PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS DOENÇAS EXANTEMÁTICAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA NO ESTADO DO MARANHÃO ENTRE 2019-2024

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202506112351


Ana Lívia Almeida Cunha, João Calebe Moraes Costa, Lucas Gabriel da Silva Lima, Alan Judson Zaidan de Sousa, Rodrigo Neves Dantas, Cauã Luis Silva Ribeiro Cutrim, Orientador: Dr. Ian Jhemes Oliveira Sousa


RESUMO

Introdução: Doenças exantemáticas (DE) são patologias infecciosas agudas, que têm como característica principal a manifestação dermatológica. Entre elas, sarampo e rubéola são as de notificação compulsória. A permanência da circulação destes vírus no Brasil tem causado surtos em diversas regiões, como no Maranhão, embora sejam doenças evitáveis por meio da vacinação. Métodos: trata-se de um estudo de delineamento ecológico, composto por casos notificados de DE no estado do Maranhão no período de 2019 a 2024. Os dados foram coletados no Sistema Nacional de Agravos e Notificações (SINAN/DATASUS). Resultados: Foram notificados 28 casos de DE, 25% na faixa etária de 1 a 4 anos. Em relação ao sexo 53,57% dos casos são do sexo feminino, 67,85% são pardos e gestantes correspondem a 3,57% no 1° trimestre e 7,14% no 3° trimestre. Houve confirmação laboratorial de 100% dos casos e 89,28% dos casos foram causados pelo vírus do sarampo selvagem. Considerando as macrorregiões mais afetadas, na região Norte foram identificados 22 casos, correspondendo a 78% dos casos no período estudado, 54,14% dos casos foram autóctones. No que tange a cobertura vacinal, observa-se que no Maranhão a cobertura vacinal da tríplice viral D1 e D2, foi de 87,05% em 2019 na primeira dose da vacina, havendo maior cobertura vacinal. Entretanto, observa-se um contraste ao se analisar a dose de reforço da tríplice viral ou D2, pois, segundo dados do DATASUS e do Programa Nacional de Imunização, em 2021 apenas 39,94% da população maranhense recebeu a dose de reforço. Conclusão: Observou-se que as DE acometem indistintamente ambos os sexos, etnias e idades, sendo a vacinação a forma mais eficaz de prevenir os surtos. A reemergência ocorrida no estado foi uma consequência das baixas taxas de adesão à dose de reforço, apontando para a necessidade de melhorias nas ações de imunização.

Palavras-chave: Exantema, Sarampo, Rubéola, Imunização.

ABSTRACT

Introduction: Exanthematic diseases (ED) are acute infectious pathologies primarily characterized by dermatological manifestations. Among them, measles and rubella are subject to mandatory reporting. The continued circulation of these virusesin Brazil has led to outbreaks in various regions, such as in Maranhão, despite being preventable through vaccination. Methods: This is an ecological study based on reported cases of ED in the state of Maranhão from 2019 to 2024. Data werecollected from the National System of Notifiable Diseases(SINAN/DATASUS). Results: A total of 28 cases of ED were reported, with 25% occurring in the 1 to 4-year age group. Regarding sex, 53.57% of the cases were female, 67.85% identified as mixed-race, and pregnant women accounted for 3.57% in the first trimester and 7.14% in the third trimester. Laboratory confirmation was obtained for 100% of the cases, and 89.28% were caused by the wild-type measles virus. As for the most affected macro-regions, 22 cases were identified in the Northern region, accounting for 78% of the cases during the study period, with 54.14% p”p.”being autochthonous cases. Regarding vaccination coverage, it was observed that in Maranhão, coverage for the first dose (D1) of the MMR vaccine reached 87.05% in 2019, indicating higher initial coverage. However, a shar pcontrast is observed when analyzing the booster dose (D2) of the MMR vaccine. According to DATASUS and the National Immunization Program, in 2021 only 39.94% of the population in Maranhão received the booster dose. Conclusion: EDs affect individuals of all sexes, ethnicities, and ages indiscriminately, with vaccination being the most effective method for preventing outbreaks. The resurgence of these diseases in the state was a consequence of low adherence to the booster dose, highlighting the need for improvements in immunization efforts.

Keywords: Exanthema, Measles, Rubella, Immunization.

INTRODUÇÃO

As doenças exantemáticas constituem um grupo de enfermidades caracterizadas pela presença do exantema, que é uma manifestação cutânea aguda, geralmente difusa, de coloração eritematosa, com distribuição variável no corpo. As causas variam desde origem inflamatória não infecciosa como neoplasias, doenças autoimunes, reações medicamentosas ou processos infecciosos deflagrados por vírus, bactérias ou fungos, que acometem populações de todas as idades, sendo mais comum na primeira infância (ALMEIDA, 2018). A grande variedade de etiologias e o quadro polimórfico são algumas das dificuldades encontradas na prática clínica para o correto diagnóstico, que apesar da maioria dos exantemas se apresentarem de forma autolimitada, alguns quadros podem evoluir de forma insidiosa (ALMEIDA et al., 2020).

As doenças exantemáticas podem ser avaliadas por meio do aspecto do  exantema, as formas de evolução, períodos de febre e as formas de involução da doença, sendo crucial saber diferenciar a fase de incubação, fase prodrômica, fase exantemática e o período de convalescência. Além disso, para um diagnóstico e manejo eficaz, conhecer os tipos de erupções é crucial, uma vez que elas podem se apresentar na forma de máculas, pápulas, vesículas e púrpuras, associadas ou não a prurido (LIMA et al., 2021).

O perfil epidemiológico e patogênico também diferencia-se de acordo com a idade, sendo mais comum em lactentes o exantema súbito e em pré-escolares e escolares o eritema infeccioso. Sinais clínicos associados como conjuntivite e hepatoesplenomegalia podem sugerir quadros de Sarampo e Rubéola respectivamente, assim como os sinais patognomônicos como as Manchas de Koplik e as Manchas de Forchheimer e o Sinal de Theodor também podem estar presentes (BORGES et al., 2024). Além da apresentação clínica do paciente, a observação da carteira de vacinação, regiões visitadas, contatos prévios com outros doentes e localização geográfica são importantes para uma anamnese detalhada e o diagnóstico preciso, uma vez que muitas dessas doenças são associadas a períodos de sazonalidade.

O sarampo caracteriza-se como uma doença de etiologia viral, altamente contagiosa e imunoprevenível, que pode causar complicações sistêmicas como a vasculite generalizada (SILVA et al., 2012). A doença acomete pessoas de qualquer faixa etária, sendo mais afetada populações com baixo nível socioeconômico. Segundo dados do DATASUS,  a doença foi erradicada do Brasil em 2016, entretanto, a recusa vacinal pela população e a chegada de imigrantes de países vizinhos do continente sulamericano trouxeram à tona um  grande número de manifestações do vírus em 2019, sendo, no hodierno, considerado um problema de saúde pública (BRASIL, 2021).

O vírus pertence à família Paramyxoviridae e ao gênero Morbillivirus e a sua transmissão ocorre por meio de secreções nasofaríngeas ou aerossóis. Em relação ao período de incubação, o Ministério da Saúde informa que ocorre entre 7 e 21 dias, já a Sociedade Brasileira de Pediatria define de 8 a 12 dias, data que envolve desde a exposição até o surgimento do exantema (BRASIL, 2019; SBP, 2020). O sarampo, assim como a maioria das doenças exantemáticas, possui períodos de pródromos que duram cerca de 3 a 4 dias. Nesse intervalo, manifestações associadas como cefaleia, tosse seca, conjuntivite não purulenta, com lacrimejamento e fotofobia, além de febre alta, coriza hialina, prostração intensa e as Manchas de Koplik, que é um sinal patognomônico do sarampo, refletido em pontos avermelhados, amarelados ou esbranquiçados na mucosa oral, com aproximadamente 1mm (CHAVES et al., 2020).

Após as manifestações prodrômicas, ocorre o exantema ou rash, que se inicia de forma retroauricular e progride de forma cefalocaudal. O exantema é em sua maioria maculopapular, com acometimento generalizado que pode deixar marcas acastanhadas pelo corpo, além de possível descamação. Em relação ao diagnóstico, a história clínica e o exame físico são peças fundamentais na investigação, entretanto, a coleta de exames laboratoriais também pode ser solicitada por meio de Sorologia ELISA, que detecta anticorpos IgM, soroconversão ou aumento de anticorpos IgG. O RT-PCR também pode ser colhido para confirmar a detecção viral (KLIEGMAN et al., 2020). É importante estar atento aos sinais de gravidade, como febre após o surgimento do exantema, pneumonia, otite média aguda, púrpura trombocitopênica, encefalomielite e miocardite. No que tange ao tratamento, recomenda-se utilizar Vitamina A para prevenir complicações e diminuir a morbimortalidade, além disso, deve-se realizar medidas de suporte como sintomáticos e hidratação (BURNS et al., 2017).

A rubéola é uma doença também de etiologia viral, sendo o seu agente etiológico pertencente à família Togavírus, entretanto sua apresentação a manifestações são consideradas mais brandas. A transmissão ocorre por meio de perdigotos, que são gotículas de saliva que expelimos ao falar ou expirar. O seu período de incubação é de 14 a 21 dias e a transmissibilidade ocorre  de 5 a 7 dias depois do surgimento do exantema, podendo surgir dias antes. (ARAÚJO et al., 2006). A grande maioria dos casos de rubéola são assintomáticos, o que dificulta ainda mais as notificações. Segundo dados extraídos do Comitê Internacional, o Brasil foi considerado livre da transmissão de rubéola, sendo o último caso notificado em 2015. Entretanto, a má adesão vacinal e o contato com imigrantes fez com que surgissem novos casos nos anos seguintes.

Em pacientes sintomáticos, a rubéola manifesta-se de forma leve, com exantema maculopapular róseo, que tem início em região da face e progride de forma cefalocaudal, durando de 3 a 4 dias. Dois sinais podem aparecer, apesar de raros: Sinal de Forchheimer, caracterizado por petéquias no palato mole e o Sinal de Theodor, na qual o paciente cursa com linfonodomegalia cervical. Apesar de presentes na rubéola, esses sinais não são patognomônicos da doença. A principal complicação é a artralgia, embora a encefalite e a púrpura trombocitopênica também podem surgir em casos graves (CUNHA, 2020).

Apesar do quadro brando, a maior atenção a quadros de rubéola deve em relação à gestantes, uma vez que pode causar a Síndrome da Rubéola Congênita. Ela ocorre quando a gestante sem anticorpos específicos para o vírus é exposta a ele, ocorrendo, dessa forma, a transmissão vertical por via transplacentária durante a primo-infecção materna (LIMA et al., 2021). Diversas sequelas podem acometer o recém-nascido, principalmente se a transmissão fetal ocorrer no primeiro trimestre, como déficit auditivo neurosensorial bilateral, catarata, cardiopatia, associado a outras manifestações como baixo peso ao nascer, hepatoesplenomegalia, icterícia e alterações neurológicas.

O diagnóstico é clínico, podendo ser realizados RT-PCR ou pesquisa de anticorpos IgG e IgM contra rubéola no soro. A sorologia deve ser solicitada em caso de suspeita de rubéola na gestação (PEREIRA et al., 2020). Caso a gestante apresente sorologia negativa para IgG e IgM considera-se de alto risco e vulnerabilidade. Gestantes com sorologia positiva devem seguir normalmente o pré-natal, pois já estão imunizadas e em caso de dúvidas da prematuridade da infecção, realizar o teste de avidez. É importante realizar o acompanhamento por ultrassonografia e na presença da suspeita de infecção, coletar líquido amniótico ou pesquisar IgM no sangue fetal. Em relação ao tratamento, não existe um manejo específico, sendo o tratamento feito com base em sintomáticos e orientações (SBP, 2017).

A principal medida de prevenção e controle é a vacina. No Brasil, a primeira dose é feita aos 12 meses e a segunda aos 15. A vacina que garante a imunidade é a Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola), além da Tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). São considerados imunizados pacientes que receberam duas doses, que podem ocorrer na faixa etária de 12 meses a 29 anos e de dose única para pacientes acima de 30 anos (BRASIL, 2021). Ambas as vacinas são formadas por vírus vivos atenuados. Por se tratarem de micro-organismos vivos são contraindicadas para grávidas e imunodeprimidos. Pacientes com alergia a ovo podem receber a vacina, desde que seja aplicada em ambiente hospitalar. A imunoglobulina é indicada para pessoas que tiveram contato com infectados e são suscetíveis, mas que não podem receber vacinas. No caso do sarampo, em até seis dias após a infecção (MARTINS et al., 2019).

Nesse contexto, esse trabalho se propõe a avaliar a ocorrência e o controle das Doenças Exantemáticas de notificação compulsória de notificação compulsória no estado do Maranhão entre 2019 a 2024 através de um estudo epidemiológico analítico descritivo.

METODOLOGIA
TIPO DE ESTUDO

A presente pesquisa trata-se de um estudo epidemiológico do tipo ecológico, retrospectivo, com caráter descritivo e abordagem quantitativa, baseado em dados secundários. Foram analisadas as notificações de Doenças Exantemáticas (DE) no estado do Maranhão, registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), acessado por meio da plataforma TABNET/DATASUS, no período de 2019 a 2024.

POPULAÇÃO DE ESTUDO

A população da pesquisa compreende indivíduos de todas as faixas etárias residentes nas três macrorregiões de saúde do Maranhão (Leste, Norte e Sul), conforme delimitado pela Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SESA-MA). O contingente populacional total utilizado como base para os cálculos foi de 7.010.960 habitantes, conforme dados do Relatório Anual de Gestão (RAG) de 2021.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram incluídos no estudo todos os casos de Doenças Exantemáticas notificados e confirmados entre os anos de 2019 e 2024. Excluíram-se os registros sem confirmação diagnóstica ou com dados incompletos, bem como os anos de 2023 e 2024, que não apresentaram casos notificados segundo os dados disponíveis no DATASUS/SINAN, sendo, por isso, isentos de análise aprofundada.

ANÁLISE DE DADOS

A coleta, organização e tabulação dos dados foram realizadas com o auxílio dos softwares Numbers (Apple Inc) e Excel (Microsoft Corporation, Redmond, WA, USA). As taxas de prevalência foram calculadas com base no número de casos confirmados por milhão de habitantes, utilizando a fórmula:
(número de casos confirmados / população total da macrorregião) × 1.000.000. Foi realizada análise estatística descritiva, considerando-se a distribuição dos casos por macrorregião, faixa etária e outras variáveis pertinentes.

ASPECTOS ÉTICOS

De acordo com a Resolução CNS nº 510/2016, este estudo está isento de apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, por utilizar exclusivamente dados secundários, públicos, não nominais e disponíveis em bases oficiais. Ressalta-se que a análise dos dados foi conduzida de forma a preservar o anonimato dos indivíduos, não implicando qualquer risco a participantes ou instituições.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados dados do DATASUS no período de 2019 a 2024. Ao longo dos últimos seis anos foram registrados um total de 28 casos de Doenças Exantemáticas de notificação compulsória (Sarampo e Rubéola) em todo o território maranhense. No contexto de oferecer uma compreensão sobre a relação entre as faixas etárias, a Figura 1 traz um comparativo do número de casos notificados por faixa etária ao longo dos anos. Da totalidade, o maior número de ocorrências ocorreu entre indivíduos na faixa etária de 1 a 4 anos, correspondendo a cerca de 25% do total de casos. A faixa etária entre 10 a 14 anos apresentou um número inferior, com apenas um único episódio. Nosso estudo também foi capaz de observar um predomínio em relação ao sexo, sendo 15 ocorrências notificadas pelo sexo feminino, correspondendo a 53,57% das situações avaliadas. Ao compararmos com dados nacionais, a faixa etária de 20 a 29 anos atinge seu ápice em 2019 com 6770 casos notificados, correspondendo a 31% dos agravos apenas naquele ano. Em relação ao sexo, no Brasil, o sexo masculino foi prevalente com 16.252 casos registrados nos últimos seis anos.

Figura 1 –  Ocorrência de Doenças Exantemáticas de notificação compulsória por ano no Estado do Maranhão (2019-2024).

Legenda: Os dados exibem os resultados das ocorrências de Doenças Exantemáticas de notificação compulsória e sua relação entre os respectivos anos estudados no Estado do Maranhão. (DATASUS/SINAN)

O estudo presente permitiu identificar padrões relacionados tanto em relação à epidemiologia como às estratégias e medidas de prevenção governamentais. Apesar do número absoluto de casos apresentar uma significativa diminuição ao longo dos anos, esses dados não são considerados como indicativos de controle efetivo, mas sim como um sinal para verificar possíveis potencialidades de subnotificações ou falhas na vigilância epidemiológica e na cobertura vacinal (PEREIRA et al., 2020). Os resultados mostram que no Maranhão a faixa etária mais acometida é de 1 a 4 anos, faixa especialmente sensível a doenças imunopreveníveis, o que reforça a necessidade de ações de imunização mais efetivas nos primeiros anos de vida. A predominância de casos nessa faixa etária pode estar relacionada à baixa adesão à segunda dose da Tríplice Viral, cuja cobertura caiu para 39,94% em 2021, um índice preocupante e abaixo do ideal preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 95%.

Em termos de território nacional, nos anos de 2019 e 2020, os dados apontam uma maior incidência de casos de sarampo e rubéola na faixa etária de 20 a 29 anos. Esse padrão pode estar relacionado ao chamado “gap imunológico” nessa população, no qual  adultos jovens que não foram expostos naturalmente ao vírus e que, por falhas na cobertura vacinal ao longo da infância ou ausência de campanhas de reforço, mantiveram-se suscetíveis à infecção (CHAVES et al., 2020). Vale lembrar que, até a década de 1990, o Programa Nacional de Imunização (PNI) ainda não possuía calendários amplamente consolidados para vacinação de adolescentes e adultos jovens, o que pode ter resultado em bolsões de não imunizados nesta faixa etária. A partir de 2021, no entanto, observa-se uma mudança significativa no perfil dos casos, com predomínio entre crianças menores de um ano até quatro anos. Essa mudança coincide temporalmente com dois fatores principais: o impacto da pandemia sobre os serviços de imunização, como o receio da população em comparecer às Unidades Básicas de Saúde para a aplicação de vacinas de rotina como a Tríplice Viral e a manutenção de pequenos bolsões de adultos não imunizados (CUNHA, 2020).

Ainda no intuito de esclarecer melhor os fatores que possam ser utilizados como parâmetros para avaliar os dados epidemiológicos, estabelecemos uma possível associação entre a etnia e a prevalência de Doenças Exantemáticas de notificação compulsória. Os indivíduos de etnia parda foram responsáveis por 67,85% dos casos no Maranhão, conforme evidenciado na Figura 2. Em termos comparativos, no território nacional, a maior porcentagem encontrada foi de etnia branca, com 50,02% dos casos notificados. Essa discrepância deve ser compreendida por fatores sociodemográficos, estruturais e históricos que moldam o acesso aos serviços de saúde e a vulnerabilidade da população.

Figura 2 – Ocorrência de Doença Exantemáticas de notificação compulsória em relação à etnia no Maranhão

Legenda: Os dados exibem os resultados da ocorrência de Doenças Exantemáticas de notificação compulsória de acordo com as respectivas etnias no Estado do Maranhão. (DATASUS/SINAN)

No sentido de compreender melhor os dados interpolados, primeiramente, é necessário considerar a composição demográfica dos territórios. O Maranhão apresenta uma predominância de população parda, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo essa distribuição distinta da observada nas regiões Sul e Sudeste do país, onde a população branca é majoritária. Nesse sentido, a maior proporção de casos em indivíduos pardos no Maranhão pode, em parte, refletir a composição étnico-racial local. No entanto, tal argumento não é suficiente para explicar por completo a maior incidência de casos nesse grupo, sendo fundamental a análise de determinantes sociais da saúde.

No plano nacional, o predomínio de casos em pessoas brancas pode estar relacionado à localização geográfica dos surtos mais expressivos nos últimos anos, especialmente em estados do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde há maior proporção de indivíduos brancos na população. Ainda assim, é importante considerar que a própria dinâmica de notificação e vigilância pode ser influenciada por vieses de subnotificação em territórios com populações vulnerabilizadas e de menor visibilidade institucional (BORGES et al., 2024)

Em termos de elucidar melhor a etiologia viral das Doenças Exantemáticas, nosso estudo analisou a prevalência do Sarampo e da Rubéola ao longo do período avaliado. A classificação viral predominante no estado do Maranhão foi o Sarampo, com 25 casos notificados, o que representa um percentual de 89,2% das ocorrências, tendo o pico de notificações em 2020, com 17 casos, conforme é elucidado na Figura 3. Em concordância com o cenário nacional, a classificação viral dominante também foi o Sarampo, com 30.383 casos, representando um percentual de 99,5%. O recorde de notificações foi em 2019, com 21.452 notificados e o de menor apresentação foi 2024, com apenas 19 episódios. A predominância do sarampo pode ser atribuída a alguns fatores como o alto índice de transmissibilidade, sendo uma das doenças mais contagiosas conhecidas (BRASIL, 2010). Em contextos de baixa cobertura vacinal, mesmo uma pequena quantidade de indivíduos suscetíveis pode desencadear surtos expressivos. Essa característica explica o alto número de notificações em 2019 e 2020, período em que o Brasil experimentou um declínio nas taxas de imunização, agravado pela hesitação vacinal e falhas na vigilância ativa (ALMEIDA et al., 2020).

Figura 3 – Ocorrência de  Doença Exantemáticas de notificação compulsória de acordo com a etiologia viral no Maranhão

Legenda: Os dados exibem os resultados da ocorrência de Doença Exantemática por notificação compulsória de acordo com as respectivas etiologias no Estado do Maranhão. (DATASUS/SINAN)

A partir desses dados, evidencia-se que embora o país tenha sido declarado livre da circulação endêmica do sarampo em 2016, surtos ocorreram a partir de 2018, principalmente associados à entrada de indivíduos não imunizados oriundos da Venezuela, país em crise sanitária (BRASIL, 2019). A presença de bolsões de indivíduos suscetíveis em regiões com baixa cobertura vacinal facilitou a disseminação do vírus, especialmente em estados com maior vulnerabilidade social, como o Maranhão. A redução progressiva no número de notificações, com o menor registro em 2024 (apenas 19 casos no Brasil e nenhum no Maranhão), pode refletir uma combinação entre a retomada das estratégias de imunização, aumento da vigilância epidemiológica e o esgotamento de  indivíduos suscetíveis em algumas populações-alvo. No entanto, essa queda deve ser interpretada com cautela, uma vez que também pode estar associada à subnotificação, especialmente em áreas com limitações de acesso aos serviços de saúde e baixa capacidade de testagem laboratorial (FIOCRUZ, 2019).

Apesar da rubéola ter apresentado números significativamente inferiores aos do sarampo no estado do Maranhão entre os anos de 2019 a 2024, sua ocorrência, mesmo que esporádica, especialmente entre gestantes, reveste-se de alta relevância clínica e epidemiológica. Nosso estudo foi capaz de avaliar que no Maranhão, foram notificados 3 casos de rubéola no período estudado, sendo tal que no ano de 2021 e 2022 os únicos agravos de Doenças Exantemáticas foram pelo vírus da rubéola em gestantes. A rubéola é geralmente uma infecção viral autolimitada e de curso brando em indivíduos imunocompetentes (SBP, 2017). No entanto, quando acomete gestantes, especialmente durante o primeiro trimestre da gestação, pode causar a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), uma condição grave associada a múltiplas malformações fetais, incluindo cardiopatias congênitas, surdez neurossensorial, catarata e microcefalia, além de risco aumentado de aborto espontâneo, natimortalidade e parto prematuro (MARTINS el al, 2019).

Ressalta-se que, no Brasil, a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é contraindicada na gestação, sendo fundamental garantir a imunização das mulheres em idade reprodutiva antes da concepção. A presença de casos gestacionais, portanto, pode indicar lacunas nas ações de educação em saúde reprodutiva e falhas na triagem sorológica durante o pré-natal (LIMA et al., 2021). A baixa detecção de casos de rubéola pode estar relacionada à sua elevada taxa de infecções assintomáticas — estima-se que até 50% dos casos cursam sem manifestações clínicas típicas, o que dificulta a notificação e o diagnóstico oportuno, especialmente em gestantes com acesso limitado ao sistema de saúde (FIOCRUZ, 2022).

Ao considerar os dados de casos confirmados notificados por Macrorregião no Estado, a região Norte possui 22 casos, representando 78% dos episódios no período estudado. As regiões de Saúde afetadas foram: 2019 (Bacabal – 02; Caxias – 01; Pedreiras – 02; São Luís – 04), 2020 (Açailândia – 01; Zé Doca – 16), 2021 (Ign/Branco), 2022 (Imperatriz – 01), 2023 (0) e 2024 (0).

Figura 4 – Ocorrência de Doença Exantemática de notificação compulsória por macrorregião maranhense

Legenda: A tabela representa a prevalência de notificações de Doenças Exantemáticas por macrorregião maranhense em casos por milhão de habitantes. (RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO, 2021)

Para aprimorar a análise comparativa entre as regiões, percebe-se que a macrorregião Norte apresentou o maior número absoluto de casos (n = 22), correspondendo também a maior taxa proporcional, com 5,23 casos por milhão de habitantes. Tal indicador sugere uma maior circulação viral ou possível falha nas estratégias de imunização e vigilância epidemiológica locais. Essa situação demanda atenção especial por parte dos gestores de saúde, com reforço das medidas de prevenção, intensificação da cobertura vacinal e fortalecimento da notificação oportuna dos casos (BRASIL, 2021). As macrorregiões Sul e Leste apresentaram, cada uma, três casos notificados no mesmo período. No entanto, ao ajustar-se pelo tamanho populacional, a região Sul exibiu uma taxa de 2,28 casos por milhão de habitantes, enquanto a Leste apresentou a menor taxa entre as três (1,84/milhão). Apesar dos baixos números absolutos, esses dados reforçam a necessidade de manutenção das ações de vigilância e imunização de forma equitativa, com atenção à possibilidade de subnotificação ou baixa sensibilidade dos sistemas locais de detecção de casos (BORGES et al., 2024).

Por conseguinte, a análise da cobertura vacinal da vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) no Maranhão revela importantes fragilidades no alcance das metas estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), sobretudo no que se refere à administração da segunda dose (D2). Em 2019, observou-se a maior cobertura vacinal com a primeira dose (D1), atingindo 87,05% da população-alvo. Em contrapartida, no cenário nacional, o maior índice de cobertura vacinal foi alcançado apenas em 2024, com 95,36% da população imunizada com D1.

Entretanto, ao se analisar a taxa de reforço vacinal, evidenciam-se lacunas importantes na manutenção da proteção coletiva. No Maranhão, em 2021, apenas 39,94% da população recebeu a segunda dose da Tríplice Viral conforme elucidado na Figura 5. Esse percentual é consideravelmente inferior ao ideal de ≥95% recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No mesmo período, a média nacional foi igualmente insatisfatória, com apenas 53,20% de cobertura com a D2. Esses dados revelam não apenas uma falha na adesão ao esquema vacinal completo, mas também a existência de bolsões de suscetíveis, o que representa um risco concreto para a reintrodução e circulação de vírus anteriormente controlados (CIV,  2021).

Figura 5 – Correlação entre a cobertura vacinal da Tríplice Viral (D1 e D2) no Maranhão de 2019 a 2024

Legenda: Os dados exibem os resultados comparativos entre as aplicações da Vacina Tríplice Viral D1 e D2 no decorrer dos anos avaliados pelo estudo no Estado do Maranhão (DATASUS/SINAN)

Nesse ínterim, conclui-se que a administração incompleta do esquema vacinal compromete a efetividade da imunização em nível populacional, especialmente em doenças como o sarampo, cuja elevada transmissibilidade exige altas taxas de cobertura vacinal sustentada. A redução na adesão à segunda dose pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo desinformação sobre a necessidade do reforço, falhas logísticas nos sistemas locais de saúde, sobrecarga das equipes de atenção primária, hesitação vacinal e a descontinuidade de campanhas regulares de vacinação — cenário que se agravou significativamente durante a pandemia de COVID-19 (MAKARENKO et al., 2022).

Além disso, o contexto migratório recente, especialmente com o aumento da entrada de imigrantes provenientes da Venezuela, país com histórico de colapso no sistema de saúde e baixas coberturas vacinais, contribui para o aumento da vulnerabilidade epidemiológica no Brasil, em especial nos estados do Norte e Nordeste, como o Maranhão. A presença de indivíduos não vacinados ou com esquemas incompletos amplia a chance de reintrodução do sarampo selvagem e representa uma ameaça direta à eliminação sustentada da doença no território nacional (FERRACIOLLI et al., 2020).

Dessa forma, os dados analisados evidenciam a persistência de desafios significativos na prevenção e controle das Doenças Exantemáticas no Maranhão e no Brasil. Apesar da redução no número absoluto de casos nos últimos anos, especialmente de sarampo, as fragilidades na cobertura vacinal, sobretudo da segunda dose da Tríplice Viral, demonstram um risco contínuo de surtos, particularmente em populações infantis e grupos vulneráveis. A maior incidência entre crianças de 1 a 4 anos, a predominância étnica regional e os casos gestacionais de rubéola reforçam a necessidade de estratégias mais eficazes de vigilância epidemiológica, educação em saúde e ampliação da cobertura vacinal. A manutenção do status de eliminação do sarampo e da rubéola no Brasil dependerá diretamente do fortalecimento das ações de imunização e da superação das barreiras estruturais e sociais que comprometem o acesso universal à saúde.

CONCLUSÃO

A análise dos dados epidemiológicos das doenças exantemáticas de notificação compulsória no Maranhão, entre os anos de 2019 a 2024, revela importantes fragilidades no enfrentamento de agravos como o sarampo e a rubéola. Apesar do número relativamente baixo de casos notificados, a concentração de casos em faixas etárias específicas, como a de 1 a 4 anos, o predomínio do sexo feminino, e a alta incidência entre indivíduos de etnia parda apontam para a persistência de vulnerabilidades sociais e sanitárias. A prevalência do sarampo como agente etiológico predominante e a queda progressiva na cobertura vacinal, sobretudo da segunda dose da tríplice viral, configuram um risco real de reemergência dessas doenças, especialmente em contextos de baixa adesão vacinal e fluxo migratório.

A ausência de notificações nos anos de 2023 e 2024, embora possa refletir um controle temporário da circulação viral, também pode ser consequência de subnotificação, deficiência nos sistemas de vigilância e priorização reduzida diante de outras demandas de saúde pública, como as decorrentes da pandemia da COVID-19. Dessa forma, torna-se imprescindível o fortalecimento das políticas públicas voltadas à vacinação, à capacitação das equipes de atenção primária e ao aprimoramento dos sistemas de informação em saúde. A retomada e manutenção de altas coberturas vacinais, aliadas a uma vigilância epidemiológica robusta e contínua, são medidas fundamentais para a prevenção do surgimento de surtos e para a consolidação do controle dessas doenças imunopreveníveis.

Portanto, os achados deste estudo evidenciam a importância da articulação entre os entes federativos, profissionais de saúde e sociedade civil para assegurar a retomada e manutenção de altas coberturas vacinais, garantindo a erradicação definitiva dessas doenças imunopreveníveis no Maranhão. Além disso, reafirma-se a relevância do uso de dados epidemiológicos como ferramenta estratégica para a tomada de decisão e formulação de políticas públicas voltadas à equidade em saúde.

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