ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES POR TRANSTORNOS MENTAIS COMPORTAMENTAIS DEVIDO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NO ESTADO DO PIAUÍ DE JANEIRO DE 2018 A AGOSTO DE 2023 

EPIDEMIOLOGICAL ANALYSIS OF HOSPITALIZATIONS FOR MENTAL AND BEHAVIORAL DISORDERS DUE TO THE USE OF ALCOHOL AND OTHER PSYCHOACTIVE SUBSTANCES IN THE STATE OF PIAUÍ FROM JANUARY 2018 TO AUGUST 2023

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10076337


Anna Eduarda Linhares Rodrigues1
Anna Lira Soares Falcão1
Maurílio Batista Lima2


RESUMO

Este artigo científico focaliza a análise das internações de pacientes com transtornos mentais comportamentais associados ao consumo de álcool e outras substâncias psicoativas no estado do Piauí, abrangendo o período de janeiro de 2018 a agosto de 2023. O estudo tem como objetivo principal a compreensão dos fatores subjacentes e da epidemiologia dessas hospitalizações, considerando indivíduos com idades entre 10 e 79 anos. Utilizando uma abordagem baseada em dados epidemiológicos, serão examinados aspectos como faixa etária, autodeclaração de cor/raça, gênero, localização geográfica, recursos financeiros alocados, tempo de permanência hospitalar, taxas de mortalidade e natureza das internações. Essa análise detalhada proporcionará uma visão abrangente da epidemiologia desses transtornos, que é de suma importância para orientar o desenvolvimento de políticas de prevenção, tratamento e reabilitação eficazes no estado do Piauí. Portanto, este estudo visa fornecer informações cruciais que poderão respaldar a formulação de políticas públicas de saúde direcionadas à redução das taxas de internações relacionadas a transtornos mentais comportamentais no estado do Piauí.

Palavras-chave: Transtornos mentais comportamentais. Álcool. Substâncias psicoativas. Epidemiologia. Internações.

ABSTRACT:

This scientific article focuses on the analysis of hospital admissions for patients with behavioral mental disorders associated with alcohol and other psychoactive substances in the state of Piauí, covering the period from January 2018 to August 2023. The main objective of this study is to understand the underlying factors and the epidemiology of these hospitalizations, taking into consideration individuals aged 10 to 79 years. Using an epidemiological data-driven approach, aspects such as age, self-reported race/ethnicity, gender, geographical location, allocated financial resources, length of hospital stay, mortality rates, and the nature of admissions will be examined. This in-depth analysis will provide a comprehensive insight into the epidemiology of these disorders, which is of paramount importance in guiding the development of effective prevention, treatment, and rehabilitation policies in the state of Piauí. Therefore, this study aims to provide crucial information that can support the formulation of public health policies aimed at reducing hospitalization rates related to behavioral mental disorders in the state of Piauí.

Keywords: Behavioral mental disorders, alcohol, psychoactive substances, epidemiology, hospitalizations, dependency.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o Relatório Mundial de Drogas de 2023, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), em todo o mundo, mais de 296 milhões de pessoas usaram drogas em 2021, um aumento de 23% em relação à década anterior. Enquanto isso, o número de pessoas que sofrem de transtornos associados ao uso de drogas subiu para 39,5 milhões, um aumento de 45% em 10 anos. Esse quadro mostra a necessidade de se falar sobre o tema e a sua importância (UNITED NATIONS, 2023).

Os transtornos relacionados a substâncias dividem-se em dois grupos: transtornos por uso de substância e transtornos induzidos por substância. O foco dessa análise são os transtornos mentais comportamentais por uso de álcool e outras substâncias psicoativas que englobam: cafeína; cannabis; alucinógenos (exemplos como a maconha, ecstasy e o LSD 25); inalantes (como exemplo tem-se a droga ‘lança perfume’); estimulantes (exemplo a anfetamina, cocaína e outros estimulantes); tabaco; e outras substâncias (ou substâncias desconhecidas). (APA, 2014). 

A característica essencial de um transtorno por uso de substâncias consiste na presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando o uso contínuo pelo indivíduo apesar de problemas significativos relacionados à substância. DSM5

Além disso, o conceito de abuso refere-se ao uso problemático de uma substância ou à incapacitação social e funcional decorrente do consumo excessivo da substância. Por outro lado, a dependência implica em uma necessidade psicológica de continuar utilizando a substância, bem como a manifestação de sinais como o abuso, a tolerância ou sintomas característicos de abstinência. Porém, no DSM-5, a distinção entre abuso e dependência foi abolido sendo considerado que o abuso representa o estágio inicial da dependência, e, em conjunto, eles caracterizam um transtorno relacionado ao uso de substâncias em sua totalidade (SCHATZBERG; DEBATTISTA, 2017). Ou seja, os transtornos mentais comportamentais seriam o resultado de uma adição entre abuso e dependência.

Indivíduos que sofrem de transtornos mentais graves têm uma maior predisposição para o uso de substâncias e o subsequente desenvolvimento de dependência, notadamente em relação à maconha e ao álcool. De acordo com a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11), os transtornos relacionados a substâncias são classificados em categorias específicas para cada tipo de substância (DALGALARRONDO, 2019).

O início do consumo de substâncias, particularmente entre adolescentes, está frequentemente associado a uma variedade de fatores. Isso inclui a curiosidade, influência e pressão de colegas que já fazem uso dessas substâncias, o desejo de ser aceito por um grupo, a sensação de pertencer a uma subcultura, a excitação de estar envolvido em algo ilícito, a expressão de hostilidade e independência em relação aos pais ou professores, além da tentativa de aliviar sensações desagradáveis, como tensão, ansiedade, solidão, tristeza e uma sensação de impotência (DALGALARRONDO, 2019).

Ademais, no que diz respeito ao quadro clínico associado ao uso de substâncias estimulantes, observa-se que doses substancialmente elevadas podem desencadear uma variedade de sintomas, incluindo tremores, flutuações emocionais acentuadas, agitação, irritabilidade, ataques de pânico e comportamento repetitivo e estereotipado. Em casos de doses repetidas ainda mais elevadas, essas substâncias podem resultar em sintomas mais graves, como paranoia e alucinações, acompanhadas de problemas de saúde significativos, como hipertensão, taquicardia, distúrbios do ritmo cardíaco, hipertermia e depressão respiratória. Em situações de overdose, os estimulantes podem levar a complicações graves, incluindo insuficiência cardíaca aguda, acidente vascular encefálico e convulsões (STHAL, 2014).

De forma geral, o mecanismo de ação do álcool se caracteriza pelo aumento da inibição nas sinapses gabaérgicas e pela diminuição da excitação nas sinapses glutamatérgicas. Além disso, o álcool pode direta ou indiretamente ativar o processo das sinapses opioides no circuito de recompensa mesolímbico, seja atuando nos receptores opioides μ, seja promovendo a liberação de opioides endógenos, como a encefalina. Essas ações, por sua vez, estão associadas à liberação de dopamina no núcleo accumbens (STHAL, 2014).

Em relação às outras substâncias psicoativas, que podem ser chamadas de drogas psicotrópicas. São compostos naturais ou sintéticos que atuam no SNC, modificando seu funcionamento e podendo ocasionar alterações no humor, na percepção, no comportamento e em estados da consciência (BRASIL, 2023). Porém, cada substância tem seu mecanismo de ação diferente distintos, mas tendo a via dopaminérgica como via de acesso a adição, abuso e dependência. 

O método predominante na avaliação padronizada do consumo de bebidas alcoólicas e na determinação da severidade de problemas ou transtornos relacionados ao uso de álcool é o Teste de Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool (AUDIT). Para avaliação do uso de álcool e outras substâncias, o instrumento normatizado de escolha é o ASSIST-OMS, o qual também está disponível no portal online vinculado a este estudo científico (DALGALARRONDO, 2019).

O diagnóstico de um transtorno por uso de substância pode se aplicar a todas as substâncias psicoativas descritas no estudo, com exceção da cafeína. De modo geral, o diagnóstico de um transtorno por uso de substância baseia-se em um padrão patológico de comportamentos relacionados ao seu uso. Com isso, o DSM-5 divide os critérios diagnósticos dessa psicopatologia em quatro grupos: o primeiro é dado pelo baixo controle sobre o uso da substância, o segundo engloba o prejuízo social, o terceiro cita o uso arriscado da substância e, por fim, o quarto grupo apresenta os critérios farmacológicos (APA, 2014). 
 

Já em relação a internação por transtornos mentais e comportamentais, tem-se está prevista na Lei 10.216/2001 e só deve ser indicada quando outras medidas terapêuticas foram tomadas sem sucesso (BRASIL, 2019). Além disso, a internação deve ser indicada quando há: risco iminente de suicídio ou de prejuízos graves à saúde; risco de autoagressão ou de heteroagrassão; risco de prejuízo moral ou dano patrimonial; risco de perturbação à ordem pública, sintomas graves de abstinência (como delirium tremens, convulsões ou alucinações), suporte social insuficiente e recusa do tratamento ambulatorial.
(BRASIL, 2022)

A lacuna no tratamento para transtornos associados ao uso de drogas continua sendo grande. Em 2021, apenas uma em cada cinco pessoas recebeu tratamento por transtornos associados ao uso de drogas (UNITED NATIONS, 2023).  Dessa forma, o contexto das opções terapêuticas, é possível considerar a utilização de antagonistas de canabinoides, tais como o rimonabanto e a naltrexona-XR. Além disso, o acamprosato, um composto derivado do aminoácido taurina, representa outra alternativa viável de tratamento nesses cenários. Focando especificamente no tratamento do alcoolismo, o dissulfiram é a escolha farmacológica preferencial (DALGALARRONDO, 2019).

Problema da pesquisa: O aumento das internações por transtornos mentais comportamentais devido ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas no estado do Piauí.

Justificativa: Os transtornos mentais comportamentais relacionados ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas representam um desafio significativo para a saúde pública, impactando a qualidade de vida dos indivíduos e sobrecarregando os sistemas de saúde. Devido a isso, a compreensão da epidemiologia desses transtornos é essencial para o planejamento de políticas de prevenção, tratamento e reabilitação eficazes. Além desse fato, até o momento não existem estudos epidemiológicos abrangentes sobre internações por transtornos mentais comportamentais devido ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas no estado do Piauí, o que justifica a realização desta pesquisa.

Objetivo: Realizar uma análise epidemiológica abrangente das internações por transtornos mentais comportamentais devido ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas no estado do Piauí no período de janeiro de 2018 a agosto de 2023, visando: identificar tendências de aumento ou diminuição dessas internações, avaliar as características demográficas dos pacientes internados, analisar a distribuição geográfica das internações, identificar os tipos de transtornos mentais comportamentais mais frequentes, avaliar os fatores de risco associados a essas internações e proporcionar subsídios para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. PSICOFARMACOLOGIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS COMPORTAMENTAIS:

No contexto da psicofarmacologia, o circuito dopaminérgico mesolímbico, também conhecido como a via final comum de recompensa, desempenha um papel central em processos relacionados ao vício. Como discutido por Stahl em seu livro “Psicofarmacologia”, substâncias com potencial para causar dependência têm uma característica em comum: elas tendem a elevar os níveis de dopamina (DA) no estriado ventral, notadamente no núcleo accumbens. Este circuito dopaminérgico mesolímbico é hipoteticamente considerado o epicentro do prazer hedônico no cérebro, com a dopamina muitas vezes apontada como o neurotransmissor associado a esse prazer (STHAL, 2014).

Nossa compreensão atual sustenta que a liberação de dopamina na via mesolímbica é fundamental para a experiência de recompensa. Atividades naturalmente gratificantes, como a realização de conquistas intelectuais ou o desfrute de uma refeição deliciosa, desencadeiam aumentos substanciais e rápidos de dopamina nessa via. No entanto, substâncias com potencial de uso abusivo provocam a liberação de dopamina na mesma via de forma muito mais intensa e prazerosa do que ocorre naturalmente (STHAL, 2014).

O estímulo gerado por essas substâncias pode desencadear alterações no circuito de recompensa, contribuindo para um ciclo vicioso de busca compulsiva pela substância, fissura, desenvolvimento de adição, dependência e, por fim, abstinência.

Essa via dopaminérgica mesolímbica, que desempenha um papel crucial na recompensa, também é compartilhada por diversas substâncias psicoativas propensas ao uso abusivo. Essas substâncias têm a capacidade de provocar uma liberação explosiva e altamente prazerosa de dopamina na via mesolímbica, superando muitas vezes as recompensas naturais (STHAL, 2014).

Atualmente, há um entendimento crescente de que tanto comportamentos potencialmente desadaptativos quanto substâncias podem estimular a liberação de dopamina, estimulando assim o sistema de recompensa. As substâncias aditivas agem diretamente nos receptores de dopamina no cérebro, superando os neurotransmissores naturais que se assemelham a elas, tornando a gratificação mais intensa e imediata (STHAL, 2014).

No entanto, ao contrário das recompensas naturais, o uso de substâncias aditivas pode dar início a uma cascata de adaptações neurológicas que afetam a via do estriado ventral e podem eventualmente migrar para o estriado dorsal. Isso inicia um ciclo de uso abusivo, adição, dependência e abstinência (STHAL, 2014).

A dopamina desempenha um papel crucial na motivação, e a motivação para buscar e consumir a substância é uma característica fundamental da adição. O aumento na liberação de dopamina inicialmente resulta em maior atividade no estriado ventral e no córtex cingulado anterior, associado à recompensa. No entanto, esse processo pode levar a um impulso compulsivo, com a busca de doses cada vez maiores, na tentativa de recuperar o prazer inicial (STHAL, 2014).

É importante notar que a divergência entre as expectativas de efeitos da substância e a realidade dos efeitos atenuados da dopamina mantém o ciclo de uso da substância na tentativa de alcançar a recompensa desejada (STHAL, 2014). Essas complexas interações neuroquímicas desempenham um papel crucial na compreensão dos mecanismos subjacentes ao vício e no desenvolvimento de estratégias de tratamento.

2.2. PSICOFARMACOLOGIA DO ÁLCOOL:

No que diz respeito às sinapses gabaérgicas, o álcool amplifica a liberação de GABA ao bloquear os receptores GABAb pré-sinápticos e estimular diretamente os receptores GABAa pós-sinápticos, especialmente os do subtipo γ (gama), que respondem à modulação neuroesteroide. Essa ação não se relaciona com a modulação benzodiazepínica e pode ocorrer através de interações diretas ou da liberação de neuroesteroides (STHAL, 2014).

Além disso, o álcool influencia os receptores glutamatérgicos metabotrópicos (mGluR) pré-sinápticos e os canais de cálcio sensíveis à voltagem (VSCC) pré-sinápticos, resultando na inibição da liberação de glutamato. O álcool também pode ter efeitos tanto diretos quanto indiretos na atenuação das ações do glutamato nos receptores NMDA pós-sinápticos e nos receptores mGluR pós-sinápticos (STHAL, 2014).

É relevante notar que os efeitos reforçadores do álcool, em termos teóricos, não são exclusivamente mediados por suas interações nas sinapses gabaérgicas e glutamatérgicas. Também se estendem às sinapses opioides no circuito de recompensa mesolímbico. Os neurônios opioides têm origem no núcleo arqueado e estabelecem conexões tanto com neurônios glutamatérgicos quanto gabaérgicos na Área Ventral Tegmental (VTA). Supõe-se que o resultado final das ações do álcool nas sinapses opioides seja a liberação de dopamina no núcleo accumbens (STHAL, 2014).

O álcool pode ativar esse processo diretamente, atuando nos receptores opioides μ, ou estimulando a liberação de opioides endógenos, como a encefalina, que, por sua vez, contribuem para a liberação de dopamina no núcleo accumbens. Essa complexa interação neuroquímica desempenha um papel significativo nos efeitos reforçadores do álcool e na compreensão das bases neurobiológicas do uso problemático dessa substância (STHAL, 2014).

2.3. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: DE MODO GERAL, O DIAGNÓSTICO DE UM TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIA BASEIA-SE EM UM PADRÃO PATOLÓGICO DE COMPORTAMENTOS RELACIONADOS AO SEU USO.


O baixo controle sobre o uso da substância é o primeiro grupo de critérios (Critérios 1-4) (APA, 2014). 

Critério 1: O indivíduo pode consumir a substância em quantidades maiores ou ao longo de um período maior de tempo do que pretendido originalmente.

Critério 2: O indivíduo pode expressar um desejo persistente de reduzir ou regular o uso da substância e pode relatar vários esforços malsucedidos para diminuir ou descontinuar o uso.

Critério 3: O indivíduo pode gastar muito tempo para obter a substância, usá-la ou recuperar-se de seus efeitos.

Critério 4: É a fissura, que se manifesta por meio de um desejo ou necessidade intensos de usar a droga que podem ocorrer a qualquer momento, mas com maior probabilidade quando em um ambiente onde a droga foi obtida ou usada anteriormente. Está associada à ativação de estruturas específicas de recompensa no cérebro.

O prejuízo social é o segundo grupo de critérios (Critérios 5-7) (APA, 2014).

Critério 5: O uso recorrente de substâncias pode resultar no fracasso em cumprir as principais obrigações no trabalho, na escola ou no lar.

Critério 6:  O indivíduo pode continuar o uso da substância apesar de apresentar problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados por seus efeitos.

Critério 7:  Atividades importantes de natureza social, profissional ou recreativa podem ser abandonadas ou reduzidas devido ao uso da substância.

O uso arriscado da substância é o terceiro grupo de critérios (Critérios 8 e 9) (APA, 2014). 
Critério 8: Pode assumir a forma de uso recorrente da substância em situações que envolvem risco à integridade física.

Critério 9: O indivíduo pode continuar o uso apesar de estar ciente de apresentar um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que provavelmente foi causado ou exacerbado pela substância.

Os critérios farmacológicos são o grupo final (Critérios 10 e 11) (APA, 2014).

Critério 10: É a tolerância, a qual é sinalizada quando uma dose acentuadamente maior da substância é necessária para obter o efeito desejado ou quando um efeito acentuadamente reduzido é obtido após o consumo da dose habitual. Nesse caso, também podem ser aplicados testes de laboratório podem ser úteis (p. ex., níveis elevados da substância no sangue com poucas evidências de intoxicação sugerem boa chance de tolerância).

Critério 11:
É a abstinência, que é uma síndrome que ocorre quando as concentrações de uma substância no sangue ou nos tecidos diminuem em um indivíduo que manteve uso intenso prolongado. Após desenvolver sintomas de abstinência, o indivíduo tende a consumir a substância para aliviá-los.

Em relação à gravidade, os transtornos por uso de substâncias ocorrem em uma ampla gama de gravidade, desde leve até grave, a qual se baseia na quantidade de critérios de sintomas confirmados. Um quadro leve é sugerido pela presença de dois ou três sintomas; moderado, por quatro ou cinco sintomas; e grave, por seis ou mais sintomas (APA, 2014). 

Esses critérios são usados de forma geral para o diagnóstico de transtornos mentais comportamentais devido ao uso de substâncias. Porém, cada substância, como o álcool ou outras substâncias psicoativas tem sua particularidade de critérios diagnósticos definidos pelo Manual de Diagnósticos e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) (APA, 2014). 

2.3. TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS MENTAIS COMPORTAMENTAIS:

As propriedades do álcool estabelecem uma base conceitual para a utilização de antagonistas que bloqueiam os receptores opioides μ, como a naltrexona, como parte do tratamento. Além disso, antagonistas canabinoides, exemplificados pelo rimonabanto, que atuam na inibição dos receptores CB1, têm demonstrado eficácia na redução do consumo de álcool e no alívio da fissura em indivíduos com dependência de álcool (STHAL, 2014).

No caso da naltrexona, o uso de uma formulação de ação prolongada, conhecida como naltrexona-XR, administrada por injeção intramuscular mensal, tem apresentado desfechos promissores em pacientes com dependência de álcool. Esse método de administração contribui para a adesão ao tratamento ao longo de pelo menos um mês, um desafio significativo em pacientes com transtornos de uso de substâncias (STHAL, 2014).

O acamprosato, derivado do aminoácido taurina, interage com os sistemas glutamatérgico e gabaérgico, atuando como uma espécie de “álcool artificial”. Isso é particularmente relevante quando o álcool é consumido de forma crônica e, posteriormente, suspenso, desencadeando desequilíbrios nos sistemas glutamatérgico e gabaérgico, resultando em hiperexcitação glutamatérgica e déficit de GABA. O acamprosato, através de ações diretas sobre receptores de glutamato, como mGluR5 e possivelmente mGluR2, alivia esse desequilíbrio (STHAL, 2014).

Por fim, o dissulfiram é a terapia de escolha no tratamento do alcoolismo. Esse medicamento age como um inibidor irreversível da enzima aldeído desidrogenase, levando ao acúmulo de acetaldeído em níveis tóxicos quando o álcool é consumido. Isso desencadeia uma reação aversiva no indivíduo, caracterizada por rubor facial, náuseas, vômitos e hipotensão, condicionando uma resposta predominantemente negativa ao consumo de álcool (STHAL, 2014). 

3. METODOLOGIA

3.1. TIPO DE ESTUDO: 

O presente estudo é uma análise epidemiológica retrospectiva, de caráter ecológico de série temporal, epidemiológico, descritivo e quantitativo que abrange as internações por transtornos mentais comportamentais relacionados ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas no estado do Piauí, no período de janeiro de 2018 a agosto de 2023.

3.2. FONTE DE DADOS:

Os dados de internação para esta análise foram obtidos a partir do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), do Departamento de Informática do SUS (Datasus), mediante consulta ao sítio eletrônico do Departamento TABNET (https://datasus.saude.gov.br/). Foram utilizados dados de pacientes hospitalizados com registros relacionados a transtornos mentais comportamentais devido ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas, em 16 de agosto de 2023.

3.3. POPULAÇÃO DE ESTUDO:

A população de estudo inclui todos os pacientes residentes no estado do Piauí que foram hospitalizados devido a transtornos mentais comportamentais relacionados ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas no período de janeiro de 2018 a agosto de 2023.

3.4. Variáveis de Interesse:

As variáveis de interesse incluem informações das internações, no qual foram selecionadas oito faixas etárias englobadas no estudo, incluindo desde pacientes na infância, na adolescência, na fase adulta e idosos (10-14; 15-19; 20-29; 30-39; 40-49; 50-59; 60-69; e 70-79 todas em anos); para ambos os sexos (feminino; masculino); de acordo com a cor/raça (branca, preta, parda, amarela, indígena e sem informação), de acordo com uma unidade da federação (Piauí), e de uma região nacional (Nordeste). Além disso, foram selecionados o caráter de atendimento (eletivo e urgência); os anos de base para os dados (2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023 até agosto); bem como o valor total gasto com as internações no Piauí e no Nordeste; a média de dias de permanência no hospital e o total de óbitos em decorrências desses transtornos e das internações. 

3.5. COLETA DE DADOS:

Os dados foram obtidos por meio do DATASUS. As informações acerca do diagnósticos relacionados a internações em adultos por transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas foram extraídas de registros que correspondem a Lista de Morbidade da Décima Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), precisamente ao capítulo V da Classificação e dois da Lista de Morbidade CID-10 intitulada Transtornos mentais comportamentais devido ao uso de álcool e Transtornos mentais comportamentais devido ao uso de outras substâncias psicoativas.

3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA:

Para analisar os dados, serão realizadas estatísticas descritivas para resumir as características da população de estudo e as tendências ao longo do período em análise. Serão calculadas taxas de internação, distribuição geográfica e demográfica, bem como análises de tendências temporais.

3.7. ÉTICA E APROVAÇÃO:

Uma vez que este estudo foi conduzido em conformidade com a resolução nº 510, de 7 de abril de 2016 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), segundo a qual a pesquisas que utilizarem informações de acesso público não serão registrada nem avaliadas pelo sistema CEP/CONEP (Comitê de Ética em Pesquisa/Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Brasil, 2016). Devido ao SIH já fornecer dados em conformidade com a resolução, não foi necessário submeter a pesquisa ao CEP. 

3.8 LIMITAÇÕES DO ESTUDO:

Este estudo pode apresentar limitações inerentes aos dados do DATASUS, como sub-registros, erros de codificação ou omissões. Tais limitações serão consideradas ao interpretar os resultados.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

4.1. RESULTADOS

4.1.1. TRANSTORNOS MENTAIS COMPORTAMENTAIS DEVIDO AO USO DE ÁLCOOL:

No que diz respeito ao álcool, houve um total de 2.123 internações no período de janeiro de 2018 a agosto de 2023, representando 6,73% do total do Nordeste. Dentre essas internações, 90,06% eram masculinas (n = 1.912) e 9,93% femininas (n = 211). No contexto do Nordeste, a Bahia liderou com 6.132 internações, enquanto Sergipe registrou o menor número, com 444 internações.

Os gastos totais com essas internações no Piauí atingiram 1.340.070,00, com uma média de 10,8 dias de permanência e 12 óbitos (0,56%). Em comparação, o Nordeste gastou 42.623.914,64.

Observando a distribuição por cor, 31 casos eram brancos (1,46%), 38 eram pretos, 1.822 eram pardos (cerca de 85,8% do total), 61 eram amarelos, e 171 não tinham informação sobre a cor.

Em termos de faixa etária, a análise revelou que 4 tinham entre 10 e 14 anos, 32 entre 15 e 19 anos, 203 entre 20 e 29 anos, 521 entre 30 e 39 anos, 646 entre 40 e 49 anos (30,4% do total), 495 entre 50 e 59 anos, 178 entre 60 e 69 anos, e 32 entre 70 e 79 anos.

Em relação ao caráter das internações, apenas 1 foi eletivo (0,05%), enquanto 2.122 foram classificadas como urgentes (99,95%).

No que diz respeito ao ano, observou-se um aumento nas internações em 2020 (14,1%) e 2022 (16,9%), sendo este último o ano com o maior número de internações. 

4.1.2. TRANSTORNOS MENTAIS COMPORTAMENTAIS DEVIDO AO USO DE OUTRAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:

Quanto às internações relacionadas ao uso de outras substâncias psicoativas entre janeiro de 2018 e agosto de 2023, o total foi de 3.341, representando 11,2% do total do Nordeste. Do total, 85,39% eram do sexo masculino (n = 2.853) e 14,6% do sexo feminino (n = 488).

Em relação aos estados do Nordeste, Pernambuco liderou com 4.934 internações, enquanto Sergipe teve o menor número, com 857 internações, num total de 29.697 internações.

Analisando a cor, 36 casos eram brancos, 81 eram pretos, 2.910 eram pardos (87,09%), 15 eram amarelos e 299 não tinham informação sobre a cor.

Quanto à idade, a maioria das internações ocorreu nas faixas de 30 a 39 anos (37,7%) e de 20 a 29 anos (28,0%).

Assim como no caso do álcool, a análise também revela um aumento nas internações em 2020 (14,1%) e em 2022 (21,0%).

Em relação ao caráter das internações, apenas 1 foi eletivo (0,03%), enquanto 3.340 foram classificadas como urgentes (99,97%).

As internações devidas ao uso de outras substâncias psicoativas tiveram uma média de permanência de 14,3 dias, com 8 óbitos (0,23% do total). Os gastos médios com essas internações no Piauí foram de 3.618.914,74, enquanto o Nordeste teve um gasto de 46.378.168,25.

A seguir, para elucidar os resultados, apresentam-se os gráficos:

* 2023: os dados do ano de 2023 são até o mês de agosto.
Fonte: DATASUS

Fonte: DATASUS

Fonte: DATASUS

Fonte: DATASUS

4.2 DISCUSSÃO

No período de janeiro de 2018 a agosto de 2023 houve 2.123 internações por transtornos mentais comportamentais devido ao uso de álcool no Piauí, sendo 1.912 casos masculinos e 211 casos femininos. Durante o mesmo período no Piauí, houve 3.341 internações por transtornos mentais devido ao uso de outras substâncias psicoativas, sendo de 2.853 casos masculinos em relação a 488 casos femininos.

A predominância do gênero masculino nas internações por uso de álcool e outras substâncias psicoativas pode ser atribuída a uma combinação de fatores sociais, culturais e biológicos. Os homens podem ser mais relutantes em buscar ajuda para problemas de saúde mental e uso de substâncias devido a estigmas associados à vulnerabilidade e à busca por assistência, o que pode levar a um atraso no diagnóstico e no tratamento. 

Comparando com o cenário no Nordeste, onde 31.525 internações por transtornos mentais devido ao uso de álcool foram registradas, o estado da Bahia liderou com 6.132 casos, enquanto Sergipe teve o menor número, com 444 casos de internação. No mesmo período de tempo, o total de internações por transtornos mentais devido ao uso de outras substâncias psicoativas no Nordeste foi de 29.697 casos de internações. Sergipe foi o estado com menos internações, totalizando 857 casos e o estado com maior número registrado foi Pernambuco, totalizando 4.934 casos. O estado do Piauí obteve 8,92% (N=5464) do total de internações por transtornos mentais devido ao uso de álcool e de outras substâncias psicoativas na região Nordeste. 

As estatísticas em Sergipe, em ambas as categorias, podem ser atribuídas, em parte, à sua menor população, uma vez que o estado é o menos populoso do Nordeste. No caso dos números mais elevados de casos relacionados ao álcool na Bahia e ao uso de outras substâncias psicoativas em Pernambuco, isso pode ser correlacionado com o tamanho da população, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Bahia é o estado mais populoso do Nordeste, enquanto Pernambuco é o segundo em termos de população.

Além disso, no estado do Piauí foram registrados 12 óbitos em vigência de internação por transtornos mentais relacionados ao uso do álcool, e 8 óbitos em vigência de internação por transtornos mentais relacionados ao uso de outras substâncias psicoativas. Juntos, esses dados representam 0,36% do total de internações, um número baixo em comparação com o total analisado, o que pode ser explicado pela provável eficiência em identificar e tratar os casos quando chegam ao cenário da urgência, bem como a cessação do uso da substância durante a internação. 

No entanto, observa-se que o número de internações por transtornos relacionados ao uso do álcool no estado do Piauí foi menor do que as internações por transtornos relacionados ao uso de outras substâncias psicoativas no mesmo estado, o que difere do número de óbitos, sendo maior quando relacionado ao álcool. Esse fenômeno pode ser explicado pela facilidade e legalidade no que tange ao consumo de álcool, facilitando o uso em maiores quantidades por mais tempo. Além disso, a aceitação social pode levar o indivíduo a procurar o sistema de saúde quando o quadro já evoluiu, aumentando a mortalidade durante o período de internação. 

Os gastos no Piauí totalizaram 1.340.070,00 reais, com uma média de 10,8 dias de permanência dos pacientes. Em contraste, o Nordeste teve despesas substancialmente mais altas, chegando a 42.623.914,64 reais, levantando questões sobre a distribuição de recursos.

Analisando a cor/raça, a distribuição é heterogênea, com predominância em pardos nas internações por transtornos mentais devido ao uso de álcool e devido ao uso de outras substâncias psicoativas no estado do Piauí. No Piauí, 71,5% da população se considera parda, o que sugere uma correlação do número de internações com a quantidade de pessoas que se consideram pardas, bem como o acesso à educação e saúde dessa população. 

A faixa etária das internações no estado do Piauí varia consideravelmente. Em relação às internações por transtornos mentais devido ao uso de álcool, há uma concentração nas idades entre 40 a 49 anos, 30,4% do total de internações. Em contrapartida, nas internações por transtornos mentais devido ao uso de outras substâncias psicoativas, a faixa etária mais prevalente foi entre 30 a 39 anos, 37,7% do total de internações. Compreende-se a necessidade de estratégias específicas para diferentes grupos etários, a fim de minimizar os danos causados pelo uso de substâncias. 

A maioria das internações no estado do Piauí foi classificada como urgência, ressaltando a importância do atendimento efetivo no âmbito da saúde mental nas emergências no estado. 

A análise temporal revela flutuações nas internações ao longo dos anos, com 2019 e 2022 destacando-se por números mais altos nas internações por transtornos mentais devido ao uso de álcool e internações por transtornos mentais devido ao uso de outras substâncias psicoativas, respectivamente. Esses picos podem estar ligados a eventos como a pandemia por Covid-19 nos anos de 2020 e 2021. As restrições, isolamento social e ansiedade relacionada à pandemia podem ter levado a um aumento no uso de álcool e outras substâncias psicoativas em 2022 com o retorno de eventos sociais. 

Os resultados ressaltam desafios de magnitude considerável no fomento da saúde mental e enfatizam a importância de políticas eficazes de saúde pública, operantes tanto a nível estadual quanto federal, na resolução do uso de substâncias e de seus impactos na promoção da saúde da comunidade. Esse tópico se fundamenta na observação de um aumento no quantitativo de internações ao longo do período de análise.

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados apresentados, este estudo epidemiológico no estado do Piauí entre janeiro de 2018 e agosto de 2023 revela uma predominância de internações por transtornos mentais relacionados ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas em pacientes do sexo masculino. Essa disparidade de gênero pode ser atribuída a fatores sociais, culturais e biológicos que afetam a busca de assistência por parte dos homens.

Comparando os números com o cenário no Nordeste, o Piauí contribuiu com uma parcela significativa das internações na região, especialmente no que diz respeito ao uso de álcool. A distribuição dos casos por cor/raça destaca a importância do acesso à educação e aos serviços de saúde, particularmente para a população parda, que apresentou uma correlação significativa com as internações.

Além disso, as flutuações nas internações ao longo dos anos, com picos notáveis em 2019 e 2022, podem ser relacionadas a eventos como a pandemia por Covid-19, evidenciando a necessidade de estratégias específicas para diferentes grupos etários e uma resposta efetiva em saúde mental nas emergências.

Os baixos índices de óbitos em relação ao número de internações podem indicar eficiência na identificação e tratamento de casos, mas também destacam a importância de políticas de saúde pública para prevenir o uso prejudicial de substâncias. No entanto, as discrepâncias nos gastos em comparação com a região Nordeste levantam questões sobre a distribuição equitativa de recursos, ressaltando a necessidade de investimentos adequados em saúde mental.

Diante disso, os resultados deste estudo enfatizam os desafios significativos no campo da saúde mental e denota a importância da implementação de estratégias abrangentes e à alocação equitativa de recursos para garantir a promoção da saúde mental e o bem-estar da população, tanto em nível estadual quanto federal, para enfrentar o uso prejudicial de substâncias e seus impactos na saúde da população. 

REFERÊNCIAS

American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5.. 5 Porto Alegre: Artmed, 2014. 

BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Esclarecimentos sobre as mudanças na Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas. 11. ed. Distrito Federal: Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, 2019. Disponível em: https://pbpd.org.br/wp-content/uploads/2019/02/0656ad6e.pdf. Acesso em: 18 out. 2023.

BRASIL. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Critérios de Regulação para internação por transtornos mentais e comportamentais na rede SES/DF. Distrito Federal: Coordenação de Atenção Secundária e Integração de Serviços, 2022. Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/64120/Nota+T%C3%A9cnica+-Crit%C3%A9rios+de+Regula%C3%A7%C3%A3o+para+interna%C3%A7%C3%A3o+por+transtornos+mentais+e+comportamentais+na+Rede+SES-DF.pdf. Acesso em: 20 out. 2023.

BRASIL. Substâncias Psicoativas. [S. l.], 18 jan. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/glossario/substancias-psicoativas. Acesso em: 14 mar. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS (Departamento de Informática do SUS). c2008. Disponível em: <http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php>. Acesso em: 16 out. 2023.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. 

FERNANDES, Márcia Astrês et al . Transtornos mentais e comportamentais por uso de substâncias psicoativas em hospital psiquiátrico. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.),  Ribeirão Preto ,  v. 13, n. 2, p. 64-70,   2017 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762017000200002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  20 out.  2023.  http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v13i2p64-70.
SCHATZBERG, Alan F.; DEBATTISTA, Charles. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. ISBN 9781585624812.

STAHL, Stephen M. Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas. 4ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014.

UNITED NATIONS. (org.). Relatório Mundial sobre Drogas 2023 do UNODC alerta para a convergência de crises e contínua expansão dos mercados de drogas ilícitas. 2023. Traduzido por Escritório de Ligações e Parceria no Brasil. Disponível em: https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2023/06/relatrio-mundial-sobre-drogas-2023-do-unodc-alerta-para-a-convergncia-de-crises-e-contnua-expanso-dos-mercados-de-drogas-ilcitas.html. Acesso em: 20 out. 2023.


1 Discente do Curso Superior de medicina do Centro Universitário UNINOVAFAPI. E-mails: annaeduardalr@gmail.com e annalirafalcao@hotmail.com

2 Orientador e Docente do Curso Superior de medicina do Centro Universitário UNINOVAFAPI. E-mail: maurilioblima@hotmail.com