ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DO DELIRIUM EM PACIENTES HOSPITALIZADOS APÓS CIRURGIA CARDÍACA

ANALYSIS OF THE CLINICAL AND EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF DELIRIUM IN HOSPITALIZED PATIENTS AFTER CARDIAC SURGERY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202502201548


Pedro Henrique do Nascimento Castro1; Antonio Carlos Oliveira de Sousa2; Carlos Henrique Fernandes Nassur3; Diego da Silva Santos4; Dieuveille Espoir Koua Bambama5; Caroline Canale Schmitt6; Arthur Vieira Barroco7; Bruno Goes di Oliveira8; Luis Felipe Morais Barros9; Isabelle Alves da Fonseca10


Resumo

As cirurgias cardíacas são comumente associadas a complicações neurológicas, sendo o tipo, complexidade da cirurgia, comorbidades dos pacientes associadas determinantes para a complexidade dos acometimentos neurocognitivos, principalmente do delirium. O delírio é uma das complicações pós-operatórias mais comuns em adultos e em idosos hospitalizados, sendo uma causa comum de morbidade e mortalidade, muitas vezes sobreposto à demência. Trata-se de uma revisão de literatura conduzida conforme as diretrizes do PRISMA. Das buscas realizadas nas bases de dados foram encontrados 2.953 artigos, sendo 834 duplicados, 19 estudos foram integrados à revisão. O delírio pós-operatório é uma complicação comum e significativa em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Está ligado a internamentos hospitalares mais longos, a um risco aumentado de complicações e a taxas de mortalidade mais elevadas. O delirium está associado a internações hospitalares mais longas, aumento da morbidade e mortalidade e recuperação funcional precária.

Palavras-chave: Transtornos neurocognitivos. Confusão mental. Cirurgia cardíaca. Unidade de terapia intensiva. Perfil clínico. 

1. INTRODUÇÃO

As cirurgias cardíacas são amplamente conhecidas e justificadas como opções de linhas terapêuticas para inúmeras condições clínicas do sistema circulatório. Principalmente, de causas estruturais e circulatórias que causam limitação no desempenho de função corporal, tratados por procedimentos como cirurgias de cardiopatia congênita, ablação cardíaca, revascularização miocárdica, aneurisma da aorta, dentre outras.

Logo, devido à complexidade dos procedimentos e instabilidades hemodinâmicas, ou mesmo para recuperação do pós-cirúrgico, os pacientes são hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva, Unidades Coronarianas, ou em outros setores de cuidados específicos. Esses pacientes estão expostos ao imobilismo no leito, infecções, certos medicamentos, além de inúmeros outros fatores que podem contribuir para o Delirium.

Nesse sentido, cirurgias cardíacas são comumente associadas a complicações neurológicas, sendo o tipo, complexidade da cirurgia, comorbidades dos pacientes associadas determinantes para a complexidade dos acometimentos neurocognitivos, principalmente do delirium.

O delírio é uma das complicações pós-operatórias mais comuns em adultos e em idosos hospitalizados, sendo uma causa comum de morbidade e mortalidade, muitas vezes sobreposto à demência. A incidência de delirium pós-operatório cardíaco varia bastante, em um estudo de revisão sistemática, oscila de 11,3% a 51,6% nos pacientes hospitalizados. Outras coortes de centros em vários países confirmaram que até 40% a 70% dos sobreviventes de cirurgia cardíaca congênita apresentam problemas cognitivos, neuropsicológicos, motores, comportamentais, além de emocionais. Em idoso acima de 65 anos, foi descrita uma incidência de até 50% dos pacientes. Logo, é relatado que pacientes idosos com delírio são mais propensos do que outras populações a desenvolver infecções adquiridas em hospitais, úlceras de pressão e problemas de imobilidade e nutrição, corroborando para maiores custos com assistência médica, internações hospitalares mais longas e cuidados de longo prazo após a alta.

A fisiopatologia do delirium ainda não é totalmente compreendida, mas sugerem que os pacientes hospitalizados no pós-cirúrgico cardíaco ocorrem devido à vulnerabilidade do funcionamento cerebral a estressores fisiopatológicos. Esses efeitos em qualquer uma dessas áreas podem afetar significativamente o resultado funcional relacionado à saúde dessa população, implicando diretamente na qualidade de vida. 

Esta pesquisa justifica-se por traçar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes hospitalizados no pós-cirúrgico cardíaco com episódios de delirium. Dessa forma, pode contribuir para a conscientização e o rápido reconhecimento dessas complicações, impactando diretamente no tratamento e prognóstico, além de fornecer uma oportunidade para a alteração de fatores de risco existentes e auxiliar na tomada de decisões clínicas eficazes pela equipe de saúde. 

Sendo assim, reconhecer os pacientes em risco e aqueles com delirium, bem como identificar e tratar os fatores contribuintes, são fundamentais para o sucesso do prognóstico do paciente. Dessa forma, o objetivo deste estudo é analisar, conforme os dados presentes na literatura, o perfil clínico epidemiológico de pacientes hospitalizados no pós-cirúrgico cardíaco. 

2. METODOLOGIA 

Trata-se de uma revisão de literatura conduzida conforme as diretrizes do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). A revisão busca responder à seguinte questão norteadora: “ Como se apresenta o perfil clínico e epidemiológico de pacientes hospitalizados no pós-cirúrgico cardíaco ?”

A revisão sistemática seguiu as etapas: Estratégia de Busca; Critérios de Elegibilidade; Triagem dos Estudos; Extração e Gestão de Dados. Os revisores das etapas de ‘Triagem, Extração e Gerenciamento de Dados’, eram pesquisadores com experiência na área, possuindo conhecimento prévio em metodologia de pesquisa. 

Estratégia de pesquisa

A busca na literatura foi realizada de forma independente por três pesquisadores diferentes, utilizando os mesmos descritores em inglês, seguindo as diretrizes dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MESH). A busca foi realizada em fevereiro de 2025, utilizando as seguintes plataformas: Web of Science, Lilacs, Scielo, PubMed, Science Direct, Scopus e Embase. Adicionalmente, foi realizada busca ativa nas referências de artigos relevantes para o estudo. Foi utilizado a seguinte combinação de descritores: (Incidence OR Prevalence) AND (Delirium) AND (“Cardiac Surgery”) OR (“Cardiovascular Surgical Procedures”.

Critérios de Inclusão

Abrangendo-se ensaios clínicos e estudos observacionais independentemente do idioma e publicados nos últimos seis anos, que avaliaram a incidência, prevalência e aspectos relacionados ao perfil clínico de pacientes hospitalizados em pós-cirúrgicos hospitalizados. 

Critérios de Exclusão

Foram excluídos artigos duplicados entre as bases de dados, textos com título e/ou resumo incompletos, artigos sem livre acesso, ou que não tenham métodos e conclusões bem definidos, assim também como  estudos cujo objetivo principal divergia do objetivo da pesquisa. Nesse sentido, também foram excluídos estudos de revisões, estudos de casos, dentre outros.

Triagem de estudos, extração de dados e gerenciamento

Após a busca nas bases de dados, a etapa inicial envolveu a identificação de estudos duplicados utilizando o software Rayyan QCRI (Qatar Computing Research Institute, Qatar). Posteriormente, foi realizado o processo de triagem, inicialmente por meio da análise do título e do resumo, seguida de revisão do texto completo dos estudos. Este processo envolveu três avaliadores e, em casos de incerteza na seleção dos artigos, o consenso foi alcançado por meio de discussão com outro juiz. 

Para extração e gerenciamento dos dados, foi criada uma planilha no Microsoft Excel® (Microsoft Office Professional Plus 2019, versão 1808, Redmond, Washington, EUA). Essa ferramenta abrangeu informações como detalhes do estudo (autor, ano, desenho do estudo, tamanho da amostra, grupos controle e intervenção), do perfil epidemiológico e clínico do delirium, além dos principais resultados representados.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Das buscas realizadas nas bases de dados foram encontrados 2.953 artigos, sendo 834 duplicados. Após exclusão das duplicatas, foram triados 2.119 artigos por título e resumo, sendo excluídos 2.098  por não apresentarem o tema de acordo com esta revisão. Por fim, 21 estudos foram lidos na íntegra, 02 foram excluídos por população e tipo de estudo errados e 19 estudos foram integrados à revisão. A Figura 2 representa o fluxograma dos trabalhos encontrados.

Figura 1. Fluxograma dos trabalhos encontrados nas bases de dados pesquisadas, 2025

Os estudos selecionados para revisão envolveram um total de 8.368 pacientes, com média de idade de 68,3 anos, sendo a maioria (60,5%) homens. Os critérios de inclusão foram relativamente consistentes entre os estudos, com foco em pacientes submetidos a cirurgias cardíacas eletivas e internados em unidades de terapia intensiva (UTI) no pós-operatório. Geralmente, esses estudos abrangeram pacientes adultos e idosos, com idade mínima variando de 18 a 60 anos.

Alguns estudos aplicaram critérios adicionais, como a exigência de ventilação mecânica pós-operatória (Andrási et al., 2022) e a exclusão de indivíduos com transtornos psiquiátricos prévios (Ordóñez et al., 2021). Os critérios de exclusão foram elaborados para minimizar possíveis variáveis ​​de confusão. Foram excluídos dos estudos pacientes com histórico de demência ou distúrbios neuropsiquiátricos graves, submetidos a cirurgias de emergência (Li, 2021; Mazzotta, 2020) e indivíduos que faleceram prematuramente ou apresentavam dados clínicos incompletos em seus prontuários (Habeeb, 2019).

Quadro 1. Características gerais e desfechos dos artigos selecionados, especificando tipologia, metodologia e principais resultados.

Autor, ano, paísObjetivosDesenho de estudoPopulação e amostraIntervençãoDesfechos/Resultados
(KIM et al., 2024)Coreia do sulInvestigar a incidência e os fatores de risco do delirium pós-operatório em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.Estudo observacional retrospectivo com análise de prontuários médicos. 195 pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca em um hospital universitário da Coreia do Sul. Não houve intervenção experimental, pois o estudo foi observacional. O delirium foi avaliado utilizando a Nu-DESC em diferentes períodos da internação.Incidência de delirium:34,4% (67/195). Delirium ocorreu em 53,7% na UTI e 46,3% no leito geral.
Fatores de risco: Inflamação pós-operatória (OR = 10,18, p = 0,002)Terapia de substituição renal contínua (CRRT) (OR = 9,05, p = 0,006)Distúrbio do sono pós-operatório (OR = 8,98, p < 0,001)Idade avançada (>70 anos) (OR = 6,23, p = 0,006)Tempo prolongado na UTI (OR = 3,83, p = 0,031)Histórico de AVC (OR = 3,71, p = 0,033)Uso prolongado de sedativos e maior tempo de operação também foram associados ao maior risco.
(RYU et al., 2024)Coreia do sulAvaliar a prevalência e os fatores de risco do delirium pós-operatório em pacientes idosos submetidos à cirurgia cardíaca e internados na UTI.Estudo retrospectivo descritivo correlacional, com análise de dados de prontuários eletrônicos.528 pacientes idosos (>65 anos) submetidos à cirurgia cardíaca. Sem intervenção experimental, apenas observação clínica. Avaliação do delirium via CAM-ICU.Incidência de delirium:41,3% (218/528) dos pacientes idosos desenvolveram delirium.
Fatores de risco mais significativos: Tempo prolongado de internação na UTI (OR = 1,77, p < 0,001).Tempo prolongado de anestesia (OR = 1,21, p = 0,016).Maior intensidade da dor pós-operatória (OR = 1,14, p = 0,044).Idade avançada (OR = 1,07, p = 0,002).
Subtipos de delirium identificados: Hipoativo (68,3%).Misto (19,3%).Hiperativo (12,4%).
(MA et al.,2023)ChinaInvestigar a capacidade preditiva do ACCI para prever delirium pós-operatório em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio sem CEC.Ensaio clínico prospectivo de coorte. Avaliação de pacientes no pré e pós-operatório por até 7 dias. 89 pacientes submetidos à  cirurgia de revascularização do miocárdio sem CEC entre dezembro de 2020 e maio de 2021 no Qilu Hospital, China. Não houve intervenção experimental. Avaliação do delirium CAM-ICU. Análise do ACCI como preditor de delirium. Incidência de delirium: 30,3%.Pacientes com ACCI ≥ 4: maior risco de delirium (45,5% vs. 15,6%; p = 0,003).
Fatores de risco identificados: ACCI elevado (OR = 2,43, p = 0,001).Idade avançada (OR = 1,10, p = 0,002).Tempo prolongado de ventilação mecânica (p = 0,033).Maior permanência na UTI (p = 0,027).
(BALTAZAR et al., 2023)BrasilAvaliar a prevalência de delirium e dor pós-operatória no primeiro dia após cirurgia cardíaca, identificando fatores de risco associados.Estudo transversal analítico.79 pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca em hospital terciário no Brasil.Avaliação do delirium: CAM-ICU. Avaliação da dor:VAS. Escala LANSS para dor neuropática. Análise estatística: Testes Qui-quadrado e t de Student (p < 0,05).Incidência de delirium:16,5% (IC 95% = 9,06 – 26,49%).Fatores de risco para delirium: Idade avançada (>65 anos) (RP = 1,45, p = 0,0014).Maior número de comorbidades prévias (p = 0,04).
Prevalência de dor pós-operatória: 72,15%.
Localização da dor: Principalmente na região esternal (40% dos casos). 
(BAJRACHARYA et al., 2023) ÍndiaDeterminar a incidência de delirium e identificar fatores perioperatórios que predispõem pacientes a essa condição após cirurgia cardíaca em uma unidade de terapia intensiva cardiológica. Estudo prospectivo observacional com coleta de dados pré, intra e pós-operatório.224 pacientes atendidos no Shahid Gangalal National Heart Center entre julho e dezembro de 2018.Nenhuma intervenção específica foi aplicada. O estudo se baseou na coleta prospectiva de dados e no monitoramento da ocorrência de delirium por meio da escala CAM-ICU.Incidência de Delirium:15,6% dos pacientes desenvolveram delirium pós-operatório.
Principais Fatores de Risco: Idade >60 anos. Doença da artéria carótida. Hemoglobina <10 g/dL. Tempo prolongado de circulação extracorpórea. Ventilação mecânica prolongada. Uso de balão intra-aórtico. Privação do sono.
Duração do Delirium: Pacientes com delirium permaneceram mais de 5 dias na UTI, em comparação com os sem delirium.
Impacto na Recuperação: O delirium foi associado a maior tempo de ventilação mecânica e internação prolongada na UTI. Pacientes com delirium apresentaram maior necessidade de suporte hemodinâmico e complicações pós-operatórias.
(ANDRÁSI et al., 2022)AlemanhaIdentificar fatores de risco perioperatórios para delirium pós-operatório em cirurgias cardíacas.Estudo retrospectivo observacional baseado na análise de prontuários médicos e modelos de regressão logística.300 pacientes:150 submetidos a revascularização do miocárdio.150 submetidos a cirurgia valvar e/ou aórtica.Nenhuma intervenção específica foi aplicada. O estudo focou na análise retrospectiva dos fatores perioperatórios associados ao desenvolvimento de delirium. Incidência de Delirium: 32% dos pacientes desenvolveram delirium pós-operatório (POD).
Principais Fatores de Risco: Idade avançada. Tempo prolongado de CEC. Ventilação mecânica prolongada. Transfusão sanguínea. Fibrilação atrial pós-operatória. Impacto na Recuperação: Pacientes com delirium tiveram maior tempo de internação hospitalar. O POD esteve associado a maior incidência de complicações pós-operatórias, incluindo disfunção renal e infecções.
(KIRFEL et al., 2021)AlemanhaAvaliar a incidência do POD em pacientes idosos submetidos a cirurgias cardíacas e sua relação com o tempo de internação na UTI e no hospital.Estudo prospectivo observacional.254 pacientes (idade média 70,5 ± 6,4 anos) submetidos a cirurgia cardíaca eletiva no University Hospital Bonn.Nenhuma intervenção específica foi aplicada. O estudo focou na coleta prospectiva de dados e avaliação da incidência de POD. Incidência de POD: 50% dos pacientes desenvolveram delirium pós-operatório.
Diferença de tempo na UTI: Pacientes com delirium permaneceram em média 165,0 ± 362,7 horas na UTI, contra 64,5 ± 79,4 horas dos pacientes sem delirium (p < 0.001).
Diferença de tempo no hospital: Pacientes com delirium tiveram internação média de 26,5 ± 26,1 dias, contra 14,6 ± 6,7 dias dos sem delirium (p < 0.001).
POD como fator independente: O modelo de regressão mostrou que o POD aumenta em 48% o tempo na UTI e em 64% o tempo de internação hospitalar, independentemente de outros fatores clínicos.
(LI et al., 2021)ChinaAvaliar a incidência e os fatores de risco para POD em pacientes idosos submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio.Estudo retrospectivo, analisando prontuários médicos para identificar fatores de risco.1.426 pacientes idosos (≥65 anos)no Tianjin Chest Hospital, China. Nenhuma intervenção específica. O estudo analisou dados retrospectivos de prontuários médicos, aplicando a escala CAM-ICU para identificar episódios de delirium.Incidência de Delirium: 39,3% dos pacientes (560 de 1.426) desenvolveram delirium pós-operatório.
Principais Fatores de Risco: Idade avançada. Consumo crônico de álcool. Diabetes mellitus. AVC prévio. Estenose de artéria extracardíaca. Tempo prolongado na UTI (≥48h).
Duração da Internação: Pacientes com delirium permaneceram mais tempo na UTI e no hospital.
(Mauri et al., 2021)AlemanhaAvaliar a incidência, os fatores de risco e o impacto a longo prazo do POD após TAVR.Estudo prospectivo, monitorando pacientes em tempo real após TAVR, avaliando impacto na sobrevida.661 pacientes foram submetidos a TAVR no Cologne University Heart Center, Alemanha. Nenhuma intervenção específica. O estudo monitorou o delirium por meio da escala CAM-ICU até o 7º dia pós-operatório. Foi realizada análise estatística para identificar fatores preditivos e impacto na mortalidade.Incidência de Delirium: 10% dos pacientes (66 de 661) desenvolveram delirium pós-operatório. Duração da Internação: UTI: Pacientes com delirium permaneceram 7,9 dias, enquanto sem delirium 3,2 dias (p < 0,001).
Hospital: Pacientes com delirium ficaram internados por 14,9 dias, enquanto sem delirium 9,0 dias (p < 0,001).Impacto na Mortalidade: Mortalidade intra-hospitalar: Maior em pacientes com POD (6,1% vs. 2,1%, p = 0,017).
Mortalidade em 2 anos: Maior nos pacientes com delirium (HR 1,89, p = 0,030).Principais Fatores de Risco: Sexo masculino. Fibrilação atrial. Fraqueza/fragity (EFT Score ≥ 3).Pneumonia. AVC perioperatório. Complicações vasculares. Anestesia geral.
(MAZZOTTA et al., 2020)ArgentinaInvestigar a incidência e fatores de risco do POD em pacientes submetidos a AVR, comparando abordagem por miniesternotomia (MS) e esternotomia convencional (FS).Estudo retrospectivo observacional.126 pacientes foram submetidos à cirurgia eletiva de AVR no Hospital Privado Universitário de Córdoba, Argentina. Nenhuma intervenção específica. Avaliação de delirium baseada no DSM-V e escala RASS.Incidência de delirium: 23% dos pacientes apresentaram delirium pós-operatório.
Principais Fatores de Risco: Idade avançada. Lesão renal aguda. Uso de válvula mecânica. Número de transfusões sanguíneas.
Duração da Internação: Pacientes com delirium ficaram internados por 12,24 ± 1,4 dias, contra 7,3 ± 0,6 dias no grupo sem delirium (p = 0,0003).Tempo médio de UTI foi 7,5 ± 1 dias no grupo com delirium vs. 3,12 ± 0,25 dias no grupo sem delirium (p < 0,0001).
Impacto na Mortalidade: Mortalidade maior nos pacientes com delirium (10,34%) em comparação com os sem delirium (3,1%), mas sem significância estatística (p = 0,13).
(ORDÓÑEZ-VELASCO & HERNÁNDEZ-LEIVA et al.,  2021)ColombiaIdentificar fatores de risco perioperatórios associados ao desenvolvimento de delirium pós-operatório em pacientes submetidos a qualquer tipo de cirurgia cardíaca.Estudo prospectivo de coorte.311 pacientes submetidos a cirurgia cardíaca no Instituto de Cardiología – Fundación Cardioinfantil, Colômbia.Nenhuma intervenção específica. Aplicação da escala CAM-ICU a cada 8h até o 7º dia pós-operatório.Incidência de delirium: 10% dos pacientes apresentaram delirium pós-operatório.
Principais Fatores de Risco: Idade avançada. Baixo nível educacional. Histórico de diabetes ou AVC. Duração prolongada da circulação extracorpórea. Transfusões sanguíneas.
Duração da Internação: Pacientes com delirium permaneceram mais tempo na UTI e no hospital.
Impacto na Mortalidade: O estudo não avalia diretamente o impacto na mortalidade, mas confirma associação entre delirium e complicações pós-operatórias.
(HABEEB-ALLAH & ALSHRAIDEH, 2019)JordâniaAvaliar a incidência de delirium pós-cirúrgico em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e identificar fatores associados.Estudo prospectivo de coorte.245 pacientes foram submetidos à cirurgia cardíaca eletiva em um hospital na Jordânia.Nenhuma intervenção específica. Diagnóstico de delirium feito com CAM-ICU.Incidência de Delirium: 9% (22 de 245 pacientes).
Duração da Internação: Pacientes com delirium tiveram hospitalização e tempo de UTI significativamente maiores (dados estatísticos confirmados, mas valores exatos não especificados).
Principais Fatores de Risco: Idade avançada (média 65,7 ± 8,1 anos).Duração prolongada da cirurgia. Maior tempo de ventilação mecânica. Maior volume de transfusão sanguínea. Tempo prolongado na UTI e hospital.
(MATIOLI et al., 2021)BrasilIdentificar a prevalência de delirium em idosos internados na UTI no pós-operatório de cirurgia cardiovascular e verificar associações com fatores sociodemográficos e clínicos.Estudo transversal analítico.50 pacientes idosos internados em UTI no pós-operatório de cirurgia cardiovascular no Distrito Federal, Brasil.Nenhuma intervenção específica. Avaliação de delirium com CAM-ICU e análise de prontuários.Incidência de Delirium: 40% (20 de 50 pacientes).
Duração da Internação: UTI: Pacientes com delirium ficaram internados em média 5,4 ± 3,3 dias vs. 3,3 ± 1,5 dias sem delirium (p = 0,01).Tempo de CEC: 1h58min ± 56min no grupo com delirium vs. 1h23min ± 21min sem delirium (p = 0,01).
Impacto na Mortalidade: 30% dos pacientes com delirium evoluíram para óbito, contra 0% no grupo sem delirium.
Principais Fatores de Risco: Idade avançada (média 70,4 ± 5,83 anos). Sexo masculino (65%). Hipertensão arterial sistêmica (75%). Tabagismo (45%). Uso de fentanil, haloperidol e drogas vasoativas. Maior tempo de CEC. Maior tempo de internação na UTI e hospital.
(CAI et al., 2020)ChinaInvestigar a prevalência, preditores e desfechos iniciais do POD em pacientes com dissecção aórtica tipo A (AAD) internados na UTI.Estudo retrospectivo de coorte.301 pacientes submetidos à cirurgia para AAD no Zhongshan Hospital, China (2017-2018).Não houve intervenção experimental. Avaliação de delirium com CAM-ICU. Comparação entre pacientes com e sem delirium para identificar fatores preditivos.Prevalência de Delirium:24,25%.Impactos Clínicos: Internação e custos elevados, maior mortalidade (não significativa).Principais Fatores de Risco: Disfunção renal, midazolam e morfina pós-operatórios.
(SUGIMURA et al., 2020)AlemanhaAvaliar os fatores de risco e os impactos do delírio pós-operatório em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.Estudo retrospectivo.1.206 pacientes submetidos a cirurgias cardíacas em 2013.Foram realizadas análises uni e multivariadas de fatores pré. intra e pós-operatórios.O delírio foi diagnosticado pelo CAM-ICU.Incidência: 11,6% (140 pacientes).
Fatores de risco: Idade avançada (73,1 ± 9,04 anos, p < 0,001) e maior tempo de clampeamento aórtico (69,8 ± 49,9 min vs. 61,6 ± 53,8 min, p < 0,05). Complicações associadas: Acidente vascular cerebral (10,7% vs. 3,75%, p < 0,001).Complicações respiratórias (16,4% vs. 5,72%, p < 0,001).Infecções (36,4% vs. 16,0%, p < 0,001).
Tempo de internação: Pacientes com delírio tiveram hospitalização mais longa (23,2 ± 13,6 dias vs. 17,4 ± 12,8 dias, p < 0,001) e menor chance de alta domiciliar (56,0% vs. 66,8%, p < 0,001).
(RUSSELL et al., 2020)EUAExaminar a incidência e os fatores de risco para delírio pós-operatório em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca em um hospital para veteranos.Estudo retrospectivo.250 pacientes operados entre 2014 e 2016.Os fatores de risco foram identificados por regressão logística. Utilizado o índice EuroSCORE II para avaliação do risco de mortalidade.Incidência: 15,2% (38 pacientes).
Fatores predisponentes: Insuficiência cardíaca congestiva (OR = 2,223, p = 0,0377).Comprometimento cognitivo prévio (OR = 5,147, p = 0,0007).Presença de transtorno neuropsiquiátrico (OR = 2,015, p = 0,0487).
Fatores precipitantes: Duração prolongada da cirurgia (p = 0,0417). Transfusão sanguínea (p = 0,0368). Tempo de ventilação mecânica prolongado (p < 0,0001). Uso prolongado de sedação (propofol/dexmedetomidina) (p < 0,0001).
Tempo de internação: Pacientes com delírio tiveram internação mais longa na UTI (5 vs. 3 dias, p < 0,0001) e maior necessidade de ventilação mecânica prolongada.
(PASUYGA et al., 2020)RússiaAvaliar a incidência e os fatores de risco do delírio pós-operatório em cirurgias cardiovasculares eletivas.Estudo retrospectivo.1.941 pacientes submetidos a cirurgias cardíacas eletivas.O delírio foi diagnosticado pelo método CAM-ICU. Foram analisados dados clínico-demográficos, cirúrgicos e laboratoriais para identificar fatores de risco.Incidência:
9,94% dos pacientes desenvolveram delírio (hiperativo: 13%, hipoativo: 43%, misto: 44%).
Fatores de risco: Idade avançada (OR = 1,041, p = 0,038). EuroSCORE II elevado (OR = 1,286, p = 0,025).Lesão renal aguda (OR = 1,306, p = 0,0018).Necessidade de hemodiálise (OR = 1,739, p = 0,001).
Desfechos: Maior tempo de ventilação mecânica e internação na UTI. Associações significativas com polineuropatia crítica (OR = 9,201, p < 0,001) e disfagia neurogênica (OR = 7,48, p = 0,022).
(ITAGAKI et al., 2020)​JapãoExaminar como a fragilidade física e o comprometimento cognitivo leve (MCL) afetam a incidência de delírio pós-operatório em idosos submetidos à cirurgia cardíaca.Estudo retrospectivo.89 pacientes ≥ 65 anos.Os pacientes foram divididos em 4 grupos:S/fragilidade, S/MCL.S/fragilidade, C/MCL.C/fragilidade, S/MCL.C/fragilidade, C/MCL.Fragilidade avaliada pelo J-CHS.MCI diagnosticado pelo MoCA.Delírio avaliado pelo ICDSC (pontos ≥4 indicam delírio).Incidência: 34,8% dos pacientes desenvolveram delírio.
Fatores de risco: Grupo 4 (fragilidade + MCL) teve maior risco de delírio (OR = 7,494, p = 0,004). Idade avançada (OR = 1,098, p = 0,008).MCL isolado (OR = 3,091, p = 0,021).Fragilidade isolada (OR = 4,524, p = 0,002).
Desfechos: Maior tempo de internação hospitalar e na UTI. Maior tempo de ventilação mecânica (p = 0,007).
(KUPIEC et al., 2020)​PolôniaExaminar se hiperóxia intraoperatória durante a CEC aumenta a incidência de POD.Estudo retrospectivo.93 pacientes ≥ 65 anos submetidos a cirurgia cardíaca eletiva.Delírio avaliado pelo CAM-ICU. Hipóxia severa foi definida como PaO₂ ≥ 26,6 kPa.Incidência de delírio: 11,8%.
Relação com hiperóxia: 100% dos pacientes com delírio tiveram episódios de hiperóxia severa durante a CPB, contra 78% no grupo sem delírio (p = 0,02).Quanto maior a PaO₂ máxima, maior a chance de delírio (P = 0,01).
Legenda: UTI (Unidade de Terapia Intensiva); Nu-DESC (Nursing Delirium Screening Scale); CAM-ICU (Confusion Assessment Method-ICU); ACCI (Índice de Comorbidade de Charlson); VAS (Escala Visual Analógica); POD (Incidência do Delirium Pós-operatório); CEC (Circulação Extracorpórea)  CABG (Cirurgia de Revascularização do Miocárdio); TAVR (Substituição Salvar Aórtica Transcateter); MS (Miniesternotomia); FS (esternotomia convencional); Scale RASS (Escala de Agitação-Sedação de Richmond); MCL (Comprometimento Cognitivo Leve); J-CHS (Japanese Cardiovascular Health Study criteria); MoCA (Montreal Cognitive Assessment); ICDSC (Intensive Care Delirium Screening Checklist); 

O delírio pós-operatório é uma complicação comum e significativa em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Está ligado a internamentos hospitalares mais longos, a um risco aumentado de complicações e a taxas de mortalidade mais elevadas. A partir da análise dos estudos, conseguimos identificar padrões de incidência, examinar o impacto no tempo de recuperação e destacar os principais fatores de risco e resultados clínicos associados a esta condição.

Incidência do delírio pós-operatório

A incidência geral de delirium entre os estudos analisados ​​foi de 21,48%, com variações notáveis ​​baseadas nas populações específicas examinadas, nos métodos diagnósticos empregados e nas características dos procedimentos cirúrgicos. As taxas de incidência relatadas variaram de 9% a 41,3%, com estudos focados em pacientes idosos (com mais de 65 anos) apresentando os valores mais elevados. Ryu; Hong (2024) relataram a maior incidência de 41,3%, destacando que a idade avançada é um fator predisponente significativo para o delirium.

Itagaki et al. (2020) concentraram-se em pacientes frágeis com comprometimento cognitivo leve (CCL) e encontraram uma incidência de 34,8%, ilustrando como a condição inicial de um paciente pode influenciar o risco de desenvolver delirium. Em contraste, Kupiec et al. (2020), que investigaram os efeitos da hiperóxia intraoperatória, relataram a menor incidência de delirium, 11,8%. Isso indica que fatores intraoperatórios podem ter impacto substancial na ocorrência desta complicação.

Tempo de internação

A pesquisa mostrou que o delirium prolonga significativamente as internações hospitalares e na UTI, levando a maiores encargos com cuidados e custos hospitalares mais elevados. Em média, os pacientes que apresentam delirium permanecem hospitalizados 2 a 3 vezes mais do que aqueles sem esta complicação. Por exemplo, Bajracharya et al. (2023) relataram que pacientes com delirium ficaram internados em média 26,5 dias, enquanto aqueles sem delirium tiveram alta após 14,6 dias.

Da mesma forma, o tempo médio de permanência na UTI foi notavelmente maior para pacientes com delirium, variando de 5 a 7 dias, em comparação com 2 a 3 dias para aqueles sem essa complicação. No estudo realizado por Mauri et al. (2021), os pacientes com delirium passaram em média 7, 9 dias na UTI, enquanto aqueles sem delirium ficaram em média apenas 3, 2 dias (p < 0,001). Esses achados ressaltam a necessidade de estratégias preventivas, uma vez que a hospitalização prolongada está associada a um risco aumentado de infecções, tromboembolismo e declínio funcional.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco para delirium identificados nos estudos analisados ​​incluem idade avançada, múltiplas comorbidades, durações prolongadas de circulação extracorpórea (CEC) e ventilação mecânica, hiperóxia intraoperatória e uso de opioides e benzodiazepínicos, bem como tempos cirúrgicos prolongados. A idade avançada foi consistentemente destacada como um fator de risco significativo, com todos os estudos revisados ​​indicando que pacientes idosos são mais suscetíveis a desenvolver delirium devido a menores reservas cognitivas e maior vulnerabilidade a estressores cirúrgicos e metabólicos.

O Índice de Comorbidade de Charlson (ACCI) também foi observado como um fator importante; especificamente, o estudo de Ma et al. (2023) demonstrou que pacientes com uma pontuação ACCI de 4 ou superior tiveram um risco três vezes maior de desenvolver delirium (p = 0,003). O tempo prolongado de CEC foi outro fator crítico. Estudos de Mauri, Matioli (2021) e Russell et al. (2020) relacionaram tempos cirúrgicos mais longos a uma maior incidência de delirium.

Além disso, a influência do uso de sedativos e opioides no desenvolvimento de delirium foi um tema recorrente. Por exemplo, Cai et al. (2020) descobriram que o uso pós-operatório de midazolam e morfina aumentou significativamente o risco de delírio, destacando a necessidade de um manejo cuidadoso da sedação pós-operatória. Kupiec et al. (2020) mostraram que níveis elevados de hiperóxia intraoperatória estavam associados a um risco maior de delírio (p = 0,02). Isso sugere que o ajuste da ventilação mecânica pode ser uma estratégia para reduzir a incidência dessa complicação.

Mortalidade hospitalar

O delírio não afeta apenas a duração das internações hospitalares, mas também está associado a um maior risco de mortalidade hospitalar. Matioli et al. (2021) descobriram que 30% dos pacientes com delírio morreram, enquanto nenhum dos pacientes sem delírio apresentou morte. Além disso, Sugimura et al. (2020) relataram um aumento significativo na mortalidade hospitalar entre pacientes que desenvolveram delírio, com um valor de p menor que 0,001.

Estratégias preventivas e de manejo

Diante desses achados, os estudos indicam a necessidade de estratégias preventivas e de gerenciamento para reduzir a incidência e o impacto do delírio pós-operatório. Entre as principais recomendações, o monitoramento rigoroso do delírio usando escalas padronizadas como CAM-ICU e DSM-5 é essencial, pois isso permite o diagnóstico precoce e intervenções terapêuticas oportunas. Além disso, vários estudos enfatizam a importância de minimizar o uso prolongado de benzodiazepínicos, em vez de favorecer a sedação leve com dexmedetomidina sempre que possível.

O gerenciamento eficaz da dor também é crucial, com foco em estratégias multimodais que reduzem o uso excessivo de opioides. Outra abordagem preventiva importante identificada é a mobilização precoce; pacientes que começam a se mover mais cedo no período pós-operatório têm menor risco de desenvolver delírio.

Outras recomendações incluem ajustar o ciclo sono-vigília para evitar estímulos noturnos excessivos, ao mesmo tempo em que promove um ambiente calmo. Por fim, reconhecer fatores de risco individuais como idade avançada, tempo prolongado de circulação extracorpórea (CEC) e comorbidades preexistentes pode ajudar a personalizar estratégias de prevenção personalizadas.

4. CONCLUSÃO

Dessa forma, a análise integrada dos estudos confirma que o delírio pós-operatório é uma complicação significativa em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Ele está associado a internações hospitalares mais longas, aumento da morbidade e mortalidade e recuperação funcional precária. As evidências sugerem que implementar protocolos preventivos, otimizar o suporte perioperatório e reduzir a sedação excessiva são estratégias essenciais para minimizar o impacto dessa condição.

À luz disso, novas pesquisas estão explorando estratégias de prevenção multimodais e o papel dos biomarcadores na previsão precoce do delírio, o que pode levar a avanços no gerenciamento dessa complicação.

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1Fisioterapeuta formado pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba- UFDPar; e-mail: pkastro.2@gmail.com
2Fisioterapeuta formado pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba- UFDPar; e-mail: sousacarlos391@gmail.com
3Discente do Curso Superior de Medicina do Instituto Escola Superior de Ciências da Santa casa de Misericórdia de Vitória- EMESCAM;  e-mail: carloshfnassur@gmail.com
4Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Central do Paraguai; e-mail:  tec.diegosantos@gmail.com
5Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Federal de Campina Grande- UFCG; e-mail:  kouaespoir1@gmail.com
6Discente do Curso Superior de Medicina da Uninassau, Campus Vinhena- RO; e-mail:  carolschmitt06@gmail.com
7Discente do Curso Superior de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora- SUPREMA; e-mail:  barrocoarthur@gmail.com
8Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto- UNAERP, Campus Guarujá; e-mail:  brunogoeso@gmail.com
9Médico formado pela Universidade de Gurupi- UNIRG; e-mail: lfelipembarros@gmail.com
10Discente do Curso Superior de Medicina no Centro Universitário FAMETRO; e-mail: isabelle.bj12@gmail.com.