REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411251645
Gabriela Fernanda Terol
Kamila Morais Da Silva Cristo
Profa. Orientadora: Ana Cláudia Paiva Alegre Maller
RESUMO
O uso inadequado de jalecos e a higienização precária de superfícies em ambientes de saúde, pode facilitar a disseminação de microrganismos. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi verificar se havia microrganismos no jaleco dos profissionais de saúde, bem como, em diversas superfícies do ambiente de trabalho, e identificá-los para auxiliar nas medidas de higienização. Os resultados revelaram a presença de microrganismos em locais classificados como críticos, semicríticos e não críticos. Entre eles, foram identificadas as bactérias Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus aureus, que são bactérias Gram-positivas. Além das bactérias Gram positivas, foram identificadas leveduras, bacilos Gram-negativos e Gram-positivos e bactérias do gênero Enterococcus. A presença dessas bactérias Gram-positivas, além de leveduras e outros microrganismos, demonstra a importância da higienização adequada e do uso correto de equipamentos de proteção individual para prevenir a disseminação de infecções. Os resultados sugerem a necessidade de implementar programas de educação em biossegurança para conscientizar os profissionais da saúde sobre a importância dessas práticas para a garantia da segurança dos pacientes e a proteção da própria saúde.
Palavras-chave: Microrganismos; Saúde pública; Biossegurança.
ABSTRACT
The inappropriate use of lab coats and poor cleaning of surfaces in healthcare environments can facilitate the spread of microorganisms. Therefore, the objective of this work was to check whether there were microorganisms on the coats of healthcare professionals, as well as on various surfaces in the work environment, and identify them to assist in hygiene measures. The results revealed the presence of microorganisms in locations classified as critical, semi-critical and non-critical. Among them, the bacteria Staphylococcus epidermidis and Staphylococcus aureus were identified, which are Gram-positive bacteria. In addition to Gram-positive bacteria, yeasts, Gram-negative and Gram-positive bacilli and bacteria of the genus Enterococcus were identified. The presence of these Gram-positive bacteria, in addition to yeasts and other microorganisms, demonstrates the importance of adequate hygiene and the correct use of personal protective equipment to prevent the spread of infections. The results suggest the need to implement biosafety education programs to raise awareness among healthcare professionals about the importance of these practices in ensuring patient safety and protecting their own health.
Keywords: Microorganisms; Public health; Biosafety.
1. INTRODUÇÃO
A biossegurança é definida como um conjunto de ações voltadas para a prevenção, ou seja, a aplicação de medidas de segurança para minimizar ou eliminar os riscos que podem afetar a saúde do homem, dos animais e do meio ambiente (Magalhões et al., 2021). A fim de assegurar a prevenção da contaminação por microrganismos, é necessário adotar medidas de biossegurança, principalmente em áreas insalubres, onde os profissionais são expostos a riscos variados (Abi Rached et al., 2021).
Para garantir a segurança dos profissionais de saúde, é necessário o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), entre os quais se incluem máscaras, luvas, óculos de proteção e jalecos (Marcelino et al., 2024). Segundo a Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6), do Ministério do Trabalho e Emprego, conforme a Portaria SIT nº 787, de 29 de novembro de 2018, é indispensável o uso de EPIs por qualquer trabalhador (Brasil, 2020).
Os EPIs são escolhidos conforme o grau de exposição aos contaminantes, a fim de garantir a segurança dos profissionais e pacientes, sendo também usados e descartados de forma adequada, para evitar a propagação de novos agentes patogênicos, criando barreiras protetoras contra as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) (Brandão, 2020).
Embora as IRAS sejam mais frequentes em ambientes hospitalares, não podemos descartar a importância da Atenção Primária à Saúde (APS) na prevenção dessas infecções, adotando medidas de precaução, como a lavagem correta das mãos, biossegurança e o uso adequado de EPIs, para garantir a segurança dos profissionais e demais pacientes. Como as unidades básicas de saúde, no contexto da atenção primária, são a porta de entrada para pacientes com manifestações clínicas em períodos de maior susceptibilidade às transmissões, elas se tornam mais vulneráveis. Por isso, é fundamental adotar tais medidas de prevenção (Campos, 2021).
O uso do jaleco, embora obrigatório, configura um importante fator de risco para a disseminação de microrganismos patogênicos em ambientes de saúde. Diferentemente das luvas, que são trocadas entre cada atendimento, o jaleco acompanha o profissional durante todo o período de trabalho, acumulando microrganismos provenientes do contato com pacientes e superfícies contaminadas. Essa prática, conforme destacado por Rios et al. (2020), facilita a dispersão de patógenos em diferentes setores de um mesmo estabelecimento de saúde. Embora o contato direto entre profissionais e pacientes seja a principal via de transmissão, os jalecos desempenham um papel crucial nesse processo, atuando como vetores e contaminando a pele dos profissionais, conforme apontado por Paula (2019).
A forma como os jalecos são confeccionados, com excesso de bolsos, recortes e tamanhos inadequados, influencia diretamente a disseminação de microrganismos. Esses detalhes no vestuário favorecem movimentos que aumentam o risco de contaminação das mãos e de objetos, quando comparados a jalecos com designs mais simples e funcionais. A falta de higiene associada a esses movimentos contribui significativamente para a proliferação de bactérias, conforme evidenciado por Brandão (2020).
Vários estudos, incluindo o de Ferreira et al. (2021), apontam que os bolsos, a região da cintura e os punhos dos jalecos são os locais mais propensos à colonização por microrganismos patogênicos. Essa contaminação ocorre devido ao contato constante dessas áreas com superfícies e fluidos corporais infectados durante as atividades assistenciais, aumentando significativamente o risco de transmissão de doenças.
É importante ressaltar que a presença de microrganismos nos jalecos não se limita àqueles visíveis a olho nu. Estudos demonstram que bactérias como o Staphylococcus aureus podem sobreviver por até 26 dias em tecidos como poliéster e algodão, utilizados na confecção de jalecos (Lima et al., 2020). Essa persistência microbiana, mesmo após a lavagem, torna os jalecos um reservatório potencial de patógenos, aumentando o risco de infecções relacionadas à assistência à saúde.
Staphylococcus aureus é uma bactéria Gram-positiva, não esporulada, frequentemente encontrada em regiões como nariz, garganta, intestino e pele. Embora faça parte da microbiota normal, essa bactéria pode se tornar patogênica em diversas situações, como em caso de ferimentos, queimaduras, procedimentos invasivos ou em indivíduos com o sistema imunológico comprometido. Fatores de virulência, como a produção de toxinas e a formação de biofilmes, contribuem para a capacidade do S. aureus de causar infecções (Tavares, 2021).
A colonização por S. aureus é um importante fator de risco para o desenvolvimento de infecções, representando um desafio para a saúde pública. Indivíduos colonizados atuam como portadores da bactéria, disseminando-a para outras pessoas e contribuindo para a ocorrência de surtos. As infecções estafilocócicas podem acometer diversas regiões do corpo e apresentar diferentes manifestações clínicas, sendo a foliculite, o furúnculo, o hordéolo, a hidradenite e o impetigo algumas das infecções cutâneas mais comuns associadas a essa bactéria (Satyra et al., 2021). Além disso, ela possui notável capacidade de adaptação a diversas condições ambientais, o que favorece sua sobrevivência e colonização em diversos hospedeiros.
A resistência a antibióticos em S. aureus é um problema crescente em saúde pública. Essa bactéria pode adquirir genes de resistência por meio de mecanismos como a conjugação, transdução e transformação, permitindo que se adapte rapidamente a diferentes ambientes e aumente sua capacidade de sobreviver na presença de antimicrobianos (Botalho et al., 2022). O uso indiscriminado de antibióticos contribui para o surgimento e disseminação dessas bactérias resistentes, dificultando o tratamento de infecções e aumentando a morbimortalidade (Maestri et al., 2020).
A crescente preocupação com a resistência microbiana e o surgimento de novos patógenos exige uma análise minuciosa de todos os possíveis focos de contaminação, incluindo os jalecos utilizados pelos profissionais de saúde. Embora o jaleco seja um equipamento de proteção fundamental, ele pode se tornar um vetor de transmissão de microrganismos, especialmente em ambientes favoráveis ao crescimento bacteriano, como aqueles quentes e úmidos. Diante desse cenário, é urgente a implementação de novas medidas de controle de infecção, visando garantir a segurança tanto dos profissionais quanto dos pacientes (Brandão, 2020).
Com o objetivo de identificar a presença de microrganismos em um ambiente de saúde, este estudo realizou a coleta de amostras bacteriológicas dos punhos de jalecos de profissionais após suas jornadas de trabalho e de superfícies em uma unidade básica de saúde localizada em Toledo-PR. Os dados obtidos permitiram avaliar o potencial de contaminação cruzada e a necessidade de implementação de medidas de controle de infecção mais rigorosas.
2. OBJETIVO
2.1 OBJETIVO GERAL
Investigar se há contaminação microbiana em punhos de jalecos e superfícies de uma Unidade Básica de Saúde do município de Toledo – PR.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Buscar por microrganismos presentes nos punhos de jalecos de profissionais de saúde;
- Analisar a contaminação por microrganismos em diversas superfícies de uma Unidade Básica de Saúde (UBS);
- Identificar e classificar os microrganismos encontrados;
- Relacionar e discutir possíveis métodos para prevenção dos microrganismos encontrados.
3. METODOLOGIA
Este trabalho é apresentado como um estudo exploratório, descritivo e quantitativo, com o objetivo de avaliar e identificar a contaminação bacteriana nos punhos de jalecos utilizados por profissionais da saúde bem como diferentes superfícies de Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Concórdia, localizada no município de Toledo-PR. Os participantes que concordaram em participar da pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual foram informados sobre os objetivos do estudo, sua liberdade de desistir a qualquer momento e a garantia de que não haveria custos financeiros envolvidos. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética, conforme o parecer nº 7.165.090. Foram excluídas da pesquisa áreas com menor interação com pacientes, a fim de concentrar a análise nas zonas de maior risco de contaminação.
Para assegurar a confiabilidade dos resultados, as amostras foram coletadas em um ambiente com temperatura controlada, abaixo de 27°C, no início da semana anterior às atividades, para as amostras controle, e no final da semana, com o intuito de avaliar a possível contaminação microbiana. Todas as coletas foram realizadas em triplicata. Após o período de 15 dias, novas coletas foram feitas seguindo os mesmos procedimentos para garantir a duplicata experimental.
Para padronizar as coletas, foi criado um molde de policarbonato com espessura de 0,40 mm e área específica. Utilizando o swab, foram coletadas amostras do punho dos jalecos utilizados no consultório médico, na sala de vacina, de odontologia, na área de curativos e no setor de enfermagem. A técnica empregada para a coleta consistiu em realizar movimentos circulares de rolamento em uma área de 12 cm². Além disso, foram coletadas amostras de superfícies com área delimitada de 9 cm², buscando assegurar a uniformidade nas amostras das três superfícies analisadas: balcão da recepção, registro do cartão ponto eletrônico e a maçaneta do banheiro dos funcionários. Após a coleta, as amostras foram acondicionadas em meio Stuart, armazenadas em caixas de isopor e, posteriormente, enviadas ao laboratório de microbiologia do Centro Tecnológico do Centro Universitário Univel, em Cascavel – PR.
Após a coleta, as amostras foram inoculadas em ágar nutriente e incubadas em estufa a 37ºC por 24 horas. Ao final desse período, as placas foram retiradas e os principais aspectos dos microrganismos foram observados macroscopicamente, registrando-se os resultados correspondentes. Em seguida, realizou-se coloração de Gram em lâmina para análise microscópica, permitindo a definição da morfologia e do agrupamento dos microrganismos. Após essa etapa, aplicou-se o teste de catalase para distinguir os gêneros Staphylococcus (positivo a reação) e Streptococcus (negativo a reação). As amostras que apresentaram o crescimento de mais de um tipo de colônia foram repicadas e inoculadas em meio de cultura diferencial (Ágar Sangue, Ágar EMB, Ágar MacConkey, Ágar BDA e Ágar Manitol Sal), sendo novamente incubadas em estufa a 37ºC por 24 horas para a confirmação dos resultados.
4. RESULTADOS
A ausência de crescimento bacteriano nas 8 amostras do controle negativo indica que o ambiente de coleta e as condições de cultivo foram adequados e que não houve contaminação.
Foram coletadas 15 amostras de punhos de jalecos de 5 participantes e 9 amostras de superfícies de 3 locais, todas as quais apresentaram crescimento microbiano.
A análise de cada amostra mostrou a presença de 8 colônias bacterianas distintas, as quais foram analisadas macroscopicamente e apresentaram forma, tamanho, textura e coloração característicos. As colônias dos punhos dos jalecos foram identificadas como CP1, CP2, CP3, CP4, CP5, CP6 e CP7; e as colônias das superfícies como CS1, CS2, CS3 e CS4. As características macroscópicas de cada colônia estão apresentadas na Tabela 1 e 2.
Tabela 1- Análise macroscópica das colônias dos punhos dos jalecos.
PUNHOS | CARACTERÍSTICAS | ||||
COLÔNIAS | Forma | Cor | Textura | Tamanho | |
CP1 | Circular | Amarelo | Liso | Pequeno | |
CP2 | Circular | Amarela | Pastoso | Pequeno | |
CP3 | Circular | Rosadas | Liso | Pequeno | |
CP4 | Circular | Branco | Liso | Pequeno | |
CP5 | Circular | Creme | Liso | Pequeno | |
CP6 | Irregular | Branco | Liso | Pequeno | |
CP7 | Filamentoso | Preto | Algodão | Médio |
Fonte: As autoras (2024)
Tabela 2- Análise macroscópica das colônias das superfícies.
SUPERFÍCIES | CARACTERÍSTICAS | ||||
COLÔNIAS | Forma | Cor | Textura | Tamanho | |
CP1 | Circular | Amarelo | Liso | Pequeno | |
CP2 | Circular | Amarela | Pastoso | Pequeno | |
CP3 | Circular | Rosadas | Liso | Pequeno | |
CP4 | Circular | Branco | Liso | Pequeno |
Fonte: As autoras (2024)
Após a análise macroscópica, as colônias foram transferidas para uma lâmina e realizada a coloração de Gram, a fim de obter informações microscópicas, como morfologia, arranjo e reação ao Gram. Nas amostras dos punhos dos jalecos, foi observada a presença de leveduras, cocos e bacilos, Gram-negativos e Grampositivos, além de arranjos variados.
Nas amostras das superfícies, observamos a presença de leveduras, cocos, bacilos, Gram-negativos e Gram-positivos, com arranjos variados. As características microscópicas estão representadas na Tabela 3 e 4.
Quadro 3- Análise microscópica das bactérias punhos de jalecos.
QUANTIDADE DE PUNHOS | CARACTERÍSTICAS | ||
Forma | Arranjo | Coloração de Gram | |
1 | Fungo Filamentoso | – | – |
1 | Bacilos | Cadeia | Positivo |
2 | Bacilos | Cadeia | Negativo |
2 | Fungos Unicelulares | – | – |
5 | Cocos | Cachos de uva | Positivo |
Fonte: As autoras (2024)
Quadro 4- Análise microscópica das bactérias das superfícies.
QUANTIDADE DE SUPERFÍCIES | CARACTERÍSTICAS | ||
Forma | Arranjo | Coloração de Gram | |
3 | Cocos | Cachos de uva | Positivo |
1 | Cocos | Pares | Positivo |
1 | Bacilos | Cadeia | Positivo |
1 | Bacilos | Cadeia | Negativo |
1 | Fungo Unicelular | – | – |
Fonte: As autoras (2024)
Com base nos resultados da coloração de Gram, realizaram-se as provas para identificação das espécies das bactérias. Para os bacilos Gram-negativos, foram realizadas as provas de Catalase, Ágar EMB e MacConkey. Para os cocos Grampositivos, foram realizadas as provas de Catalase e Ágar Manitol Salgado. Para os bacilos Gram-positivos e os cocos em pares Gram-positivos, realizaram-se as provas de Catalase e Ágar Sangue. Para as leveduras, realizaram-se as provas de Catalase e Ágar BDA.
A prova de Catalase foi negativa apenas para a colônia com características macroscópicas puntiformes, amarelas e rugosas, e características microscópicas em pares e/ou cadeias curtas de cocos e Gram-positivos. No teste de Ágar Sangue, obteve-se resultado positivo com colônias escuras, concluindo-se que a bactéria é Enterococcus spp.
As amostras que foram isoladas e semeadas em Ágar EMB, MacConkey e Catalase obtiveram resultados positivos, confirmando que se trata de bacilos Gramnegativos. As amostras isoladas e semeadas em Ágar Sangue e Catalase resultaram positivamente, confirmando que são bacilos Gram-positivos.
As amostras isoladas e semeadas em Ágar Manitol Salgado e testadas para Catalase, apresentaram resultados positivos. Com base nas características macroscópicas e microscópicas, pode-se concluir que em todas as amostras foram identificadas Staphylococcus epidermidis, enquanto Staphylococcus aureus somente em 50% das amostras.
As amostras de leveduras que foram isoladas e semeadas em Ágar BDA e testadas para Catalase, apresentaram resultados positivos, indicando a presença de leveduras em 50% das amostras. Além disso, foi comprovada a presença de um fungo filamentoso em uma das amostras e, após a análise macroscópica e microscópica identificou-se, como Aspergillus.
A representação dos respectivos setores e os resultados das amostras estão apresentados na Tabela 5.
Quadro 5- Resultado final achados microbianos nas amostras coletadas.
5. DISCUSSÕES
As amostras negativas confirmam a confiabilidade do procedimento, já que não houve presença de microrganismos indesejados. Isso garante que qualquer crescimento bacteriano observado nas amostras positivas possa ser atribuído aos microrganismos encontrados e não a algum erro ou contaminação cruzada em decorrência do procedimento (Marcelino et al., 2024).
Ainda segundo Marcelino (2024), a presença da espécie Staphylococcus epidermidis nas amostras é justificada pelo fato de ser um microrganismo presente na microbiota normal do corpo.
A identificação de Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus aureus, além de leveduras e bacilos Gram-positivos e negativos, é consistente com as conclusões de outros estudos realizados, que indicam a presença desses microrganismos nos jalecos, ressaltando que são respostas adquiridas a partir do contato direto com pacientes e superfícies contaminadas.
As espécies encontradas nas vestimentas de proteção individual e nas superfícies de locais com frequência de pacientes doentes são comumente colonizadas na pele humana e mucosas, podendo ter grande potencial patogênico, pois são capazes de apresentar resistência a antimicrobianos.
É fundamental destacar alguns cuidados importantes, como a higienização adequada, especialmente em áreas de contato direto com superfícies contaminadas, diminuindo as infecções cruzadas. Além disso, é essencial retirar o jaleco ao sair do local de trabalho, uma vez que ele pode atuar como um meio de propagação de microrganismos para outras áreas.
6. CONCLUSÃO
A presença de Staphylococcus aureus em áreas críticas da UBS evidencia a necessidade de fortalecer as ações preventivas. Esses patógenos, conhecidos por causar infecções hospitalares, podem comprometer a saúde de pacientes e profissionais. A não adesão às práticas de higiene e a sobrecarga de trabalho são fatores que contribuem para a persistência desses microrganismos. A implementação de treinamentos regulares, a revisão dos protocolos de limpeza e a aquisição de materiais adequados são medidas indispensáveis para garantir um ambiente mais seguro.
A segurança do trabalhador deve ser levada em consideração, pois, apesar dos resultados, o jaleco ainda é o principal meio de prevenção. Nesse sentido, é fundamental que o conhecimento sobre boas práticas de prevenção tenha um alicerce firme nas instituições de ensino e capacitações.
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