ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS APLICADA AO PROCESSO DE AMOSTRAGEM POR RETROESCAVADEIRA NA MINERAÇÃO

PRELIMINARY RISK ANALYSIS APPLIED TO THE SAMPLING PROCESS BY BACKHOE LOADER IN MINING

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7729789


Kleverson Leonardo Cruz¹
Guilherme Schayder Souza¹
Letícia Efrem Natividade de Oliveira¹


RESUMO

Na indústria mineral, destaca-se o processo de amostragem de superfície, que oferece riscos ocupacionais aos trabalhadores envolvidos. O presente estudo teve como objetivo a identificação dos riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores que executam a atividade de amostragem mineral por retroescavadeira estão expostos. Para o desenvolvimento do trabalho, foram utilizadas a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica. Foram identificados os riscos envolvidos nas três etapas que compõem o processo analisado: primeiro carregamento/descarregamento dos materiais e equipamentos; abertura e amostragem mineral por retroescavadeira; segundo carregamento/descarregamento dos materiais e equipamentos. A seguir foram apontados causas e efeitos de cada risco encontrado, além de determinadas as categorias dos mesmos. Foram, ainda, propostas ações de controle relacionadas aos riscos.

PALAVRAS-CHAVE: riscos ocupacionais. amostragem mineral. gerenciamento de riscos

ABSTRACT

In the mineral industry, the surface sampling process stands out, which poses occupational risks to the workers involved. The present study aimed to identify the occupational hazards to which workers who perform mineral sampling by backhoe are exposed. For the development of the work, documentary research and bibliographical research were used. The risks involved in the three stages that make up the analyzed process were identified: first loading/unloading of materials and equipment; opening and mineral sampling by backhoe; second loading/unloading of materials and equipment. The causes and effects of each risk found were pointed out below, in addition to determining their categories. Risk-related control actions were also proposed.

KEYWORDS: occupational hazards. mineral sampling. risk management

1 INTRODUÇÃO

A mineração é uma das atividades mais antigas da humanidade. Daí, o emprego de expressões da atividade mineral da Pré-História e da História: Idade da Pedra Lascada (Paleolítico), Idade da Pedra Polida (Neolítico) e Idade dos Metais (XAVIER, 2017).

No Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM, 2021), o setor mineral emprega diretamente mais de 176 (cento e setenta e seis) mil trabalhadores. Ainda de acordo com tal instituição, cada emprego direto na mineração gera 3,5 postos de trabalhos diretos na cadeia seguinte, que é a de transformação mineral.

Na indústria mineral, destaca-se o processo de amostragem de superfície, que está presente na avaliação de depósitos minerais (mina e jazida), no controle de processo em laboratórios, em instalações de beneficiamento e na comercialização de produtos (STOPA, 2017). Segundo Stopa (2017), tal etapa representa o primeiro passo para o conhecimento das características de um produto ou das condições de uma determinada operação.

Conforme Soranso et al. (2017), a legislação referente à segurança do trabalho vem constantemente sendo atualizada e a fiscalização no setor da mineração está cada vez mais rigorosa, contribuindo para uma melhora significativa na saúde ocupacional dos trabalhadores. Porém, ainda há muito para se melhorar nesses quesitos, pois o número de acidentes e sua gravidade ainda são elevados, comparando-se a atividade da mineração com outros tipos de atividades (SORANSO et al.2017).

Segundo Bittencourt (2019), o Brasil ocupa o quarto lugar do ranking mundial de acidentes de trabalho com óbito, ficando atrás da China, Estados Unidos e Rússia. Destaca-se que a indústria extrativa mineral é responsável pelas maiores taxas de mortalidade dentre toda a indústria brasileira (CATTABRIGA; CASTRO, 2014). Segundo Brasil (2016), entre os anos de 2007 e 2015 foi registrada, na indústria mineral, uma incidência média de 387,90 acidentes de trabalho por ano e uma taxa média de 339,67 mortes de trabalhadores por ano.

O Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (OSST, 2023) identificou as 805 (oitocentos e cinco) registros e a ocorrência de 30 (trinta) mortes relacionadas. Destaca-se, ainda, no mesmo período, o registro de 248 (duzentos e quarente e oito) acidentes de trabalho ocorridos entre operadores de máquinas de construção civil e mineração, com 17 (dezessete) óbitos anotados. Ressalta-se que 157 (cento e cinquenta e sete) ocorrências de acidentes de trabalho no período mencionado, como nove fatalidades referentes, relacionaram-se às funções de: técnico em mineração, técnico em geologia, operador de escavadeira e amostrador de minério (OSST, 2023).

Diante do exposto, o objetivo geral desse estudo é identificar os riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores que executam a atividade de amostragem mineral por retroescavadeira estão expostos. Os objetivos específicos são: descrever a atividade de amostragem mineral por retroescavadeira; analisar de forma qualitativa os riscos identificados na atividade; e propor ações de controle dos riscos, a partir da análise realizada.

2 METODOLOGIA

Este estudo é de natureza aplicada. Conforme Barros (2000), as pesquisas aplicadas são voltadas para a resolução de problemas ou necessidades concretas e urgentes. Trata-se, ainda, de uma pesquisa de abordagem qualitativa. Segundo a afirmação de Denzin e Lincoln (2011), a pesquisa qualitativa consiste em um conjunto de práticas interpretativas que dão visibilidade ao mundo.

Quanto aos seus propósitos, o estudo é de caráter exploratório e descritivo. De acordo com Gil (2007), a pesquisa exploratória permite maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Já a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007).

Para o desenvolvimento do estudo, foram utilizadas a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica. Segundo Fontelles et. al (2009), a pesquisa documental se assemelha a pesquisa bibliográfica, mas se limita à utilização de documentos que não receberam tratamentos analíticos. Fonseca (2002) afirma que a pesquisa bibliográfica ocorre a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas, por meios escrito e eletrônico, como livros, artigos científicos e páginas de web sites. Já para o levantamento dos riscos relacionados ao processo de amostragem mineral por retroescavadeira e a determinação de suas respectivas causas e efeitos, foi utilizada a técnica denominada Análise Preliminar de Riscos (APR).

2.1 Fluxo do trabalho

A pesquisa ocorreu em uma mineradora a céu aberto, localizada em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte – Minas Gerais, que tem a sua produção voltada para a exploração do minério de ferro. Atualmente, a empresa emprega mais de 1.500 (mil e quinhentos) profissionais. A etapa de amostragem mineral por retroescavadeira faz parte de um processo da geologia de curto prazo, sendo esse subdivido em: mapeamento geológico das frentes de lavra, programação de amostragem geológica, levantamento topográfico das frentes de lavra, amostragem mineral por retroescavadeira, análise laboratorial físico-química das amostras, atualização do banco de dados e incorporação das amostras no modelo geológico.

O processo de amostragem mineral por retroescavadeira é constituído por três etapas. As etapas e a descrição das mesmas são apresentadas no quadro 1.

Quadro 1 : Etapas do processo de amostragem mineral por retroescavadeira

ETAPASDESCRIÇÃO
Carregamento/descarregamento dos materiais e equipamentosA equipe composta por um operador, um técnico em mineração e um auxiliar de amostragem faz o carregamento dos itens necessários para a realização da amostragem mineral por retroescavadeira. Os materiais necessários são: o martelo de geólogo, o Global Positioning System (GPS), a pá de amostragem, a enxada, a picareta, os sacos de amostras e lacres. Os materiais são transportados do escritório para a caminhonete. Após a acomodação dos materiais na caminhonete, o veículo desloca-se até o local de interesse, denominado “praça de amostragem na mina”. A seguir, executa-se o descarregamento dos mesmos materiais que foram carregados. Verifica-se, então, as condições do banco, da berma, do talude e da crista do local a ser amostrado.
Abertura e amostragem mineral por retroescavadeiraO material a ser amostrado pela retroescavadeira pode ser tanto o minério (agregado de minerais rico em um determinado mineral) quanto o estéril (materiais escavados que não têm valor econômico). O técnico em mineração define a profundidade da trincheira (canal horizontal), que pode variar de acordo com o forro na berma que, por sua vez, não pode ultrapassar um metro. Caso o forro seja mais profundo na berma, o operador poderá ultrapassar esta profundidade para que seja definido o contato e coletada a amostra com o braço da retroescavadeira, sendo proibida a entrada na trincheira em profundidades acima de um metro. A seguir, o técnico em mineração define os contatos geológicos e os intervalos amostrais. Os contatos geológicos podem ser marcados com estacas de madeira, tubos de PVC branco, pedaços de fita plástica, papel ou outra forma de marcação adequada. Então, com auxílio de uma pá de mão, as amostras dos intervalos amostrais são coletadas dentro trincheira pelo técnico em mineração e pelo auxiliar de amostragem e, a seguir, acondicionado em dois sacos plásticos. Cada um dos sacos comporta uma massa de 10kg (dez quilos) de amostra. Durante a coleta, enquanto um trabalhador segura o saco de amostra, o outro se encarrega de enchê-lo com o material coletado. Normalmente, os trabalhadores revezam o uso da pá de amostragem. Os sacos cheios de amostra são, então, fechados, utilizando-se o lacre correspondente a cada intervalo amostral. Finalmente, com o auxílio do GPS, realiza-se o levantamento de coordenadas dos pontos inicial e final das trincheiras.
Carregamento/descarregamento dos materiais e equipamentosApós a realização da amostragem, a carroceria da caminhonete e carregada, manualmente, com as amostras de minério e/ou estéril coletadas na mina. Após todas as amostras serem acomodadas na carroceria da caminhonete, efetua-se o transporte delas para o laboratório, onde serão realizadas as análises física e química. Já no laboratório, realiza-se o descarregamento manual das amostras, que são transportadas até o local determinado.

Fonte: Adaptado de Vale (2021).

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Lavra a céu aberto com bancadas

Segundo Curi (2017), para a exploração do minério de ferro, utiliza-se o método de lavra a céu aberto, que geralmente é realizado em lavra com bancadas. Tal método é empregado em áreas com extenso capeamento e aplicado a camadas horizontais próximas à superfície. O estéril é removido e transportado, formando uma pilha de estéril adjacente (CURI, 2017).

Conforme Souza (1994), a lavra a céu aberto com bancadas pode ser executada em duas formas: em encosta ou em cava. Em alguns casos, os dois métodos são realizados na mesma mina. O Quadro 2 apresenta alguns elementos que compõem a lavra a céu aberto com bancadas e suas respectivas descrições.

Quadro 2 : Elementos da lavra a céu aberto com bancadas

fonte:Adaptado de Souza (1994).

A figura 1 ilustra alguns dos elementos da lavra a céu aberto com bancadas.

Figura 1 : Elementos de uma lavra a céu aberto com bancadas

Fonte: Adaptado de Kliche (2011).

3.2 Amostragem de superfície

A amostragem de superfície é feita através da abertura de trincheiras e canaletas horizontais com o auxílio de uma retroescavadeira de pequeno porte (URBANO, 2013). De acordo com Góes et al. (2004), o processo de amostragem consiste na retirada de quantidades moduladas de material (incrementos) de um todo que se deseja amostrar, para a composição da amostra primária ou global, de tal forma que esta seja representativa do todo amostrado.

3.3 Riscos ocupacionais

De acordo com a NR 1, riscos ocupacionais são a combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde por evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde (BRASIL, 2020). Ainda conforme tal norma, os riscos ocupacionais podem ser físicos, químicos e biológicos. A literatura apresenta, ainda, os riscos ergonômicos e os mecânicos ou de acidentes.

Os agentes físicos representam as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores e que em função de sua natureza, intensidade e exposição, são capazes de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador (BRASIL, 2020). Consideram-se agentes químicos as substâncias ou misturas, em estado natural ou produzidas, utilizadas ou geradas no processo de trabalho, que possam causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador, em razão de sua natureza, concentração e exposição (BRASIL, 2020). Já os agentes biológicos são aqueles que podem provocar lesão ou agravo à saúde do trabalhador, em virtude de sua natureza e do tipo de exposição, como os microrganismos, os parasitas ou os materiais originados de organismos (BRASIL, 2020).

Riscos ergonômicos: As condições de trabalho que refletem diretamente na produtividade, gerando danos mentais e físicos nos profissionais são categorizados por esse risco. Podemos citar como aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário dos postos de trabalho, ao trabalho com máquinas, equipamentos e ferramentas manuais, às condições de conforto no ambiente de trabalho e à própria organização do trabalho. (SANTOS ET AL,2021).

3.4 Análise preliminar de riscos (APR)

Segundo Maia (2014), a APR é um método de análise de perigos e riscos, que tem o objetivo de identificar acontecimentos inseguros, causas e resultados e determinar meios de controle. Cardella (2011) descreve ser relevante verificar que as tabelas de categorias para uma Análise Preliminar de Riscos devem ser preenchidas com a descrição dos efeitos dos riscos, de acordo com as especificidades de cada empresa, obtendo-se assim os cenários de possíveis eventos danosos dos seus pontos críticos.

Fruhauf et. al (2005) determinou a categorização da severidade do risco, conforme suas consequências, de acordo com o descrito no Quadro 3.

Quadro 3 : Categorização da severidade dos riscos

Fonte: Adaptado de Fruhauf et al (2005).

Conforme o Quadro 4, a categorização da frequência de ocorrência do risco apresenta cinco níveis.

Quadro 4 : Categorização da frequência de ocorrência dos riscos

Fonte: Queiroz (2013).

De acordo com o apresentado por Queiroz (2013), a partir das categorizações referentes à severidade e à frequência, realizadas conforme os quadros 3 e 4, respectivamente, pode-se obter a matriz para avaliação qualitativa de risco, exibida no Quadro 5. A matriz qualitativa de risco é utilizada para a determinação do nível de risco.

Quadro 5 : Matriz qualitativa de risco

Fonte: Fonte: Queiroz (2013).

A descrição referente a cada nível de risco é apresentada no Quadro 6.

Quadro 6 : Descrição dos níveis de risco

Fonte: Fonte: Queiroz (2013)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Quadro 7, a seguir, apresenta a APR realizada a partir da análise da atividade de amostragem mineral por retroescavadeira.

Quadro 7 : APR relacionada à atividade de amostragem mineral por retroescavadeira

Fonte: Os Autores

A partir dos dados analisados, observa-se que para a atividade de amostragem mineral por retroescavadeira, tem como principais riscos ambientais associados: riscos físicos (calor, ruído e radiação não ionizante); riscos químicos (poeira mineral); riscos ergonômicos (postura inadequada, sobrecarga muscular dinâmica); riscos de acidentes (atropelamento, queda de nível diferente, queda de mesmo nível, projeção de material, desmoronamento talude e ataque animais peçonhentos).

Ao analisar os riscos relacionados a atividade de amostragem mineral por retroescavadeira, observa-se que há dois riscos que foram classificados como não tolerável e com severidade catastrófica, sendo esses o desmoronamento de taludes, cortes, aterros e similares e o risco de atropelamento. Para esses riscos, deve-se ter medidas de controle eficientes, pois a exposição aos mesmos pode gerar fatalidade.

Para os riscos classificados como moderados, deve-se ter uma maior atenção em relação àqueles que apresentam um nível maior de severidade, pois a ausência de medidas de controle eficientes, poderá contribuir para a ocorrência de um evento de grave consequência. Os principais riscos de nível moderado, com severidade crítica, são: queda de nível diferente, ataque de animais (peçonhentos, selvagens, insetos etc.), queda de mesmo nível/escorregão/tropeço, exposição ao ruído, sobrecarga muscular dinâmica, e projeção de materiais e peças. Salienta-se que o descumprimento das medidas de controle determinadas para tais situações de riscos pode gerar consequências/efeitos, como: quebra de membros, incapacidades, queimaduras, cortes e/ou perfuração de membros.

O outro risco moderado com critica severidade é a queda de nível diferente e queda/Escorregão/Tropeço (mesmo nível). Como medida de controle o trabalhador deve seguir todos os passos, pois caso seja ignorado alguma etapa, tem-se o risco de gerar um incidente do funcionário. Um ponto relevante para evitar o incidente é sempre fazer a avaliação visual do local que estiver andando e não ser negligente.

A APR apresenta, ainda, dois riscos que são considerados moderados, mas que apresentam um nível de severidade crítica: sobrecarga muscular dinâmica e a má postura, ambas relacionadas ao carregamento e transporte das amostras até o veículo e ao carregamento e transporte das amostras do veículo ao laboratório. Deve-se salientar que tais atividades são rotineiras. Observa-se que, para médio/longo prazo, faz-se necessário estudar alternativas para reduzir e/ou eliminar os riscos descritos acima. Sugere-se a adaptação de uma plataforma elevatória na carroceria da caminhonete, conforme Figura 2. Isso evitará a torção dos membros superiores e a elevação das amostras de 10kg até o piso da carroceria.

                         Figura 2 : Plataforma elevatória para caminhonete

Fonte: Direct Industry (2023).

Já para a situação do risco ergonômico, relacionado ao Carregamento e transporte das amostras do veículo ao laboratório, na etapa do processo Carregamento/descarregamento dos materiais e equipamentos, recomenda-se a médio/longo prazo a aquisição de uma transpaleteira, conforme Figura 4. Assim, o trabalhador eliminará o esforço físico e a torção dos membros superiores gerados no transporte das amostras da caminhonete para o laboratório.

           Figura 3 : Transpaleteira para carregamento amostra

Fonte: Grupo IW8 (2023).

5 CONCLUSÃO

As investigações realizadas com o uso da metodologia de análise preliminar de risco (APR) procurou classificar os riscos de acordo com a sua probabilidade de ocorrência versus a severidade, encontrando assim o grau de risco. A APR foi realizada para as atividades de amostragem mineral por retroescavadeira. Foram sugeridas medidas de segurança para cada situação encontrada, podendo contribuir para a atenuação ou mesmo a eliminação dos riscos.

As atividades de amostragem mineral por retroescavadeira é uma atividade de extrema importância para delimitação dos corpos de minério, assim como a identificação das qualidades deles. No entanto, com a realização desse estudo, o que se observa é que há poucas pesquisas relatando sobre a segurança do trabalho neste tipo de atividade.

Observa-se que há pontos de melhoria no quesito ergonomia, pois os funcionários ainda utilizam da força para levantam os sacos de amostras para o veículo, assim como o descarregamento no laboratório.

Algumas empresas utilizam a plataforma elevatória adaptada no veículo para carregar e descarregar cargas, sendo uma opção relevante para ser acrescido nas caminhonetes que prestam serviço na área de amostragem de mina e poderia ser estendido para os laboratórios que necessitam transportar amostras.

Um outro item que poderia ser usado seriam os paletes, ou seja, as amostras ficariam posicionadas em cima do mesmo e a plataforma elevatória faria o levantamento dessa carga, sem gerar esforço físico para os trabalhadores. E quando for realizar o descarregamento das amostras a plataforma elevatória e a paleteira hidráulica faria toda a atividade, não gerando esforço físico.

Por fim, este trabalho vem contribuir com o entendimento da segurança do trabalho na mineração, tendo em vista, que ainda há poucos estudos relacionado a esta área de atuação. Para os futuros trabalhos sugere-se um maior detalhamento sobre os riscos ocupacionais na mineração, assim como o uso de tecnologias para reduzir os riscos de acidentes e ergonômicos. Foram sugeridas medidas de segurança para cada situação encontrada, podendo contribuir para a atenuação ou mesmo a eliminação dos riscos.

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