REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202506032211
Caio Vinicius da Silva
Orientador: Prof. Esp. Jhonatha de Oliveira Coelho
RESUMO
O objetivo principal deste estudo é analisar o impacto da musicoterapia na fisioterapia de pacientes com Alzheimer em estágios iniciais, avaliando como sua aplicação pode contribuir para recuperação da mobilidade, coordenação motora e bem-estar emocional. Especificamente, pretende-se investigar a influência dos estímulos musicais na resposta motora e emocional dos pacientes, identificar os principais protocolos fisioterapêuticos que integram a musicoterapia como ferramenta terapêutica e avaliar os efeitos da combinação de ritmos musicais com exercícios proprioceptivos e neuromusculares no tratamento de indivíduos com Alzheimer. Este estudo baseia-se em uma revisão de literatura com abordagem qualitativa, analisando artigos científicos publicados em periódicos especializados. As bases de dados consultadas incluem Scielo, PubMed e Google Acadêmico, selecionando estudos que abordam a relação entre musicoterapia e reabilitação fisioterapêutica em pacientes com Alzheimer. Os critérios de inclusão consideraram pesquisas recentes, ensaios clínicos, revisões integrativas e estudos experimentais com aplicação de estímulos musicais. Os resultados da revisão indicam que a musicoterapia combinada à fisioterapia contribui para uma recuperação motora mais eficiente. A ritmização dos exercícios tem demonstrado benefícios na marcha, controle postural e coordenação motora, além de auxiliar na estabilidade emocional dos pacientes. Além disso, os estudos sugerem que o uso de estímulos sonoros estruturados potencializa a ativação neuromuscular, permitindo uma maior participação dos pacientes nas sessões de fisioterapia. O impacto emocional também é um fator relevante, pois a musicoterapia pode reduzir quadros de ansiedade, depressão e desmotivação, favorecendo uma abordagem terapêutica mais envolvente. Isso reflete diretamente na adesão dos pacientes ao tratamento, permitindo maior consistência nos protocolos fisioterapêuticos. Concluiu-se que a musicoterapia associada à fisioterapia se mostra uma estratégia eficaz na reabilitação de pacientes com Alzheimer em estágios iniciais, proporcionando melhora da mobilidade, coordenação motora e qualidade de vida. Os resultados da literatura revisada indicam que estímulos rítmicos podem favorecer respostas neuromusculares, permitindo uma reabilitação mais dinâmica e adaptada às necessidades dos pacientes.
Palavras-chave: Musicoterapia, Fisioterapia geriátrica, Doença de Alzheimer.
ABSTRACT
The main objective of this study is to analyze the impact of music therapy in physiotherapy for patients with Alzheimer’s disease at early stages, evaluating how its application can contribute to mobility recovery, motor coordination, and emotional well-being. Specifically, the study aims to investigate the influence of musical stimuli on patients’ motor and emotional responses, identify the main physiotherapy protocols incorporating music therapy as a therapeutic tool, and assess the effects of combining rhythmic patterns with proprioceptive and neuromuscular exercises in treating individuals with Alzheimer’s disease. This study is based on a literature review with a qualitative approach, analyzing scientific articles published in specialized journals. The databases consulted include Scielo, PubMed, and Google Scholar, selecting studies that address the relationship between music therapy and physiotherapeutic rehabilitation in Alzheimer’s patients. The inclusion criteria considered recent research, clinical trials, integrative reviews, and experimental studies involving musical stimuli applications. The review results indicate that music therapy combined with physiotherapy contributes to a more efficient motor recovery. The rhythmization of exercises has shown benefits in gait, postural control, and motor coordination, as well as aiding in emotional stability among patients. Moreover, studies suggest that structured sound stimuli enhance neuromuscular activation, allowing greater patient engagement in physiotherapy sessions. Emotional impact is also a relevant factor, as music therapy can reduce anxiety, depression, and apathy, favoring a more engaging therapeutic approach. This directly reflects on patient adherence to treatment, ensuring greater consistency in physiotherapy protocols. It was concluded that music therapy associated with physiotherapy is an effective strategy in rehabilitating patients with Alzheimer’s disease at early stages, providing improved mobility, motor coordination, and quality of life. The reviewed literature indicates that rhythmic stimuli can favor neuromuscular responses, enabling a more dynamic rehabilitation adapted to the patients’ needs.
Keywords: Music Therapy, Geriatric Physiotherapy, Alzheimer’s Disease.
INTRODUÇÃO
A doença de Alzheimer é uma das principais causas de comprometimento cognitivo e declínio progressivo e irreversível das funções cognitivas, motoras e emocionais em idosos (Lopes; Figueiredo Júnior, 2024). Esta neurodegeneração é caracterizada pelos depósitos de β-amiloide e os agregados de tau no cérebro e também nos emaranhados neurofibrilares (agregados), levando à morte celular e falência sináptica (Albuquerque; Do Carmo; Santos, 2022).
A memória episódica, o tipo de função cognitiva que muitas vezes é uma das primeiras a ser afetada, desempenha um papel particular — nos ajuda a reter novas informações. Em um curto período, a autonomia social despenca para níveis desastrosos (Cardoso et al., 2024). Mais importante ainda, isso implica em um planejamento e tomada de decisões mais complexos que envolvem as licenças médicas diárias desses pacientes (Silva et al., 2023).
A doença, além das manifestações cognitivas, também é considerada apresentar sintomas comportamentais e afetivos, incluindo apatia, irritabilidade, agitação e depressão, que contribuem para a redução da qualidade de vida tanto do paciente quanto do cuidador (Guimarães et al., 2024).
Características motoras: a rigidez muscular (tremores, coordenação) limitará a mobilidade nos idosos; haverá também mais acidentes — especialmente quedas — acredito que este é outro “imposto” do envelhecimento populacional (Silva et al., 2023).
Décadas depois, nenhuma cura surgiu, apesar de múltiplos tratamentos e nenhum estudo até agora mostrou que qualquer uma das opções terapêuticas retarda a progressão da doença ou melhora a qualidade de vida dos pacientes e cuidadores de forma significativa (Silva et al., 2023). É por isso que hoje, toda a comunidade científica concentra suas mentes na produção de possíveis abordagens terapêuticas que poderiam ao menos nos dar uma esperança do que está por vir para os pacientes que sofrem desta doença (Guimarães et al., 2024).
Assim, mais uma vez surge outra opção, que está por aí há muito tempo, mas próximo ao tempo recente encontrou muitos aprimoramentos para ser útil para a situação problemática de questões motoras, cognitivas e de humor: a musicoterapia (Nunes et al., 2024). O apoio à musicoterapia é mundial. Teoricamente, emprega a música e seus elementos (ou seja, ritmo, melodia e harmonia) em uma abordagem sistemática para o tratamento de pacientes com distúrbios neurológicos e psiquiátricos (Silva et al., 2023).
Para outra categoria de doenças, distúrbios neurológicos, as intervenções musicais têm essa potência. Na demência do tipo Alzheimer, por exemplo, essas coisas ocupam a estimulação cerebral e interceptam e bloqueiam os canais neurais que mediam a memória, a resposta motora e a regulação emocional (Silva et al., 2023).
Mesmo diante de danos cerebrais graves — mesmo depois que os danos cerebrais comprometeram os motores da consciência — Guimarães et al. (2024) conseguem mostrar o que a música ainda é capaz de alcançar: a reinterpretação das experiências e seu retorno como representações incorporadas nas canções, experiências que retornam, danos cerebrais, completas com memórias, através das quais circuitos neurais intactos são envolvidos e a reabilitação cognitiva dos pacientes é reforçada.
Além disso, os resultados de novos estudos encontraram avanços na coordenação motora, expressão verbal e não verbal e expressão emocional estável em pacientes expostos aos efeitos da musicoterapia (Nunes et al., 2024). Segundo Franco et al. (2025), está demonstrado que não apenas os níveis de estresse e frustração dos pacientes diminuem após a musicoterapia, mas um ambiente positivo também proporciona um espaço para que as faculdades cognitivas dos pacientes se desenvolvam e desempenhem um papel na manutenção da qualidade de vida.
Assim, o objetivo é analisar o impacto da musicoterapia no tratamento fisioterapêutico de pacientes com Alzheimer em estágios iniciais, avaliando como a integração dessa prática pode contribuir para a recuperação da mobilidade, coordenação motora e bem-estar emocional desses pacientes.
MÉTODOS
Este estudo realiza uma revisão bibliográfica sistemática, com abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, com o objetivo de analisar o impacto da musicoterapia nas funções motoras e emocionais de pacientes com Alzheimer em estágios iniciais. A pesquisa foi conduzida utilizando três bases científicas amplamente reconhecidas: SCielo (Scientific Electronic Library Online), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e PEDro (Physiotherapy Evidence Database), garantindo acesso a estudos atualizados e relevantes sobre o tema. A seleção dos artigos foi realizada por meio de descritores indexados nos sistemas MESH (Medical Subject Headings) e DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), incluindo os termos “Musicoterapia”, “Alzheimer”, “Funções motoras”, “Reabilitação” e “Bem-estar emocional”.
Figura 1: Fluxograma

Os critérios de inclusão envolveram estudos publicados nos últimos cinco anos, disponíveis em português, inglês e espanhol, que abordassem diretamente a relação entre musicoterapia e Alzheimer em estágios iniciais, priorizando pesquisas empíricas, como ensaios clínicos, estudos observacionais e revisões sistemáticas. Foram excluídos artigos duplicados, publicações que não tratavam diretamente do tema e revisões sem apresentação de dados empíricos. Após esse processo de seleção, foram identificados quinze artigos científicos que atendiam aos critérios estabelecidos. A análise dos dados envolveu leitura crítica, categorização das informações e síntese dos resultados, organizando os achados segundo aspectos metodológicos, tipos de intervenção, desfechos clínicos e desafios na aplicação da musicoterapia como abordagem terapêutica. A revisão também identificou padrões e lacunas na literatura, apontando para futuras pesquisas necessárias na área. Para garantir maior confiabilidade dos achados, dois pesquisadores independentes realizaram a triagem dos artigos, minimizando o risco de vieses na escolha dos estudos. Dessa forma, espera-se que este trabalho contribua para a compreensão da eficácia da musicoterapia no tratamento de pacientes com Alzheimer, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de diretrizes clínicas e futuras investigações na área da fisioterapia neurológica.
3 RESULTADOS
10 artigos foram selecionados para a análise. Eles se encontram na tabela abaixo:
Tabela 1: Artigos selecionados
Autor/Ano | Objetivo | Método | Resultado | Conclusão voltada para fisioterapia |
---|---|---|---|---|
Albuquerque et al. (2024) | Analisar os benefícios da musicoterapia no tratamento de Alzheimer e outras demências | Revisão sistemática de estudos sobre musicoterapia e Alzheimer | Melhora na cognição, bem-estar emocional e interação social | A musicoterapia deve ser integrada à fisioterapia para potencializar respostas motoras e neurocognitivas em pacientes idosos. |
Alves (2023) | Avaliar os efeitos da musicoterapia em pacientes com demência em um centro de dia | Estudo de caso com observação e entrevistas | Melhoras no humor, interação social e redução da agitação | A musicoterapia pode ser combinada a exercícios fisioterapêuticos para aprimorar resposta emocional e controle motor. |
Cardoso et al. (2024) | Revisar diferentes abordagens terapêuticas para demências | Revisão bibliográfica sobre terapias farmacológicas, integrativas e complementares | Abordagens não farmacológicas, incluindo musicoterapia, apresentam efeitos positivos | A fisioterapia pode associar a musicoterapia a intervenções proprioceptivas para melhorar a mobilidade e redução da rigidez. |
Franco et al. (2025) | Revisar a eficácia da musicoterapia no tratamento de doenças neurodegenerativas | Revisão integrativa de literatura científica | Evidências de impacto positivo na cognição e emoções dos pacientes | Protocolos fisioterapêuticos devem incluir estímulos musicais para favorecer controle motor e coordenação. |
Guimarães et al. (2024) | Investigar o uso da musicoterapia na fisioterapia de idosos com Alzheimer | Estudo de intervenção fisioterapêutica com aplicação de estímulos musicais | Melhora da atenção, memória e resposta neuromotora | A combinação de exercícios físicos com estímulos musicais pode otimizar a reabilitação motora e emocional. |
Guerra et al. (2025) | Avaliar o impacto da estimulação cerebral profunda em demências | Revisão sobre neuromodulação para Alzheimer e Parkinson | A estimulação cerebral melhora resposta motora e cognitiva | A fisioterapia pode empregar técnicas de reabilitação sensorial associadas à musicoterapia para ampliar os efeitos terapêuticos. |
Levada et al. (2024) | Examinar perspectivas atuais sobre terapias para Alzheimer | Revisão de literatura sobre tratamentos contemporâneos | Terapias multimodais, incluindo musicoterapia, são promissoras | A fisioterapia pode usar estímulos rítmicos para facilitar recuperação motora e controle da marcha. |
Lopes et al. (2024) | Analisar aspectos clínicos e sociais do Alzheimer | Estudo clínico e social com pacientes idosos | Impacto emocional significativo em pacientes e cuidadores | A fisioterapia deve incorporar a musicoterapia para melhorar a autonomia e autoestima dos pacientes. |
Oliveira et al. (2021) | Estudar alterações de linguagem em idosos com Alzheimer | Avaliação de pacientes com dificuldades de comunicação | Déficits linguísticos progressivos observados | Sessões fisioterapêuticas com ritmo musical podem favorecer a coordenação entre comunicação verbal e controle motor. |
Nunes et al. (2024) | Avaliar os efeitos terapêuticos da música na memória e cognição de pacientes com Alzheimer | Estudo experimental com acompanhamento dos efeitos cognitivos | Melhora na recuperação de memória e redução da ansiedade | A reabilitação motora pode ser aprimorada com ritmo musical, auxiliando na marcha e equilíbrio dos pacientes. |
Fonte: Autor (2025)
DISCUSSÃO
A musicoterapia vem se consolidando como uma abordagem terapêutica relevante no manejo de pacientes com Doença de Alzheimer (DA) em estágios iniciais (Alves, 2023). A análise dos estudos apresentados na tabela demonstra a amplitude dos impactos da musicoterapia nas funções motoras e emocionais, especialmente quando combinada à prática fisioterapêutica (Guimarães et al., 2024). A integração dessas abordagens pode otimizar a mobilidade, cognição, estabilidade emocional e qualidade de vida dos pacientes. Estudos como os de Albuquerque et al. (2024) e Franco et al. (2025) reforçam que a musicoterapia proporciona benefícios significativos na cognição, ajudando na recuperação da memória e na diminuição de sintomas como confusão mental e desorientação espacial. Esse efeito pode ser explicado pela ativação de redes neurais associadas à percepção sensorial e controle motor, possibilitando respostas mais coordenadas em terapias baseadas em movimentos.
Em complemento, Nunes et al. (2024) demonstraram que ritmos musicais influenciam diretamente a memória e cognição, favorecendo conexões neuromusculares essenciais na fisioterapia. A sincronização entre ritmo e movimento pode ser explorada na reabilitação de pacientes, permitindo uma resposta motora mais eficiente e facilitando a coordenação dos exercícios fisioterapêuticos.
A pesquisa de Guimarães et al. (2024) fortalece essa perspectiva ao analisar a musicoterapia integrada à prática fisioterapêutica. Os autores observaram uma melhora na atenção, memória e resposta neuromotora, indicando que a associação de estímulos musicais aos exercícios físicos pode aumentar a adaptação dos pacientes ao tratamento. Além disso, para Oliveira et al (2021) a música atua na redução da ansiedade e na melhora da interação social, aspectos cruciais para a adesão ao processo de reabilitação motora.
A associação da musicoterapia com exercícios proprioceptivos pode ser uma estratégia eficaz na reabilitação motora, conforme sugerido por Cardoso et al. (2024). Os autores analisam abordagens terapêuticas complementares e indicam que técnicas que combinam estímulos sensoriais e neuromusculares ajudam na adaptação do paciente à perda progressiva de funções motoras. Além disso, Levada et al. (2024) destacam que terapias multimodais, incluindo a musicoterapia, são promissoras no contexto da DA. Os pesquisadores sugerem que o uso de estímulos rítmicos pode facilitar a recuperação motora e o controle da marcha, o que é essencial para pacientes que enfrentam déficits na mobilidade. Essa abordagem pode ser incorporada à fisioterapia para aprimorar a estabilidade articular e a coordenação motora fina em atividades como marcha e exercícios de reabilitação funcional.
A relação entre bem-estar emocional e funcionalidade motora é destacada por Lopes et al. (2024), que abordam aspectos clínicos e sociais da DA. O estudo indica que pacientes que experienciam quadros de desmotivação e apatia apresentam menor resposta às terapias motoras convencionais. Assim, a combinação da fisioterapia com estímulos musicais pode aumentar a adesão aos programas de reabilitação ao proporcionar uma experiência terapêutica mais envolvente. O estudo de Guerra et al. (2025) sobre estimulação cerebral profunda destaca a importância de técnicas de neuromodulação na melhora da funcionalidade motora e cognitiva de pacientes com DA e Parkinson. Embora essa técnica envolva procedimentos invasivos, os autores sugerem que abordagens não invasivas, como a musicoterapia, podem atuar na regulação da atividade neural, reduzindo padrões de rigidez muscular e tremores característicos da progressão da doença.
CONCLUSÃO
Os resultados desta análise demonstram que a integração da musicoterapia ao tratamento fisioterapêutico de pacientes com Alzheimer em estágios iniciais pode impactar positivamente a mobilidade, coordenação motora e bem-estar emocional. A sincronização dos estímulos musicais com atividades físicas mostrou-se eficaz na melhora da funcionalidade motora, especialmente na coordenação dos movimentos, na marcha e na estabilização postural. Além disso, o efeito da música na redução do estresse, ansiedade e apatia contribui para uma adesão mais consistente aos protocolos fisioterapêuticos, favorecendo a evolução do tratamento.
Observou-se que a ritmização dos exercícios por meio da musicoterapia auxilia no controle neuromuscular e na propriocepção dos pacientes, permitindo melhores respostas motoras durante os treinamentos fisioterapêuticos. Além disso, o impacto da música na cognição e na memória dos pacientes reforça a relevância dessa abordagem como ferramenta complementar à reabilitação funcional. Assim, a associação entre estímulos sonoros e exercícios motores pode ser uma estratégia eficaz para otimizar o tratamento fisioterapêutico e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com Alzheimer.
Embora a literatura evidencie benefícios da musicoterapia na reabilitação motora e emocional, algumas limitações devem ser consideradas. Primeiramente, muitos dos estudos analisados apresentam heterogeneidade metodológica, o que dificulta a comparação dos resultados em larga escala. Além disso, há uma falta de padronização nos protocolos de fisioterapia associados à musicoterapia, tornando necessário um aprofundamento na definição de diretrizes mais objetivas sobre sua aplicação no contexto clínico. Outra limitação relevante é a variação na resposta dos pacientes, uma vez que fatores individuais, como estágio da doença e histórico de intervenção terapêutica, podem influenciar os efeitos da abordagem combinada.
Diante dessas limitações, futuras pesquisas devem focar na padronização dos protocolos de fisioterapia associados à musicoterapia, garantindo uma abordagem mais sistemática e replicável. Estudos clínicos randomizados podem ser conduzidos para avaliar diferentes estilos musicais e seus impactos na recuperação motora e emocional, identificando quais estímulos sonoros são mais eficazes na reabilitação. Além disso, a utilização de tecnologias digitais para aprimorar a interação entre música e fisioterapia pode ser explorada, incluindo biofeedback neuromuscular e inteligência artificial para personalização das terapias.
Outro aspecto a ser investigado é a influência da duração e frequência das sessões de musicoterapia na fisioterapia para determinar protocolos mais eficazes na reabilitação de pacientes com Alzheimer em estágios iniciais. Essas futuras pesquisas podem contribuir para um avanço significativo no tratamento dessa população, garantindo maior autonomia e qualidade de vida por meio de abordagens terapêuticas integradas.
REFERÊNCIAS
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