ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES DECORRENTES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL PRIMÁRIA NO ESTADO DO MARANHÃO

ANALYSIS OF THE EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF HOSPITALIZATION DUE TO PRIMARY ARTERIAL HYPERTENSION IN THE STATE OF MARANHÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12082724


Ingrid Rocha Nascimento1; Ramon Cavalcante Morais1; Enzo Amaury Gonçalves Lamar1; Fabrício Ryan de Sousa Silva1; Ricardo Froes Gomes Santos1; Ian Jhemes Oliveira Sousa2; Rodrigo Lopes Gomes Gonçalves3


Resumo

A relação entre idade, descompensação da hipertensão arterial primária (HAP) e seus desfechos (internações e mortalidade) no Maranhão (2013-2022) foi examinada neste estudo ecológico documental utilizando dados do DATASUS. O estudo abrangeu as macrorregiões de saúde do estado com foco nas regiões Sul, Norte e Leste. A correlação de Pearson e a análise de odds ratio indicaram que a idade foi um fator determinante da frequência e gravidade das internações hospitalares por HAP com maior risco de morte para internações de emergência. Foram observadas diferenças de sexo biológico com taxas de hospitalização mais elevadas entre as mulheres, mas com maior taxa de mortalidade entre os homens. Os resultados indicam a necessidade de políticas públicas eficazes e de intervenções preventivas centradas na prevenção de agravo, no tratamento e na educação, e especialmente da reflexão sobre a calibração dos valores de referência cardiovasculares utilizados atualmente como igualitários entre os sexos biológicos, o que pode estar tendo representatividade com baixo potencial preditivo de agravo. Este estudo contribui para a compreensão da doença no contexto regional, fornecendo subsídios para o desenho de estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes. 

Palavras-chave: Hipertensão arterial primária; Risco; Epidemiologia.

1. INTRODUÇÃO

As alterações próprias do envelhecimento tornam o indivíduo mais propenso ao desenvolvimento de Hipertensão Arterial Primária, sendo esta a principal doença crônica nessa faixa etária da população (RAMOS et al., 2016).

Segundo recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o tratamento da hipertensão arterial pode ser medicamentoso e não medicamentoso, através de exercícios físicos, dieta balanceada e principalmente na redução do sal e gorduras, ou uma mudança no estilo de vida dos pacientes (BARROSO et al., 2021).

Em geral, a hipertensão se apresenta conjuntamente com outras morbidades, cuja situação exige a utilização de tratamento farmacológico e a eficácia do resultado tem dependido da adesão ao tratamento, no entanto, a não adesão ao tratamento constitui uma questão relevante que atinge 50 a 60% dos casos (RAMONDI et al., 2014; BARBOSA et al., 2021).

Contudo, a adesão ao tratamento apresenta-se como um dos maiores desafios enfrentados pelos profissionais e pelos serviços de saúde, especialmente na atenção básica. Além disso enfrenta-se dificuldades tanto para o diagnostico da hipertensão arterial resistente quanto para o seu controle (JESUS et al., 2016).

Neste sentido, apesar do tratamento produzir um resultado benéfico frente à população de hipertensos, a manutenção da pressão arterial dentro de níveis desejáveis dentro dos pacientes brasileiros ainda é insatisfatória, pois a taxa de abandono é crescente conforme o tempo do início do tratamento. A falta de adesão ao tratamento anti-hipertensivo continua constituindo um dos maiores problemas terapêuticos da hipertensão arterial (BRASIL, 2013).

Esta é uma constatação preocupante, pois as complicações resultantes do diagnóstico tardio da hipertensão ou da não adesão ao tratamento podem demandar em internações e custos hospitalares, constatados pelos dados apresentados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS do Ministério da Saúde, o qual destaca que 17,6% das internações estão relacionadas com a hipertensão e doenças hipertensivas, o que corresponde a 5,9% do total dos recursos pagos pelo SUS (PICCINI et al., 2012).

Assim, com essa pesquisa espera-se contribuir com a caracterização dos fatores associados a agravos clínicos da hipertensão que levam o paciente a serem internados, de forma que os dados aqui explorados e discutidos possam servir de subsídio para o estabelecimento de condutas clínicas ambulatoriais mais efetivas.

Para atingir tal objetivo lançaremos mão de um estudo exploratório epidemiológico de caráter ecológico, onde faz-se a comparação da ocorrência da doença condição relacionada à saúde e a exposição coletiva dos indivíduos para estabelecer uma possível relação entre estes fatores (BARBOSA et al., 2021).

Para a comunidade acadêmica, espera-se deixar contribuições que sirvam para esclarecer particularidades sobre parâmetros importantes que possam ser tratados como pontos críticos de prevenção, visto que no âmbito da saúde pública, prevenir potenciais agravos pode reduzir o impacto futuro no sistema de saúde.

Considerada como um grande desafio para a saúde pública nacional, a hipertensão arterial está correlacionada diretamente ao acometimento de diversas doenças como o acidente vascular encefálico, distúrbios cardiovasculares e é compreendida concomitantemente como doença e um fator de risco (ZATTAR et al., 2013).

A hipertensão arterial é responsável também por complicações encefálicas, coronarianas, renais e vasculares periféricas e redução do acidente vascular encefálico e a doença coronariana por meio da identificação dos portadores de hipertensão e do controle adequado dos níveis pressóricos poderão ter grande impacto no Sistema Único de Saúde (SUS), em termos de decréscimo da morbimortalidade e de diminuição dos custos sociais e financeiros (COTTA, 2009).

As internações decorrentes de agravo da Hipertensão Arterial Primária são agravos que trazem ônus assistencial e financeiro ao sistema de saúde público, neste contexto é importante estabelecer o perfil epidemiológico e os fatores associados a predisposição para a necessidade deste tipo de internação, de forma que esses dados sejam veiculados nos meios científicos e funcionem como forma de reverberação científica, no sentido de serem utilizados para o embasamento de políticas de prevenção e proteção da saúde coletiva.

2. METODOLOGIA

2.1 Tipo de Estudo

       Trata-se de um estudo analítico do tipo documental de caráter epidemiológico com avaliação do tipo ecológica, que recorre aos dados públicos das ferramentas estatísticas da rede DATASUS os quais foram obtidos através de acesso como pessoa física segundo aos direitos de acesso cedidos pela Lei nº 12.527, sancionada em 18 de novembro de 2011.

2.2 População de Estudo 

A população de estudo foi composta pelos municípios do Estado do Maranhão, obtendo os dados de todas as regionais de saúde;

2.3 Critérios de Inclusão e Exclusão 

Os dados foram filtrados por quantitativo e características de atendimento, com a utilização dos filtros de características individuais e de caráter de atendimento que englobará todos os procedimentos executados na rede de saúde do estado do Maranhão, considerando a série histórica dos últimos 10 anos para os atendimentos hospitalares disponibilizada pelo SIH/SUS (2013-2022). (2023 não foi utilizado por questões da métrica, não estando disponível na proposição do estudo). 

2.4 Análises de dados 

Os gráficos foram expressos como barras comparativas ou formato de percentil contendo os valores das consultas pela ferramenta do DATASUS. Quando aplicável, os dados foram analisados por análise de correlação de person, Odds Ratio, Qui-quadrado, Análise de Variância (ANOVA), Kruskal-Wallis test, Mann whitney test ou Kolmogorov-Smirnov test por meio do Software Gaph Pad Prism. (San diego CA.) Declara-se para os devidos fins que se fizerem necessários que não há conflito de interesse em abordar estes dados de domínio público. 

2.5 Aspectos Éticos 

Não há a necessidade de submissão deste projeto para comitê de ética em pesquisa pelo fato de que as inferências científicas realizadas no mesmo são realizadas por meio da obtenção de dados disponíveis em repositório público, conforme determina o parágrafo único do art. 1° da Resolução CNS n. 510/2016.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos dados envolveu um levantamento histórico de 10 anos que engloba todas as regionais de saúde presentes no estado, a primeira abordagem faz uma relação comparativa entre a rede de saúde dentro de cada uma das três macrorregionais de saúde (Norte, Leste e Sul) do estado do maranhão. No contexto de oferecer uma compreensão sobre a relação entre as faixas etárias e as internações decorrentes, o recorte de dados exibiu que ao longo do decênio observado (2014-2023) foram registrados um total de 76.676 casos de internações advindas de qualquer tipo de descompensação de hipertensão arterial primária na rede hospitalar vinculada ao estado do Maranhão e neste contexto iremos abordar o perfil dos pacientes que fazem parte desta estatística.

A Figura 1 traz uma observação estratificada que representa uma interpolação entre idade e internação decorrente da descompensação da hipertensão arterial sistêmica. A análise das correlações entre idade e internações hospitalares por descompensação da hipertensão arterial sistêmica em todo o estado do Maranhão revela uma forte associação estatística, sugerindo que a idade é um preditor significativo da severidade e da frequência de internações devido a esta condição crônica. Os coeficientes de correlação de Pearson são notavelmente elevados em todas as regiões examinadas, indicando que uma proporção substancial da variação nos dados de saúde pode ser atribuída a diferenças de idade na população.

As análises estatísticas mostram que a descompensarão de sintomas hipertensivos se correlaciona positivamente com o aumento da idade, exibindo Coeficiente de Person (R2) = 0,9056 (0,6908-0,9843) p<0,001* com discreta variação nas regiões Sul, Norte e Leste, respectivamente. 

Figura 1 – Correlação entre Idade e Internações por descompensação de hipertensão arterial primária por Macrorregional de saúde do estado do Maranhão (2013-2022)

Legenda: Os dados exibem os resultados das internações e sua relação entre a idade nas respectivas macrorregionais de saúde do Estado do Maranhão. 

Este fenômeno pode ser atribuído a diversos fatores epidemiológicos e sociais. À medida que a população envelhece, há um aumento na prevalência de condições crônicas como a hipertensão arterial sistêmica, que frequentemente requerem internações hospitalares devido a complicações. Além disso, fatores como o acesso a cuidados preventivos e a gestão eficaz da saúde podem variar com a idade, impactando assim a frequência e a necessidade de hospitalizações. 

A correlação entre idade e a propensão de doenças cardiovasculares é apresentada por Massa, Duarte e Chiavegatto Filho (2019), ao salientarem a associação dos índices que sustentam a teoria de que o agravante desses tipos de comprometimento tende a se estabelecer de forma viável em pessoas com idades mais avançadas.

No mesmo contexto do nosso estudo, outros autores apontam a Hipertensão Arterial Sistêmica, patologia que é composta em grande maioria por causas primárias como uma das maiores causas de mortes anuais, revelando-se um problema de saúde mundial (LIM, 2015). Na América Latina, 60% dos idosos são acometidos pela hipertensão arterial, considerada como uma das doenças com maior prevalência neste grupo etário e sua probabilidade de desenvolvimento se eleva com o avançar da idade (CUNHA et al., 2012).  

No sentido de que a hipertensão primária é uma patologia que possui uma relação de morbidade que requer cuidados de saúde intensivos, como forma de avaliar se a relação de óbitos versus idade também possui uma correlação comensurável, fizemos esta análise que é exibida na Figura 2.

Para os óbitos, as análises estatísticas mostram que a descompensação de sintomas hipertensivos se correlaciona de forma ainda mais forte com o aumento da idade, exibindo Coeficiente de Person (R2) = 0,9142 (0, 7158-0,9843) p<0,001* com discreta variação nas regiões Sul, Norte e Leste, respectivamente. 

Neste contexto de associação positiva com a idade, é importante frisar que outros autores discutem ainda que  Hipertensão Arterial Primária é um dos fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento de doenças renais, cerebrovasculares e cardiovasculares, representando cerca de 40% das mortes ocorridas por Acidente Vascular Cerebral (AVC), 25% das mortes por doença cardíaca coronária e, juntamente com o diabetes, por 50% dos casos de insuficiência renal terminal, que por sua vez são agravos altamente letais (FREITAS; GARCIA, 2012; BEZERRA; LOPES; BARROS, 2014).

Figura 2 – Correlação entre idade e óbitos por descompensação de hipertensão arterial primária por Macrorregional de saúde do estado do Maranhão (2013-2022)

Legenda: Os dados exibem os resultados dos óbitos e sua relação entre a idade nas respectivas macrorregionais de saúde do Estado do Maranhão. 

Para aprimorar a discussão sobre a eficácia do sistema de saúde público nas macrorregionais do estado do Maranhão, conduzimos uma análise de risco usando a estratégia de Odds Ratio. Esta análise compara a letalidade de internações categorizadas como urgentes em relação às eletivas. A tabela 1 reflete essa análise de forma clara e estruturada.

A análise dos resultados do Odds Ratio (OR) para as internações eletivas e de urgência em termos de óbitos oferecem insights importantes acerca da relação entre o tipo de internação e os resultados de saúde. A Tabela 1 exibe odds ratio para internações de urgência, o que reflete um risco aumentado (1,99 vezes) de óbito nesse grupo em relação ao atendimento eletivo, o que pode estar associado a condições de saúde mais graves que requerem internação de emergência, incluindo os agravos que são evitados nos atendimentos eletivos.

Tabela 1 – Análise de Risco: Comparação da Letalidade de Internações Urgentes e Eletivas por Macrorregional (2013-2022)

 MacrorregionalInternaçõesObitosOdds Ratio
ELEURGELEURGOR
MR – Sul1929998174n.s.
MR – Norte577341824182671,99 (1.245 to 3.200)**
MR – Leste424520397131231,99 (1.085 a 3.343)**

Legenda ELE= Eletivo, URG=Urgência, OR = Odds Ratio. n.s. = não significante, Odds Ratio calculado quando *p<0,05, **p<0,01. Fonte: Tratamentos de dados oriundos do SIH/SUS.

Resultados similares a este também foram encontrados em outras unidades de federação, como o estudo publicado por Junqueira e Duarte (2013). Este estudo analisou internações hospitalares no Distrito Federal e encontrou que as internações por urgência apresentaram uma chance de óbito (4,8%) maior do que as internações eletivas (2,5%). Essa diferença significativa fica dentro do Odds Ratio calculado para o nosso estudo e corrobora a afirmação de que internações de urgência estão associadas a um maior risco de óbito.

Ainda no sentido de esclarecer melhor os fatores que possam ser utilizados como medidas de prevenção de agravo, morbidade e mortalidade,  vimos estabelecer uma possível associação entre o sexo e a prevalência de internações por problemas hipertensivos primários,  para tanto fizemos a análise dos dados estratificados por ano internações, óbitos e calculamos a letalidade diante da estratificação por sexo no âmbito dos dados obtidos da soma das três macrorregionais de saúde e submetemos a mesma a análise do teste Kolmogorov-Smirnov, visando identificar diferenças significativas entre os grupos conforme apresentado na Figura 3.

Figura 3 – Análise comparativa da influência do sexo biológico nas internações, óbitos e letalidade decorrentes de descompensação da hipertensão arterial primária no estado do Maranhão (2013-2022)

Legenda: Seção A: Exibe dados das internações, Secção B: Exibe dados de óbitos, Secção C: Exibe dados de letalidade (óbitos/internações*100), Diferenças estatísticas calculadas considerando **p<0,01, ***p<0,001 ou nsnão significativas. Fonte: Tratamentos de dados oriundos do SIH/SUS.

A análise dos dados revelou uma diferença estatisticamente significativa (p < 0,001) entre o número de internações por HAP em homens e mulheres, com um número maior de internações observadas no grupo feminino (Figura A). Essa diferença sugere que mulheres podem ser mais suscetíveis a complicações da HAP que requerem hospitalização.

No entanto, não foi observada diferença significativa (p > 0,05) no número de óbitos por HAP entre os sexos (Figura B). Esse achado indica que, apesar da maior taxa de internação entre mulheres, a letalidade da doença não parece ser influenciada pelo sexo.

Curiosamente, a análise da letalidade (proporção de óbitos entre os internados) revelou uma diferença significativa (p < 0,01) entre os sexos, com maior letalidade observada no grupo masculino (Figura C). Essa descoberta sugere que, embora as mulheres sejam internadas com mais frequência por HAP, os homens podem apresentar um pior prognóstico após a internação.

Nossos resultados contrastam positivamente com publicações anteriores que documentaram diferenças importantes entre os sexos na hipertensão relacionadas aos principais reguladores da PA, comorbidades, complicações cardiovasculares e efeitos adversos dos medicamentos anti-hipertensivos (ARRETCHE, 1996; WENGER et al., 2018; GERDTS; REGITZ-ZAGROSEK, 2019).

Um grande estudo publicado na European Heart Journal contrasta de forma importante com nossos achados, visto que  há escassez de relatos de efeitos específicos do sexo em ensaios clínicos em hipertensão e dados recentes indicam que o risco de complicações cardiovasculares começa em níveis mais baixos de PA nas mulheres do que nos homens, questionando a prática atual de usar o mesmo limiar de PA para identificação de hipertensão em ambos os sexos, o que levanta uma questão muito importante (GERDTS et al., 2022).

Ainda neste contexto, nossos resultados de letalidade maior para o público masculino podem ser explicados pela maior procura do serviço de saúde pelas mulheres, o que pode levar ao diagnóstico e tratamento precoces e reduzir o risco de morte. Entretanto, a maior mortalidade observada em homens sugere que eles possam apresentar quadro clínico mais grave no momento da internação ou serem menos responsivos ao tratamento.

No entanto, permanecem importantes lacunas de conhecimento relacionadas à prevenção de agravo associado a descompensação arterial primária. Aspectos diferenciais que são corroborados por inúmeros autores exibem diferenças específicas do sexo. Neste contexto, a identificação dos mecanismos subjacentes ao desenvolvimento de danos em órgãos do sistema cardiovascular decorrente da descompensação da pressão arterial em mulheres e homens, pode fornecer novas estratégias para a prevenção de fenótipos de alto risco e progressão para as doenças cardiovasculares.

4. CONCLUSÃO

Em termos gerais, este estudo, baseado em dados de uma década do DATASUS no Maranhão, apontou a idade como um determinante primário para a prevalência e gravidade da hipertensão primária com maior impacto nas internações e na mortalidade. Foram observadas diferenças regionais e de gênero, mostrando maior mortalidade entre os homens, apesar de terem sido registados mais casos em mulheres. As conclusões destacam a necessidade de políticas públicas eficazes e de intervenções preventivas centradas na prevenção de agravo, no tratamento e na educação, e especialmente da reflexão sobre a calibração dos valores de referência cardiovasculares utilizados atualmente como igualitários entre os sexos biológicos, o que pode estar tendo representatividade com baixo potencial preditivo de agravo. A divulgação de achados como estes é vital para fomentar futuras pesquisas e abordagens de saúde pública que visem reduzir a morbidade/mortalidade associada à hipertensão no Brasil.

5. REFERÊNCIAS

ARRETCHE, M. O mito da descentralização: maior democratização e eficiência das políticas públicas? Rev Bras Cienc Soc. 1996; no. 31.

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BARBOSA, R.G.F.; FERNANDES NETO, J.L.; GONÇALVES, R.L.G.; SILVA, A.E.P.; SILVA, H.J.N.; OLIVEIRA, T.L.B.S.; SOUSA, I.J.O. Avaliação do perfil de internações por descompensação da hipertensão arterial sistêmica na macrorregião de saúde norte maranhense, Brasil. Res Soc Dev. 2021; v.10 n.8, 42110817391-42110817391.

BEZERRA, A. S. de M.; LOPES, J. de L.; BARROS, A. L. B. L. de. Adesão de pacientes hipertensos ao tratamento medicamentoso. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 67, n. 4, p. 550-555, ago. 2014. 

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1Acadêmico(a) do curso de graduação do curso de medicina da Faculdade Pitágoras de Medicina de Codó;
2Co-orientador, Professor e Pesquisador na Faculdade Pitágoras de Medicina de Codó e Faculdade Pitágoras de Medicina de Bacabal ;
3Orientador, Professor e Pesquisador na Faculdade Pitágoras de Medicina de Codó e Faculdade Pitágoras de Medicina de Bacabal