ANÁLISE DOS MÉTODOS DIAGNÓSTICOS DE PACIENTES COM DOENÇA DE ALZHEIMER

ANALYSIS OF DIAGNOSTIC METHODS OF PATIENTS WITH ALZHEIMER’S DISEASE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7974581


Artur Arruda Cirqueira1
Giovana Souza Ramos1
Luana de Souza Pereira1
Cristiano da Silva Granadier2
Ana Carolina Sabota Vasconcelos2


RESUMO

Introdução: o Alzheimer é o tipo de demência mais comum, sendo uma doença de etiologia ainda desconhecida, que tem como quadro clínico principal os distúrbios de desorientação e memória. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo analítico observacional caracterizado como revisão bibliográfica. Resultados e Discussão:  Nos últimos anos, ocorreram muitos avanços com relação ao diagnóstico da Doença de Alzheimer sendo apresentadas inovações por meio de testes de biomarcadores e análises de exames de neuroimagem com inteligência computacional. Conclusão:  É fundamental que os marcadores da doença sejam mais bem reconhecidos e estudados para melhorar os métodos diagnósticos e, dessa forma, ajudar, sobretudo, no diagnóstico precoce dessa doença tão debilitante. 

Palavras-chave: Demência. Diagnóstico. Doença deAlzheimer.

ABSTRACT

Introduction: Alzheimer’s is the most common type of dementia, being a disease of unknown etiology, whose main clinical picture is disorientation and memory disorders. Materials and Methods: This is an observational analytical study characterized as a literature review. Results and Discussion: In recent years, there have been many advances in the diagnosis of Alzheimer’s disease, with innovations being presented through biomarker tests and analysis of neuroimaging tests with computational intelligence. Conclusion: It is essential that disease markers are better recognized and studied to improve diagnostic methods and, therefore, help, above all, in the early diagnosis of this very debilitating disease.

Keywords: Dementia. Diagnosis. Alzheimer’s disease. 

Introdução 

Segundo Rodrigues et al. (2020), existe uma ascensão da população de idosos no mundo e as projeções para 2050 é que no Brasil existirá 253 milhões de habitantes com uma população idosa cada vez maior. Com o aumento da longevidade ao longo dos últimos anos, a parcela idosa da população apresentou significativo aumento, passando a representar 12% da população nacional. (DAMASIO et al., 2021).  

Esse número elevado de idosos traz, conforme Almagro e Kasburg (2018), para as questões de saúde uma preocupação com uma doença típica da velhice: o Alzheimer, doença de causa ainda pouco conhecida.  Complemento esse raciocínio, Damasio et al. (2021) e Sousa (2019.) trazem que a Doença de Alzheimer (DA) possui diversos sintomas a depender do estágio da doença, sendo que o paciente pode apresentar desde perdas de memórias, mudanças de personalidade, alterações verbais, podendo levar até a morte devido a algumas complicações que podem surgir.

Pensando nesses aspectos, Damasio et al. (2021) e Méndez et al. (2019) elucidam que “com a crescente prevalência da DA, perante os consideráveis avanços em pesquisas e a maior elucidação de sua patogênese, houve avanços nos métodos de diagnóstico, destacando-se entre eles a positividade dos biomarcadores das proteínas beta amiloide e de líquido cefalorraquidiano (LCR), total tau (t-tau) e threonine18- phosphorylated tau (ptau) responsáveis por refletir o processo patogênico da DA em conjunto com a neuroimagem, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET), aumentando-se, assim, a confiabilidade do diagnóstico clínico dessa doença”. 

Além disso, Dubois et al. (2017) e Militão e Barros (2017) trazem que os avanços alcançados pela genética proporcionam estudos cada vez mais apurados sobre a relação fisiopatológica da DA com os genes responsáveis pela expressão da mesma com o objetivo de diagnosticá-la o mais precocemente possível e também reverter os danos cerebrais causados pela Doença. Testes cognitivos como o miniexame de estado mental (Sigla em inglês – MMSE), avaliação cognitiva de Montreal (sigla em inglês – MoCA), avaliação funcional de adultos e idosos (sigla em inglês – IAFAI) e ADAS-Cog são frequentemente utilizados como auxílio para o diagnóstico da doença (DAMASIO et al., 2021).  

Em suma, para que haja um diagnóstico mais preciso de Alzheimer é necessário que o paciente passe por a uma avaliação neuropsicológica, que pode mostrar mudanças de comportamento, função e cognição, além de auxiliar na avaliação diagnóstica e no plano de reabilitação. Além disso, os resultados da avaliação neuropsicológica devem considerar idade, status, educação, fatores socioeconômicos e base cultural do paciente, pois estes fatores podem afetar o resultado da avaliação (OLIVEIRA, 2018).

Dessa forma, esse artigo objetiva estabelecer discussão sobre os meios diagnósticos em pacientes acometidos pela Doença de Alzheimer (DA) respondendo à pergunta: quais os métodos diagnósticos disponíveis para Alzheimer? Essa pesquisa se justifica no fato de que, apesar dos conhecimentos fisiopatológicos que explicam a DA, ainda existem muitas dúvidas, da população e no meio médico, sobre o diagnóstico desta doença que se torna cada vez mais incidente. 

Materiais e Métodos 

Trata-se de um estudo analítico observacional caracterizado como revisão bibliográfica. Os descritores utilizados foram “Demência”, “Diagnóstico” e “Doença deAlzheimer” e em inglês “Insanity”, “Diagnosis” and “Alzheimer’s disease” consultados por meio dos Descritores em Ciências da Saúde (decs.bvsalud.org). Foram selecionados, utilizando os descritores, trabalhos publicados entre 2017 e 2022 nas bases de dados BVS (Biblioteca virtual em Saúde) Google Acadêmico e Scielo.

Além disso, foram incluídos trabalhos na íntegra (em português e inglês) com descrição e abordagem qualitativa referente à análise dos métodos diagnósticos para Doença de Alzheimer. Foram excluídos estudos de abordagem quantitativa publicados antes de 2017. Para extração das informações dos artigos foi construído tabela com registro de informações relevantes como título da pesquisa, ano de publicação, autores e resultados/conclusões. Utilizando-se o método de busca, foram encontrados, inicialmente, 29 publicações potencialmente selecionáveis para os resultados desta pesquisa. Destes, 15 foram descartados a partir da aplicação dos critérios de exclusão, portanto, 14 trabalhos (Google Acadêmico=07, BVS=04 e Scielo=03) foram selecionados para esta pesquisa, conforme critérios de inclusão.  

Resultados e Discussão

Com base na seleção dos 14 artigos para estudo, 10 foram selecionados para compor o quadro de resultados que mais determinaram a compreensão da pesquisa. 

QUADRO 1- Descrição dos trabalhos selecionados. 

    Autores     Título Ano            Resultados/Conclusões
ABRILE, G.G.; SANTO, M. T.; FERREIRA, R. C. V.  Análise dos biomarcadores para diagnóstico e tratamento precoce da doença de Alzheimer.2019A Tau total é considerada um marcador não específico para lesões neuronais associadas com uma variedade de processos biológicos, mas em pacientes com DA ela é detectada com concentrações três vezes maior do que em pessoas sem a doença.  A maior precisão no diagnóstico diferencial entre os doentes com DA é obtida através da combinação entre análises de dois ou mais marcadores. A associação da proteína β-amiloide com a Tau ou com a Tau fosforilada, melhora a sensibilidade e a especificidade no diagnóstico precoce da doença quando comparada a qualquer um dos marcadores analisados isoladamente. Algumas hipóteses atuais e que é a dosagem das proteínas Beta amiloide e a proteína Tau, e associadas com as evidências clínicas possam diagnosticar a doença de Alzheimer. 
ALMAGRO, K.R.; KASBURG, S.N. Análise dos diagnósticos de pacientes com demência vascular no ambulatório da FAPAC/ITPAC e no CEM de Porto Nacional TO no período de 2019. 2018O diagnóstico de demência é clínico e pode vir acompanhado da aplicação de múltiplos testes de rastreio, exames laboratoriais e exames de imagem. Os testes servem como potenciais indicadores da necessidade de um acompanhamento posterior de pacientes suspeitos. Primeiramente, faz se necessário uma anamnese centrada na caracterização demencial, a qual deve ser abrangente e detalhada e deve contar com um indivíduo informante que conviva diariamente com o paciente e possa oferecer informações precisas. Além disso, para o auxílio da avaliação neurológica completa são utilizados testes de rastreio cognitivo, um exemplo é a Escala de queixa que é dividida em forma A e B, composta por 7 perguntas cada, uma que o paciente responde e outra que o acompanhante responde sobre o paciente. Outro exemplo é o mini exame do estado mental (MEEM), que é um dos mais utilizados e será explicado posteriormente.
ALMEIDA, A.C.F. et al.A medicina nuclear no diagnóstico do Alzheimer.2021O uso do PET/CT no diagnóstico da DA se mostra como uma técnica confiável e precisa na avaliação no início da doença e seu acompanhamento, tudo isso de maneira precoce. É importante ressaltar os benefícios alcançados com a técnica, que além de ser segura e sem procedimentos invasivos, não interfere significativamente na homeostase fisiológica, pois a quantidade de radiação que o paciente recebe é baixa.  A detecção e quantificação dos depósitos de proteína amiloide e proteína tau pelos biomarcadores tornam o diagnóstico possível de maior confiabilidade, do mesmo modo que a detecção precoce dessas alterações fisiopatológicas permitem novas avaliações de tratamento e novos medicamentos, ambos para retardar o progresso da doença ou até mesmo impedi-la de evoluir.
DAMASIO, J.P.F. et al.    Doença           de Alzheimer: uma atualização sobre a conduta diagnóstica. 2021Os novos métodos diagnósticos trazem benefícios à prática médica e compõem um espectro de técnicas variadas, dentre as quais podem ser citadas as que se valem da busca por biomarcadores (t-tau, p-tau) colhidos a partir do líquido cérebro-espinhal, as técnicas de neuroimagem e a inteligência computacional. Ressaltando-se que existem potenciais métodos que ainda necessitam de mais estudos científicos.
MENDÉZ, P.C. et al. Biomarcadores para a doença de  Alzheimer. Onde estamos e para    onde vamos. 2019A introdução de resultados de biomarcadores influenciou profundamente o diagnóstico, prognóstico e tratamento da DA, pois permite a detecção de estágios muito precoces em indivíduos com sintomas leves de DA sem demência (DA prodrômica), ou mesmo em estágios pré-sintomáticos. 
MILITÃO, A.O.; BARROS, A.M.S.Doença de Alzheimer: Genética e novos avanços.2017Apesar da tecnologia complexa, a utilização da nanotecnologia, terapia celular e os biomarcadores têm aumentado à esperança na busca de melhores tratamentos e na descoberta da doença, na fase inicial. No entanto, pesquisadores ainda terão que trabalhar em formas viáveis e seguras para implantação dessas técnicas.  
POLONI, K.M. Detecção e classificação automáticas de alterações estruturais cerebrais em imagens de ressonância magnética para o auxílio ao diagnóstico do Alzheimer. 2021Na análise de atrofias, pontos salientes discriminativos entre as populações foram automaticamente selecionados e posteriormente classificados. Os resultados de classificação superaram muitos estudos publicados na literatura e são comparáveis a outros. Na análise do envelhecimento biológico do cérebro foi desenvolvido um modelo de estimação etária utilizando aprendizado profundo e imagens de pacientes cognitivamente normais com a mesma faixa etária de pacientes com declínio cognitivo. O erro de estimação etária entre os grupos apresentou resultados estatisticamente significativos, além de apresentar correlação significativa com o teste clínico Mini Mental State Examination. Os resultados foram competitivos entre os estudos já existentes. Por fim, a combinação das duas primeiras abordagens trouxe contribuições positivas para os resultados, com ganhos de até 3% na AUC.
RODRIGUE S, T.Q. et al.Impacto da Doença de Alzheimer na qualidade de vida de pessoas idosas: revisão de literatura. 2020Os artigos foram agrupados em duas classes de assuntos gerais: Aspectos fisiopatológicos e epidemiológicos da Doença de Alzheimer; e Qualidade de vida e sua relação com a família e o cuidador de idosos com Doença de Alzheimer. Os fatores encontrados que culminaram na menor qualidade de vida dos idosos com Doença de Alzheimer estão relacionados a disfunção cognitiva e a perda de memória, que de modo progressivo compromete a autonomia das atividades diárias básicas.
SILVA, Y.J.; LESSA, R.T.;
ARAUJO, G.N. 
Avanços no diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer e novas perspectivas de tratamento: uma revisão sistemática da literatura. 2021As novas pesquisas acerca do Alzheimer tentam melhorar os métodos de investigação para o diagnóstico. Dentre eles, o uso de biomarcadores beta-amiloide e da proteína tau, em exames de análise sanguínea e de líquido cefalorraquidiano, com o objetivo de facilitar e aumentar a investigação da doença na população e reduzir o custo do processo analítico.
SOUZA, E. Alzheimer: Diagnóstico   e Tratamento. 2019O diagnóstico da doença, durante 27 anos, fundamentou-se nos critérios realizados, em 1984, através do National Institute of Neurological and Communicative Disorders and Strokes (NINCDS) e pelo Alzheimer’s Disease and Related Disorders Association (ADRDA), com especificidade de 70% e sensibilidade de 81,5%. Entretanto, com o passar dos anos foi preciso realizar a introdução dos novos avanços nos estudos da DA, que modificaram a sua compreensão. Diversas pesquisas surgiram, nesse momento, em relação aos exames (estudo do líquido cefalorraquidiano (LCR) e ressonância magnética (RM), descobertas genéticas, que resultaram na necessidade de análise dos antigos critérios). Nos critérios passados, a DA apenas era diagnosticada quando possuía demência, atualmente pode ser diagnosticada através de três estágios ou fases: DA pré-clínica, comprometimento cognitivo leve e demência.  

Fonte: Elaborado pelos autores (2023). 

Atualmente o diagnóstico definitivo da DA só é feito com a análise histopatológica do tecido cerebral do indivíduo, o que só ocorre após o óbito. Diante disso, esse diagnóstico ainda é deficitário, entretanto, existem vários estudos e pesquisas com resultados satisfatórios, que buscam estabelecer esse diagnóstico de maneira precisa e precoce, essas pesquisas utilizam biomarcadores intra e extracelulares, aliados a técnicas de neuroimagem. Todas essas técnicas visam a um diagnóstico precoce, que melhore o prognóstico do paciente (ALMEIDA et al, 2021). 

Quanto mais precoce for o diagnóstico da doença de Alzheimer, melhor será o prognóstico do paciente e da sua qualidade de vida. Para isso existem alguns exames que podem detectar precocemente a deposição de substância beta amiloides no cérebro desses pacientes. O Pósitron EmissionTomography (PET) e a medição do líquido cefalorraquidiano podem identificar precocemente o acúmulo das proteínas beta amiloides no tecido cerebral, antes mesmo do paciente desenvolver os sintomas (SILVA, LESSA e ARAÚJO, 2021). 

Segundo Abrile, Santos e Ferreira (2019), os biomarcadores presentes no LCR (Líquido cefalorraquidiano) podem identificar estágios precoces da DA, até mesmo antes do desenvolvimento de demência, pois a análise combinada desses indicadores permite fazer um diagnóstico diferencial entre a DA e outras demências. A Tau total é considerada um marcador não específico para lesões neuronais associadas com uma variedade de processos biológicos, mas em pacientes com DA ela é detectada com concentrações três vezes maior do que em pessoas sem a doença.  

Por meio da espectrometria cientistas conseguiram identificar a presença de biomarcadores no sangue de indivíduos portadores da doença de Alzheimer. A detecção desses biomarcadores atrelada à história familiar e à idade aumentou a precisão do diagnóstico da amiloidose cerebral em 94%, podendo identificar os indivíduos com maior predisposição a desenvolvê-la (SILVA, LESSA e ARAÚJO, 2021). 

A imagem morfológica, segundo Mendéz et al. (2019), usando ressonância magnética (MRI) e tomografia computadorizada (TC), bem como métodos moleculares como tomografia por emissão de pósitrons (PET) e tomografia por emissão de fóton único (SPECT), desempenham um papel importante no diagnóstico precoce e no acompanhamento invasivo in vivo de pacientes com síndromes neurodegenerativas. Os depósitos cerebrais das proteínas anormais Aÿ e tau podem ser detectados usando PET e a disfunção neuronal medida pela análise do metabolismo da glicose cerebral (FDG). A perfusão cerebral avaliada por SPECT mostra boa correlação com alterações metabólicas.

Além do exame clínico, existem alguns outros exames que podem ser aplicados no atendimento do paciente que manifeste algum sintoma característico da doença de Alzheimer: “Miniexame do Estado Mental” (MEEM), que pode ser utilizado nesses pacientes, não como forma de diagnosticar, mas de rastreio de sinais que possam necessitar de fazer uma investigação mais detalhada (CERENTINI, 2021). 

Abrile, Santos e Ferreira (2019) complementam ao relatarem que um dos testes realizados para diagnóstico da Doença de Alzheimer são os mini mentais que se baseiam em um conjunto de questões geralmente agrupadas em 7 categorias, cada uma com função de avaliar as funções cognitivas específicas. Essas questões são classificadas em pontos e são relacionadas à orientação e espaço; um registro de 3 palavras que após um tempo deverá ser repetidas, atenção e cálculos simples, linguagem e capacidade construtiva visual. Os pontos podem variar de 0 a 30, sendo 0 para um comprometimento de grande intensidade e 30 correspondendo a melhor capacidade cognitiva.  

Esse exame, segundo Cerentini (2021), pode ainda, detectar alguma alteração que sugira um quadro demencial no paciente. Portanto, funciona como mais uma ferramenta no auxílio ao diagnóstico precoce desses pacientes, com o intuito de frear mais precocemente a evolução da doença e proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente.  

Com a evolução da medicina e o aprimoramento nas técnicas de imagem diagnósticas, o diagnóstico de muitas patologias vem se tornando cada vez mais precoce. Com isso, na atualidade tem se a disponibilidade de um exame denominado PET-CT, que possibilita detectar precocemente alterações neurodegenerativas no cérebro de pacientes, mesmo antes deles manifestarem algum sintoma. Essa tecnologia possibilita que possa ser feito o diagnóstico nas fases iniciais da doença, agilizando, assim, que a terapêutica seja direcionada visando reduzir a velocidade de progressão da doença. Dessa forma o paciente pode obter uma melhor qualidade de vida por um tempo mais prolongado (ALMEIDA et al., 2021). 

Segundo Poloni (2021), as primeiras alterações estruturais causadas no cérebro de um paciente que venha a desenvolver a doença de Alzheimer é a deposição de proteínas beta hemolíticas e de proteína Tau, as quais provocam um processo de toxicidade para o cérebro, o que em casos mais avançados leva à morte dos neurônios, causando a sintomatologia do paciente. Diante disso e pelo fato da ressonância magnética ser um exame de imagem de alta sensibilidade na detecção de alterações estruturais no cérebro, ela vem sendo cada vez mais utilizada no auxílio do diagnóstico da doença de Alzheimer, associada aos achados clínicos e a outros exames de imagem e laboratoriais. 

Por enquanto, Poloni (2021) afirma que o diagnóstico da doença de Alzheimer só poderá ser feito com 100% de exatidão no posmortem do paciente, por meio do estudo histológico do tecido cerebral. Tendo em vista essa realidade, o que é feito atualmente é a utilização de critérios clínicos e de imagem, que auxiliem no diagnóstico mais fidedigno possível dessa patologia. Há ainda a união das apresentações clínicas, com histórico genético, aliados a alguns exames de imagem. 

O que existe de mais moderno nesse diagnóstico é o estudo do cérebro desses pacientes, utilizando-se biomarcadores que podem indicar alterações ainda no início da doença. Esse avanço pode contribuir de forma significante no prognóstico do doente, melhorando sua qualidade de vida (LIMA, 2021).

A DA já havia sido definida com base na descrição original de Alois Alzheimer de achados neuropatológicos em material de autópsia. Mendéz et al. (2019) reforçam que o diagnóstico se baseou na presença detalhada, densidade e distribuição das lesões características, nomeadamente placa amiloide extracelular e degenerescência neuro fibrilar intraneural. Esses critérios foram posteriormente refinados e quantificados na tentativa de incluir outras lesões que geralmente coexistem no cérebro envelhecido e afetam a cognição.

Dessa forma, Mendéz et al. (2019) reforça Lima (2021) ao relatarem a descoberta de biomarcadores que podem relatar in vivo a presença desses depósitos mudou radicalmente o diagnóstico da neuro degeneração. No entanto, como é comum na biomedicina, os avanços técnicos vêm acompanhados de mudanças conceituais provavelmente ainda mais relevantes. No caso da DA, isso levou a uma nova definição da doença, separando-a da demência como um achado clínico único, que pode se desenvolver durante o curso de várias outras doenças concomitantes. O diagnóstico hoje é determinado pela detecção de amiloide, T-tau e P-tau. Não se sabe se essas proteínas anormais realmente causam a doença, mas, no entanto, são sua característica definidora. 

Conclusão

A Doença de Alzheimer não possui cura e afeta milhares de idosos que buscam tratamento que ajudem a melhorar a qualidade de vida. É imprescindível que o diagnóstico seja precoce, sendo que, ao longo dos anos, os métodos diagnósticos visam além do diagnóstico precoce, o aumento da eficácia e a diminuição dos erros de diagnóstico. Existem novas metodologias de diagnóstico que trazem benefícios, como biomarcadores (t-tau, p-tau), técnicas de neuroimagem com inteligência computacional, no entanto, muitos novos métodos ainda necessitam de mais estudos científicos.  

Referencias  

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1Acadêmico(a) do Curso de Medicina – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos
2Professor do Curso de Medicina – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos