ANÁLISE DOS ANTIMICROBIANOS E DO PERFIL MICROBIOLÓGICO DE PACIENTES INTERNADOS POR COVID-19 EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

ANALYSIS OF ANTIMICROBIALS AND THE MICROBIOLOGICAL PROFILE OF  PATIENTS HOSPITALIZED FOR COVID-19 IN AN INTENSIVE CARE UNIT

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10801148


 Arenice Lucas Ramires1, Nixon Matheus de Carvalho Silva1,  Rayllan Cezar da Silva Moreira1, Rosiane Morais de Souza2, Milthes Viana Guedes2, José de Oliveira da Silva3, Francisca Maria da Silva4, Francisco de  Oliveira da Silva5, Cleonice de Macedo Lopes Silva6, Wendryus Willian de  Lima7


RESUMO:

Em outubro de 2019, houve um grande quantitativo de infecções na cidade de Wuhan na China, levando a quadros de insuficiência respiratória, no início tratada como Influenza, logo percebeu-se que era de fácil contágio, afetando todo o mundo, o que levou em março de 2020 a declaração de pandemia mundial. A atual pandemia é causada pelo Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2), sua principal
característica é o acometimento respiratório pulmonar, infecções agudas ou severas, dependendo da gravidade o paciente pode apresentar, febre, coriza, sensação de aperto no peito, cansaço, fadiga e quadros de pneumonia, o que está relacionado diretamente às altas taxas de mortalidade. O que levou o mundo a viver um completo estado de isolamento, pois as taxas de contágios e mortalidade são muito altas. Com isso o uso de antibióticos
tornou-se opção, por ser uma doença desconhecida no mundo, não sabendo ao certo qual era o tratamento adequado para o contágio com rápida proliferação. O que levou a um questionamento, ” até quando o uso de antibióticos é um benefício à saúde, e a partir de qual momento seu uso exacerbado se torna um problema de saúde pública?”. Objetivo: Analisar o consumo de antimicrobianos utilizados por pacientes COVID-19 internados em umas unidades de terapia intensiva e inferir microrganismos prevalentes. Metodologia: Foi realizado um estudo de coorte observacional, retrospectivo e quantitativo, onde foi analisado os registros do consumo de antimicrobianos utilizados durante dois anos da COVID – 19, em pacientes adultos em uma unidade de terapia intensiva, correlacionando com os microrganismos identificados através de cultura microbiológica, em um período de março de 2020 a março de 2022.As buscas foram realizadas nas seguintes bases de dados para o
levantamento teórico da pesquisa: Scielo, PubMed. Para as buscas foram utilizadas diferentes combinações: “antimicrobianos”, “pandemia”, “insuficiência respiratória”, “antibióticos”, “Covid-19”. Resultados: Durante o período de estudo, foram identificados 28.979 antimicrobianos na qual 12.638 usados no ano de 2020, 12.621 em 2021 e 3.548 no ano de 2022, foram utilizados 42 antimicrobianos diferentes durante o período em estudo no
hospital. Considerações Finais: Os resultados obtidos são importantes, porque mostram que o uso indiscriminado de medicamentos pode levar a sérios problemas de saúde pública. Dessa forma espera-se que novos estudos sejam realizados para que haja conscientização quanto ao uso racional desses medicamentos, e a reeducação da saúde pública.

 Palavras-chaves:  COVID-19;  Pandemia;  Insuficiência  Respiratória;  Antibióticos;  Saúde  Pública.

ABSTRACT:  In  October  2019,  there  was  a  large  number  of  infections  in  the  city  of  Wuhan  in  China,  leading  to  respiratory  failure,  at  first  treated  as  Influenza,  it  was  soon  realized  that  it  was  easily  contagious,  affecting  the  whole  world,  which  led  in  March  2020  to  the  declaration  of  a  global  pandemic.The  current  pandemic  is  caused  by  the  Severe  Acute  Respiratory  Syndrome  Coronavirus  2 ( SARS-CoV-2),  its  main  characteristic  is  pulmonary  respiratory  involvement,  acute  or  severe  infections,  depending  on  the  severity  the  patient  may  present,  fever,  runny  nose,  feeling  of  tightness  in  the  chest,  tiredness,  fatigue  and  pneumonia,  which  is  directly  related  to  high  mortality  rates.This  has  led  the  world  to  live  in  a  complete  state  of  isolation,  as  the  rates  of  contagion  and  mortality  are  very  high.  With  this,  the  use  of  antibiotics  became  an  option,  because  it  is  an  unknown  disease  in  the  world,  not  knowing  for  sure  what  was  the  appropriate  treatment  for  the  contagion  with  rapid  proliferation.Which  led  to  a  question,  “how  long  is  the  use  of  antibiotics  a  health  benefit,  and  from  what  moment  does  their  exacerbated  use  become  a  public  health  problem?”. Objective:  To  analyze  the  consumption  of  antimicrobials  used  by  COVID-19  patients  admitted  to  intensive  care  units  and  infer  prevalent  microorganisms. Methodology:  An  observational,  retrospective  and  quantitative  cohort  study  was  conducted,  where  we  analyzed  the  records  of  the  consumption  of  antimicrobials  used  during  two  years  of  COVID-19,  in  adult  patients  in  an  intensive  care  unit,  correlating  with  the  microorganisms  identified  through  microbiological  culture,  in  a  period  from  March  2020  to  March  2022.The  searches  were  performed  in  the  following  databases  for  the  theoretical  survey  of  the  research:  Scielo,  PubMed.  For  the  searches,  different  combinations  were  used:  “antimicrobials”,  “pandemic”,  “respiratory  failure”,  “antibiotics”,  “Covid-19”.  Results:   During  the  study  period,  28,979  antimicrobials  were  identified  in  which  12,638  used  in  the  year 2020 ,  12,621  in  2021  and  3,548  in  the  year 2022 ,  were  used  42  different  antimicrobials  during  the  period  under  study  in  the  hospital.  Final  Considerations:  The  results  obtained  are  important  because  they  show  that  the  indiscriminate  use  of  medicines  can  lead  to  serious  public  health  problems.  Thus,  it  is  expected  that  further  studies  will  be  conducted  so  that  there  is  awareness  about  the  rational  use  of  these  drugs,  and  the  re-education of public health.

 Keywords:  COVID-19; Pandemic; Respiratory Failure;  Antibiotics; Public health.

INTRODUÇÃO

 O  mundo  vivenciou  a  primeira  epidemia  viral  do  século  XXI  quando  um  novo  vírus  respiratório,  pertencente  à  família  Coronaviridae ,  deixou  de  infectar  apenas  animais  e  passou  a  ter  o  ser  humano como  hospedeiro. [1] Os  Coronavírus são vírus  que  causam  infecções respiratórias    em animais,  incluindo  aves  e  mamíferos.  Contudo,  apenas  sete  patógenos  são  conhecidos  por  infectar  humanos. Os coronavírus  sazonais na maioria das vezes estão  relacionados  a  síndromes  gripais.  Nas  últimas  duas  décadas, duas  classes  (Síndrome  respiratória  Aguda  Grave  –  SARS  e  Síndrome  Respiratória  do Oriente  Médio – MERS) dos  Coronavírus  foram  diretamente  relacionadas  e  os  protagonistas  das  epidemias mais  virulentas de  síndrome  respiratória  aguda  grave  (SRAG),  até  então  conhecidas  e  registradas. A epidemia de SARS que  teve  início  em  Hong  Kong  (China),  em  2003,  com  letalidade  de  aproximadamente 10% e a MERS  que  teve  surgimento  na Arábia Saudita em 2012 com letalidade de  cerca  de 30 %.  Esses  vírus  fazem  parte  da  lista  de  doenças  prioritárias  para  pesquisa  no  contexto  de  emergência.  (2)  A  doença  do  Coronavírus  2019 ( COVID-19)  causada  pelo  SARS-CoV-2  é  considerada  uma  ameaça  à  saúde  global  com  a  capacidade  de  afetar  a  vida  dos  seres  humanos  em  todos  os  âmbitos  de  sua  existência.  (3)  Em  outubro  de 2019 ,  houve  um  grande  quantitativo  de  infecções  na  cidade  de  Wuhan  na  China,  levando  a  quadros  de  insuficiência  respiratória, no início tratada como  Influenza, logo  percebeu-se que era de fácil contágio,  afetando  todo o mundo, o que levou  em março de 2020 a declaração de pandemia mundial. A atual pandemia é  causada pelo Severe  Acute

 Respiratory  Syndrome  Coronavirus  2  (SARS-CoV-2),  sua  principal  característica  é  o  acometimento  respiratório  pulmonar,  infecções  agudas  ou  severas,  dependendo  da  gravidade  o  paciente  pode  apresentar,  febre,  coriza,  sensação  de  aperto  no  peito,  cansaço,  fadiga  e  quadros  de  pneumonia,  o  que  está  relacionado  diretamente  às  altas  taxas  de  mortalidade.  O  que  levou  o  mundo  a  viver  um  completo  estado  de  isolamento,  pois  as  taxas  de  contágios  e  mortalidade  são  muito  altas.  Com  isso  o  uso  de  antibióticos  tornou-se  opção,  por  ser  uma  doença  desconhecida  no  mundo,  não  sabendo  ao  certo  qual  era  o  tratamento  adequado  para  o  contágio  com  rápida  proliferação.  O  que  levou  a  um  questionamento,  ”  até  quando o  uso  de  antibióticos  é  um  benefício  à  saúde, e  a  partir  de  qual  momento  seu  uso  exacerbado  se  torna  um  problema  de  saúde  pública?”  Neste  contexto,  o  presente  estudo  tem  como  objetivo  avaliar  e  quantificar  o  uso  de  antimicrobianos,  e  comparar  os  resultados  obtidos  com  os  microrganismos  combatidos com   o  número  elevado  de  antibióticos  usados  durante o   período  do  estudo  em  pacientes hospitalizados   com  COVID-19  em  um  hospital  privado  na cidade  de   Manaus-AM,  que  foi um   epicentro  da  COVID-19  no  Brasil.  É  uma  pesquisa  de  um  estudo de   coorte observacional,  retrospectivo   e  quantitativo,  onde  será  analisado os  registros   de  informações em  prontuário   eletrônico  (MV –   Sistemas)  sobre  o  uso  de antibióticos   de  pacientes graves   a  críticos  com  COVID-19,  avaliando  o  quantitativo  utilizados  e  correlacionando  os  microrganismos  identificados  e  combatidos  nesse  período,  onde  será  feito  um  comparativo  durante  a  pandemia  com  o  uso  de  antibióticos.  Para  assim  poder  alcançar  dados  sobre  o  seu  uso  em  quadros  de  COVID-19,  contribuindo  assim  para  o  uso  racional  de  medicamentos,  uma  das  maiores  preocupações  dos  dias  atuais.

 O  SARS-CoV  é  o  agente  causador  de  um  quadro  de  pandemia  a  nível  mundial  desde  o  ano  de  2020.  É  um  vírus  transmitido  pelo  ar,  capaz  de  infectar  diversas  pessoas  e  causar  sintomas  de  leves  a  graves  em  pacientes,  com  alta  taxa  de  mortalidade.  Com  base  nos  relatos  disponíveis  e  nos  dados  científicos  relatados  pela  China,  Itália  e  pelos  Estados  Unidos.  (4).  No  dia  26  de  fevereiro  de  2020  registrou-se  no  Estado  de  São  Paulo  primeiro  caso  importado  confirmado  do  Covid-  19,  tratou-se  de  uma  pessoa  do  sexo  masculino,  com  61  anos  que  havia  realizado  uma  viagem  à  Itália.  No  dia  22  de  março,  todas  as  Capitais  já  haviam  notificado  casos  confirmados  do  Covid19,  56  dias  após  o  registro  do  1000º  caso,  o  número  de  infecções  já  havia  aumentado  200  vezes  mais,  atingindo  exatamente  233.143  casos.  O  primeiro  registro  de  óbito  no  Brasil  ocorreu  apenas  20  dias  após  a  confirmação  do  primeiro  caso,  no  dia  17  de  março  de  2020.  Ao  passarem  29  dias  quase  todas  as  UFS  já  haviam  registrado  mortes,  o  último  estado  a  registrar  foi  o  Estado  de  Tocantins.  No  dia  20  de  março  foi  decretado  no  país  a  transmissão  comunitária,  que  teve  como  epicentro  o  Estado  do  Amazonas,  com  2  picos  elevados  de  pandemia  (4.746,6/1  milhões)  de  casos  confirmados.  (5)  A  região  Norte  exibiu  uma  das  maiores  taxas  de  incidências.  O  Estado  do  Amazonas  foi  o  epicentro  brasileiro  durante  a  pandemia,  tendo  o  índice  de  casos,  confirmados  e  suspeitos  elevadíssimos,  durante  a  primeira  e  segunda  onda pandêmica,  assim  denominado pela   OMS,  onde  houve  um  colapso  no  sistema  de  saúde  do  Estado, e  uma  crise  no  sistema  funerário  da  capital,  gerando, falhas  no  sistema  de  saúde,  bem  como  o  item  de  suma  importância  que  foi  a  escassez  de  oxigênio.  Uma  das  maiores  dificuldades  encontrada  tanto  pelo  sistema  de  saúde  como  pelo  5  governo,  foi  a  aceitação  populacional  quanto  ao  isolamento  voluntário,  a  rigidez  da  população  em  isolar-se  acarretou  ainda  mais  o  sistema  de  saúde,  onde  houve  superlotação  dos  hospitais  tanto  públicos quanto  particulares.  As   UTIs  ficaram  com  excesso  de  lotação,  filas  de  espera  por  leitos  e atendimento   básico deixou  o  Estado  com   colapso  total.  (5)  A  Resistência  a  Antimicrobianos  (denominada, AMR,  da   sigla  em  inglês)  na  atualidade  é  considerada  um  dos  grandes  problemas  sem  solução  prévia  para  a  saúde  pública  mundial.  A  estimativa  é  que  aproximadamente  quatro  milhões  de  pessoas  são  acometidas,  anualmente,  por  infecções,  tendo  associação  direta  a  cuidados  de  saúde  na  União  Europeia  (UE),  e  que  cerca  de  37.000  indivíduos  em  decorrência  venham  a  óbito  ocasionada  diretamente  às infecções   resistentes  adquiridas dentro  dos   ambientes  hospitalares.  Cerca  67,6%  dessas  mortes  são  provocadas por  bactérias  multirresistentes  a  antibióticos. Segundo   a  Organização  Mundial  da  Saúde ( OMS), a  definição  de   AMR  é  caracterizada  quando  os  micro-organismos  têm  a  capacidade (bactérias,  fungos,  vírus  e  parasitas)  de  sofrer  mutação  quando  expostos  a  antimicrobianos,  gerando  variantes,  logo  criando  resistência  a  esses  medicamentos,  tornando-os  ineficazes.  Contudo,  muitas  vezes  o  termo  em  questão  é  exemplificado  pelo  caso  dos  antibióticos  utilizados  em infecções   bacterianas.(6)  Às doenças  infecciosas  são   combatidas  com  a utilização  de   antimicrobianos,  sendo  o  seu  uso  adequado  uma  das  principais  preocupações  mundiais.(4)  Contudo,  vale  ressaltar  que,  os  antimicrobianos  têm  apresentado  papel  importante  na  gestão  da  pandemia,  apesar  de  que,  Covid-19  e  RAM  podem  colidir  um  ao  outro,  pois  há  um  impulso  para  recorrer  aos antimicrobianos   existentes  em  pacientes  com  Covid-19 gravemente   enfermos  na  ausência  de  tratamentos  específicos,  enquanto  as tentativas  de  controlar  a   disseminação  de  Covid19  também  podem levar  a  uma   redução  da resistência   antimicrobiana.(7)  No entanto,   a  falta  de  evidências  de  alta qualidade   para  essa  situação e   o ritmo  constante   de  novas  informações  e conflitos  têm   sido  um  desafio  geral para   todas  as  especialidades  médicas,  inclusive  a  terapia intensiva.  O  uso   exacerbado  dos  antibióticos  leva  a sérios  danos   à  saúde  do  paciente,  quanto à   resistência  de  antimicrobianos  em  microrganismos,  tendo  em  vista  que  uma  grande preocupação  é   a  saúde  pública. A descoberta   dos  antimicrobianos na  década de   30  e  a sua   posterior  utilização  em  larga  escala  no combate  às  doenças  infecciosas  geraram  no  início  uma  euforia  na  comunidade  científica,  que  acreditava  ter  encontrado  a  solução  contra  as  infecções  bacterianas.  Os  medicamentos  ocupam  um  importante papel   nos  sistemas  de  saúde, pois  podem  aumentar   a  expectativa  de  vida,  erradicar  certas  doenças  e  trazer  benefícios sociais   e  econômicos. (8).   Verificou-se  desde  o  início  da pandemia   que  o  uso  de antimicrobianos  foi   feito  sem  critérios  precisos,  vale ressaltar  que   já  existem  a  mais de   cinco  décadas,  estudos  comparativos  comprovando  o  uso  indiscriminado  desses  tratamentos.  Sabendo  que,  utilização  sem  os  devidos  critérios  de  qualquer  medicamento,  podem  vir  a  ter  sérias  consequências  até  mesmo  irreversíveis, 6  como   podemos  exemplificar,  o  efeito  terapêutico  sem  a  devida  eficácia  esperada,  reações adversas,   dependência  farmacológicas,  resistência  bacteriana,  a  qualidade  de  vida  dos  pacientes e   familiares  é  afetada diretamente  sendo   reduzida drasticamente,  o  aumento  da   morbidade,  da  mortalidade e  consequentemente,  dos  custos   da atenção  à  saúde,   até  mesmo  podendo levar  em  caso   extremo  ao óbito  desse  paciente   em  tratamento.(8)  Os hospitais   sendo  a  porta  de  entrada  e  saída  de pacientes   com uma  grande   diversidade de  microrganismos  contaminantes,  torna-se  um  dos locais  mais  propícios  para  a  seleção e  disseminação  de  cepas  microbianas  resistentes,  tornando-se  dentre  muitos  um  dos  locais  mais  propício  existente,  se  pararmos  para  realizar  uma  análise  minuciosa  na  maioria  das  vezes  há  mais  de  um  agente  antimicrobiano,  sendo  disseminado  de  uma  única  só  vez  em  um  mesmo  ambiente  hospitalar,  especialmente  nas  Unidades  de  Terapia  Intensiva ( UTI),  onde  é  um  local  propício  para  essa  troca  de  agentes  etiológicos  entre  os  pacientes.  Tal  fato  se  dá  por  uma  combinação  de  fatores  pré-existentes  como  é  o  caso  de pacientes   imunocomprometidos,  o  uso  contínuo  de  antimicrobianos  e  ocorrência  de  infecções  e reinfecções   hospitalares  por  bactérias patogênicas altamente resistentes. (8)          

OBJETIVOS

1 .Geral

– Analisar o consumo  de  antimicrobianos  utilizados  por  pacientes  COVID-19  internados  em  umas  unidades  de  terapia  intensiva  e  inferir  microrganismos  prevalentes.

2 .Específico

– Avaliar  o  uso  de  antimicrobianos  em  pacientes com COVID-19.

– Descrever  fatores  associados  ao  aumento  do  consumo  de  antimicrobianos  em UTI durante a pandemia.

 -Levantar  microrganismos  correlacionados  aos antimicrobianos de maior consumo.

METODOLOGIA

1. Delineamento experimental

Foi  realizado  um  estudo  de  coorte  observacional,  retrospectivo  e  quantitativo,  onde  foi  analisado  os  registros  do  consumo  de  antimicrobianos  utilizados  durante  dois  anos  da  COVID  –  19,  em  pacientes  adultos  em  uma  unidade  de  terapia  intensiva,  correlacionando  com  os  microrganismos  identificados  através  de  cultura  microbiológica,  em     um  período  de março de 2020 a março de 2022.

As  buscas  foram  realizadas  nas  seguintes  bases  de  dados  para  o  levantamento  teórico  da  pesquisa: Scielo,   PubMed.  Para  as  buscas  foram  utilizadas  diferentes  combinações:  “antimicrobianos”, “pandemia”,  “insuficiência  respiratória”,  “antibióticos”, “Covid-19”.

2 . Critérios de inclusão e exclusão

Para  seleção  do  material  analisado  foi  considerado  pacientes  maiores  de  18  anos  internados  com  COVID-  19  de  grave  a  crítico,  com  confirmação  por  RT-PCR  ou  teste  sorológico  específico,  com  terapia  antimicrobiana;  sendo  excluídos:  Pacientes  com  tempo de  permanência   no hospital  menor  que   24  horas  não  configurando  necessidade  de  internação  hospitalar, paciente   transferido  para  outra unidade  impossibilitando   seguimento intra   hospitalar,  insuficiência  de  dados  no  prontuário  que  não permitam   a  avaliação  completa.

3. Aspectos éticos

Este  estudo  compõe  o  projeto  FOLLOW   COVID-19  que  foi  submetido  ao  comitê  de  ética  em  pesquisa  CAAE: 52104121.9.0000.0042,  número  parecer:  5.112.830  2  em  pesquisa  de  seres  humanos  da  Faculdade  Adventista  da  Bahia  –  FADBA,  e  também  foi  submetido  a  anuência  ao  Núcleo  de  Ensino  e  Pesquisa  em Saúde  ( NEPS) –   do  Hospital Adventista  de Manaus  –  HAM  e   aprovado  para pesquisa na instituição.

4 . Procedimento metodológico

O  material  selecionado  foi  analisado  inicialmente  a  partir  de  títulos  e  resumos  em  artigos  científicos  para  embasamento  teórico,  após  aprovação  do  NEPS  foi  feita  uma  análise  em  formato  de  planilhas  de  antimicrobianos  utilizados  durante  os  anos  de  estudos.  Na  qual  foi  analisado  o  uso  de  antimicrobianos  utilizados  para  pacientes  internados  diagnosticados  com  COVID-19  em  UTI  e  correlacionando  com  as  culturas  dos microrganismos identificados.

5 . Análise de dados

Os  dados  analisados  em  abril  de  2023  pelo  GPAF  do  HAM  responsável  pela análise  terapêutica,  e  os  pesquisadores  juntamente  com  a  responsável  farmacêutica  Rosiane  Moraes  de  Souza  e  Milthes  Viana  Guedes, mediante  consulta  ao  consumo  de  antimicrobianos  no  período  de  março  de 2020   a  março de   2022.  Onde  foi  avaliado  em  prontuário  eletrônico  dos  pacientes  as  culturas  positivas  quando  existentes. Posteriormente,  foi  feita  a  checagem  dos  critérios de inclusão e exclusão. 

Foi  utilizado  uma  planilha  no  programa  Excel,   a  saber:  dados  sociodemográficos  do  paciente ( sexo,  idade,  IMC),  variáveis  da  hospitalização ( dias  de  internação,  dias  de  doença  na  internação,  dias  livres  de  ventilação  mecânica,  alta  hospitalar,  reinternação)  antecedentes  e/ou  condições  clínicas  (fatores  de  risco  relacionados  a  comorbidades  Cardiopatia/  Asma/  doença  pulmonar  obstrutiva  crônica ( DPOC) /   Hipertensão/  Diabetes/  Obesidade),  medicamentos,  cultura positiva.   

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante  o  período  de  estudo  através  das  análises  de  prontuários  selecionamos  de  março  de  2020  a  março  de  2022,  foram  identificados  28.979  antimicrobianos  na  qual  12.638  usados  no  ano  de  2020,  12.621  em  2021  e  3.548  no  ano  de  2022.  Com  o  quantitativo  de  42  antimicrobianos  diferentes  utilizados  durante  o  período  em  estudo  no  hospital,  conforme  mostra a figura 1.

Figura 1:  Gráfico geral dos antimicrobianos dos anos  de 2020 a 2022.

 Fonte: Autores, 2023

A utilização de antimicrobianos

Segundo  Nieuw  Laat,  durante  o  período  pandêmico  pela  Covid-19  a  utilização  em  grande  escala  de  antimicrobianos  pode  ter  sido responsável   pelo  aumento  de resistência  antimicrobiana   (RAM).  Contudo,  de acordo  com   Organização Mundial   da  Saúde  (2021), muito  antes  da  pandemia   de COVID-19,  a  resistência  aos antimicrobianos   (RAM)  já  era reconhecida  como   uma importante  emergência  mundial,  responsável   por  cerca  de 700.000   mortes  a cada ano.

Ainda de  acordo  com  a  OMS   (2021),  há  previsão  de que  ocorra 10 milhões  de  mortes  por  ano  até  2050  devido  à  RAM.

Esse  cenário  preocupante  da  pandemia  só  foi  possível,  devido  a  busca  desordenada  e  desenfreada  por  tratamentos  e  profilaxias  contra  a coronavírus em questão,  onde  houve  um  aumento  considerável  na  utilização  de  tratamentos que   não  apresentaram  efetividade  comprovada  cientificamente  ou  possuem  indicação  farmacológica descrita. (9)

O uso irracional da farmacoterapia durante o COVID-19

Contudo,  vale  ressaltar  que,  os  antimicrobianos  têm  apresentado  papel  importante  na  gestão  da  pandemia,  apesar  de  que,  Covid-19  e  RAM  podem  colidir  um  ao  outro,  pois  há  um  impulso  para  recorrer  aos  antimicrobianos  existentes  em  pacientes  com  Covid-19  gravemente  enfermos  na  ausência  de  tratamentos  específicos,  enquanto  as  tentativas  de  controlar  a  disseminação  de  Covid-19  também  podem  levar  a  uma  redução  da  resistência antimicrobiana (7).

Conforme Marinho  et  al. (10) , nas unidades de tratamento intensivo,  é  onde  se  detém  a  maior  densidade  de  consumo  de  antimicrobianos, estimando-se que em 50%  das  vezes a prescrição é desnecessária  ou  incorreta.  Esta situação afeta não só  o   paciente,  mas  também interfere   na  ecologia  microbiana de todo  o  ambiente   hospitalar e limita as opções terapêuticas,   uma  vez  que  o consumo  abusivo de  antimicrobianos  induz  uma  pressão  seletiva  e  consequente seleção   de microrganismos  resistentes.  O uso exacerbado  de   antimicrobianos pela população   tem  sido  um  dos  maiores desafios   para o   uso racional  e  controle  da   RAM,  e  provavelmente  uma  boa  parte  dessa  responsabilidade  possa  recair  sobre  a  dificuldade  de entendimento   e seguimento   das  prescrições  médicas  pelos  usuários  (11).  Na  tabela 1  demonstra  o  uso   de  antimicrobianos  para  cada ano  de  estudo.   No  ano  de  2020  dentre os  números  de  antimicrobianos   o  mais utilizado   foi  a  piperacilina +  tazobactam  com  2.760   na  qual  é  indicada para   o  tratamento  de  algumas  infecções  bacterianas,  sendo  elas:  Infecção  do  aparelho  respiratório  inferior  (pneumonias). Infecções  das  vias   urinárias,  infecções  generalizadas  bacterianas ( sepse)  dentre  outras.  No  ano  de 2021  temos  um  grande  avanço   na  utilização  do  Meropenem  1g  com 2.353   na  qual  é  indicado para   o  tratamento  de  infecções  causadas  por  uma única  ou   múltiplas  bactérias.  No  entanto,  até março  de  2022   voltamos  a  ter a   piperacilina  +  tazobactam  como  a  com  mais  crescente  uso com   664  neste ano, conforme a figura 2.

 Figura  2:  Consumo  dos  antimicrobianos  mais  usados  no  período  de  estudo.

 Fonte: Autores, 2023

Tabela 1: Consumo de antimicrobiano utilizado por ano.

 Fonte: Autores, 2023

O Perfil microbiológico  dos  antimicrobianos.

 Durante  o  estudo  dos  antimicrobianos  mais  utilizados  observou-se  que  a  piperacilina  por  sua  vez  teve  uma  utilização  mais  elevada  durante  o  período  de  março  de  2020  a  março  de  2022.  É  indicada  para  o  tratamento  de  infecções  bacterianas sistêmicas   ou locais,   causadas  por  microrganismos  gram-positivos  e  gram-negativos  aeróbios  e  anaeróbios  sensíveis  à  esses  antibióticos,  ela  exerce  sua  atividade  bactericida  pela  inibição  da  formação  do  septo  e  da  síntese  da  parede  celular,  qual tem   seu metabolismo   parcialmente  hepático.  A  piperacilina  é  transformada  no metabólito   desetil  com  atividade microbiológica   pequena. O   tazobactam é  metabolizado   em  um  único metabólito  microbiologicamente   inativo.  Essa  combinação  é  altamente  ativa contra  microorganismos   das  bactérias Gram-negativas:   Cepas produtoras   e  não  produtoras  de  beta-lactamase  de: Escherichia coli, Citrobacter spp.

 O  meropenem,  por  sua  vez,  foi  o  segundo  mais  prescrito  e  é  um  carbapenêmico  de  amplo  espectro,  prescrito  e  usado  nas  terapias  de  infecções  graves  de  pacientes  adultos  internados  nas  unidades  da  UTI,  causadas  por  patógenos  Gram-negativos  susceptíveis.  O  meropeném  tem  ação  bactericida  interferindo  com  a  síntese  da  parede  celular  bacteriana.  A  facilidade  com  que  penetra  nas  células  bacterianas,  seu  alto  nível  de  estabilidade  à  maioria  das  serinas  betalactamases  e  sua  grande  afinidade  pelas  múltiplas  Proteínas  Ligantes  de  Penicilina ( PBPs)  o que  faz   com  que  seja uma  potente   atividade  bactericida  de  meropeném  contra  um  amplo  espectro de   bactérias  aeróbicas  e  anaeróbicas.

O  antibiótico  Sulbactam  sódico  +  ampicilina  é  indicado  em  infecções  causadas  por  microrganismos suscetíveis,   tendo  a  combater tanto   os  patógenos  gram positivos quanto as gram negativas.         

 Ceftazidima  pode  ser  prescrito,  quando  se  suspeita  da  presença  de  Bacterioides  fragilis.   Por  causa  de  seu  amplo  espectro  de  ação,  especialmente  contra  agentes  gram-negativos,  está  também  indicado  nas  infecções  resistentes  a  outros antibióticos ,  incluindo  aminoglicosídeos  e  cefalosporinas diversas.

 A  ceftriaxona  é  um  tipo  de  antibiótico  capaz  de  eliminar  grandes  microorganismos/bactérias  gram  negativas  responsáveis  por  vários  tipos  de  infecções,  durante  todo  o  tratamento  deve  sempre  ficar  sendo  verificado  as  reações  durante  a  administração do medicamento.

 O  ciprofloxacino,  componente  ativo  de  Cipro,  para  o  tratamento  de  infecções  complicadas  e  não  complicadas  causadas  por  microrganismos  sensíveis  a  este  antibióticos,  as  infecções  causadas  por  bactérias  gram  negativas.  As  bactérias  gram-negativas,  Acinetobacter  baumannii ,  Pseudomonas  aeruginosa,  Escherichia  coli  e  Klebsiella  pneumoniae  estão  associadas  a  infecções  nosocomiais, incluindo   infecções do   trato  urinário,  infecções  da  corrente  sanguínea,  infecções  associadas  a  cateter  e  pneumonia  associada  à ventilação mecânica.

Levofloxacino  é  eficaz  contra  uma  série  de  bactérias  Gram-positivas  e Gram-negativas, como:   Staphylococci,  Streptococci  incluindo  Pneumococci,  Enterobacteriaceae,  Haemophilus  influenzae,  bactérias  Gram-negativas  não  fermentativas  e  micro-organismos  atípicos.  Devido  a  seu  amplo  espectro  de  ação,  a  levofloxacina  é  prescrita  para  uma  ampla  gama  de  infecções  onde  o  agente  causal  é  desconhecido.

Sulfato  de  Amicacina  é  indicado  para  o  tratamento  a  curto  prazo  de  infecções  graves  causadas  por  cepas  sensíveis  de  bactérias  Gram  negativas,  como  por  exemplo:  Pseudomonas  sp.,  Escherichia  coli,  Proteus  sp.  indol-positivo  e  indol-negativo,  Providencia  sp.,  Klebsiella  sp.,Enterobacter  sp.,  Serratia  sp.  e  Acinetobacter  sp.  (que  era  chamada  anteriormente  de  Mima-Herelle ).Também  é  indicada  para  bacteremia  e  septicemia  em  infecções  graves  do  trato  respiratório,  ossos  e  articulações,  sistema  nervoso  central  (incluindo  meningite),  pele  e  tecidos  moles,  infecções  intra-abdominais ( incluindo  peritonite),  queimaduras  e  infecções pós-operatórias  ( incluindo pós-cirurgia   vascular).Eficaz  também  contra  infecções  recorrentes  complicadas  e  graves  do  trato  urinário  causadas  por  estas  bactérias.  Pode  vir  a  ser  introduzido  como  terapia  de  suspeita  de  infecção  por  Gram-negativos  como  também  é  eficaz  contra  cepas  de  Gram-negativos  resistentes  a  gentamicina  e/ou  tobramicina,  particularmente  Proteus  rettgeri, Providencia  stuartii,  Serratia  marcescens  e  Pseudomonas aeruginosa.

A  teicoplanina  é  indicada  contra  infecções  causadas  por  bactérias  gram-positivas  sensíveis,  incluindo  aquelas  resistentes  a  outros  antibióticos  tais  como  meticilina  e  as  cefalosporinas:  endocardite,  septicemia,  infecções  osteoarticulares,  infecções  do  trato  respiratório  inferior,  infecções  de  pele  e  tecidos  moles,  infecções  urinárias  e  peritonite  associada  à  diálise  peritoneal  crônica  ambulatorial.  Indicada ao   tratamento  de  infecciosos  em pacientes   alérgicos  às  penicilinas  ou  cefalosporinas. Pode  ser  usada  contra  colite  pseudomembranosa  causada  por Clostridium difficile .

A  vancomicina  é  um  medicamento  antibacteriano  da  classe  dos  glicopeptídeos  tricíclicos.  Em  doses  adequadas  promove  a  morte  das  bactérias.  A  vancomicina  é  indicada  para  o  tratamento  de  infecções  graves causadas   pela  bactéria  Staphylococcus  aureus  resistente  a antibióticos   betalactâmicos  (ex.:  penicilinas  ou  cefalosporinas).  Indicada  para  tratar  infecções  causadas  por  outras  bactérias  suscetíveis  em  pacientes  alérgicos  a  antibióticos  beta  lactâmicos ( ex.:  penicilinas  ou cefalosporinas)   ou que   não responderam  a  outros  tratamentos.   A  vancomicina  é  indicada  para  o  tratamento  de  infecção  óssea, septicemia  ( infecção  no  sangue),  infecção  do  trato respiratório  inferior  ( pneumonia), infecção   na  pele  e  estruturas  da  pele.  É  indicada  também  para  o  tratamento e   prevenção  de  endocardite ( infecção das válvulas do coração).

O  aumento  da  resistência  a  vários  antibióticos  leva  a  condições  graves  de  risco  de  vida  e  resulta  a  um  grande  desafio  no  tratamento  de  infecções  bacterianas  Gram-negativas.  Além  disso,  o  surgimento  de  bactérias Gram-negativas   multirresistentes ( MDR) aumenta   o  índice  de  desafios  do tratamento   e  aumenta  ainda  mais  a  morbidade  e  a  mortalidade  de  pacientes internados.(12)  A maior parte das  bactérias  é  inofensiva  e  até  residem  no  corpo  humano  e  contribui  de  forma  positiva  para  a sobrevivência,   pois realizam   algumas  funções  importantes  para  o  corpo  como  a  produção  de  enzimas,  degradação  de produtos  tóxicos   e atuam   na  modulação  do  sistema imune  do  hospedeiro.   Contudo  algumas  espécies  são  patogênicas  e  causam  muitos  prejuízos  (13).  As  bactérias  resistentes mais  frequentes  são: Escherichia coli,   Staphylococcus  aureus  e  Streptococcus  pneumoniae  (7).  Durante  o estudo  foi  possível  observar  a   proliferação  das  bactérias  gram-negativas  como Enterobacteriaceae,   Pseudomonas  com  até  mesmo  Staphylococcus  aureus,  dentro  outras.  Os  órgãos  mais acometidos  foram  os   pulmões,  trato  urinário,  como  também acometimentos  cutâneos,  conforme  a  tabela 2.

Tabela 2:  Quadro de antibióticos  e seus patógenos combatentes.

 ANTIBIÓTICOS Gram+ Gram- PATÓGENOS
 Amicacina  x Pseudomonas  sp.,  Escherichia  Coli,  Proteus  sp.  Providencia  spp., Klebsiella-Enterobacter- Serratia sp., Acinetobacter sp.
 Ampicilina + Sulbactam x x Gram-positivas;  Staphylococcus  (aureus,  epidermidis  s  saprophyticus),Streptococcus  (pneumoniae  e  pyogenes)  e  Enterococcus  faecalis;  gram-negativas  como  Haemophilus  influenzae,  Moraxella  catarrhalis,  Escherichia  coli,  Klebsiella,  Proteus  mirabilis,  Acinetobacter,  Enterobacter,  Neisseria  gonorrhoeae.
 ANTIBIÓTICOS Gram+ Gram- PATÓGENOS
 Ceftazidima  x pseudomonas  aeruginosa,  Pseudomonas  sp.,  Klebsiella  pneumoniae,  Klebsiella  sp.,  Proteus  mirabilis,  Proteus  vulgaris,  Morganella  morganii ( Proteus  morganii),  Proteus  rettgeri,  Providencia  sp.,  Escherichia  coli,  Enterobacter  sp.,  Citrobacter  sp.,  Serratia  sp.,  Salmonella  sp.,  Yersinia  enterocolitica,  Pasteurella  multocida,  Acinetobacter  sp.,  Neisseria  gonorrhoeae,  Neisseria  meningitidis,  Haemophilus  influenzae ( incluindo  cepas  resistentes à ampicilina) e  Haemophilus parainfluenzae.
 Ceftriaxona  x Haemophilus  influenzae,  Moraxella  catarrhalis,  a  maioria  das  Escherichia  coli,  Klebsiella  pneumoniae,  Morganella,  Neisseria,  Proteus,  Enterobacter  sp.,  Serratia  marcescens  e  Acinetobacter  sp.  Streptococcus  pneumoniae.  O  Staphylococcus  epidermidis,  outros  estafilococos  coagulase-negativos,  Staphylococcus  aureus.
 Ciprofloxacino  x Klebsiella,  Enterobacter,  Proteus,  E.  coli,  Pseudomonas,  Haemophilus, Moraxella, Legionella e Staphylococcus
 Levofloxacino x x Staphylococci,  Streptococci  incluindo  Pneumococci,  Enterobacteriaceae,  Haemophilus  influenzae,  bactérias  Gram-negativas não fermentativas e micro-organismos atípicos.
 Meropenem  x Escherichia coli, klebsiella sp, Proteus sp.
piperacilina + Tazobactam x x Gram-negativas: Escherichia  coli,  Citrobacter  spp. ( incluindo  C.  freundii,  C.  diversus),  Klebsiella  spp. ( incluindo  K.  oxitoca,  K.  pneumoniae),  Enterobacter  spp. ( incluindo  E.  cloacae,  E.  aerogenes),  Proteus  vulgaris,  Proteus  mirabilis,  Providencia  rettgeri,  Providencia  stuartii,  Plesiomonas shigelloides,   Morganella  morganii,  Serratia  spp . ( incluindo S.  marcescens,  S.   liquefaciens),  Salmonella spp.,   Shigella  spp.,  Pseudomonas aeruginosa  e  outras   Pseudomonas  spp. ( incluindo  P. cepacia,   P.  fluorescens), Xanthomonas   maltophilia,  Neisseria  gonorrhoeae,  Neisseria  meningitidis,  Moraxella spp.  ( incluindo  Branhamella  catarrhalis), Acinetobacter  spp.,  Haemophilus  influenzae,   H.  parainfluenzae,  Pasteurella  multocida, Yersinia  spp.,  Campylobacter   spp.,  Gardnerella  vaginalis.  Gram-positivas:  Cepas  produtoras  e  não produtoras   de  beta-lactamase de:  estreptococos   (S. pneumoniae,   S.  pyogenes,  S.  bovis, S.   agalactiae,  S.  viridans,  Grupo  C,  Grupo G),  enterococos  ( E.  faecalis, E.  faecium),   Staphylococcus  aureus  (S. aureus  não  resistente  à  meticilina),  S.   saprophyticus,  S.  epidermidis  (estafilococos  coagulase-negativo),  Corynebacteria,  Listeria  monocytogenes, Nocardia spp.
 Teicoplanina x  Staphylococcu s,  Clostridium difficile
 Vancomicina x  Staphylococcus  aureus,  Enterococcus  faecalis,  Streptococcus  pneumoniae.

 Fonte: Autores, 2023

CONCLUSÃO

O presente estudo identificou um  aumento  de  administração de antibióticos  quando  comparado aos períodos  anteriores  à  pandemia COVID -19 ,  houve  um  aumento  de  prescrição considerável  durante  o  período  em  questão.  Pode-se  observar  que  a  falta  de  conhecimento  do  patógeno  e  o  desespero  e  o  peso  de  uma  pandemia,  ocasionou esse uso exacerbado. 

Houve  a  falta  de  cautela  do  parte  do  prescritor,  que  mesmo  antes  de  saber  qual  patógeno  o  paciente  foi  acometido,  já  prescrevia,  em uma tentativa de evitar uma reinfecção, ou até mesmo a piora desse paciente. Até porque o COVID-19 alterava todo o sistema imunológico do paciente levando à uma verdadeira confusão 
para um diagnostico preciso. Com isso estima-se  que esse  uso  descontrolado de antibióticos  poderá 
trazer sérios problemas à saúde pública a curto ou longo prazo, visto que muitas bactérias que antes estavam 
adormecidas, foram e estão sendo ativadas por não haver antibióticos com tanta eficácia como antes no
sistema de saúde. Com isso a propagação de doenças que antes eram tratadas com antibioticoterapia, esses mesmos antibióticos não possuem mais a mesma sensibilidade a qual se é esperada.

Os resultados obtidos são importantes, porque mostram que o uso indiscriminado de medicamentos pode levar a sérios problemas de saúde pública. Dessa forma espera-se que novos estudos sejam realizados para que haja conscientização quanto ao uso racional desses medicamentos, e a reeducação da saúde pública.

 REFERÊNCIAS

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Jan 14;

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3. Cespedes, M. S.; Souza, J. C. R. P. Coronavírus: a  clínica update of Covid-19. Revista da Associação Médica Brasileira (1992), v. 66, n. 2, p. 116-123, 7 mai. 2020.

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7. Mesquita, R.F.; et al. Uso racional de antimicrobianos e impacto no perfil de resistência microbiológica em tempos de pandemia pela Covid-19. Research, Society and Development, v. 11, n. 1, p.111, 6 mar. 2022

8. Souza, F. C. Baroni, M. M. F. Rosene, F. M. Perfil da utilização de antimicrobianos na unidade de terapia intensiva de um hospital público. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, v. 8, n. 4, p. 37-44, 12 nov. 2017.

9. MARINHO,  L.S.S.;  PAZ,  F.A.N. Consequências do uso indiscriminado de medicamentos como prevenção do COVID-19: revisão integrativa. Revista Científica Multidisciplinar, v. 2, n. 10, p. 886-887,5 jun. 2021.

10. Marinho, M.G.;  et al. Estudo de consumo  de antimicrobianos do Centro de Terapia  Intensiva de um hospital universitário  da Região Norte. Research,  Society and Development, v. 11, n. 5,  p.115, 3 jan. 2022.

11. MACHADO, O. V. O. et  al. Antimicrobianos: revisão geral para graduandos e generalistas. EdUnichristus,[s.l.]. 2 nov. 2019.

12. Wu Xiuji, et al. Temporal association between  antibiotic use and resistance in Gram-negative
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13. BAPTISTA, M. G.  F. M. Mecanismos de resistência aos antibióticos. Dissertação (Mestrado em Ciências  Farmacêuticas) – Universidade Lusófona de Humanidades  e Tecnologia, Lisboa. p. 51. 2013.


 1Biomédico(a) pelo Centro Universitário do Norte – UNINORTE.

 2Farmacêutica no Hospital Adventista de Manaus-AM.

 3Doutorando em Música e Educação pela Integralização de Crédito na Integralize – Santa Catarina.

 4Doutoranda em Neuropedagogia pela Integralização de Crédito na Integralize – Santa Catarina.

 5Doutorando em Psicologia pela Integralização de Crédito na Integralize – Santa Catarina.

 6Graduanda em Enfermagem-Centro Universitário Tabosa de Almeida. Caruaru-PE.

 7Acadêmico de Medicina – ULBRA