ANALYSIS OF THE IMPACTS OF READING INCENTIVE PROJECTS: THE CASE OF THE FIMCA JARU READING CLUB
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501030917
Elen Fernanda Lucindo Alves1
Joel Correa de Souza2
Leticia Rodrigues Schmitz3
Edy Pollo Santos Hassegawa Moscoso4
RESUMO
Análise dos impactos de projetos de incentivo a leitura: O caso do Clube da Leitura FIMCA JARU tem como objetivo analisar os impactos do Clube da Leitura FIMCA Jaru como projeto de incentivo à leitura, demonstrando os efeitos percebidos por seus membros. A metodologia é qualitativa exploratória, com estudo de caso. Aplicou-se uma pesquisa via google forms com 20 perguntas, na qual 21 integrantes responderam. Dentre os principais resultados estão que cerca de 71,40% consideram a leitura em grupo um fator crucial para o desenvolvimento de formação de um senso crítico; 85,70% acreditam que tiveram melhora na interpretação, raciocínio lógico e oratória; 61,90% acreditam que o clube desenvolve um papel de acolhimento e socialização; e 95,2% dos pesquisados afirmaram que vão continuar frequentando o clube. Portanto, tendo em vista os dados, a pesquisa demonstra para os pesquisados que o projeto afeta a vida dos leitores participantes. Evidencia-se a importância da atuação de projetos de incentivo à leitura que contribuem para a formação de um senso crítico, promovem o diálogo literário e auxiliam na construção de um repertório cultural.
Palavras-chave: Projeto social. Clube de leitura. Incentivo a leitura.
ABSTRACT
Analysis of the impacts of reading incentive projects: The case of the FIMCA JARU Reading Club aims to analyze the impacts of the FIMCA Jaru Reading Club as a reading incentive project, demonstrating the effects perceived by its members. The methodology is exploratory, and in addition to a bibliographic review, a case study. A survey was carried out via Google Forms with 20 questions, in which 21 members responded. Among the main results are that around 71.40% consider reading in groups a crucial factor for the development of critical thinking; 85.70% believe that they improved in interpretation, logical reasoning and oratory; 61.90% believe that the club plays a welcoming and socializing role; and 95.2% of those surveyed stated that they will continue attending the club. Therefore, given the data, the research demonstrates to those surveyed that the project affects the lives of participating readers. The importance of carrying out projects to encourage reading is highlighted, which contribute to the formation of a critical sense, promote literary dialogue and help in the construction of a cultural repertoire.
Keywords: Social project. Reading club. Encourage reading.
1. INTRODUÇÃO
A prática da leitura é essencial para o desenvolvimento intelectual e crítico dos indivíduos, desempenhando um papel crucial na formação de cidadãos informados e engajados. No Brasil, o hábito da leitura enfrenta desafios significativos, evidenciados pela redução do número de leitores entre o ano de 2015 a 2019, causada por fatores como a falta de tempo e o desinteresse, conforme apontado pela pesquisa Retratos da Leitura, realizada pelo IPL – Instituto Pró-Livro (2021, p 44-68).
O mesmo estudo, indica que no período de 2015 a 2020 não ocorreu aumento do número de livros lidos, além de uma tendência de decréscimo na frequência de leitura de quase todos os formatos, sobretudo livros de literatura escolhidos por vontade própria e de livros didáticos indicados por escolas.
Diante desse cenário, como os projetos de incentivo à leitura, como o Clube da Leitura FIMCA Jaru, influenciam o desenvolvimento cognitivo, acadêmico e social dos seus membros, bem como a integração da comunidade externa, em um contexto de crescente desinteresse pela leitura no Brasil?
Diante disso, o objetivo geral é analisar os impactos do Clube da Leitura FIMCA Jaru como projeto de incentivo à leitura, demonstrando os efeitos percebidos por seus membros. Para este alcance, estabeleceu-se os seguintes objetivos específicos: apresentar os efeitos do clube sobre o desenvolvimento cognitivo e acadêmico dos membros; Aferir a percepção dos membros sobre os impactos do clube na sociabilidade e acolhimento; Avaliar a participação da comunidade externa no clube.
Explora-se a significância dos projetos de incentivo à leitura, evidenciando em específico os resultados alcançados pelo Clube da Leitura FIMCA Jaru. O projeto, implementado pela Biblioteca da Instituição de Ensino Superior FIMCA Jaru, visa não apenas aumentar o hábito de leitura entre seus membros, mas também criar um ambiente propício para a troca de experiências literárias e a construção de uma comunidade de leitores.
A relevância reside na contribuição que projetos como o Clube da Leitura FIMCA Jaru podem oferecer na formação de leitores críticos e engajados. Além disso, a análise da eficácia desses projetos pode fornecer esclarecimentos valiosos para a implementação de políticas educacionais e culturais mais eficazes.
Esta pesquisa organiza-se em cinco tópicos. Para além da presente introdução, com a apresentação do tema, o segundo tópico trata do referencial teórico – discute a importância da leitura, contextualiza projetos de incentivo à leitura, caracteriza a instituição de ensino FIMCA Jaru, e detalha o funcionamento das atividades do Clube da Leitura FIMCA Jaru. A metodologia empregada na pesquisa é descrita no terceiro tópico. Os resultados e discussões são então apresentados, seguidos pelas considerações finais que fecham o trabalho.
Ao longo deste estudo, buscou-se fornecer uma análise específica sobre os impactos de projetos de incentivo à leitura, destacando os benefícios concretos que tais iniciativas podem trazer para a comunidade acadêmica e a sociedade em geral.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
- A Importância da leitura
A leitura é fundamental para o desenvolvimento cognitivo do indivíduo, pois trata-se de um processo que não é natural – como falar, ouvir, ver – e sim uma habilidade criada para registrar algo, como escrever um livro. Com o passar dos anos o homem criou a habilidade de registrar o que percebia.
O mais antigo e importante sistema de escrita conhecido surgiu na Suméria, região da Mesopotâmia, no segundo milênio a. C. A chamada “escrita cuneiforme” foi utilizada para fins de registro de patrimônio, contratos jurídicos, inscrições dirigidas a deuses e narrativas. Apesar de boa parte de seus escritos serem administrativos ou contábeis, foi em tabuletas sumerianas que a literatura se iniciou. Desde então, a escrita evoluiu cada vez mais e se tornando muito complexa. Com esta complexidade, surge a necessidade da leitura (Reis, 2019, p. 12).
Para Paulo Freire (1994, p. 9) “A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.
Linguagem e realidade se prendem dinamicamente”. Ou seja, a leitura está em consonância com a leitura do mundo, e as experiências de vida
No livro O cérebro no Mundo Digital, a neurocientista Maryanne Wolf (2019, p.37) discorre sobre como funciona o cérebro humano no momento da leitura.
Portanto, sempre que designamos uma única letra que seja, estamos ativando redes inteiras de grupos neuronais específicos no córtex visual,que correspondem a redes inteiras de grupos de células baseados na linguagem, igualmente específicos, que correspondem a redes de grupos específicos de células articulatório-motoras – tudo com uma precisão de milissegundos. Multiplique esse quadro por centenas e centenas de vezes quando a tarefa for a de representar o que você leitor está fazendo enquanto lê esta carta com atenção e compreensão completa (ou mesmo incompleta) dos significados envolvidos.
O cérebro tem a capacidade de adaptar suas funções naturais, circuitos da visão e linguagem, assim criando a habilidade de leitura, ele recicla e realoca redes neurais existentes que estão relacionadas cognitivamente, essa adaptação é um exemplo de plasticidade que permite aprender algo que não seja natural como ler (Dehaene, 2001, p. 147).
A autora ainda afirma que a falta de leitura ou a leitura vista sobre a tela de smartphone, ou computador ou qualquer meio digital, sem nenhuma profundidade no texto, pode influenciar negativamente as futuras gerações nas tomadas de decisões e na identificação da veracidade das informação, pois a leitura é algo cumulativa e leva muito tempo para se formar na mente humana, e quando profunda, leva o leitor a criar imagens, sentir emoções que nunca sentiria se não fosse pelo ato de ler. Os estudos de Wolf (2019, p. 95) acrescenta ainda tudo isso mais um fator,
Do ponto de vista do cérebro leitor, o pensamento crítico representa a soma completa dos processos do método científico. Sintetiza o conteúdo do texto com nosso conhecimento de fundo, analogias, deduções, induções e inferências, e então usa essa síntese para avaliar as pressuposições, interpretações e conclusões subjacentes do autor. A formação cuidadosa do raciocínio crítico é a melhor maneira de vacinar a próxima geração contra a informação manipuladora e superficial, seja em textos ou telas.
Observa-se que a leitura é peça fundamental para o desenvolvimento cognitivo do cérebro, e a alfabetização é um dos primeiros processos quando se trata da transmissão do ato de ler. Em seus estudos, as autoras Virgínio & Santos (2023, p. 6) entendem que apesar de ser um estágio primordial nos primeiros anos de vida, não é incomum encontrar pessoas alfabetizadas que não compreendem mensagens simples ou operações matemáticas. São os chamados “analfabetos funcionais”, incapazes de assimilar textos apesar de reconhecerem letras e números.
No Brasil, o analfabetismo funcional é preocupante. De acordo com os dados da pesquisa do Indicador de Alfabetismo Funcional – INAF (2018), 30% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais e apenas 12% são proficientes, isto é, elaboram textos mais complexos e opinam acerca do estilo do autor.
O cenário supracitado é consequência de uma possível ausência de leitura e escrita de gêneros literários no geral. É cientificamente comprovado que a habilidade de ler e compreender textos aumenta a capacidade cognitiva de quem pratica. Segundo a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2024), a leitura favorece a melhora da escrita, expande o vocabulário, trabalha a criatividade e auxilia na formação do senso crítico.
Presenciar pessoas praticando a leitura, dialogando sobre livros, narrativas e autores habitualmente pode ser um bom exemplo. Ajuda na associação de que a constância do livro é tão imprescindível quanto um celular ou computador (Virgínia e Santos, 2023, p. 6).
- Projetos de incentivo a leitura e seu contexto
No Brasil, há cerca de 100,1 milhões de leitores, representando 52% da população, conforme aponta a última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do IPL – Instituto Pró-Livro (2021, p.149), que considera leitor aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos 3 meses antes de sua realização. A pesquisa indica uma queda de aproximadamente 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019.
Entre os não-leitores, as principais razões são a falta de tempo e a falta de interesse pela leitura. Além disso, também revela que os leitores frequentemente utilizam seu tempo livre para assistir televisão, filmes ou vídeos em casa, ouvir música ou rádio, e usar a Internet, WhatsApp e redes sociais (Instituto Pró-Livro, 2021, p. 222).
Para que o hábito da leitura desperte curiosidade é necessário alguns projetos de incentivos estejam presentes no cotidiano das pessoas, como leituras em família, bibliotecas itinerantes, feiras literárias ou de literaturas e até programas de leitura digital. O próprio governo, junto com o ministério da educação, criou o programa cantinho da
leitura, com intuito de incentivar crianças do 1º ao 5º ano do ensino fundamental (Brasil, 2023).
Outro exemplo é o Instituto Brasil Solidário, que visa desenvolver o letramento e o hábito da leitura entre alunos, professores e a comunidade escolar (Solidário, 2022). Suas atividades incluem formação de professores, doação e organização de bibliotecas, e oferta de recursos pedagógicos.
No cenário das instituições de ensino, a biblioteca tem papel crucial na formação de leitores críticos e na disseminação de informação fidedigna. Martins (2017, p. 96) entende que professores e bibliotecários devem potencializar esse papel, organizando eventos e ações que fomentem o interesse pela leitura.
Além de ser uma habilidade essencial, a leitura é um processo contínuo de desenvolvimento pessoal e intelectual. Nas palavras de Veroneze; Javarez; Nadal (2019, p. 315), leitor é quem lê com frequência e adquire experiência de textos e do mundo, modificando-se no processo.
Dessa forma, os projetos de leitura ganham ainda mais relevância, pois não apenas incentivam a prática da leitura, mas também promovem um crescimento contínuo e transformador. Esses projetos são fundamentais para criar ambientes onde o hábito de ler se torna parte integral da vida cotidiana, permitindo que os leitores se tornem pensadores críticos e cidadãos mais conscientes. Assim, é imperativo que tais iniciativas sejam apoiadas e desenvolvidas continuamente, contribuindo para a formação de uma sociedade mais culta e reflexiva.
- Caracterização da instituição de ensino
Faculdade de Educação de Jaru – FIMCA Jaru é uma instituição de ensino superior privada, pertencente ao grupo educacional Aparício de Carvalho. Está localizada na cidade de Jaru, Rondônia, e oferta cursos de graduação na modalidade bacharelado, licenciatura e tecnólogo, além dos cursos de pós-graduação. Foi implantada em 2017, dando continuidade aos serviços de educação prestados até então pela rede Unicentro, presente no município desde 2001 (FIMCA, 2016).
Se tratando do subsídio ao ensino e a pesquisa bibliográfica, é relevante mencionar a biblioteca da instituição, que contribui consideravelmente para a formação curricular. A Biblioteca FIMCA, evidenciada na Figura 1, dispõe de um regulamento
aprovado pela Resolução Normativa nº 001 da instituição, publicada em 2023, com normas e procedimentos para sua utilização, como também descreve a composição de seus recursos.
Figura 1 – Biblioteca FIMCA
Fonte: Site oficial FIMCA Jaru (2022).
Legenda: Espaço da biblioteca com os títulos para consulta.
É organizada com seção de referência, sala de processamento técnico e coordenação, salas de estudo em grupo, salão de leitura, cabines de acesso à internet, seção de livros e seção de periódicos. Conta com um acervo físico composto por bibliografias básicas e complementares dos cursos ofertados pela instituição, que atualmente somam mais de 5 mil títulos e 18.980 mil exemplares disponíveis para consulta local e também para empréstimos (FIMCA Jaru, 2023).
A biblioteca oferece acesso ao público em geral de segunda a sábado. Além dos estudantes, professores e funcionários da instituição, a comunidade local é bem-vinda para utilizar suas instalações físicas e consultar o acervo sem qualquer custo.
- O Clube da Leitura FIMCA Jaru
Os clubes de leitura se destacam como ambientes propícios à mediação de leitura, estimulando a curiosidade e criatividade dos participantes. Esses espaços promovem a interação e o diálogo, aproximando as pessoas e oferecendo novas perspectivas e significados (Veroneze, Javarez & Nadal, 2019, p. 316).
A sociabilidade, fundamental neste modelo de projeto, é diretamente influenciada pelo engajamento dos seus membros, que são motivados a discutir e compartilhar suas
experiências literárias. Ao falar sobre os livros lidos, os leitores não só aprofundam sua compreensão, mas também inspiram os outros a ler, criando um ciclo virtuoso de aprendizado e crescimento coletivo. Além disso, clubes de leitura possuem uma abordagem descontraída e acessível, promovendo experiências enriquecedoras em um ambiente informal,
Os clubes de leitura ainda são uma alternativa para uma melhor apropriação da leitura pois, em geral, são constituídos por um número limitado de participantes e vão além da leitura literária realizada em espaços formalmente constituídos, tais como as escolas e universidades. A diferença começa pela disposição física, em formato circular, de modo que não haja figura em destaque e todos consigam olhar uns aos outros (Scaramussa e Dalvi, 2017, p. 269).
Juntos, biblioteca e clubes de leitura criam um ambiente de reflexão e formação, onde o hábito da leitura é cultivado e a compreensão crítica é aprofundada, transformando os leitores em indivíduos mais informados e esclarecidos.
O Clube da Leitura FIMCA Jaru, é um exemplo de projeto de incentivo à leitura da Biblioteca FIMCA Jaru, que conecta a instituição à sociedade. Tem como missão promover a leitura e proporcionar um espaço de diálogo literário, contribuindo para uma formação cultural e crítica da comunidade. É simbolizado por uma coruja segurando um livro com a logo da instituição de ensino, conforme Figura 2.
Figura 2 – Símbolo do projeto.
Fonte: Autoria do projeto.
Legenda: Simbologia composta por uma coruja lendo um livro cuja capa é a logotipo da faculdade. Mais ao lado, há o nome que identifica o Clube da Leitura FIMCA Jaru.
A metodologia é participativa desde a escolha dos livros, realizada pelos próprios membros. Mensalmente são convidados a indicar livros que se enquadrem em temas pré-estabelecidos pela administração, geralmente relacionados à uma temática popularmente debatida no mês, como saúde mental em janeiro, literatura infantil em fevereiro, protagonismo feminino em março, desafios da maternidade em maio, etc. Após a escolha, os participantes têm em média 30 dias para ler o livro selecionado.
Ocorre então o encontro presencial, destinado à reflexão e argumentação do conteúdo adquirido. O diálogo é o centro do encontro. Sua disposição é formada por um círculo de conversa, como observado na Figura 3, o qual valoriza a escuta dos participantes e a construção coletiva do conhecimento. É realizada leitura de trechos, argumentação acerca da narrativa, do estilo do autor e da experiência de leitura. A contextualização do livro e a mediação da roda de conversa são conduzidas por duas administradoras, que garantem que todos possam participar.
Figura 3 – O círculo de conversa do projeto.
Fonte: Autoria do projeto.
Legenda: Formato dos encontros realizados pelo Clube da Leitura
Os encontros são realizados no último sábado do mês, das 16h às 17h30, na biblioteca da FIMCA Jaru, ou em espaço pertinente. Abrange uma diversidade de público, que vai desde acadêmicos e funcionários da instituição, à comunidade da cidade de Jaru. A média de participação, apesar de variável, é de aproximadamente 12 pessoas. Durante a realização, propõe-se que os participantes compartilhem alimentos e façam desenhos relacionados ao livro, o que facilita a sociabilidade.
Até a presente data deste artigo, o clube já selecionou obras diversas e de relevância social e literária, como:
- Coraline de Neil Gaiman, 2002;
- Dom Casmurro de Machado de Assis, 1899;
- O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, 1943;
- A Biblioteca da Meia-Noite de Matt Haig, 2020;
- O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro de Vasconcelos, 1968;
- Orgulho e Preconceito de Jane Austen, 1813;
- O Olho Mais Azul de Toni Morrison, 1970;
- Véspera de Carla Madeira, 2021;
- Vidas Secas de Graciliano Ramos, 1938;
- Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago, 1995; e
- Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, 1865.
Além das rodas de conversa, o clube organiza sorteios, doações e trocas de livros durante os encontros, o que estimula ainda mais o hábito da leitura e a circulação de obras entre os participantes. Uma prática característica do projeto é a criação e distribuição de marcadores de página temáticos, conforme Figura 4, relacionados ao livro do mês, que são oferecidos aos participantes como lembrança e incentivo à continuidade da leitura.
Figura 4 – Marca-páginas
Fonte: Autoria do projeto.
Legenda: Marca-página distribuído entre os participantes com o símbolo do Clube, além de frase e ilustração relacionados ao livro discutido nos encontros.
Para a disseminação de informações e promoção dos encontros, o clube utiliza de cartazes, produções criativas e ferramentas de comunicação digital como um grupo no WhatsApp e um perfil no Instagram. Esses canais são utilizados para compartilhar detalhes sobre o livro do mês e seu respectivo autor, divulgação dos encontros e informações relevantes sobre o mundo da literatura, o que facilita a comunicação e a participação ativa dos membros.
3. METODOLOGIA
Neste trabalho utiliza- se de uma abordagem quantitativa, com caráter exploratório e descritivo, cujos procedimentos técnicos foram aplicados mediante ao estudo de caso.
Segundo Diel (2004), a pesquisa quantitativa usa da quantificação, tanto na coleta quanto no tratamento das informações utilizando – se técnicas estatísticas, objetivando resultados que evitem possíveis distorções de análise e interpretação, possibilitando uma maior margem de segurança.
Algumas das finalidades primordiais da pesquisa exploratória é proporcionar maiores informações sobre o assunto que se vai investigar, facilitar a delimitação do tema de pesquisa, orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque sobre o assunto (Andrade, 2002).
O levantamento de dados se concentrou em descrever os impactos ocasionados nos membros do clube da leitura, similar ao que afirma (Vergara 2016 p. 74) “A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.”
Estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo. Utiliza métodos diferenciados de coleta de dados. (Vergara, 2016 p. 77)
Com o intuito de obter fontes fidedignas, utilizou-se como base científica artigos já publicados, livros da biblioteca física e virtual FIMCA Jaru, revisou-se materiais que discorrem sobre a importância da leitura e clubes de leitura.
Posterior a revisão bibliográfica, realizou-se a pesquisa de campo que teve caráter quantitativo. Utilizou-se como ferramenta de pesquisa a escala de Likert, que segundo Gunther (2003) é utilizada na área de ciências sociais, especialmente em pesquisa de atitudes opiniões e avaliações.
Figura 6 – Escala de Likert
Fonte: Likert (1932).
Legenda: A imagem evidencia os cincos pontos da escala e suas pontuações.
De acordo com Appolinário (2007, p. 81), a escala de Likert pode ser definida como um “tipo de escala de atitude na qual o respondente indica seu grau de concordância ou discordância em relação a determinado objeto”. Para a pesquisa foram selecionados 26 membros como amostra, que participaram de no mínimo um encontro no período de outubro de 2023 a maio de 2024. Foi elaborado na plataforma Google forms e encaminhado o link via aplicativo whatsApp. Continha 20 perguntas obrigatórias, evidenciado no Anexo A, sendo 30% um questionário socioeconômico e 70% perguntas direcionadas ao objetivo da pesquisa. Teve duração de 05 dias e obteve 21 respostas, isto é, mais de 80,77% do público almejado foi alcançado.
4. ANÁLISES E DISCUSSÕES
A análise do questionário socioeconômico revelou que as mulheres compõem 76% dos membros. Também demonstra-se que participantes de 20 a 25 anos, representados por 57% dos respondentes, são predominantes. No entanto, o clube conta com membros de todas as faixas etárias, possibilitando a troca de saberes que enriquecem os encontros. Todos os membros são ex-alunos de escola pública, 38% possui o ensino superior completo e 38% possui o ensino superior incompleto, 9% tem apenas o ensino médio completo e 14% possui o ensino médio incompleto, 57% dos participantes são empregados, 28% estudante e 14% autônomo, 42% dos indivíduos possuem renda média de R$ 1.412,00 a R$ 2.824,00.
Forma-se assim o perfil dos membros do Clube da Leitura FIMCA Jaru: jovens em sua maioria de 20 a 25 anos, representado majoritariamente por mulheres, acadêmicos e formação e graduados, em sua maioria empregados, que buscam na leitura lazer, autoconhecimento, troca de experiências e aderência ao conhecimento.
No Gráfico 1, observa-se uma baixa adesão do corpo discente da FIMCA Jaru, o que é interessante, visto que o Clube é divulgado e se desenvolve dentro da própria instituição, ou seja, os acadêmicos deveriam ter mais acesso à ação comparado a comunidade externa. Entretanto, a alta participação de não acadêmicos fomenta a dialética e proporciona aos encontros trocas enriquecedoras, possibilitando conexões consideráveis.
Gráfico 1 – A participação do corpo discente da FIMCA Jaru.
Fonte: Elaboração própria (2024).
Legenda: 66,7% dos respondentes afirmaram e 33,3% negaram estudar na FIMCA Jaru.
Os impactos que a contribuição dos membros externos ocasionam nos encontros é evidente, pois ao serem questionados se a participação dos membros que não são acadêmicos da IES FIMCA Jaru enriquece as discussões e contribui para a disseminação de informações, 76% dos membros concordaram fortemente com o questionamento e 23% concordaram, visto no Gráfico 2. Oferecer oportunidades para que pessoas de diferentes classes sociais, visão de mundo e idade aquiesce a missão do clube, transformando-o em uma ferramenta de desenvolvimento social e cultural, que incentiva a prática da leitura combatendo o analfabetismo funcional e a desinformação.
Gráfico 2 – A contribuição da participação da comunidade externa.
Fonte: Elaboração própria (2024).
Legenda: 76,2% dos respondentes concordaram fortemente e 23,8% apenas concordaram.
Ainda sobre a participação da comunidade externa, foi questionado se os indivíduos acreditam que o clube desenvolve um papel de acolhimento e socialização na comunidade. Dentre as respostas, observa-se no Gráfico 3 que 61,90% concordaram fortemente e 38,10% concordam, um índice que representa o papel fundamental que o projeto desempenha na vida dos membros. As pautas discutidas e a oportunidade de se envolver com uma rede de leitores engajados proporciona liberdade para expor os seus pensamentos, críticas e anseios, o qual agrega ao perfil dos integrantes e contribui na construção de relacionamentos interpessoais.
Gráfico 03 – O Clube da Leitura e acolhimento e socialização
Fonte: Elaboração própria (2024).
Legenda: 61,9% dos respondentes concordaram fortemente e 38,1% apenas concordaram.
Virgínio & Santos (2023, p. 6) afirmam que a leitura é uma peça fundamental para o desenvolvimento cognitivo do cérebro. Tal afirmação é evidenciada nos membros do Clube da Leitura, pois, questionados se a interpretação, raciocínio lógico e oratória haviam melhorado, evidenciado no Gráfico 4, 33,3% concordam fortemente, 52,4% concordam e 14,3% foram indiferentes aos seus efeitos, sendo possível observar que mais da metade dos membros notaram os efeitos da leitura periódica.
Gráfico 4 – A melhora da oratória, interpretação e raciocínio lógico nos membros
Fonte: Elaboração própria (2024).
Legenda: 52,4% concordaram fortemente, 33,3% apenas concordaram e 14,3% foram indiferentes.
Seguindo no sentido dos efeitos percebidos pelos membros, no Gráfico 5 questionou-se a melhora do nível do desempenho acadêmico após os participantes começarem a frequentar os encontros do projeto. Obteve-se como resposta que 52,40% dos respondentes não notaram evidências no nível de desenvolvimento acadêmico, enquanto 38,1% concordaram e 9,5% concordaram fortemente que o desenvolvimento acadêmico melhorou, após participar do clube.
Gráfico 5 – A melhora do desenvolvimento acadêmico após frequentar o Clube.
Fonte: Elaboração própria (2024).
Legenda: 52,4% foram indiferentes, 38,1% concordaram e 9,5% concordaram fortemente.
As respostas demonstram que os resultados ou benefícios não serão evidenciados por todos. De acordo com os estudos de Veroneze, Javarez & Nadal (2019, p. 315), os efeitos da leitura seja ele benéfico ou indiferente depende da qualidade da leitura que o leitor está realizando, varia de acordo com a sua visão de mundo e com a experiências adquiridas até o momento, e modifica-se a cada leitura.
Os autores ainda afirmam que clubes de leitura são ambientes propícios à mediação de leitura, estimulam a curiosidade e a criatividade dos participantes, além de promover a interação e o diálogo. Os integrantes do projeto consideram que o Clube da Leitura proporciona conhecimento, experiência e referências que contribuem para a formação de um repertório cultural : 81% concordaram fortemente e 19% concordaram com o questionamento, conforme gráfico 6, confirmando o estudo supracitado.
Gráfico 6 – A contribuição do Clube para um repertório Cultural.
Fonte: Elaboração própria (2024).
Legenda: 81% concordaram fortemente e 19% concordaram
Ao questionar se os membros pretendem continuar frequentando o Clube, 95,2% afirmaram que pretendem continuar participando dos encontros e respectivamente do clube, evidenciado no Gráfico 7, reforçando que a missão do clube está sendo alcançada.
Gráfico 7 – Continuidade da frequência dos membros
Fonte: Elaboração própria (2024).
Legenda: 95,2% concordaram e 4,8% não soube responder.
Por meio da análise dos dados coletados, conclui-se que o Clube da Leitura desempenha um papel satisfatório quanto à promoção do incentivo à leitura no meio acadêmico e social. Os integrantes demonstraram os impactos proporcionados pelo Clube da Leitura FIMCA Jaru, bem como o interesse em leituras futuras, apontando uma melhora na motivação para a leitura. O clube se consolidou como um espaço de vivência e acolhimento, onde todos possuem o seu lugar de fala garantido, promovendo uma cultura literária robusta e fomentando o desenvolvimento pessoal e social.
5. CONCLUSÃO
A análise do Clube da Leitura FIMCA Jaru revela sua importância como projeto de incentivo à leitura, demonstrando impactos notáveis no desenvolvimento cognitivo, acadêmico e social de seus membros. O estudo confirmou que a prática regular da leitura, mediada por atividades de um projeto, não apenas melhora a interpretação, o raciocínio lógico e a oratória, mas também fomenta a sociabilidade e o acolhimento entre os participantes.
Os dados coletados mostram que a maioria dos membros do clube são jovens acadêmicos, majoritariamente mulheres, que buscam na leitura uma forma de lazer, autoconhecimento e troca de experiências. A participação em peso da comunidade externa indica a diversificação dos perfis dos participantes e enriquece as discussões literárias com diferentes perspectivas.
Também observa-se que o projeto cumpre seu papel de sociabilidade ao proporcionar um ambiente de acolhimento e socialização. Os encontros permitem que os participantes expressem seus pensamentos, críticas e anseios, promovendo a construção de relacionamentos interpessoais sólidos e significativos.
Apesar de alguns membros não notarem uma melhora imediata no desempenho acadêmico, a maioria reconhece os benefícios da leitura periódica, como a formação de um senso crítico aprimorado e o desenvolvimento de habilidades cognitivas essenciais, acordando com os estudos de Wolf (2019, p.37) e de Pontifícia Universidade Católica do Rio grande do Sul (2021). A continuidade da participação no clube, desejada por 95,2% dos membros, reforça a eficácia e a relevância do projeto na promoção da leitura e do desenvolvimento pessoal.
O Clube da Leitura FIMCA Jaru exemplifica como bibliotecas e clubes de leitura podem atuar conjuntamente para criar ambientes de reflexão e formação crítica. Projetos como este são essenciais para combater o analfabetismo funcional e a desinformação, oferecendo oportunidades para que pessoas de diferentes classes sociais e idades se engajem em práticas literárias enriquecedoras.
É possível concluir que esta pesquisa responde aos objetivos definidos. Os efeitos do Clube da Leitura FIMCA Jaru acerca do desenvolvimento cognitivo e acadêmico foi percebido pelos estudantes, a percepção dos membros no que se refere aos impactos de acolhimento e sociabilidade foram positivos, assim como a participação do público externo é bem recebida e incentivada.
Para futuros trabalhos, sugere-se ampliar a pesquisa para incluir outros clubes de leitura, a fim de obter uma visão mais abrangente sobre as diversas dinâmicas e impactos desses projetos. Também seria valioso incorporar perguntas que investiguem o impacto dos clubes de leitura no combate ao analfabetismo funcional, uma vez que essa questão ainda representa um desafio para o desenvolvimento educacional no Brasil. A inclusão dessas variáveis poderá fornecer uma análise mais específica sobre a eficácia dos clubes de leitura na promoção da literacia crítica e na mitigação das barreiras educacionais existentes.
REFERÊNCIAS
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BRASIL.Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.Compromisso Nacional Criança Alfabetizada: Programa Cantinho da Leitura. [S. l.]: Ministério da educação, 12 de junho de 2023. Disponível em: Programa Cantinho da Leitura — Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (www.gov.br). Acesso em: 19 mai. 2024.
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Dalfovo, Michael Samir, Lana, Rogerio Adilson, Silveira, Amelia. “Métodos quantitativos e qualitativos: um resgate teórico.” Revista interdisciplinar Cientifica aplicada Blumenau 2008.
ANEXO A – Modelo do questionário da pesquisa
1 Graduando / Ciências Contábeis/ FIMCA Jaru/ elenfernandalucindoalves@gmail.com
2 Graduando / Ciências Contábeis/ FIMCA Jaru/ joelcorreadesouza@gmail.com
3 Graduando / Ciências Contábeis/ FIMCA Jaru/ leticia.schmitz01@gmail.com
4 Mestre / Ciências Contábeis/ FIMCA Jaru/ prof.edymoscoso@unicentroro.edu.br