as neoplasias malignas femininas, representando 1,8% das  neoplasias em mulheres, e nas genitálias é superado apenas pelas neoplasias do  útero e das mamas, mas apresenta taxa de mortalidade mais elevada (INCA, 2003).

A probabilidade de ocorrência do câncer de ovário gira em torno de 1,5%. A  sobrevida global atinge 30 a 40% em cinco anos. Isto ocorre, em parte, porque a  maioria dos pacientes tem a doença diagnosticada em estadios clínicos avançados,  situação em que as opções de tratamento ficam restritas à operação citorredutora e  quimioterapia, que são utilizados como métodos paliativos no tratamento do câncer  de ovário. (WHITTEMORE, 1994).

O câncer de ovário nos Estados Unidos é o líder em causas de mortes  dentre todos os tumores ginecológicos baixos, apresentando em média 26.000  casos novos por ano, o que representa 4% de todos os diagnósticos de câncer  femininos, e causando 14.500 mortes por ano. Nos Estados Unidos o câncer de  ovário é a sexta neoplasia maligna mais freqüente e a quarta causa de morte por  câncer em mulheres (JEMAL, TIWARI, MURRAY, GHAFORR, SAMUELS, WARD,  FEUER e THUN, 2004). Estima-se que uma em cada setenta mulheres  desenvolverá o carcinoma ao longo da vida. Já no Brasil a perspectiva é de que uma  em cada noventa mulheres irá desenvolver a doença (SOUZA, KALIL e FARIA,  2003).

Estudos recentes reforçam que a sobrevida em cinco anos é de 95% para os  casos de tumor localizado no ovário, 72% para os casos com implante regional e  31% para os casos com tumor disseminado. No entanto, no momento do  diagnóstico, apenas 29% dos casos apresentam-se com tumor restrito aos ovários,  6% com tumores disseminados regionalmente e 59% com disseminação à distância.  A elevada mortalidade e a pequena proporção de casos de câncer de ovário  diagnosticados em estágios clínicos iniciais tornam essencial a busca por meios de  identificação precoce desta doença. (LINASMITA, PATTARAARCHACHAI e  DAENGDEELERT, 2004).

A extensão da doença, a biologia intrínseca do tumor e a capacidade do  paciente de tolerar o tratamento para a doença são fatores prognósticos diretamente  relacionados à sobrevida da paciente. Outros fatores também podem impactar na  sobrevida, tais como o tipo de tratamento recebido e o efeito da terapêutica sobre o  tumor. Dentre todos estes fatores o estadiamento da FIGO (Federação Internacional  de Ginecologia e Obstetrícia) pode ser considerado o mais importante (HORNUNG,  URS, SERENELLA, EDWARD, URSULA, URS e DANIEL, 2004).

Com a intensão de realizar o diagnóstico precoce, vários marcadores  tumorais ovarianos tem sido estudados. Os marcadores tumorais constituem  importante recurso para a moderna oncologia. Embora sua aplicabilidade e  interpretação ainda não tenham atingido amplo domínio, eles contribuem para a  melhor abordagem e controle do processo neoplásico. A importância de definir um marcador tumoral no ovário ainda sem manifestações da doença ou com lesão  tecidual inicial, proporcionará diagnóstico precoce e tratamento mais eficaz para as  pacientes, reduzindo drasticamente a mortalidade do câncer de ovário. (PRADAL,  MENEZES, DI DIO, BARBÉRO, 1999)

A possibilidade de detecção e quantificação de marcadores tumorais  contempla o sangue ou outros fluídos orgânicos de portadores de neoplasias. Nos  últimos o manuseio de marcadores sorológicos, histoquímicos e genéticos tem tido  uma influência crescente nas decisões clínicas, para início de tratamento e posterior  seguimento (MAZUREK, NICKLINSKI, LAUDANSKI e PLUYGERS, 1998). 

O Ki-67 é um marcador nuclear definido por um anticorpo monoclonal  associado com a proliferação celular encontrado em todo o ciclo celular (G1, S, G2,  M) e ausente em G0. A técnica utilizada para caracterizar a proliferação celular é a imunohistoquímica (GERDES, 1991). O marcador tumoral CD 34 é anticorpo  monoclonal, marcador de neovascularização e tem relevância prognóstica em  pacientes com tumor ovariano (HEINBURG, 1999).

1.1 OBJETIVOS

a) Analisar e quantificar citofotometricamente a correlação e associação da  expressão do marcador Ki-67 nos tumores malignos de ovário.

b) Analisar e quantificar citofotometricamente a correlação e associação da  expressão do marcador CD34 nos tumores malignos de ovário.

c) Analisar a capacidade de leitura dos marcadores tumorais Ki-67 e CD34  em relação ao tempo de armazenamento dos blocos de parafina.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 MARCADOR TUMORAL KI-67 E TUMORES MALIGNOS DO OVÁRIO

BROWN e GATTER (1990) realizaram uma revisão sobre o Ki-67, que foi  assim chamado por ter sido descrita a utilização em Kiel, Alemanha Oriental, na  cultura de crescimento celular número 67. É usado na histopatologia como anticorpo,  classe IgG1. Expresso em todas as fases da divisão celular, exceto G0, sofre  variação com o padrão nutricional. Com menos nutrição a célula cresce mais  devagar e existe menos Ki-67. Isto acontece nas áreas centrais de alguns tumores,  onde se identifica áreas de padrão necrótico. Afirmam ser um marcador da  proliferação qualitativa e quantitativa, porém sua relevância para prognóstico pode  ser discutida. Dependendo do local do tumor que se colhe o material para análise, a  quantidade de Ki-67 pode variar, como foi citado que a retirada de material do centro  de um grande tumor, pode ter pouco antígeno em decorrência de fatores  nutricionais; outro fator é que certos tumores são heterogêneos, variando a análise  dependendo do local e da quantidade de material de biópsia. Já tumores como os  linfomas, principalmente os não-Hodgkin, o Ki-67 pode auxiliar a classificar casos  onde a histologia apresentou limitações.

ISOLA, KALLIONIEMI, KORTE, WAHLSTROM, AINE, HELLE e HELIN  (1990) estudaram o Ki 67 como marcador imunohistoquímico de proliferação celular  em 29 pacientes na peri-menopausa com tumor ovariano. A citometria de fluxo  aplicada ao ADN nas células tumorais avaliou o prognóstico da paciente uma vez  que os valores analisados serviram de base para a diferenciação celular. Concluíram  que o Ki-67 poderia ser utilizado como marcador prognóstico para mulheres peri menopausadas com câncer de ovário.

HUETTNER, WEINBERG e LAGE (1992) estudaram prospectivamente a  atividade proliferativa de setenta e quatro tumores ovarianos (malignos, benignos e  limítrofes) com citometria de fluxo e estática. Esta atividade foi avaliada pela fase S  (SPF) e pela avaliação imunohistoquímica de tecido com anticorpo Ki-67 comparada  com fatores prognósticos e clínico – patológicos importantes. Observaram que as  neoplasias malignas tiveram percentual de Ki-67 maior (27,6%) do que tumores  limítrofes (12,3%) e benignos (2,7%). Simultaneamente as neoplasias malignas  tiveram alta média de SPF (11,5%) maior que nos limítrofes (3,4%) e benignos  (2,9%). Concluíram que há correlação de fase S com porcentagem de Ki-67, índice de ADN, idade e estágio, mas não há correlação de nenhum destes parâmetros nos  tumores benignos e limítrofes.

HENRIKSEN R, STRANG P, BACKSTROM T, WILANDER E, TRIBUKAIT B  e OBERG K (1994) realizaram estudos imunohistoquímicos através da citometria de  fluxo do ADN de amostras de tumores ovarianos malignos, borderline e ovários  normais, através da expressão do Ki-67, durante a fase “S”, para uma avaliação  prognóstica. Chegaram à conclusão que quanto maior o índice de marcagem pior  seria o prognóstico da paciente.

GARZETTI, CIAVATTINI, GOTERI, NICTOLIS, STRAMAZZOTTI, LUCARINI  e BIAGINI (1995) estudaram o significado biológico da expressão do antígeno Ki-67  em tumores serosos de ovário, com a análise da reatividade do anticorpo  monoclonal MIB1 nos cistoadenomas, nos tumores limítrofes e em  cistoadenocarcinomas invasivos. Cinqüenta e quatro pacientes com tumores serosos  de ovário foram usadas como população de estudo sendo: 10 cistoadenomas  serosos, 16 limítrofes e 28 cistoadenocarcinomas invasivos. Concluíram que o Ki-67  era significativamente mais elevado nos cistoadenocarcinomas.

COSTA, WALLS, AMES e ROTH (1996) mostraram que os marcadores  moleculares p53 e Ki-67 ajudam a predizer o comportamento dos tumores de células  da granulosa do ovário, usaram blocos de parafina de 68 tumores de células da  granulosa de 56 pacientes, sendo 53 primários e 15 recorrentes imunomarcados  para Ki-67 e p53. Concluíram que o índice de proliferação de Ki-67 varia de 1 a 50%  (média 12,2%) e 19% da imunorreatividade do p53 local foi exibida. O Ki-67 foi mais  elevado nos tumores recorrentes (P<001) e correlacionado com a taxa mitótica  (r=75; P<0001). O marcador p53 foi associado com o tipo juvenil de tumores de  células da granulosa.

DIEBOLD J, SUCHY B, BARETTON GB, BLASENBREU S, MEIER W,  SCHMIDT M, RABES H, LOHRS U (1996) demonstraram que a ploidia do ADN é um  fator prognóstico em carcinomas de ovário Eles correlacionaram à expressão do p53  e o bcl-2, atividade proliferativa e prognóstico nos carcinomas ovarianos através da  citofometria de fluxo. O marcador utilizado para avaliar a proliferação celular foi o Ki  67. Foram estudados 144 casos de tumores malignos ovarianos e o Ki-67 se  mostrou um bom marcador para proliferação celular.

ROHLKE P, MILDE-LANGOSCH K, WEYLAND C, PICHLMEIER U, JONAT  W e LONING T (1997), realizaram um estudo analisando o fator preditivo do p53 nos  carcinomas de ovário, e em uma análise multifatorial incluíram o Ki 67. Foram  analisados 104 casos de carcinoma de ovário, e nas ocasiões em que o Ki 67  apresentou contagem elevada, não houve associação com idade, estágio, e tipo de  receptor hormonal.

DARAI, WALKER-COMBROUZE, DAUGE-GEOFFROY, VINCENT,  FELDMANN, MADELENAT e SCOAZEC (1998), testaram a expressão diagnóstica e  prognóstica do Ki-67 e ploidia ADN nos tumores de ovário. A reação das células  tumorais com anticorpo monoclonal MIB1 e Ki-67 foi estudada com uma técnica de  imunoperoxidase indireta aplicada em 25 tumores benignos de ovário, 35 limítrofes e  20 tumores malignos. Imunopositividade para Ki-67 foi detectada em 3 tumores  benignos, 14 limítrofes e 14 carcinomas ovarianos. A diferença no estudo  imunohistoquímico do Ki-67 foi encontrada entre carcinomas e tumores benignos e  entre tumores limítrofes e carcinomas, mas não entre tumores benignos e limítrofes.  A avaliação dos histogramas de ADN da citometria de fluxo foi feita em 96,2% dos  tumores ovarianos. A diferença foi encontrada entre tumores limítrofes e carcinomas,  mas não entre benignos e limítrofes. Concluíram que o Ki-67 não está  correlacionado com nenhum parâmetro prognóstico e histológico, nem sobrevida e  nem com ploidia ADN nos tumores limítrofes de ovário.

MAZUREK A, NIKLINSKI J, LAUDANSKI T e PLUYGERS E (1998)  publicaram um artigo comentando que, em poucos anos de estudo, os marcadores  tumorais para câncer de ovário tiveram uma influência crescente nas decisões  clínicas sobre o tratamento e seguimento destes tumores. Os marcadores genéticos  moleculares mais amplamente utilizados são o p53 e o Bcl-2 e o marcador  imunohistoquímico para proliferação nuclear mais freqüentemente utilizado é o Ki 67,  através da citometria de fluxo.

TANOGUCHI K, SASANO H, YABUKY N, KIKUCHI A, ITO K, SATO S e  YAJIMA A (1998) avaliaram a significância biológica da Topo II alfa, que assim como  o Ki 67, está associada a atividade de proliferação celular em pacientes com  carcinoma de ovário. O estudo foi realizado em 99 pacientes, sendo examinada a  expressão imunohistoquímica da proteína Topo II alfa, observando-se uma  correlação entre o Ki 67 e a proteína em questão. A razão Topo II alfa / Ki 67 excedeu significativamente nos tumores de células germinativas do que nos  carcinomas epiteliais.

ARIYOSHI K, KAWAUCHI S, KAKU T, NAKANO H e TSUNEYOSHI M  (2000) realizaram um estudo clínico-patológico e imunohistoquímico de 23 casos de  carcinosarcoma ovariano, utilizando como fatores prognósticos a proteína p53 e o Ki  67. Concluíram que os marcadores p53 e Ki67 não servem como fatores  prognósticos sendo o carcinosarcoma um tumor maligno, raro e com prognóstico  reservado devido sua clínica ser pobre e não existirem elementos para o diagnóstico  precoce.

ABU-QARE e ABOU-DONIA (2001) relacionaram os marcadores biológicos  tumorais diretamente com as transformações bioquímicas, histológicas e  morfológicas em todo o organismo. O seu uso está convertendo-se em importante  ferramenta para examinar os níveis de transformação celular e molecular,  especialmente quando se trata de ácidos nucléicos e proteínas. São especialmente  empregados para medir a exposição a determinados agentes, detectar a severidade  de alguma resposta tóxica e predizer possíveis resultados.

FRUTUOSO, SILVA, AMARAL, MARTINS, De OLIVEIRA e De OLIVEIRA  (2001), avaliaram o valor prognóstico do C-er-B2, do p53 e a expressão do Ki-67 e  correlacionaram estes marcadores com os fatores prognósticos clássicos.  Estudaram tumores em parafina de 81 pacientes com câncer epitelial de ovário,  fazendo uma avaliação quantitativa por reação imunohistoquímica. Concluíram que  estes marcadores têm uma expressão elevada no carcinoma de ovário e a  correlação entre p53 e o C-er-B2 com o estágio e resíduos de doenças. Embora C er-B2 fosse associado com a sobrevida melhor, não se inclui para ser um fator  prognóstico independente.

KARABURUM, KARAVELI, PESTERELI, SIMSEK e SARGIN (2001) avaliaram a significância prognóstica do Ki-67 e o conteúdo do ADN medido através  da citometria de fluxo, estudaram 67 tumores ovarianos epiteliais em material de  arquivo em parafina, utilizando métodos imunohistoquimicos. Concluíram não haver  correlação significativa entre a ploidia do ADN e a atividade proliferativa determinada  pelo Ki-67, quando comparados com os parâmetros histopatológicos conhecidos, em  relação aos aspectos dos tumores ovarianos epiteliais.

SUO, KARBOVO, TROPPE, METOLIEV, NESLAND (2004) empregaram a  imunohistoquímica com a finalidade de examinar as condições da atividade de  proliferação usando anticorpos contra Ki-67 e BM 28 e as condições do EGFR em  membros da família com anticorpos contra EGFR, CerbB2 e CerbB4, em 24  pacientes portadores de carcinoma papilar seroso de ovário. Observaram que  ultraestruturalmente tumores pobremente diferenciados, freqüentemente revelam  lâminas sólidas de células tumorais com desmossomas variáveis, conexões  celulares complexas e microvilosidades. Concluíram que oligocílios, lisossomas  secundários numerosos e inclusões citoplasmáticas bizarras são mais  freqüentemente detectadas nos carcinomas serosos pobremente diferenciados e  estes manifestam os mais altos níveis de proteínas Ki-67, BM 28, EGFR e CerbB-2.

ALI-FEHMI, MORRIS, BANDYOPADHYAY, CHE, SCHIMP, MALONE e  MUNKARAH (2005) estudaram 118 pacientes com carcinoma seroso de ovário em  alto grau e estágio avançado (III e IV), com o objetivo de examinar a expressão da  ciclooxigenase, a proliferação do tumor, a apoptose e a angiogênese, através da  ciclooxigenase-2, Ki-67, fator de crescimento vascular endotelial, Bcl-2 e CD-34.  Concluíram que a expressão da ciclooxigenase-2 correlaciona-se com a proliferação  e angiogênese do tumor, mas não com os marcadores apoptóticos no carcinoma  seroso ovariano em estágio avançado.

ZARZOU, MARKAKI, RODALAKIS, KASTRITIS, BOZAS, DIMOPOULOS e  PAPADIMITRIOU (2005) avaliaram os fatores prognósticos do ponto de vista clínico,  patológico e imunohistoquímicos de pacientes portadoras de carcinoma ovariano  tratadas com cirurgia radical e quimioterapia pós operatória, estudaram por 6 anos,  revisando blocos de parafina e cortes contendo elementos carcinomatosos tratados  com EMA (antígeno da membrana epitelial), vimentina, fator de crescimento  endotelial vascular (VEGF), CD45, CerbB, CD34, Ki-67, S100, receptores  estrogênicos e de progesterona. Observaram que cinco tumores apresentaram  acentuada resposta ao p53 e quatro casos demonstraram coloração positiva para Ki 67. Concluíram que apenas a resposta ao p53 parece influenciar a sobrevida e, em  virtude do pequeno número de pacientes estudadas, conclusões seguras não podem  ser delineadas.

2.2 MARCADOR TUMORAL Ki-67 E TUMORES GENITAIS GINECOLÓGICOS

CHARPIN, ANDRAC, HABIB, DEVICTOR, LAVAUT, e TOGA (1988) estudaram 257 amostras de tecido mamário maligno e não maligno utilizaram a  imuno-histoquímica para quantificar o índice do Ki-67 e a porcentagem da área de  superfície nuclear marcada em relação à superfície total de núcleos celulares  contados pelo SAMBA 2005. Nos 200 casos de carcinomas examinados, verificaram  uma variação porcentual de área nuclear Ki-67 positiva de 17,5 a 76,4% com média  de 26 %. Que o índice do marcador foi significativo para os tecidos malignos e  estava relacionado com o grau de diferenciação celular, invasão vascular, linfática  ou nodular. Concluem que a imunomarcação nuclear analisada pelo método é  confiável e a atividade proliferativa medida pelo método pode dar informações para  selecionar pacientes com maior índice de recidiva.

CHARPIN, HABIB, PIANA, RAMPAL, ANDRAC, VANCHERET, MARTINI,  PEREZ-CASTILLO, LAVAUT e TOGA (1989) demonstraram a aplicação prática do  SAMBA, um sistema computadorizado da análise de imagem através da  imunohistoquímica em vários tecidos corporais tais como, mama, endométrio, ovário,  colo uterino e bexiga, avaliando vários parâmetros da fração de crescimento em  tumores intraepiteliais, borderline e tumores invasivos. Utilizaram o Ki 67 para avaliar  o índice de proliferação celular, sugerindo utilizar seus valores como dados  prognósticos e no auxílio na escolha da terapia a ser adotada no paciente.

CHARPIN, ANDRAC, LAVAUT, ANDONIAN, FRATERNO, PEREZ CASTILHO, BONNIER e PIANA (1990) estudaram o Ki-67 em 132 amostras de  tecidos mamários com alterações histológicas de natureza maligna e benigna. Por  processamento imuno-histoquímico e analisado pelo sistema SAMBA 2005,  analisaram múltiplos parâmetros de natureza clínico e patológica. Observaram que a  imuno marcação analisada pelo SAMBA teve imunopositividade significante para as  lesões malignas com acurácia, confiabilidade, reprodução fácil. Os índices  encontrados têm relação com grau de diferenciação, invasão e metástase à  distância tumoral, podendo mostrar relevantes informações de pacientes de maior  risco. 

LEONARDI, GIRLANDO, SERIO, MAURI, PERRONE, SCAMPINI, DALLA  PALMA e BARBARESCHI (1992) avaliaram 106 casos de câncer de mama, sendo 96 ductais e 10 lobulares estudando a presença do ki-67 e o PCNA (antígeno  nuclear de proliferação celular) e a relação com variáveis clínicas e biológicas.  Observaram que não existiu correlação entre o PCNA e o Ki-67 em nenhuma das  variáveis, porém este último teve relação significante com a presença de um maior  número de mitoses, grau histológico mais avançado na classificação de Bloom e  Richardson, negatividade para receptores hormonais e presença do P53. 

QUERZOLI, ALBONICO, FERRET, RINALDI, MAGRI, INDELI, e NENCI (1996) estudaram a relação entre a expressão do Ki-67 medida pelo anticorpo  monoclonal MIB-1 e taxa de proliferação celular, em 871 amostras de carcinomas  mamários infiltrativos através do processador de imagem CAS200, estudando  variáveis de prognóstico. Selecionaram aleatoriamente pelo menos 15 campos de  cada amostra sob objetiva de 40X com contagem de pelo menos 2000 núcleos,  estabeleceram índice proliferativo do Ki-67 pela porcentagem de áreas de núcleos  marcados positivamente e o número total contado. Verificaram índice proliferativo de  0,01 a 96,5% com média de 8,42%. Utilizando como ponto de corte ≥ 13% de  porcentagem de área nuclear marcada, encontraram 36,4% nas amostras com altos índices proliferativos. A variedade ductal teve índice médio de 41,8%. Estudando um  grupo de 170 pacientes, com seguimento médio de 65,5 meses e índice proliferativo  baixo e nódulo negativo, foi verificado que viveram significativamente mais tempo  livre da doença. Concluiram que o índice proliferativo expresso pelo MIB-1 é  confiável e prático, sendo um método útil para mensurar atividade proliferativa e um  importante preditor de comportamento clínico. 

SCHOLZEN e GERDES (2000) observaram que a expressão da proteína  humana Ki-67 é estreitamente associada com a proliferação celular. Durante a  interfase o antígeno pode ser exclusivamente detectado com o núcleo,  considerando-se que na mitose a maior parte das proteínas é recolocada na  superfície dos cromossomas.

Estudaram também que o fato do Ki-67 estar presente durante todas as  fases ativas do ciclo celular (G1, S, G2 e mitose), mas não estar nas células em  repouso, faz dele um excelente marcador para determinar a fração estimulante de  crescimento de uma conhecida população celular. Concluíram que a fração de ki-67  positiva da célula tumoral (o índice ki-67) é correlacionado com o curso clínico da doença. Observaram que nos carcinomas de próstata e de mama o valor  prognóstico do marcador foi provado com avaliações estatísticas. YAZIJI H e GOWN AM, (2001) avaliaram através da imunohistoquímica, os  seguintes tumores ginecológicos, ovário, colo uterino e endométrio, originados de  blocos de parafina do serviço de patologia local. Entre os resultados obtidos, o mais  significante foi em relação ao colo do útero e utilizando como marcador tumoral o Ki 67, o qual apresentou alterações quantitativas e qualitativas na displasia do colo  uterino, sendo considerado um bom marcador tumoral.

LIZANKA, GRAUDENZ, RECKTENVALD, MEIRELLES e CALEFFI (2003)  analisaram biópsias de mamas normais de pacientes pós-menopausadas antes e  depois de 6 meses de tratamento, divididos em 2 grupos com terapia de reposição  hormonal distinta, utilizando associação de estrogênio e progesterona (esquema  cíclico) e estrógenos isoladamente. Foi feita análise imunohistoquímica com  anticorpos anti-PCNA do tipo PC-10, anti-Ki-67 do tipo MIB-1, anti-receptor de  estrogênio do tipo 1-D5 e anti-receptor de progesterona do tipo 1-A6. Não houve  diferença significativa para os fatores de mediação (receptores) no grupo que utilizou  o esquema cíclico (RE: P = 0,326; RP: P = 0,228). No grupo que utilizou apenas  estrogênio, obteve-se um valor de P próximo ao limite de significância estatística  para o RP (P = 0,053), mas não para o RE (P = 0,203). Com relação aos fatores de  proliferação celular, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa para o  PCNA em ambos os grupos (esquema cíclico: P = 0,121; estrogênio isolado: P =  0,208). Houve tendência para elevação do Ki-67 no grupo que fez uso de estrogênio  apenas (P = 0,084), o que não se observou no grupo que fez uso de esquema cíclico  (P = 0,776). Estes resultados sugerem que a associação de progestágeno à terapia  estrogênica nesse grupo de mulheres pós-menopausa, pode ter contribuído para  uma possível redução na expressão do receptor de progesterona e a proliferação  celular, estimada pelo marcador Ki-67, agindo como um fator moderador de  proliferação celular.

FEITH, STEIN, MUELLER e SIEWERT (2004) analisaram 24 blocos de  tumores ressecados, fixaram cortes de adenocarcinoma, metaplasia colunar com e  sem displasia e epitélio normal, testaram o P53, E-caderina e o Ki-67. Evidenciaram  que o Ki-67 está presente nas fases de proliferação celular (G1,S,G2 e metáfase), e  ausente na G0; se localiza na base do epitélio (zona de proliferação), no epitélio normal e na metaplasia sem displasia. Na metaplasia com displasia é identificado na  base, na superfície das criptas e na superfície do epitélio. No epitélio normal, metaplasia sem e com displasia e no adenocarcinoma foram identificados  respectivamente: 20,4 +-6,4%; 39,4+-11,8%; 44,8+-8,9% e 60,8 +-17,9% de células  com Ki-67.

2.3 MARCADOR TUMORAL CD34 E TUMORES MALIGNOS DO OVÁRIO

HEINBURG, OEHLER, KRISTEN, PAPADOULOS e CAFFIER (1997)  realizaram um estudo demonstrando a relevância do CD 34 como método  imunohistoquímico de quantificação da vascularização de tumores malignos em  ovário, neste estudo foram analisados 30 blocos fixados em formol, e a conclusão  dos autores foi que no futuro o CD 34 terá alguma relevância prognóstica, sendo  necessários mais estudos. 

CZEKIERDOWSKI, SZYMANSKI, SZUMILO e KOTARSKI (2003) estudaram  a correlação do índice de fluxo vascular (Doppler) com a expressão do CD 34 em  105 mulheres com tumores anexiais benignos e malignos. Não foi possível  correlacionar especificamente os altos índices de vascularização com o CD 34,  entretanto pode-se sugerir relação entre a baixa resistência vascular e tumores  ovarianos malignos. 

KHALIFEH, MUNKARAH, LONARDO, MALONE, MORRIS, LAWRENCE e  ALI-FEHMI (2004) estudaram a expressão tumoral de alguns marcadores (Cox-2,  Bd-2, p53) inclusive o CD 34. Foi analisado se eles estariam relacionados com a  sobrevida de 96 pacientes com carcinoma ovariano e carcinomas peritoneais  primários. Sendo apenas os valores da Cox-2 relacionados a taxas mais baixas de  sobrevida.

ZORZOU, MARKAKI, RODOLAKIS, KASTRITES, BOZAS, DIMOPOULOS e  PAPADIMITRIOU (2005) realizaram um estudo com 9 pacientes com carcinoma de  ovário submetidas a tratamento cirúrgico seguido de quimioterapia. O estudo tinha  como objetivo elucidar fatores prognósticos clínico-patológicos e imunohistoquímicos  das pacientes, utilizando marcadores tumorais como o CD 45RO, c-erB-2, p53, CD  34, Ki 67 e o S100. Concluíram que somente o p53 parecia influenciar na sobrevida (quanto maior a expressão, melhor a sobrevida), contudo devido uma casuística tão  pequena, nenhuma conclusão segura poderia ser tomada.

2.4 MARCADOR TUMORAL CD34 E TUMORES GINECOLÓGICOS.

INGEHOLM, PEDERSEN e HOLCK (1999), avaliaram a variação entre dois  observadores da quantificação da densidade da microvascularização de casos de  tumores de mama, utilizaram 50 casos de câncer invasivo de mama, usando o fator  VIII como marcador de angiogênese. Referem na discussão que são utilizados  também outros como o CD34 e CD31, porém o Fator VIII é mais específico.

COSTA e GUINEE (2000) utilizaram o CD 34 como marcador imuno histoquímico em 43 blocos de parafina, estudando vários tipos histológicos de  tumores do trato genital feminino, sendo sua expressão marcada mais  expressivamente nos sarcomas epiteliais, demonstrando ser um excelente marcador  tumoral neste tipo histológico de tumor.

GODDARD, SUTTON, FURNESS, KOCKELBERGH e O’BYRNE (2002)  demonstraram a densidade da microvascularização de tumores sólidos, fizeram a  leitura em blocos de tumores de bexiga, cólon, metástases hepáticas e pulmão,  utilizando a imuno-histoquímica e análise de imagem computadorizada, empregando  o antígeno monoclonal do CD34, e mostrando a vantagem destes em relação a  métodos manuais, muito mais lentos e passíveis de erro. 

UZZAN, NICOLAS, CUCHERAT e PERRET (2004) realizaram uma meta análise de 87 estudos publicados analisando a angiogênese, através da densidade  da microvascularização intratumoral (MVD). Estabeleceram fatores de prognóstico  em mulheres com câncer de mama. O MVD foi calculado por imunohistoquímica,  usando anticorpos contra o fator VIII (27 estudos; n= 5265), CD31 (10 estudos;  n=2296) ou CD34 (8 estudos; n= 1725). Grandes MVD predizeram significativamente  uma pobre sobrevivência (risco padrão de 1,54). Observaram variação entre os  resultados dos estudos, podendo ser revelado pelo critério de seleção dos  pacientes, técnicas para marcar e contagem da microvascularização. E concluíram  citando que o MVD era significante fator de prognóstico em mulheres com câncer de  mama.

KILUK e CARTER (2006) abordaram a importância de marcadores da  angiogênese em tumores de mama, que tem sido uma área da oncologia muito  estudada nas últimas décadas. A presença do complexo processo de angiogênese  pode ser relacionada a algumas condições clínicas, como: detecção de pacientes  com lesões precoces, seleção de casos de tumores com comportamento mais  agressivos, planejar a terapêutica de forma que ocorra melhores respostas,  estabelecer estratégias que afetem o suprimento sanguíneo dos tumores. É  considerada a chave no crescimento tumoral, sendo que os estudos utilizam a  densidade micro-vascular através de métodos imunohistoquímicos. Nos últimos dez  anos foram descobertos vários marcadores associados ao processo que podem  guiar a avanços na abordagem terapêutica. Para os autores o fator endotelial de  crescimento vascular (VEGF) é o marcador mais estudado e relacionado ao câncer  de mama.

3 MATERIAL E MÉTODO

O presente estudo foi realizado no Instituto de Pesquisas Médicas do  Hospital Universitário Evangélico de Curitiba / Faculdade Evangélica do Paraná e no  Laboratório de Citologia e Histologia Ltda – CITOLAB, em Curitiba-Pr.

Aplicaram-se as Normas para a Apresentação de Trabalhos da Universidade  Federal do Paraná (2001), as normas para referências bibliográficas (NBR-6023) e de abreviaturas de títulos e periódicos (NBR-6032) da Associação Brasileira de  Normas Técnicas – ABNT de 1989 e a Nomina Histológica de 1975.

Este trabalho foi avaliado e aprovado pela comissão de ética em pesquisa  da Faculdade Evangélica do Paraná – FEPAR.

3.1 AMOSTRA

O material de estudo foi constituído por 40 casos de tumores malignos de  ovário, provenientes do arquivo do serviço de anátomo-patologia do Laboratório  Micra, situado no Centro Médico do Hospital Brasília, em Brasília – DF, obtidos de  pacientes submetidas à operação de ressecção ovariana, no periodo de 1998 a 2005, conforme descrito no anexo 1.

3.2 PREPARO DO MATERIAL DESTINADO ÀS ANÁLISES

3.2.1 Seleção dos blocos

Os blocos foram selecionados e escolhidos baseando-se nas melhores  características físicas externas totalizando 40 blocos, os quais foram transportados  para o Laboratório de Citologia e Histologia Ltda – CITOLAB, em Curitiba-Pr, onde  foram novamente analisados de acordo com sua adequabilidade para a obtenção  das lâminas.

3.2.2 Preparo dos cortes histológicos

Os blocos de parafina foram resfriados em congelador e cortados em  micrótomo rotativo (figura 1), onde foram obtidos cortes histológicos de 2 a 5 micra  de espessura. As fitas de parafina obtidas pela microtomia foram colocadas em banho-maria e os cortes depositados nas lâminas e levadas à estufa à 60ºC para  melhor adesão dos tecidos.

Para cada bloco foram confeccionadas 03 lâminas: uma para hematoxilina eosina, a segunda para o marcador tumoral Ki-67 e a terceira para o marcador  tumoral CD34.

FIGURA 1 – MICRÓTOMO ROTATIVO

3.2.3 Estudo das lâminas com a técnica convencional de hematoxilina-eosina

A hematoxilina é um corante básico que cora as estruturas em azul e em  contato com as células identifica seus núcleos. 

A eosina é um corante ácido que confere às estruturas uma coloração  vermelho ou rosa e cora o citoplasma das células. 

Tais lâminas foram submetidas à nova avaliação histopatológica, para  confirmação dos diagnósticos.

Utilizou-se microscópio óptico NIKON ® e aumento de 400-1000 vezes.

3.2.4 Preparação das lâminas para a técnica de imunohistoquímica

As lâminas utilizadas na colocação dos cortes histológicos para análise  imunohistoquímica passaram por preparação prévia de acordo com o seguinte  protocolo com duração de 48 horas:

a) Mergulharam-se as lâminas em solução de detergente neutro a 0,5% por  30 minutos;

b) Lavou-se em água corrente até a remoção do detergente, por no mínimo  2 horas;

c) Lavaram-se as lâminas em água quente;

d) Foram secadas em estufa.

Após estarem secas, estas lâminas passaram pelo processo de silanização  da seguinte forma:

a) Imersão das lâminas em acetona por 2 minutos. Esgotou-se o excesso; b) Imersão em silano a 4% (APTS ®) por 2 minutos. Esgotou-se o excesso; c) Imersão em acetona por 4 vezes. Esgotou-se o excesso;

d) Secagem em estufa.

Em seguida ao preparo, colocou-se as secções dos blocos de parafina dos  casos e iniciou-se o preparo das lâminas para o estudo imunohistoquímico  propriamente dito.

3.2.4.1 Processo de desparafinização

a) Colocaram-se as lâminas na cubeta; (figura 2)

b) Foram realizados 2 banhos em xilol de 10 minutos cada;(figura 3) c) Realizou-se 2 banhos em álcool 100% de 3 minutos cada; (figura 4) d) Realizou-se 1 banho em álcool 70% por 3 minutos;

e) Realizou-se a lavagem da lâmina com água destilada, 2 banhos por 1  minuto cada.

FIGURA 2 – COLOCAÇÃO DAS LÂMINAS NA CUBETA

FIGURA 3 – BANHO DAS LÂMINAS EM XILOL

FIGURA 4 – BANHO DAS LÂMINAS EM ÁLCOOL

3.2.4.2 Recuperação antigênica

O uso de fixadores à base de formaldeído pode alterar, destruir ou mascarar  alguns antígenos, em razão de sua composição e processo de ligação às moléculas.  Como recurso para recuperação destes antígenos pode-se utilizar tratamento com  enzimas proteolíticas, irradiação por microondas ou desnaturação em calor úmido, a  qual será utilizada neste trabalho.

A recuperação antigênica apresentou os seguintes passos:

a) Obtenção do tampão citrato: Utilizou-se 41 ml de tampão feito com citrato  de sódio, 9 ml de tampão feito com ácido cítrico e 450 ml de água  destilada;

b) A solução de tampão foi colocada em frascos;

c) Os frascos, aos pares, com tampão citrato, foram levados ao banho-maria (figura 5);

d) Os frascos, com tampão citrato, foram retirados do banho-maria, abertos  e as lâminas foram colocadas nos referidos frascos (figura 6);

e) Após fechamento dos frascos, foram novamente levados ao banho-maria  até atingir temperatura superior a 97ºC por 20 minutos;

f) Os frascos foram retirados do banho-maria, abertos cuidadosamente e  deixados à temperatura ambiente, por 30 minutos, para resfriamento; g) Lavaram-se os frascos em água corrente, por 3 vezes, tomando-se o  cuidado para que a água não atingisse diretamente os cortes;

h) Após lavagem, deixou-se os frascos repletos de água corrente.

FIGURA 5 – FRASCOS COM TAMPÃO CITRATO EM BANHO-MARIA

FGURA 6 – FRASCOS COM LÂMINAS E TAMPÃO CITRATO

3.2.4.3 Bloqueio da peroxidase endógena

Em virtude de alguns tecidos possuírem peroxidase endógena, o bloqueio  serve para evitar a coloração de fundo, a qual ocorre quando a estreptoridina se liga  à peroxidase endógena. 

Para este bloqueio foram realizados dois banhos de água oxigenada a 2%  por 5 minutos cada. Após, as lâminas foram lavadas em água corrente e colocadas  em frascos com tampão PBS.

O tampão PBS foi constituído de: 5,52 g de fosfato dissódico monobásico,  22,72 g de fosfato dissódico bibásico e 1000 ml de água destilada.

3.2.4.4 Caneta hidrofóbica

As lâminas foram secadas uma a uma. Em seguida passou-se a caneta  hidrofóbica Dako Cytomation ®, referência S200, lote 00018897 (figura 7) ao redor  do corte, formando um círculo em volta do mesmo, como se fosse uma barreira.

FIGURA 7 – UTILIZAÇÃO DA CANETA HIDROFÓBICA

3.2.4.5 Incubação das lâminas com respectivo anticorpo

O anticorpo deve ser agitado antes da utilização. Utilizando-se pipeta,  pingaram-se gotas da solução do anticorpo e do anticorpo diluente nas respectivas  lâminas, de modo a cobrir todo corte (figura 8).

CD34: diluição de 1 microlitro de CD-34 para 500 microlitros do diluente (1:500);

Ki-67: diluição de 1 microlitro de Ki-67 para 100 microlitros do diluente  (1:100).

As lâminas foram levadas para bandejas e colocadas na geladeira durante  toda a noite (overnight).

FIGURA 8 – PIPETAGEM DO ANTICORPO NAS LÂMINAS

No dia seguinte as lâminas foram lavadas com água destilada, secadas uma  a uma e colocadas em tampão PBS por 5 minutos. Foram novamente secadas e  alinhadas em bandeja contendo água, com a finalidade de que o tecido não  ressecasse.

Em seguida foi pipetado o 2º. antídoto, denominado Biotinylated link  universal ®, o qual faz a ligação entre o 1º. anticorpo (Ki-67 ou CD34) e a  estreptoridina. Deixou-se incubando por 30 minutos.

O passo seguinte foi pipetar uma gota de Diaminobenzidina (DAB), para que  reagisse com a peroxidase da estreptoridina, que estava ligada à biotina e esta por  sua vez acoplada ao anticorpo 1.

Aguardou-se até que os cortes de tecido ficassem escuros, secou-se o  excesso com papel-toalha e depois se colocou em cuba com água por 20 minutos.

3.2.4.6 Coloração com Hematoxilina

Cada uma das lâminas foi corada com hematoxilina de acordo com a técnica  descrita a seguir:

a) banho de hematoxilina por 35 segundos;

b) lâminas lavadas em água corrente até que fique transparente;

c) banho com álcool 100% por 1 minuto;

d) banho com álcool 70% por 1 minuto;

e) 2 banhos com xilol por 1 minuto cada;

f) secagem das lâminas com papel-toalha ao redor do círculo feito com a  caneta hidrofóbica.

3.2.4.7 Colocação da lamínula e identificação das lâminas

Foi feito rastro de cola específica atrás da lamínula e esta foi  cuidadosamente assentada sobre a lâmina, aderindo uma à outra. A etiqueta de  identificação foi colocada na parte superior de cada uma das lâminas.

Esta etapa foi cumprida integralmente no laboratório Citolab e depois  transportadas ao Instituto de Pesquisas Médicas (IPEM).

3.3 ANÁLISE QUANTITATIVA DA IMUNOHISTOQUÍMICA

Esta etapa foi feita no Instituto de Pesquisas Médicas em Curitba-Pr (IPEM), utilizando o sistema SAMBA 4000® (Systeme d’analyse microscopique à balayage  automatique – Sistema de análise microscópica de busca automática), desenvolvido  pela Alcatel (Grenoble – França). É constituído por hardware capaz de captar  imagens microscópicas e por software que interpreta as imagens captadas. O hardware é composto por 6 unidades: microscópio (figura 9), câmara de vídeo (figura  10) , micro-computador com 2 monitores (figura 11) e impressora (figura 12). O microscópio utilizado no estudo é da marca Axioskop® (Zeiss / Alemanha) (figura 9). O fluxo luminoso oriundo da lâmpada de xenônio é controlado por um  potenciômetro capaz de avaliar com precisão a quantidade de luz. Este feixe  atravessa o condensador, a lâmina histológica, a objetiva em uso e, então, é  separado em duas partes: uma via destinada à observação visual através da ocular  do microscópio e a outra é a via de captação da imagem, pela câmera de vídeo, a  qual é enviada ao monitor acoplado ao computador.

FIGURA 9 – MICROSCÓPIO

A câmara de vídeo foi a DXC – 970MD3CCD ® (Sony / Japão) (figura 10)  que padroniza as cores verde, azul e vermelha, de forma que o sistema trabalha  com o mesmo nível de captação determinado.

FIGURA 10 – CÂMARA DE VÍDEO UTILIZADA NO TRABALHO MODELO DXC – 970MD3CCD ®  (SONY / JAPÃO)

O computador utilizado no estudo (figura 11) é Pentium III ®, com 16 Mb  RAM e disco rígido de 12 gigabytes, que realizou as funções de importação das  imagens do microscópio e da câmera de vídeo, de execução do software IMMUNO® do sistema SAMBA 4000 e a transferência dos dados para impressão.

FIGURA 11 – MICROCOMPUTADOR COM 2 MONITORES

FIGURA 12 – IMPRESSORA

O software utilizado foi o IMMUNO®. Antes de seu uso, foi realizada a  calibração do sistema SAMBA 4000, de acordo com as seguintes etapas: – aquisição da imagem;

– processamento e digitalização da imagem;

– binarização da imagem;

– segmentação da imagem;

– identificação do objeto;

– seleção e reconhecimento do objeto de interesse;

– análise da imagem;

– resultados.

As Imagens analógicas, tais quais percebidas, foram captadas através da  câmara e transformadas em imagens numéricas.

A análise teve por finalidade transformar as imagens coradas pelo marcador  em matriz numérica. A partir desta, foram calculados parâmetros matemáticos que  permitiram a análise numerizada das imagens microscópicas.

Estas imagens foram processadas pelo sistema SAMBA 4000 e digitalizadas  em pontos de imagem (pixels).

A luz absorvida pelo tecido foi quantificada e expressa através de uma  escala de variações de níveis de cinza que varia de 0 (preto) a 255 (branco). Este processo corresponde à numerização da imagem e envolve duas  etapas: geração de matriz em níveis de cinza (figura 13) e transformação desta em  matriz numérica binária (figura 14).

FIGURA 13 – ILUSTRAÇÃO DO PROCESSO DE NUMERIZAÇÃO DA IMAGEM EM NÍVEIS DE  CINZA DE UM NÚCLEO CELULAR. 0 = PONTOS DE IMAGEM SEM DENSIDADE;  PARTE NUMÉRICA = PONTOS DE IMAGEM COM DENSIDADE EM NÍVEIS DE  CINZA, REPRESENTANDO UM NÚCLEO CELULAR. 

FIGURA 14 – IMAGEM BINÁRIA (MATRIZ NUMÉRICA BINÁRIA). CADA CONJUNTO DE PONTOS IMAGEM 1, REPRESENTA UM NÚCLEO CELULAR. A AUSÊNCIA DE NÚCLEO  (PONTO DE IMAGEM SEM DENSIDADE) CORRESPONDE AO VALOR 0.

Para melhor aproveitamento das imagens em cada lâmina utilizou-se os  locais de maior ação do marcador, denominados hot spots.

O aumento utilizado foi de 20 vezes em todo tecido marcado e o resultado  foi expresso em porcentagem.

Neste estudo foram consideradas 40 lâminas provenientes de tumores  malignos de ovário, nas quais foram analisados os índices de marcagem, densidade  óptica e heterogenicidade dos marcadores Ki-67 (figura 15) e CD34 (figura 16). 

FIGURA 15 – LÂMINA COM TECIDO TUMORAL OVARIANO NA QUAL FOI UTILIZADO O  MARCADOR TUMORAL KI-67

FIGURA 16 – LÂMINA COM TECIDO TUMORAL OVARIANO NA QUAL FOI UTILIZADO O  MARCADOR TUMORAL CD34

3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados obtidos no estudo foram expressos por médias, medianas,  valores mínimos, valores máximos e desvios padrões. A condição de normalidade  das variáveis quantitativas foi investigada usando-se o teste de Shapiro-Wilks. Para  avaliar o grau de associação entre a expressão dos marcadores, foi estimado o  coeficiente de correlação de Pearson ou o coeficiente de correlação de Spearman. A  comparação dos marcadores foi feita usando-se o teste t de Student para amostras  pareadas. Valores de p < 0,05 indicaram significância estatística.

4 RESULTADOS

Das 40 lâminas selecionadas, 19 foram lidas quando se utilizou o Ki-67 e 39  foram lidas utilizando o CD34 e uma das lâminas não teve campos lidos para  nenhum dos marcadores, conforme demonstram o anexo 2 e o anexo 3.

4.1 DESCRIÇÃO DA EXPRESSÃO DOS MARCADORES Ki-67 E CD34

Na tabela 1 são apresentadas as variáveis índice de marcagem e densidade  óptica, os números de casos que foram lidos para os marcadors Ki-67 e CD34,  resultados de médias, medianas, valores mínimos, valores máximos e desvios  padrões.

TABELA 1 – DESCRIÇÃO DA EXPRESSÃO DOS MARCADORES Ki-67 E CD34

Na tabela 2 está demonstrado o índice de marcagem do Ki-67, que foi  dividido em quatro grupos, de 20 a 40, onde 3 lâminas foram lidas, representando  15,79%, de 40,01 a 60, onde 2 lâminas foram lidas, representando 10,53%, de 60,01  a 80, onde 3 lâminas foram lidas, representando 15,79% e de 80,01 a 100, onde 11  lâminas foram lidas, representando 57,89%, totalizando 19 lâminas e 100%.

TABELA 2 – ÍNDICE DE MARCAGEM DO Ki-67

Condição de normalidade: p=0,002 (Teste de Shapiro-Wilks)

No gráfico 1 está demonstrado o índice de marcagem do Ki-67, que foi  dividido em quatro grupos, de 20 a 40, onde 3 lâminas foram lidas, representando  15,79%, de 40,01 a 60, onde 2 lâminas foram lidas, representando 10,53%, de 60,01 a 80, onde 3 lâminas foram lidas, representando 15,79% e de 80,01 a 100, onde 11  lâminas foram lidas, representando 57,89%.

Testou-se a hipótese nula de que os dados têm distribuição normal, versus a  hipótese alternativa de que os dados não têm distribuição Normal. Os resultados dos  testes indicaram que, para Ki-67, não há normalidade dos dados para o índice de  marcagem. 

GRÁFICO 1 – ÍNDICE DE MARCAGEM DO Ki-67

Na tabela 3 está demonstrada Densidade Óptica do Ki-67, que foi dividida  em 6 grupos, de 10,01 a 20, onde 1 lâmina foi lida, representando 5,26%de 20,01 a 30, onde 3 lâminas foram lidas, representando 15,79%, de 30,01 a 40, onde 21,05 lâminas foram lidas, representando 21,05%, de 40,01 a 50, onde 4 lâminas foram  lidas, representando 21,05%, de 50,01 a 60, onde 4 lâminas foram lidas,  representando 21,05%, e de 60,01 a 70, onde 3 lâminas foram lidas, representando  15,79%, totalizando 19 lâminas e 100%.

TABELA 3 – DENSIDADE ÓPTICA DO Ki-67

Condição de normalidade: p=0,990 (Teste de Shapiro-Wilks)

No gráfico 2 está demonstrado a densidade óptica do Ki-67, que foi dividida  em 6 grupos, de 10,01 a 20, onde 1 lâmina foi lida, representando 5,26%de 20,01 a  30, onde 3 lâminas foram lidas, representando 15,79%, de 30,01 a 40, onde 21,05  lâminas foram lidas, representando 21,05%, de 40,01 a 50, onde 4 lâminas foram  lidas, representando 21,05%, de 50,01 a 60, onde 4 lâminas foram lidas,  representando 21,05%, e de 60,01 a 70, onde 3 lâminas foram lidas, representando  15,79%. Testou-se a hipótese nula de que os dados têm distribuição Normal, versus  a hipótese alternativa de que os dados não têm distribuição Normal. Os resultados  dos testes indicaram que, para o Ki-67, não há normalidade dos dados para a  densidade óptica. Para a densidade óptica, não foi rejeitada a condição de  normalidade dos dados.

GRÁFICO 2 – DENSIDADE ÓPTICA DO Ki-67

Na tabela 4 está demonstrado o índice de marcagem do CD34, que foi  dividido em cinco grupos, de 0 a 20, onde 2 lâminas foram lidas, representando  5,13%, de 20,01 a 40, onde 1 lâmina foi lida, representando 2,56%, de 40,01 a 60,  onde 4 lâminas foram lidas, representando 10,26%, de 60,01 a 80, onde 8 lâminas  foram lidas, representando 20,51% e de 80,01 a 100, onde 24 lâminas foram lidas,  representando 61,54%, totalizando 39 lâminas e 100%.

TABELA 4 – ÍNDICE DE MARCAGEM DA CD34

Condição de normalidade: p<0,001 (Teste de Shapiro-Wilks)

No gráfico 3 está demonstrado o índice de marcagem do CD34, que foi  dividido em cinco grupos, de 0 a 20, onde 2 lâminas foram lidas, representando  5,13%, de 20,01 a 40, onde 1 lâmina foi lida, representando 2,56%, de 40,01 a 60,  onde 4 lâminas foram lidas, representando 10,26%, de 60,01 a 80, onde 8 lâminas  foram lidas, representando 20,51% e de 80,01 a 100, onde 24 lâminas foram lidas,  representando 61,54%. Testou-se a hipótese nula de que os dados têm distribuição  Normal, versus a hipótese alternativa de que os dados não têm distribuição Normal.  Os resultados dos testes indicaram que, para CD34, não há normalidade dos dados  para o índice de marcagem.

GRÁFICO 3 – ÍNDICE DE MARCAGEM DA CD34

Na tabela 5 está demonstrada Densidade Óptica do CD34, que foi dividida  em 7 grupos, de de 20,01 a 30, onde 2 lâminas foram lidas, representando 5,13%,  de 30,01 a 40, onde 6 lâminas foram lidas, representando 15,38%, de 40,01 a 50,  onde 11 lâminas foram lidas, representando 28,21%, de 50,01 a 60, onde 8 lâminas  foram lidas, representando 20,51%, e de 60,01 a 70, onde 7 lâminas foram lidas,  representando 17,95%, 70,01 a 80, onde 4 lâminas foram lidas, representando  10,26%, 80,01 a 90, onde 1 lâmina foi lida, representando 2,56%, totalizando 39  lâminas e 100%.

TABELA 5 – DENSIDADE ÓPTICA DA CD34

Condição de normalidade: p=0,966 (Teste de Shapiro-Wilks)

No gráfico 4 está demonstrada a densidade óptica do CD34, que foi dividida  em 7 grupos, de de 20,01 a 30, onde 2 lâminas foram lidas, representando 5,13%,  de 30,01 a 40, onde 6 lâminas foram lidas, representando 15,38%, de 40,01 a 50,  onde 11 lâminas foram lidas, representando 28,21%, de 50,01 a 60, onde 8 lâminas  foram lidas, representando 20,51%, e de 60,01 a 70, onde 7 lâminas foram lidas,  representando 17,95%, 70,01 a 80, onde 4 lâminas foram lidas, representando  10,26%, 80,01 a 90, onde 1 lâmina foi lida, representando 2,56%.

Testou-se a hipótese nula de que os dados têm distribuição normal, versus a  hipótese alternativa de que os dados não têm distribuição normal. Os resultados dos  testes indicaram que, para CD34, não há normalidade dos dados para a densidade  óptica.

GRÁFICO 4 – DENSIDADE ÓPTICA DA CD34

4.2 COMPARAÇÃO ENTRE OS MARCADORES:

4.2.1 Índice de marcagem do Ki-67 e índice de marcagem do CD34

Na tabela 6 testou-se a hipótese nula de que os resultados do índice de  marcagem do Ki-67 são iguais aos resultados do índice de marcagem do CD34,  versus a hipótese alternativa de resultados diferentes. Nesta tabela são apresentadas as variáveis, índice de marcagem do Ki-67 e índice de marcagem do CD34 e também da diferença entre eles, número de lâminas lidas para ambos  marcadores, valores de média, mediana, mínimo, máximo e o valor de p. Foram  consideradas somente as lâminas lidas por ambos os marcadores.

TABELA 6 – ÍNDICE DE MARCAGEM DO Ki-67 X ÍNDICE DE MARCAGEM DO CD34

(*) Teste não-paramétrico de Wilcoxon

O resultado do teste indicou a não rejeição da hipótese nula (p = 0,629).  Sendo assim, não podemos afirmar que existe diferença significativa entre Ki-67 e  CD34 em relação ao índice de marcagem.

No gráfico 5 comparou-se os resultados do índice de marcagem do Ki-67  com os resultados do índice de marcagem do CD34. Neste gráfico estão  representados os valores da mediana, mínimo e máximo. Sendo consideradas  somente as lâminas lidas por ambos os marcadores.

GRÁFICO 5 – ÍNDICE DE MARCAGEM DO Ki-67 X ÍNDICE DE MARCAGEM DO CD34

4.2.2 Densidade óptica do Ki-67 e densidade óptica do CD-34

Na tabela 7 testou-se a hipótese nula de que as médias da densidade óptica  do Ki-67 e da densidade óptica do CD34 são iguais, versus a hipótese alternativa de  que as médias são diferentes. Nesta tabela são apresentadas as variáveis,  densidade óptica do Ki-67 e densidade óptica do CD34 e também da diferença entre  eles, número de lâminas lidas para ambos marcadores os valores de média,  mediana, mínimo, máximo e desvio padrão da densidade óptica dos dois  marcadores e o valor de p. Foram consideradas somente as lâminas lidas por  ambos os marcadores.

TABELA 7 – DENSIDADE ÓPTICA DO Ki-67 X DENSIDADE ÓPTICA DO CD34

(*) Teste t de Student para amostras dependentes

O resultado do teste indicou a não rejeição da hipótese nula (p = 0,200).  Sendo assim, não podemos afirmar que existe diferença significativa entre Ki-67 e  CD34 em relação à média da densidade óptica.

No gráfico 6 comparou-se os resultados da densidade óptica do Ki-67 com  os resultados da densidade óptica do CD-34. Neste gráfico são apresentados os valores de média, desvio padrão e erro padrão.

GRÁFICO 6 – DENSIDADE ÓPTICA DO Ki-67 E DENSIDADE ÓPTICA DO CD-34

4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE OS MARCADORES Ki-67 E CD34

Na tabela 8, foi avaliado o grau de associação entre as expressões dos  marcadores e os coeficientes de correlação entre a expressão dos marcadores. Em  cada situação, testou-se a hipótese nula de ausência de correlação entre as expressões dos marcadores, versus a hipótese alternativa de existência de  correlação. Estando presente as variáveis: índice de marcagem do Ki-67 versus densidade óptica do Ki-67, índice de marcagem do CD34 versus densidade óptica  do CD34, índice de marcagem do Ki-67 versus índice de marcagem do CD34,  densidade óptica do Ki-67 versus densidade óptica do CD34, o número de lâminas  lidas, o coeficiente de correlação e o valor de p representado a significância da  amostra estudada.

TABELA 8 – ASSOCIAÇÃO ENTRE OS MARCADORES Ki-67 E CD34

* Coeficiente de correlação de Spearman
** Coeficiente de correlação de Pearson

Os resultados indicam que, para o marcador CD34, existe correlação positiva e significativa entre o índice de marcagem e a densidade óptica (p=0,012).  Não foram encontradas correlações significativas entre as demais expressões  avaliadas.

No gráfico 7 foram correlacionadas as variáveis índice de marcagem do Ki 67 versus densidade óptica do Ki-67, onde não houve significância estatística.

GRÁFICO 7 – ÍNDICE DE MARCAGEM DO Ki-67 X DENSIDADE ÓPTICA DO Ki-67

No gráfico 8 foram correlacionadas as variáveis índice de marcagem do CD34 versus densidade óptica do CD34, onde houve significância estatística.

GRÁFICO 8 – ÍNDICE DE MARCAGEM DO CD34 VERSUS DENSIDADE ÓPTICA DO CD34

No gráfico 9 foram correlacionadas as variáveis índice de marcagem do Ki 67 versus índice de marcagem do CD34, onde não houve significância estatística.

GRÁFICO 9 – ÍNDICE DE MARCAGEM DO Ki-67 VERSUS ÍNDICE DE MARCAGEM DO CD34 

No gráfico 10 foram correlacionadas as variáveis densidade óptica do Ki-67  versus densidade óptica do CD34, onde não houve significância estatística.

GRÁFICO 10 – DENSIDADE ÓPTICA DO Ki-67 X DENSIDADE ÓPTICA DO CD34

4.4 ANÁLISE DA IDADE DAS PEÇAS E A LEITURA DAS LÂMINAS

Das 40 lâminas de tumores de ovário, 20 eram de 1998 a 2001 e outras 20  eram de 2002 a 2005. 

4.4.1 Marcador: Ki-67

Conforme a tabela 9, das lâminas de 1998 a 2001, 12 (60%) foram lidas para  análise de Ki-67 e 8 (40% ) não foram lidas, totalizando 20 lâminas. Das lâminas de  2002 a 2005, 7 (35%) foram lidas e 13 (65%) não foram lidas, totalizando 20  lâminas. Testou-se a hipótese nula de que a proporção de lâminas de 1998 a 2001  que são lidas é igual à proporção de lâminas de 2002 a 2005 que são lidas, versus a  hipótese alternativa de proporções diferentes. O resultado do teste indicou a não  rejeição da hipótese nula (p=0,2049). Sendo assim, para a análise da expressão de  Ki-67, não podemos afirmar que existe diferença significativa entre lâminas do  período de 1998 a 2001 e lâminas do período de 2002 a 2005, em relação à  viabilidade da leitura. 

TABELA 9 – CAPACIDADE DE LEITURAS DAS LÂMINAS PARA O Ki-67

4.4.2 Marcador: CD34

Conforme tabela 10, das lâminas de 1998 a 2001, todas as 20 lâminas foram  lidas para análise do marcador CD34. Das lâminas de 2002 a 2005, 19 (95%) foram  lidas e 1 (5%) não foi lida, totalizando 20 lâminas. Testou-se a hipótese nula de que  a proporção de lâminas de 1998 a 2001 que são lidas é igual à proporção de  lâminas de 2002 a 2005 que são lidas, versus a hipótese alternativa de proporções  diferentes. O resultado do teste indicou a não rejeição da hipótese nula (p=1). Sendo  assim, para a análise da expressão de CD34, não podemos afirmar que existe  diferença significativa entre lâminas do período de 1998 a 2001 e lâminas do período  de 2002 a 2005, em relação à viabilidade da leitura. 

TABELA 10 – CAPACIDADE DE LEITURAS DAS LÂMINAS PARA O CD34

5 DISCUSSÃO

5.1 TUMORES MALIGNOS DE OVÁRIO

O câncer de ovário apresenta a maior taxa de mortalidade entre os tumores  ginecológicos, uma vez que o diagnóstico em 60% das vezes é realizado nos  estádios III e IV da FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia), o  que piora muito o prognóstico e reduz drasticamente a sobrevida das pacientes,  sabendo disto muitos pesquisadores investem em estudos que descubram um  marcador tumoral com boa sensibilidade e especificidade, realizando um diagnóstico  precoce e melhorando desta maneira a sobrevida das pacientes. O intuito do  presente estudo foi justamente a investigação de marcadores precoces nos tumores  malignos de ovário.

5.2 MARCADORES TUMORAIS

Os avanços no conhecimento da biologia molecular têm proporcionado  melhor entendimento dos mecanismos fundamentais que regulam a proliferação e  diferenciação e diferenciação celular, bem como o desenvolvimento de metástases  tumorais. Os marcadores tumorais são substâncias presentes nos tumores, no  sangue e em outros liquidos biológicos, produzidos primariamente pelo tumor ou  secundariamente pelo paciente em resposta a presença do tumor.

Os marcadores devem ter como característica poderem ser utilizados para  diferenciar tecidos normais de neoplásicos e que possam ser quantificados por  procedimentos relativamente práticos.

Muitos marcadores já foram estudados, porém poucos apresentaram  resultados dignos de nota, um dele foi o CEA, o antígeno carcinoembrionário, que foi  isolado pela primeira vez por Gold e Freedman em 1965, no intestino de fetos e de  doentes portadores de câncer colorretal. O CEA é uma imunoglobulina cuja principal  função é promover a adesão molecular intercelular. Pesquisas que utilizam técnicas  imunohistoquímicas revelaram que o CEA é um antígeno habitualmente presente  nas células normais e nas de carcinoma colorretal. A principal diferença entre o  conteúdo de CEA nas células normais e neoplásicas aparenta ser muito mais quantitativa do que qualitativa. Contudo, estudos ultraestruturais demonstraram que existem diferenças no padrão de distribuição celular do CEA quando se compara o  tecido normal com o neoplásico.

A literatura mundial é rica em trabalhos mostrando que um dos melhores  marcadores diagnósticos para os tumores malignos de ovário são a ultra-sonografia  e o marcador sorológico CA-125. No trabalho feito em 2000 por Van Nagell et al., 14000 mulheres foram ratreadas através da ultra-sonografia e do CA-125, tanto para  o diagnóstico precoce quanto para o acompanhamento pós-cirúrgico. Tanto a ultra sonografia quanto o CA-125 apresentaram sensibilidade e especificidade muito  próximas. Entretanto um trabalho publicado em 1986 por Halila et al. demonstraram aumento sérico do marcador CA-125 em mulheres com doença inflamatória pélvica  e em gestações ectópicas, diminuindo de forma importante a especificidade do  marcador em pacientes jovens. Posteriormente, em 1996 Jacobs et al.,  demonstaram que o CA-125 é excelente nas mulheres pós-menopausadas, e como  trata-se de um parâmetro clínico o qual não constava em nossa fonte de dados, não  podemos correlacionar o Ki-67 e o CD 34 com este dado.

No estudo feito por Gadducci et al. em 1992 com 90 pacientes com tumores  malignos de ovário e 254 com patologias benignas de ovário, os autores  constataram uma especificidade de 86,6% e sensibilidade de 76,6% para o CA-125  na avaliação dos tumores malignos de ovário.

Os autores Berek e Bast em 1995 utilizaram os seguintes marcadores  tumorais na detecção precoce do câncer de ovário, O CA-125, o CA 15-3, C19-9, o  CA 54-61, o CA 72-4, CEA, HMFG2, IL-6, IL-10, LSA, M-CSF, NB70K, OVX1, PLAP,  TAG72, TNF, TPA, e UGTF, tais marcadores foram estudados sozinhos e  combinados, tendo o CA-125 uma sensibilidade de 83%, similar ao da ultrasonografia, e a especificidade de 99,7%.

Apesar do CA-125 e o CEA iniciarem o marco na literatura dos marcadores  tumorais ovarianos, muitos outros marcadores são estudados frequentemente. Após  intensa revisão da literatura não foram encontrados muitos trabalhos utilizando os  marcadores tumorais Ki-67 e CD34 como fatores diagnóstico para os tumores  malignos de ovário, sendo a grande maioria dos trabalhos relacionados a fatores  prognósticos para tumores malignos de ovário utilizando tais marcadores tumorais,  diferentemente do estudo aqui apresentado, que investiga marcadores tumorais  diagnósticos para tumores malignos de ovário.

5.3 O MARCADOR TUMORAL Ki-67

Os autores Brown e Gatter, em 1990 descreveram o Ki-67 como um  anticorpo monoclonal sendo um meio confiável e fácil de avaliar a fração de  crescimento tumoral humano. Embora o número de estudos a longo prazo seja  limitado, parece fornecer informações prognósticas valiosas, particularmente nas doenças linfoproliferativas. Desde que se observou que a fração de crescimento é  somente um dos fatores que influenciam o comportamento tumoral, seria ingênuo  acreditar que, essa medida seria um parâmetro isolado, para fornecer ao clínico,  com exatidão, o prognóstio definitivo para todos os tumores. O anticorpo também é  usado em pesquisas para fornecer meios de mensurar a atividade proliferativa em  uma variedade das condições além da malignidade, podendo também servir no  monitoramento após a terapia estabelecida pelo médico assistente.

Os autores Isola et al. em 1990 estudaram o Ki-67 como marcador  imunohistoquímico de proliferação celular em pacientes na peri-menopausa com  tumor ovariano. Concluíram que o Ki-67 poderia ser utilizado como marcador  prognóstico para mulheres peri-menopausadas com câncer de ovário, diferente  deste trabalho onde o Ki-67 foi utilizado como marcador diagnóstico e não  prognóstico e onde não houveram parâmetros clínicos tais como a peri-menopausa.

Henriksen et al., assim como no presente trabalho, realizaram estudos  imunohistoquímicos através da citometria de fluxo de amostras de tumores  ovarianos malignos, através da expressão do Ki-67, entretanto o intuito foi uma  avaliação prognóstica, e eles também investigaram os tumores ovarianos borderline  e ovários normais. Chegaram a conclusão que quanto maior o índice de marcagem  pior seria o prognóstico da paciente, no presente estudo, também usando o índice  de marcagem e analisando apenas ovários acometidos por tumores malignos, foi  observada significância estatística do Ki-67 como marcador tumoral diagnóstico para  o câncer de ovário.

O estudo feito por Garzetti et al. em 1995 avaliou o significado biológico da  expressão do antígeno Ki-67 em 54 pacientes, sendo 10 cistoadenomas serosos de  ovário, 16 tumores limítrofes e 28 cistoadenocarcinomas invasivos. Concluíram que  o Ki-67 era significativamente mais elevado nos cistoadenocarcinomas. No presente estudo o Ki-67 apresentou índice de marcagem significativamente estatístico para  todos os tipos histológicos estudados.

Darai et al. testaram a expressão diagnóstica e prognóstica do Ki-67 em tumores de ovário. Sendo 25 tumores benignos de ovário, 35 limítrofes e 20 tumores  malignos. A imunopositividade para Ki-67 foi detectada em 3 tumores benignos, 14  limítrofes e 14 carcinomas ovarianos. A diferença no estudo imunohistoquímico do  Ki-67 foi encontrada entre carcinomas e tumores benignos e entre tumores limítrofes  e carcinomas, mas não entre tumores benignos e limítrofes. Concluíram que o Ki-67  não está correlacionado com nenhum parâmetro prognóstico nos tumores limítrofes  de ovário. No presente trabalho o Ki-67 está associado ao parâmetro diagnóstico e  os tumores estudados foram somentes tumores malignos de ovário, não entrando na  análise os tumores limítrofes.

O estudo feito por Querzoli et al. investigou a relação entre a expressão do  Ki-67, em 871 amostras de carcinomas mamários infiltrativos, estudando variáveis  de prognóstico. Selecionaram aleatoriamente pelo menos 15 campos de cada  amostra sob objetiva de 40X com contagem de pelo menos 2000 núcleos,  estabeleceram índice proliferativo do Ki-67 pela porcentagem de áreas de núcleos  marcados positivamente e o número total contado. Verificaram índice proliferativo de  0,01 a 96,5% com média de 8,42%. Utilizando como ponto de corte ≥ 13% de  porcentagem de área nuclear marcada, encontraram 36,4% nas amostras com alto  índice proliferativos. A variedade ductal teve índice médio de 41,8%. Estudando um  grupo de 170 pacientes, com seguimento médio de 65,5 meses e índice proliferativo  baixo e nódulo negativo, foi verificado que viveram significativamente mais tempo  livre da doença. Concluíram que o índice proliferativo é confiável e prático, sendo um  método útil para mensurar atividade proliferativa e um importante preditor de  comportamento clínico, diferente do presente estudo onde o tecido estudado foi o  ovário e usou-se o Ki-67 como marcador diagnóstico. Entretanto ambos os trabalhos  investigaram o índice de atividade proliferativa tumoral.

Piek et al. em 2001, estudaram a predisposição para o desenvolvimento do  câncer de ovário, usando o Ki-67 como marcador tumoral, porém, os tecidos estudados foram as trompas. Foram separadas mulheres para um grupo controle e  outras com predisposição ao câncer de ovário, e neste caso o Ki-67 mostrou  aumentada sua expressão, assim como no presente trabalho, que também apresentou expressão aumentada para o Ki-67, entretanto o tecido estudado foi o  ovário.

5.4 O MARCADOR TUMORAL CD34

Em 2000, Costa e Guinee utilizaram o CD 34 como marcador  imunohistoquímico em 43 blocos de parafina, estudando vários tipos histológicos de  tumores do trato genital feminino, sendo sua expressão marcada mais  expressivamente nos sarcomas epiteliais, demonstrando ser um excelente marcador  tumoral neste tipo histológico de tumor. No presente estudo também utilizando  blocos de parafina, porém o objeto da análise sendo os tumores malignos ovarianos,  o CD34 também foi utilizado como marcador imunohistoquímico.

A angiogênese, por ser fator independente e aplicável na prática para todos  os tumores sólidos, é considerada como bom indicador de prognóstico. No  carcinoma prostático, Wakui et al. mostram que a densidade de microvasos  apresenta-se aumentada nos tumores de alto grau e nos casos metastáticos. No  melanoma cutâneo e nevus displásico atípico grave, Barnhill et al. observaram que o  número de microvasos era maior em relação ao nevus comum. Em carcinoma da  mama, Horak et al. descrevem um número mais elevado de vasos em carcinomas  com linfonodos axilares positivos e pouco diferenciados, bem como nos tumores  associados a menor sobrevida. No trato genital, a angiogênese tumoral é bem  estudada no colo uterino. Observou-se que a neoplasia intra-epitelial cervical grau III  apresenta maior número de vasos quando comparada às lesões de baixo grau. No  carcinoma de colo nos estádios clínicos IB e IIA, operados, há maior número de  vasos quando os linfonodos pélvicos são positivos, o que se relaciona à menor  sobrevida. Entre as neoplasias do ovário, Hollingsworth et al. citam que os tumores  com densidade vascular mais alta apresentam maior risco para recidivas. Assim  como a maioria dos artigos da literatura, ou seja, associando o marcador CD34 a  prognóstico e não a diagnóstico, que é o caso do presente estudo, no qual o  marcador tumoral é analisado como fator diagnóstico.

A maioria dos estudos a respeito da angiogênese utiliza, como marcador  vascular imunohistoquímico, o fator VIII (fator de von Willebrand). Porém, Ramani et  al., com esse marcador, notaram que o fundo estromal era intensamente corado, impossibilitando a avaliação correta da formação vascular. Ramani et al. e Sankey et  al. valeram-se de um novo anticorpo monoclonal para endotélio, o anti-CD34, que  pode ser usado em tecidos fixados em formalina e parafinados rotineiramente. O  antígeno CD34 é encontrado nas células progenitoras hematopoéticas e na  membrana citoplasmática de células endoteliais, sendo assim bom marcador  vascular. As células endoteliais, quando tratadas pelo anti-CD34, são coradas na cor  castanha. Neste estudo foi utilizado o anticorpo anti-CD34 para avaliar a  angiogênese e observado que a sua caracterização é possível, pela coloração do  vaso sangüíneo, distinguindo-o de todos os demais elementos estromais. 

Ali-Fehmi et al. estudaram 118 pacientes com carcinoma seroso de ovário  em alto grau e estágio avançado (III e IV), com o objetivo de examinar a expressão  da ciclooxigenase, a proliferação do tumor, a apoptose e a angiogênese, através da  ciclooxigenase-2, Ki-67, fator de crescimento vascular endotelial, Bcl-2 e CD34.  Concluíram que a expressão da ciclooxigenase-2 correlaciona-se com a proliferação  e angiogênese do tumor, mas não com os marcadores apoptóticos no carcinoma  seroso ovariano em estágio avançado. No presente estudo o tumor ovariano teve  sua angiogênese avaliada pelo marcador tumoral CD34.

5.5. A IMUNOHISTOQUÍMICA

As publicações científicas com aplicações da imunohistoquímica em  patologia cirúrgica aumentaram significativamente desde a sua introdução, no início  da década de 70. Fato este que apenas reflete a posição que a imunohistoquímica  hoje ocupa em um laboratório de patologia cirúrgica, ou seja, a de técnica  complementar na resolução de certos diagnósticos diferenciais de lâminas com a  coloração de HE.

Os patologistas australianos, Leong e Wright, escreveram o primeiro artigo  que avalia a contribuição da imunohistoquímica na área de diagnóstico de tumores.  Dos 958 tumores da rotina cirúrgica que necessitaram de imuno-histoquímica no  Instituto de Ciências Médicas e Veterinárias na cidade de Adelaide, em 1987, os  autores escolheram 200 casos consecutivos e classificaram-nos em uma de cinco  categorias: 1) a imunohistoquímica confirmou o diagnóstico suspeito nas lâminas  coradas em HE; 2) a imunohistoquímica contribuiu para o diagnóstico definitivo a partir de uma lista de diagnósticos diferenciais; 3) a imunohistoquímica contribuiu por  excluir algum diagnóstico diferencial; 4) a imunohistoquímica não foi de auxílio  nenhum para o diagnóstico; e 5) a imunohistoquímica rendeu um diagnóstico não  suspeitado previamente. Segundo os autores, a imunohistoquímica foi  particularmente de grande auxílio nos diagnósticos diferenciais entre linfoma  anaplásico e carcinoma, e na identificação de melanoma amelanótico; além disso, a  escolha de um painel de anticorpos baseado nos diagnósticos presumidos nas  lâminas coradas em HE é de grande ajuda para a diferenciação de tumores de  células anaplásicas e fusiformes, bem como no presente estudo onde a  imunohistoquímica contribuiu na confirmação diagnóstica, apesar do tecido estudado  ter sido o ovário.

5.6 A ESCOLHA DOS MARCADORES

A fase de escolha dos anticorpos a serem testados, após a análise da  lâmina corada em HE, é tão importante quanto o cuidado técnico necessário para  que as reações imunohistoquímicas sejam de qualidade e possam ser interpretadas  de maneira correta pelo patologista.

Vários autores concordam que não é a qualidade das reações, mas a  escolha dos anticorpos, a interpretação das colorações e a integração dos  resultados imunohistoquímicos ao diagnóstico suspeitado nas lâminas coradas em  HE que são importantes para a formulação de um diagnóstico final pertinente. O que  coincide com este trabalho, uma vez que os marcadores escolhidos, o Ki-67 e o  CD34, estão direcionados para a imunohistoquímica.

6 CONCLUSÕES

a) Houve correlação do marcador Ki-67 nos tumores malignos de ovário em  relação ao índice de marcagem e não houve correlação do marcador Ki-67 nos  tumores malignos de ovário em relação à densidade óptica.

b) Houve correlação do marcador CD34 nos tumores malignos de ovário em  relação ao índice de marcagem e não houve correlação do marcador CD34 nos  tumores malignos de ovário em relação à densidade óptica.

c) A capacidade de leitura dos marcadores tumorais Ki-67 e CD34 não se  alterou em relação ao tempo de armazenamento dos blocos de parafina com os  quais foram confeccionadas as lâminas utilizadas no presente estudo.

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APÊNDICES

APÊNDICE 1

APÊNDICE 2

APÊNDICE 3