ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) APLICADA A UMA OBRA DE EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL EM GOVERNADOR VALADARES – MINAS GERAIS: ESTUDO DE CASO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10819634


Matheus Oliveira¹;
Josuellen Gondim²;
Orientadora: Letícia Efrem Natividade de Oliveira³.


Resumo: A construção civil é parte preponderante da economia industrial brasileira. Conforme tal importância se destaca, também se observa a grande quantidade de acidentes do trabalho ocorridos no setor. Destaca-se, então, a necessidade de identificação e avaliação dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas por tal indústria, a fim de que sejam estabelecidas medidas de controle dos mesmos. Dessa forma, o presente estudo teve por objetivo analisar os riscos ocupacionais presentes em um canteiro de obras de uma edificação residencial, localizada em Governador Valadares, Minas Gerais, a partir da aplicação da Análise Preliminar de Riscos (APR). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza aplicada, exploratória. A pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso. Foram realizadas três visitas à obra, a fim de identificar e analisar os riscos existentes no ambiente laboral. A coleta de dados se deu por meio da observação assistemática. Os resultados evidenciaram que o risco mecânico foi o mais recorrente, apresentando o maior percentil (33,3 %), seguido do risco físico (26.6%), que se relaciona a ruídos, umidade e à incidência solar. O risco ergonômico apresentou menor frequência, uma vez que foram observados apenas aqueles relacionados a posturas inadequadas em ambos os pavimentos. Assim, a aplicação da APR permitiu a identificação dos riscos com maior frequência nos dois pavimentos existentes na edificação estudada. As intervenções necessárias para redução da possibilidade de ocorrência de danos, bem como suas magnitudes se concentraram principalmente naqueles riscos relacionados à possibilidade de ocorrência de cortes, escoriações e quedas, ou seja, faz-se necessária a reordenação do canteiro de obras, com realização de limpeza e organização, a fim de minimizar a exposição a tais riscos.

Palavras-chave: construção civil, segurança do trabalho, gerenciamento de riscos.

Abstract: Civil construction is a preponderant part of the Brazilian industrial economy. As this importance stands out, the large number of work accidents occurring in the sector is also observed. Therefore, the need to identify and evaluate the risks that exist in the activities involved by this industry is highlighted, so that control measures can be provided for them. Therefore, the present study aimed to analyze the occupational risks present on a construction site of a residential building, located in Governador Valadares, Minas Gerais, based on the application of Preliminary Risk Analysis (APR). This is qualitative research, of an applied, exploratory nature. The research is characterized as a case study. Three visits were carried out to the site, in order to identify and analyze the risks existing in the work environment. Data collection was done through unsystematic observation. The results showed that mechanical risk was the most recurrent, presenting the highest percentage (33.3%), observed from physical risk (26.6%), which is related to noise, humidity and solar influence. The ergonomic risk was less frequent, as only those related to the postures used on both floors were presented. Thus, the application of APR allowed the identification of risks more frequently on the two existing floors of the scientific building. The interventions allowed the prevention of the possibility of damage occurring, as well as their magnitudes were mainly concentrated on those risks related to the possibility of cuts, abrasions and falls, that is, it is necessary to reorganize the construction site, carrying out cleaning and organization in order to minimize exposure to such risks.

Keyword: civil construction, work safety, risk management.

1. INTRODUÇÃO

A construção civil é parte preponderante da economia industrial brasileira. Conforme tal importância se destaca, também se observa a grande quantidade de acidentes do trabalho ocorridos no setor. Segundo o SmartLab (2023), no ano de 2022 foram constatados 612.000 (seiscentos e doze mil) acidentes de trabalho no Brasil. No período de 2012 a 2022, foram registradas no país cerca de 90,1 mil lesões por acidente de trabalho no setor de construção civil (SmartLab, 2023). Ainda conforme o SmartLab (2023), destaca-se que fratura foi a principal lesão ocorrida em tal setor, acometendo cerca de quatro mil trabalhadores acidentados, o que equivale a 21,8% do número máximo de acidentes registrados em 2022.

Além do expressivo quantitativo de acidentes do trabalho apresentados pela construção civil, nota-se a gravidade dos danos causados pelos mesmos. Segundo o SmartLab (2023), os dados do ano de 2022 indicam que o setor de construção de edificações foi responsável por cerca de 10.400 (dez mil e quatrocentas) notificações de acidentes do trabalho, ocupando a sexta posição em número ocorrências, no Brasil, naquele ano. Observa-se, ainda, que, no mesmo ano, a construção civil ocupou a segunda colocação em casos de acidentes de trabalho notificados que resultaram em morte, representando 3,89% do total de ocorrências, ficando atrás apenas do setor de transporte rodoviário (12,8%).

Na busca pela redução dos acidentes do trabalho no país e de seus danos, a Norma Regulamentadora (NR) nº 01 – que estabelece as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as definições comuns às NR – passou a abordar o gerenciamento de riscos de forma mais específica (Brasil, 2022). Assim, a mesma NR também apresenta as diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais, além das medidas de prevenção relacionadas à Segurança e Saúde no Trabalho (SST) (Brasil, 2022). 

O gerenciamento de riscos se resume a uma série de ações, como: levantamento preliminar dos riscos e sua origem; identificação e avaliação dos perigos no ambiente de trabalho; controle e medidas de prevenção sobre os riscos ocupacionais; implementação de medidas preventivas que estarão dispostas no plano de ações da empresa; dentre outras (Araújo Neto, 2020). Segundo Cardella (2016), a gestão de riscos visa a manutenção dos riscos abaixo dos valores tolerados, por meio de um conjunto de instrumentos que a organização deve utilizar para o planejamento, operação e controle das atividades exercidas. Ainda conforme o mesmo autor, são instrumentos da gestão de risco: os princípios, a política, as diretrizes, os objetivos, as estratégias, as metodologias e os sistemas operacionais.

Nesse contexto, uma das ferramentas mais utilizadas na gerência de riscos é a Análise Preliminar de Risco (APR). Segundo a Norma Brasileira (NBR) International Electrotechnical Commission (IEC) 31.010, estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2021), e que aborda as técnicas para o processo de avaliação de riscos, a APR é definida como um estudo realizado na fase de concepção ou desenvolvimento de um novo sistema ou processo, com o objetivo de determinar os riscos que podem estar presentes na fase operacional do mesmo. De acordo com Dinizio e Martins (2020), a APR originou-se em um programa militar do departamento de defesa dos Estados Unidos da América. Com relação a aplicação da APR na construção civil, diversos autores apontam a capacidade da ferramenta para diagnosticar os riscos em diferentes etapas de construção, bem como para diferentes trabalhadores desta indústria (Oliveira; Febras, 2019).

Assim, o estudo proposto teve como objetivo analisar os riscos ocupacionais presentes em um canteiro de obras de uma edificação residencial, localizada em Governador Valadares, Minas Gerais, a partir da aplicação da APR. Para isso, buscou-se: compreender as atividades desenvolvidas no canteiro de obras; identificar os riscos relacionados a tais atividades e realizar a análise dos mesmos; identificar e priorizar os riscos mais significativos; além de propor medidas preventivas e corretivas adequadas para mitigá-los.

2. REVISÃO TEÓRICA

A organização da construção de edificações apresenta peculiaridades estruturais que representam grandes entraves à introdução dos conceitos e princípios da organização da produção. Diante disso, analisa-se a construção como um sistema de produção, sugerindo-se uma reestruturação da organização convencional da mesma, orientada pelos modernos conceitos da produção baseados na estrutura de processos e operações. Nesse aspecto, a construção configura-se como uma multiorganização temporária (Santos, 2021), realizada com o propósito de executar um projeto específico. Esse tipo de organização também implica em uma grande contingência de mão-de-obra diversificada no canteiro (Juran, 2016).

2.1 Classificação de riscos

Por definição, o risco é a possibilidade de um evento adverso de efeito negativo ocorrer sobre algo; portanto, a palavra risco é entendida como aquilo que não é desejável (Ruppenthal, 2013). Para compreender melhor o conceito do risco, é necessário abordar outros termos que se relacionam com o tema de gestão de riscos, quais sejam: perigo e severidade (Leinfelder, 2016). O perigo deve ser reconhecido e entendido como uma fonte que pode causar lesões ou doenças, danos à propriedade e danos ao meio ambiente do local de trabalho. Já o risco é a probabilidade de ocorrência do evento advindo do perigo. A severidade é entendida como o grau da consequência resultante do acidente (Leinfelder, 2016).

De acordo com Silva e Santos (2023), os riscos presentes no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, e mecânicos ou de acidentes. O Quadro 1 apresenta a descrição de cada um dos tipos de agentes de risco. 

Quadro 1 – Classificação dos agentes de risco

Agentes de riscoDescrição
FísicosSeja qual for a energia que, esteja atrelada a intensidade e exposição, capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes.
QuímicosSubstâncias químicas, seja em sua forma pura ou em combinações, tanto em estado natural quanto resultantes de processos de produção ou trabalho, possuem o potencial de causar danos à saúde dos trabalhadores quando há exposição a concentrações significativas. Exemplos incluem fumos de cádmio, poeira mineral contendo sílica cristalina, vapores de tolueno e névoas de ácido sulfúrico.
BiológicosMicrorganismos, parasitas ou materiais derivados de organismos, dependendo de sua natureza e da forma de exposição, têm o potencial de causar danos à saúde dos trabalhadores. Exemplos notáveis incluem a bactéria Bacillus anthracis, o vírus linfotrópico da célula T humana, o príon associado à doença de CreutzfeldtJakob e o fungo.
Ergonômicos Quaisquer elementos Coccidioides immitis capazes de influenciar as características psicofisiológicas do trabalhador, resultando em desconforto ou impacto na saúde, incluem atividades como o manuseio de carga, ritmo de trabalho excessivo, monotonia, repetição de tarefas, posturas inadequadas durante o trabalho, longas jornadas de trabalho, turnos noturnos, condições de iluminação inadequadas, entre outros aspectos.
Mecânicos ou de acidenteQuaisquer elementos que exponham o trabalhador a condições de vulnerabilidade, comprometendo sua integridade física e/ou bemestar psicológico, abrangem situações como o risco de incêndio e explosão, exposição a eletricidade, uso de máquinas e equipamentos desprotegidos, armazenamento inadequado de materiais, possibilidade de quedas e presença de animais peçonhentos, entre outros fatores relevantes.

   Fonte: Adaptado de Brasil (2022) e Silva e Santos (2023).

2.2 Perfil de acidentes e agentes de risco relacionados à construção civil

No ano de 2022, foram registrados 46.515 (quarenta e seis mil, quinhentos e quinze) acidentes de trabalho na construção civil brasileira, causados por uso de ferramentas manuais, quedas de altura, quedas de mesmo nível e impacto contra pessoa ou objeto (SmartLab, 2023). Ainda em 2022, os agentes mais relacionados à ocorrência de acidentes de trabalho em tal setor foram: agentes químicos, associados a 21.595 (vinte e um mil, quinhentos e noventa e cinco) casos; agentes biológicos, relacionados a 7.744 (sete mil, setecentos e quarenta e quatro) ocorrências; e agentes físicos, responsáveis por 262 (duzentos e sessenta e dois) registros (SmartLab, 2023); não sendo informados dados referentes aos agentes mecânicos e agentes ergonômicos.

Segundo Pinto et al. (2016), a construção civil é um setor econômico com condições inseguras de trabalho, que engloba convencionais estruturas sociais, culturais e políticas. Diversos acidentes podem estar ligados à falta de um sistema de segurança na empresa, a empregadores negligentes, à elaboração de atividades inseguras e aos atos inseguros praticados por seus trabalhadores.

2.3 Análise Preliminar de Riscos (APR)

Para Holleben; Catai; Amarilla (2012), no desenvolvimento de uma APR deve-se realizar o levantamento de todos os riscos existentes no local de trabalho e, em seguida, caracterizá-los, identificando suas principais causas e efeitos. Esperase que a aplicação da APR permita a elaboração de ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas (Mattos; Másculo, 2011). 

No processo de aplicação da APR, conforme delineado por Sherique (2011), deve-se seguir algumas etapas. As mesmas incluem: buscar sistemas análogos para embasar as análises; considerar objetivos, requisitos de desempenho, funções primordiais e procedimentos; estabelecer os limites de atuação e definir o escopo do sistema; identificar os riscos que possam ocasionar lesões diretas imediatas, perda de funcionalidade, danos aos equipamentos e perda de materiais; propor medidas para eliminar ou controlar esses riscos; desenvolver estratégias para mitigar os danos resultantes da perda de controle sobre os riscos; designar responsáveis pela execução de ações preventivas e corretivas, atribuindo também as atividades específicas a cada unidade envolvida (Sherique, 2011).

Segundo De Cicco e Fantazzini (2003), a APR pode ser empregada em instalações existentes de grandes dimensões e quando deseja-se evitar a utilização de técnicas mais extensas para a priorização de riscos. Esta técnica normalmente é utilizada para análises qualitativas; porém, também pode ser utilizada para identificar cenários de acidentes que serão empregados em estudos de análises quantitativas para a obtenção de índices de risco (De Cicco; Fantazzini, 2003).

2.3.1 Apresentação dos resultados da Análise Preliminar de Riscos (APR) 

De acordo com Amorim (2010), os resultados da Análise Preliminar de Risco (APR) são registrados de maneira adequada em um formulário específico, que detalha os perigos identificados, o tipo de risco, suas causas, os danos, as categorias de frequência e severidade do risco, além das medidas corretivas/preventivas recomendadas e do responsável pela implementação das mesmas. O Quadro 2 exibe um modelo de estruturação da APR.

Quadro 2 – Análise Preliminar de Riscos (APR)

Fonte: Adaptado de Cemim (2014).

A descrição de cada um dos itens integrantes do Quadro 2 é apresentada no Quadro 3, a seguir.

Quadro 3 – Descrição dos itens que compõem o quadro de resultados da APR

Itens integrantes da APRDescrição
PerigoEspecificar os perigos identificados no sistema em análise. De forma geral, os perigos são os eventos acidentais que têm potencial de causar danos aos operadores ou ao ambiente.
Tipos de riscoDeterminar os tipos de riscos. São eles: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidente
CausaDiscriminar as causas de cada perigo identificado. As mesmas podem envolver tanto falhas de equipamentos, como erros humanos.
DanoExpressar os possíveis danos que podem ser ocasionados pela exposição aos perigos.  
FrequênciaIdentificar a categoria de frequência de exposição aos perigos.
SeveridadeIdentificar os níveis de severidade relacionados aos danos que podem ser ocasionados pela exposição aos perigos.
Classificação do riscoDeterminar os níveis de riscos, a partir da matriz de riscos.
Procedimentos e MedidasEspecificar os procedimentos de segurança e medidas preventivas/protéticas que devem ser adotados para controlar os riscos.
Profissional ResponsávelApontar os profissionais responsáveis pela implementação dos procedimentos de segurança e medidas preventivas/protetivas que devem ser implementados.

Fonte: Adaptado de Amorim (2010).

2.3.2 Definição da Frequência na Análise Preliminar de Risco (APR)

Segundo Amorim (2010), ao identificar a possibilidade de que um acidente possa acontecer, atribui-se ao evento um grau de ocorrência que tem variação de “A” até “E”, o que corresponde a um evento de frequência extremamente remota a frequente, respectivamente. Na APR, para definir a frequência de exposição ao risco que pode resultar em acidentes, utiliza-se o Quadro 4 como referência.

Quadro 4 – Frequência de ocorrência dos eventos

Grau de FrequênciaOcorrênciaDescrição
AExtremamente RemotaBaixíssima probabilidade de ocorrer o dano
BRemotaBaixa probabilidade de ocorrer o dano
CPouco provávelModerada probabilidade de ocorrer o dano
DProvávelElevada probabilidade de ocorrer o dano
EFrequenteElevadíssima probabilidade de ocorrer o dano

Fonte: Adaptado de Amorim (2010).

2.3.3 Determinação da Severidade na Análise Preliminar de Risco (APR)

Na APR, a severidade corresponde ao grau do dano associado ao risco de exposição a um acidente de trabalho (Amorim, 2010). Para a determinação da severidade relacionada à gravidade de determinado dano, utiliza-se o Quadro 4, a seguir.

Quadro 4 – Severidade dos eventos

Grau de SeveridadeEfeitoDescrição
IDesprezível Acidentes que não provocam lesão corporal ou perturbação funcional.
IIMarginalLesões leves
IIICríticaAcidentes com afastamentos e lesões incapacitantes, sem perdas de membros (fraturas, cortes profundos).
IVCatastróficaMorte ou lesões graves em várias pessoas

Fonte: Adaptado de Amorim (2010).

2.3.4 Obtenção do índice de classificação do risco na Análise Preliminar de Risco (APR)

Na aplicação da técnica APR, a classificação de um risco é realizada por meio de uma análise entre os graus de frequência associados aos riscos e os graus de severidade referentes a seus efeitos (Amorim, 2010). Portanto, o resultado da classificação do risco se dá pela combinação desses dois fatores, ou seja, frequência e severidade (Amorim, 2010), correspondendo aos números apresentados pela matriz do Quadro 5.

Quadro 5 – Matriz de classificação de riscos utilizada na Análise Preliminar de Riscos (APR)

Fonte: Adaptado de Amorim (2010).

3. MATERIAIS E MÉTODOS 

Quanto a sua abordagem, o presente estudo caracteriza-se como um estudo de caso qualitativo. Trata-se de uma pesquisa aplicada, que se caracteriza por seu interesse prático, isto é, os resultados podem ser aplicados ou utilizados imediatamente na solução de problemas que ocorrem na realidade (Marconi; Lakatos, 2017). Em relação a seus objetivos, o estudo classifica-se como exploratório, definido por Collis e Hussey (2005), como aquele que busca identificar padrões, ideias ou hipóteses. Além disso, trata-se de um estudo de caso. 

A escolha do canteiro de obras, objeto deste estudo, deu-se pelo fato dos autores deste trabalho serem os responsáveis técnicos pelos projetos da mesma, que possui como características: representatividade, acessibilidade, diversidade de riscos, e impacto potencial na comunidade. A área de estudo analisada refere-se à uma obra de edificação de um conjunto de casas geminadas, com pavimentos em diferentes fases de execução. Trata-se de duas unidades familiares que, juntas, somam 500 (quinhentos) metros quadrados de área construída, constituindo-se de dois pavimentos, sendo estes: o térreo e o primeiro pavimento.

Conforme figuras 1 e 2, do Apêndice I, a edificação é formada por dez cômodos. No momento da pesquisa, a execução dos serviços encontrava-se nas fases de concretagem, revestimento e acabamento. As ferramentas utilizadas durante tais fases eram: serra circular, enxada para mistura manual da massa, martelos, marretas, piquete, trenas, desempenadeira de aço, dentre outras. A obra contava com oito funcionários, sendo estes três pedreiros, quatro serventes e um armador.

No térreo, a construção encontrava-se na fase de acabamento das paredes; também era realizada a instalação da rede elétrica e das peças hidráulicas. Nos fundos do imóvel, eram executadas a instalação de armaduras, a concretagem de vigas, além da vedação. Portanto, nesse pavimento haviam duas fases distintas de execução: acabamento e concretagem. Nas figuras 3 e 4, do Apêndice I, observa-se a execução das piscinas previstas em projetos, prestes a iniciar a fase de acabamento, bem como a execução do muro de divisa, com o uso de andaime, ainda em fase de execução do revestimento.

Já o primeiro pavimento estava na fase de execução do revestimento e acabamento, com a realização de pintura e a instalação de material cerâmico. Efetuava-se, ainda, a instalação de rede elétrica e de peças hidráulicas, bem como a construção de um muro de divisa.

3.1. Coleta de dados

Para o levantamento dos dados, foram realizadas três visitas à obra de edificação. As mesmas ocorreram ao longo de um período de quatro semanas, no mês de março de 2023, e permitiram uma abordagem abrangente do ambiente de trabalho, garantindo a coleta de dados detalhados e relevantes para a análise dos riscos e a elaboração de recomendações de segurança adequadas para a obra de residência unifamiliar em questão. Os dados foram coletados através de observação assistemática.

A primeira visita ocorreu no início do estudo, quando se efetuou uma observação inicial do local, identificando-se os principais aspectos da obra e os potenciais riscos presentes no ambiente de trabalho. Não houve acompanhamento por parte de um responsável pela obra nesta visita.

Já a segunda visita aconteceu uma semana após a primeira. Nesta segunda ocasião, foram coletados dados mais detalhados sobre os processos de trabalho, as condições do canteiro de obras e as medidas de segurança adotadas. Houve acompanhamento e orientação de um responsável pela obra, que forneceu informações adicionais e esclareceu dúvidas sobre o projeto e as práticas de segurança adotadas. Para coletar os dados necessários para o preenchimento da APR, foram realizadas anotações in situ. Destaca-se que, durante o processo de coleta de dados, não foram utilizados equipamentos específicos para a medição dos agentes de risco.

A terceira visita realizou-se três semanas após a segunda. Nesta etapa, foram finalizados os levantamentos de dados e realizadas as últimas verificações necessárias para a conclusão do estudo. Novamente, um responsável pela obra esteve presente para fornecer assistência e garantir o acesso a qualquer informação adicional necessária.

3.2. Análise de dados

Após a identificação dos riscos durante as visitas à obra de edificação, os mesmos foram analisados e classificados. A determinação da frequência e da severidade de tais riscos foi realizada com base em métodos reconhecidos de análise de riscos, considerando-se as características específicas da obra e os potenciais impactos da exposição sobre os trabalhadores e o ambiente. A frequência foi determinada com base na probabilidade de ocorrência de cada cenário de risco identificado. Essa probabilidade foi avaliada considerando-se diversos fatores, como: a frequência de exposição dos trabalhadores ao perigo, a frequência de atividades de alto risco, a eficácia das medidas de controle existentes, dentre outros. Já a severidade foi definida avaliando-se as consequências potenciais de cada cenário de risco em termos de danos à saúde, lesões pessoais, danos materiais e impactos ambientais. Essa avaliação levou em conta a gravidade das lesões ou danos que poderiam ocorrer, a extensão do dano, a irreversibilidade dos efeitos e outros fatores relevantes.

Com base nos resultados da análise de frequência e severidade, os riscos foram classificados em razão da probabilidade de ocorrência e da gravidade das possíveis consequências, de acordo com o potencial de impacto sobre os trabalhadores e o ambiente. A partir da classificação dos riscos, foi possível estabelecer a priorização das medidas de controle e prevenção necessárias para controlá-los. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir são apresentados os resultados encontrados, a partir da aplicação da técnica APR, na obra e edificação residencial localizada em Governador Valadares, Minas Gerais. Os dados foram sintetizados no Quadro 6, a seguir.

Quadro 6 – Análise Preliminar de Risco (APR) – Obra de edificação residencial

Fonte: Os próprios autores (2024).

No primeiro pavimento, foi identificada a presença de fonte de risco advinda das piscinas em execução, devido ao acúmulo de água da precipitação ocorrida nos dias anteriores ao registro in situ. Dessa forma, observou-se o risco físico provocado pela umidade presente, resultando no valor de risco igual a um.

O maior valor de risco encontrado foi equivalente a cinco e corresponde ao risco denominado choque com objetos móveis e fixos, classificado como mecânico, presente tanto no pavimento térreo quanto no primeiro pavimento. Tal risco pode resultar em danos, como cortes e escoriações, devido à disposição de materiais perfurocortantes, como lâminas, revestimentos cerâmicos e outros, em locais inadequados. 

Outro valor de risco de grande magnitude encontrado refere-se à queda de diferente nível. No momento da identificação dos riscos, observou-se a falta de proteção coletiva, como os guarda-corpos, e de proteção individual, como utilização de cinto de segurança tipo paraquedista, com talabarte, pelos trabalhadores que desenvolviam suas atividades nos andaimes ou lajes em execução. 

Durante a fase de execução do revestimento, foram observadas atividades como o corte de peças de cerâmica e barras de aço para a montagem da estrutura em concreto armado. Identificou-se o risco mecânico associado à projeção de partículas. Para determinar a frequência desse risco, considerou-se que a projeção de partículas pode ocorrer mesmo que não haja falhas no procedimento, sendo inerente ao processo de lixamento ou corte de materiais. Além do risco mecânico, a execução do revestimento também apresenta riscos químicos, como a dispersão de partículas de poeira que podem ser inaladas pelos trabalhadores, causando danos às vias respiratórias; além de riscos físicos, como o ruído, que pode reduzir a capacidade auditiva do trabalhador e afetar sua concentração, prejudicando sua saúde mental.

No quadro 6, foram avaliadas as frequências apresentadas na APR de cada tipo de risco identificado no canteiro de obras. Dentre eles, o risco mecânico foi o que apresentou o maior percentil (33,3 %), seguido do risco físico (26.6%), que se relaciona a ruídos, umidade e à incidência solar. O risco ergonômico apresentou menor frequência, uma vez que foram identificados apenas aqueles relacionados a posturas inadequadas em ambos os pavimentos.

Os riscos com maior classificação registrada são aqueles que apresentam uma maior combinação entre a probabilidade de ocorrer o dano e o seu grau de impacto sobre o trabalhador. Nesse sentido, destaca-se o risco mecânico, com classificação equivalente a 5, registrado cinco vezes na APR e que pode resultar em danos mais significativos ao trabalhador. Os resultados encontrados demonstram que a maior classificação de riscos é proveniente de fontes de perigo relacionadas à organização e limpeza do local de trabalho. 

Os resultados encontrados na APR descrita neste estudo vão ao encontro daqueles presentes na pesquisa realizada por Faria et al. (2020), que aplicou a APR a uma obra residencial unifamiliar na cidade de Candeias/MG. Tais autores comprovaram que essa ferramenta de gestão de riscos foi capaz de identificar os principais riscos presentes em cada etapa da execução do empreendimento. Ao combinar a severidade e a frequência encontrada para cada elemento em cada etapa, evidenciou-se que: para etapas como as de montagem das armaduras de aço, formas e a de concretagem da peça estrutural, o principal risco foi o de queda em altura, que pode resultar em fraturas, escoriações e óbito (Faria et al, 2020).

Destaca-se, no caso deste estudo, a necessidade de fornecimento de EPI, como óculos de proteção, máscaras PFF2, bloqueadores solares, botas e luvas de proteção, a fim reduzir a exposição aos riscos mecânicos, químicos e físicos, que foram os mais identificados na APR. Em relação ao risco mecânico relacionado à exposição ao choque elétrico, encontrado neste estudo, Fortunato et al. (2021) afirmam que tal perigo geralmente ocorre com condutores e equipamentos energizados de forma acidental, e pode gerar diversos danos, até mesmo o óbito. Como forma de reduzir tal risco, os autores indicam a implementação de checklists de serviços e treinamentos da NR 10.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi elaborar a Análise Preliminar de Riscos (APR) de um canteiro de obras de edificação residencial, localizado em Governador Valadares, Minas Gerais. A ferramenta demonstrou eficácia ao identificar riscos, caracterizá-los e qualificá-los, e ainda possibilitou a promoção de uma abordagem para reduzi-los por meio da proposta de medidas de proteção coletiva e individual.  

A aplicação da APR permitiu a identificação dos riscos com maior frequência nos dois pavimentos existentes na edificação estudada. Além disso, o estudo buscou mensurar o índice médio de risco para cada classe, identificando aquele com o maior potencial de impacto negativo na segurança dos trabalhadores, bem como avaliar a frequência com que esse risco ocorre. As intervenções necessárias para redução da possibilidade de ocorrência de danos, bem como suas magnitudes se concentraram principalmente naqueles relacionados à possibilidade de ocorrência de cortes, escoriações e quedas, ou seja, faz-se necessária a reordenação do canteiro de obras, com realização de limpeza e organização, a fim de minimizar a exposição a tais riscos. 

Quanto as limitações do presente trabalho, ressalta-se que os resultados encontrados se referem a uma obra de edificação residencial, com características específicas. Nesse entendimento, propõe-se que seja realizado uma pesquisa de revisão bibliográfica acerca de estudos de caso relacionados à aplicação da APR na construção civil já realizados, efetuando-se uma abordagem geral dos riscos presentes neste setor da indústria brasileira. Sugere-se, ainda, a realização de estudo que contemple a avaliação quantitativa dos riscos presentes na obra analisada nesta pesquisa.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE I
Figura 1 – Pavimento Térreo

Fonte: Os próprios autores (2023).

Figura 2 – Pavimento 1

Fonte: Os próprios autores (2023).

Figura 3 – Execução das piscinas


¹math.engenharia@hotmail.com, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Av. Minas Gerais 5189, Ouro Verde – Governador Valadares, Minas Gerais.
²josuellengondim@hotmail.com, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Av. Minas Gerais 5189, Ouro Verde – Governador Valadares, Minas Gerais.
³leticia.oliveira@ifmg.edu.br, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Av. Minas Gerais 5189, Ouro Verde – Governador Valadares, Minas Gerais.