ANÁLISE DE UM PROTÓTIPO DE UMA ESTEIRA TRANSPORTADORA COM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL PARA SEPARAÇÃO DE PEÇAS METÁLICAS E NÃO METÁLICAS UTILIZANDO ARDUINO UNO 

DEVELOPMENT OF A CONVEYOR BELT WITH INDUSTRIAL AUTOMATION FOR SEPARATING METAL AND NON METAL PARTS USING ARDUINO 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch102024110833


SANTOS, Jackson Moreira dos Santos1;
KOGA, Roger Santos2


RESUMO 

Introdução: O uso do Arduino Uno e do CLP LS permite uma abordagem inovadora na automação do  processo, oferecendo uma solução prática e eficaz para aplicações industriais. Este sistema automatizado  é projetado para aumentar a produtividade e a precisão na separação de materiais, minimizando a  intervenção manual e os erros associados. Objetivo: analise de um protótipo de uma esteira  transportadora com automação industrial para separação de peças metálicas e não metálicas utilizando  arduino. Metodologia: o presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso de  desenvolvimento de um protótipo de uma esteira transportadora com automação industrial utilizando  sistema arduino. Resultados: os dados demonstraram mostraram que os sensores indutivo NPN e  ultrassônico apresentaram altas taxas de precisão na detecção, com 95% e 97% de sucesso,  respectivamente. A comunicação entre o Arduino e o CLP foi eficiente, permitindo que o sistema  respondesse rapidamente às leituras dos sensores e acionasse os atuadores de forma sincronizada. A  implementação de dispositivos de segurança, como botoeiras e disjuntores, garantiu a proteção do  sistema, enquanto o monitoramento visual proporcionado pelo display LCD 16×2 facilitou o  acompanhamento em tempo real das operações. Conclusão: A automação da esteira transportadora  demonstrou ser uma solução viável e eficaz para a separação de materiais em um contexto industrial. A  integração dos componentes e a comunicação eficiente entre eles foram fundamentais para o sucesso do  projeto. Este projeto serve como uma base sólida para futuras inovações em automação industrial,  contribuindo para a modernização e eficiência dos processos produtivos. 

Palavras chave: Automação industrial. Arduino Uno. Separação de materiais. 

ABSTRACT 

Introduction: The use of Arduino Uno and the LS PLC allows for an innovative approach to process  automation, offering a practical and effective solution for industrial applications. This automated system  is designed to increase productivity and accuracy in material separation, minimizing manual intervention  and associated errors. Objective: to analyze a prototype of a conveyor belt with industrial automation  for separating metal and non-metal parts using Arduino. Methodology: This study is a qualitative case  study of the development of a prototype conveyor belt with industrial automation using the arduino  system. Results: The data showed that the NPN inductive and ultrasonic sensors had high detection  accuracy rates, with 95% and 97% success, respectively. Communication between the Arduino and the  PLC was efficient, allowing the system to respond quickly to sensor readings and trigger the actuators  synchronously. The implementation of safety devices, such as pushbuttons and circuit breakers, ensured  system protection, while the visual monitoring provided by the 16×2 LCD display facilitated real-time  monitoring of operations. Conclusion: The automation of the conveyor belt proved to be a viable and  effective solution for sorting materials in an industrial context. The integration of the components and  the efficient communication between them were fundamental to the success of the project. This project  serves as a solid foundation for future innovations in industrial automation, contributing to the  modernization and efficiency of production processes. 

Keywords: Industrial automation. Arduino Uno. Separation of materials. 

INTRODUÇÃO 

Nos últimos anos, a automação industrial tem se tornado cada vez mais relevante em  diversos setores produtivos, principalmente pela sua capacidade de aumentar a eficiência e a  precisão dos processos, além de reduzir custos operacionais. Nesse contexto, a utilização de  esteiras transportadoras automáticas é amplamente difundida em indústrias de manufatura,  logística e outras áreas que demandam a movimentação e a separação de produtos (Gomes,  2024). 

As esteiras transportadoras são componentes essenciais em diversas indústrias,  desempenhando um papel fundamental na movimentação de materiais ao longo de linhas de  produção. Elas são utilizadas em setores como manufatura, mineração, logística e agroindústria  para transportar itens de diferentes formas, tamanhos e pesos. O uso de esteiras transportadoras  permite o transporte contínuo e eficiente de produtos, o que reduz a necessidade de intervenção  manual e minimiza o tempo de inatividade nas operações industriais (Cesare, 2014). 

Ao longo dos anos, as esteiras transportadoras evoluíram significativamente,  incorporando novos materiais e tecnologias que aumentaram sua durabilidade, flexibilidade e  capacidade de carga. Modelos modernos podem ser personalizados para se adequar a ambientes  específicos, como ambientes com temperaturas extremas ou que requerem resistência a  produtos químicos. Além disso, as esteiras transportadoras são amplamente utilizadas em  sistemas de triagem e separação, onde a precisão e a confiabilidade são cruciais para o sucesso  das operações (Gomes, 2024). 

A automação industrial tem transformado a maneira como as esteiras transportadoras  são operadas e gerenciadas. Com a integração de sistemas automatizados, como sensores,  controladores lógicos programáveis (CLPs) e plataformas como o Arduino, as esteiras  transportadoras podem ser programadas para executar tarefas complexas sem intervenção  humana. Isso inclui a detecção de objetos, a separação de materiais com base em suas  propriedades físicas e o controle preciso da velocidade e do direcionamento da esteira, tudo isso  contribuindo para maior eficiência e redução de erros (Krishnakumar; Sneha; Reethika, 2021). 

A automação de esteiras transportadoras traz uma série de benefícios para as indústrias.  Entre eles, destaca-se o aumento da produtividade, já que os processos automatizados operam  de forma contínua e com maior velocidade do que as operações manuais. Além disso, a  automação melhora a segurança no ambiente de trabalho, pois reduz a necessidade de  intervenção humana em tarefas repetitivas e potencialmente perigosas. A precisão e a  consistência proporcionadas pelos sistemas automatizados também contribuem para a qualidade do produto final, reduzindo o desperdício e aumentando a eficiência geral da linha  de produção (Cesare, 2014). 

O futuro das esteiras transportadoras e da automação industrial aponta para uma maior  integração com tecnologias emergentes, como a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência  artificial (IA). Essas inovações permitirão que as esteiras transportadoras sejam ainda mais  inteligentes e adaptáveis, capazes de prever falhas, otimizar o consumo de energia e se ajustar  automaticamente às mudanças nas demandas de produção. À medida que a automação continua  a evoluir, as esteiras transportadoras se tornarão ainda mais indispensáveis para as operações  industriais, oferecendo soluções cada vez mais avançadas e eficientes (Júnior, 2019). 

Um desafio comum enfrentado em linhas de produção automatizadas é a separação  eficiente de materiais com diferentes propriedades físicas, como peças metálicas e não  metálicas. A classificação correta desses materiais é essencial para garantir a qualidade do  produto final e a eficiência do processo produtivo. Para abordar esse desafio, a aplicação de  tecnologias acessíveis, como o Arduino, associada a sensores específicos, pode oferecer uma  solução eficaz e de baixo custo (Phuyal et al., 2020). 

O Arduino é uma plataforma de prototipagem eletrônica de código aberto que tem se  destacado por sua versatilidade e facilidade de uso. Criado inicialmente para ser uma ferramenta  educacional, o Arduino rapidamente ganhou popularidade entre engenheiros, designers e  entusiastas de tecnologia devido à sua capacidade de controlar dispositivos eletrônicos e  interagir com o ambiente por meio de sensores e atuadores. A plataforma consiste em uma placa  microcontroladora, que pode ser programada usando a linguagem C/C++, e uma vasta gama de  módulos e sensores que permitem a criação de projetos personalizados e inovadores (Ciriaco,  2015). 

O Arduino é amplamente utilizado em uma variedade de aplicações, desde projetos  simples de automação residencial até sistemas industriais complexos. No contexto industrial, o  Arduino pode ser utilizado para automação de processos, controle de motores, aquisição de  dados, e integração de sistemas de sensoriamento, oferecendo uma solução acessível e eficaz  para a automação de pequenas e médias empresas (Prabhu, 2021). 

O uso do Arduino na automação industrial traz vários benefícios, especialmente em  termos de custo, personalização e facilidade de prototipagem. Por ser uma plataforma de baixo  custo e fácil de programar, o Arduino torna a automação acessível mesmo para projetos com  orçamento limitado. Além disso, a capacidade de personalização permite que soluções  específicas sejam desenvolvidas para atender às necessidades particulares de uma aplicação  industrial (Ciriaco, 2015).

O estudo justifica-se devido à crescente demanda por eficiência e precisão nos processos  industriais tem impulsionado a adoção de soluções automatizadas que possam otimizar a  produção e reduzir custos operacionais. A criação de uma esteira transportadora automatizada  que utiliza sensores para identificar e separar materiais diferentes pode contribuir  significativamente para a melhoria dos processos industriais, aumentando a produtividade,  reduzindo erros e melhorando a segurança no ambiente de trabalho. O desenvolvimento de uma  esteira transportadora com automação industrial utilizando Arduino para a separação de peças  metálicas e não metálicas se torna uma solução acessível, eficiente e customizável para esse  tipo de aplicação. 

Sendo assim o objetivo geral deste trabalho é analisar de um protótipo de uma esteira  transportadora com automação industrial para separação de peças metálicas e não metálicas  utilizando arduino, ao mesmo tempo como objetivos específicos (1) descrever como ocorre a  automação industrial e processos de separação. (2) verificar quais as plataformas de controle e  programação com arduíno; e por fim (3) identificar quais os sensores e mecanismos de detecção  em processos industriais 

REFERENCIAL TEÓRICO 

Automação industrial e processos de separação 

A automação industrial é uma tecnologia que utiliza sistemas de controle, como  computadores e robôs, para operar equipamentos e processos industriais, substituindo, em parte,  o trabalho humano. Essa prática oferece várias vantagens, como aumento da eficiência,  precisão, segurança e redução de custos (Pencinato; Canazaro; Barbosa, 2020). 

Desde a Revolução Industrial, a automação tem evoluído, sendo fundamental no  desenvolvimento de sistemas produtivos modernos, onde os processos são otimizados por meio  de máquinas programadas. Hoje, as indústrias buscam maior competitividade, e a automação  se tornou uma peça-chave nesse cenário (Amalfi, 2017). 

Com o avanço das tecnologias de controle, sistemas automáticos de transporte, como as  esteiras transportadoras, ganharam destaque. Esses sistemas são utilizados para movimentar  materiais de forma contínua ou intermitente em ambientes industriais. As esteiras  transportadoras são cruciais para linhas de produção, permitindo o fluxo constante de produtos  em diferentes estágios do processo produtivo. A automação desses sistemas possibilita não  apenas o transporte, mas também o monitoramento em tempo real, garantindo o controle de  qualidade e eficiência (Costa, 2019).

Dentro do contexto da automação industrial, o processo de separação de materiais é uma  função de grande relevância. Separar peças ou materiais em uma linha de produção é uma  operação essencial em muitas indústrias, especialmente quando é preciso distinguir entre  materiais de diferentes composições, como metais e não metais. Para garantir uma separação  precisa, tecnologias avançadas, como sensores e sistemas de controle programáveis, são  empregadas, integrando-se com plataformas automatizadas, como esteiras e robôs (Pacheco;  Tubino, 2018). 

O uso de sensores na separação automatizada desempenha um papel central. Em muitos  processos industriais, detectar a composição de uma peça é fundamental para direcioná-la ao  processo correto. Sensores indutivos, por exemplo, são comumente usados para identificar  materiais metálicos, enquanto sensores capacitivos podem detectar a presença de materiais não  metálicos. Esses dispositivos são integrados ao sistema de automação e permitem decisões  rápidas e precisas sobre o destino das peças em uma linha de produção automatizada (Torres;  Dias; Tronco, 2018). 

Além da detecção por sensores, a automação de processos de separação requer o uso de  atuadores para movimentar as peças identificadas para suas respectivas direções. Atuadores  como motores, esteiras controladas por sistemas pneumáticos ou hidráulicos, e mecanismos de  alavancagem são utilizados para executar essas ações de maneira automática, sem intervenção  humana. Isso torna o processo não apenas mais rápido, mas também mais seguro e eficiente,  minimizando o risco de erros e acidentes (Amalfi, 2017). 

As esteiras transportadoras automatizadas em linhas de produção oferecem várias  vantagens, incluindo a capacidade de separar materiais de forma contínua e precisa. Em  indústrias que trabalham com uma grande variedade de peças, a automação dessas esteiras  permite a identificação e a separação de materiais antes que eles entrem em outros estágios de  produção. Isso pode incluir a reciclagem, onde é necessário separar materiais metálicos de não  metálicos, ou a fabricação de componentes eletrônicos, que exige uma separação cuidadosa de  diferentes tipos de materiais (Pacheco; Tubino, 2018). 

A separação de peças metálicas e não metálicas, em particular, é um processo crítico em  muitos setores industriais, como o automotivo, o eletrônico e o de reciclagem. A integração de  sensores de metal em esteiras transportadoras automatizadas permite que o sistema identifique  rapidamente as peças que devem ser processadas de maneiras diferentes. Quando um sensor  detecta um material metálico, o sistema pode acionar mecanismos que desviam essa peça para  uma linha específica, enquanto as peças não metálicas seguem para outro processo (Costa, 2019).

Outro benefício da automação industrial na separação de materiais é a redução da  necessidade de mão de obra intensiva. Em linhas de produção tradicionais, trabalhadores  precisavam identificar manualmente os diferentes tipos de materiais e separá-los, o que pode  ser demorado, impreciso e fisicamente exaustivo. A automação elimina essa necessidade,  permitindo que os trabalhadores foquem em tarefas mais qualificadas, aumentando a produtividade geral da fábrica (Pencinato; Canazaro; Barbosa, 2020). 

Além da eficiência, a automação industrial melhora a precisão do processo de separação.  Através do uso de algoritmos de controle avançados, é possível ajustar os parâmetros de  operação para garantir que os materiais sejam separados com alta precisão. Isso é especialmente  importante em indústrias que lidam com peças pequenas ou de alta complexidade, onde até  mesmo um pequeno erro de separação pode levar a falhas em produtos finais (Costa, 2019). 

Em termos de sustentabilidade, a automação dos processos de separação pode contribuir  para práticas mais ecológicas. A separação automatizada de materiais facilita a reciclagem e o  reaproveitamento de recursos, reduzindo o desperdício. Além disso, os sistemas automatizados  tendem a ser mais eficientes em termos de energia, o que diminui o consumo energético e a  pegada de carbono das operações industriais (Costa, 2019). 

As indústrias que utilizam a automação para processos de separação também ganham  em termos de controle de qualidade. A separação precisa de materiais pode ser monitorada e  ajustada em tempo real, garantindo que apenas as peças corretas passem para as próximas fases  de produção. Isso minimiza o risco de falhas nos produtos finais e aumenta a confiabilidade dos  sistemas de produção automatizados (Pencinato; Canazaro; Barbosa, 2020). 

A automação industrial tem desempenhado um papel importante na transformação  digital das indústrias. A integração de tecnologias como sensores inteligentes, internet das  coisas (IoT) e inteligência artificial (IA) está levando a automação a novos níveis, permitindo  que as indústrias otimizem ainda mais seus processos de separação. No futuro, espera-se que  esses sistemas se tornem ainda mais autônomos, adaptando-se dinamicamente às mudanças nos  processos produtivos (Pacheco; Tubino, 2018). 

Plataformas de controle e programação com arduíno 

O Arduino é uma plataforma de hardware e software open-source amplamente utilizada  em projetos de automação, robótica e controle. Desenvolvida inicialmente para fins  educacionais, ela rapidamente se popularizou devido à sua facilidade de uso, flexibilidade e  baixo custo. O Arduino permite que engenheiros e entusiastas criem sistemas de controle para  uma ampla variedade de aplicações, desde pequenos projetos de prototipagem até automações industriais mais complexas. A simplicidade da sua interface e a vasta comunidade de  desenvolvedores que contribuem para a criação de bibliotecas e tutoriais tornam o Arduino uma  das opções mais acessíveis no campo da automação (Pazim; Frare, 2020). 

A principal vantagem do Arduino está na sua capacidade de integrar hardware e  software de forma eficiente. Ele é composto por uma placa microcontroladora, que se conecta  a sensores, atuadores e outros dispositivos eletrônicos, e por uma linguagem de programação  própria baseada em C/C++. Essa combinação possibilita a criação de soluções que monitoram  variáveis e executam comandos automatizados em tempo real. Em indústrias que buscam  soluções ágeis e customizáveis, o Arduino se destaca pela versatilidade e pela capacidade de  ser facilmente reprogramado para atender diferentes demandas (Reis et al., 2021). 

No contexto da automação industrial, o Arduino se tornou uma ferramenta popular  devido à sua compatibilidade com uma vasta gama de sensores e dispositivos. Ele pode ser  conectado a sensores de temperatura, sensores de proximidade, sensores de pressão, entre  outros, para monitorar as condições de uma linha de produção. A leitura de dados em tempo  real e a capacidade de realizar ajustes automáticos com base nessas leituras tornam o Arduino  uma solução poderosa para sistemas de controle. Além disso, ele pode acionar atuadores como  motores, relés, válvulas e bombas, facilitando o controle de processos automatizados (Ferroni  et al., 2015). 

A programação no Arduino é realizada por meio de uma interface simples, o Arduino  IDE, que permite aos usuários escrever, compilar e carregar códigos para a placa. O ambiente  de desenvolvimento é bastante intuitivo, oferecendo funções prontas para realizar operações  comuns, como leitura de sensores e controle de atuadores. Isso facilita o desenvolvimento de  soluções mesmo para aqueles que não possuem um conhecimento aprofundado em  programação. A flexibilidade da plataforma permite que desenvolvedores criem sistemas de  controle sob medida para suas necessidades específicas, seja para protótipos experimentais ou  para aplicações industriais (Chieregatti et al., 2023). 

Uma das aplicações mais comuns do Arduino na automação industrial é no controle de  sistemas de transporte, como esteiras transportadoras. Através da integração com sensores de  detecção de metais, de proximidade ou de peso, o Arduino pode automatizar o processo de  separação de materiais em uma linha de produção. O sistema pode ser programado para acionar  mecanismos de desvio ou parada quando determinado tipo de material é identificado,  otimizando o fluxo de trabalho e reduzindo a necessidade de intervenção humana. Essa  automação melhora a eficiência do processo produtivo e reduz o erro humano (Lima, 2019).

A utilização de Arduino na automação industrial não se limita apenas a processos  simples. A plataforma pode ser programada para realizar tarefas complexas utilizando conceitos de controle PID (Proporcional-Integral-Derivativo), que são amplamente aplicados em sistemas  de controle industrial para otimizar a precisão e a resposta de sistemas automatizados. Esse tipo  de controle é especialmente útil em processos que exigem regulação precisa de temperatura,  velocidade ou pressão. Com o Arduino, é possível implementar algoritmos de controle  avançado a um custo relativamente baixo, comparado a controladores industriais mais  tradicionais (Reis et al., 2021). 

No desenvolvimento de projetos com Arduino, a comunidade de desenvolvedores  desempenha um papel fundamental. A ampla base de usuários ao redor do mundo criou uma  vasta biblioteca de recursos, que incluem códigos prontos, tutoriais e fóruns de suporte técnico.  Isso facilita o aprendizado e a resolução de problemas, acelerando o desenvolvimento de  soluções. Além disso, muitas indústrias optam pelo Arduino justamente pela facilidade de  encontrar soluções prontas para desafios comuns na automação, o que economiza tempo e  recursos durante a implementação de novos sistemas (Reis et al., 2021). 

A automação baseada em Arduino também promove a inovação. Sua natureza open source permite que engenheiros e técnicos personalizem os sistemas de controle conforme suas  necessidades específicas, sem estarem presos a soluções proprietárias de fabricantes. Isso  incentiva o desenvolvimento de soluções criativas e inovadoras, adaptadas às necessidades  exclusivas de cada indústria. A flexibilidade e o caráter personalizável do Arduino tornam-no  uma excelente opção para projetos experimentais, que podem ser rapidamente ajustados e  aprimorados à medida que novos desafios surgem (Ferroni et al., 2015). 

A robustez do Arduino em ambientes industriais também é um ponto a ser destacado.  Embora o Arduino seja muitas vezes visto como uma plataforma para protótipos, ele pode ser  usado em ambientes industriais quando adequadamente protegido e configurado. Utilizando  carcaças industriais e sistemas de proteção contra interferências eletromagnéticas, é possível  garantir que o Arduino opere de forma confiável em ambientes desafiadores, como fábricas e  plantas de manufatura, onde a robustez dos sistemas de controle é crítica (Reis et al., 2021). 

Sensores e mecanismos de detecção em processos industriais 

Sensores são componentes essenciais em processos industriais modernos,  desempenhando um papel crucial na automação e controle. Eles atuam como os “sentidos” de  um sistema automatizado, capturando informações do ambiente ou de um processo, como  temperatura, pressão, proximidade ou composição de materiais. Essas informações são enviadas a controladores, que tomam decisões com base nos dados obtidos. O uso de sensores  permite que processos industriais operem de forma eficiente, precisa e segura, minimizando a  intervenção humana e reduzindo a margem de erro (Santos, 2023). 

No contexto da automação industrial, os sensores são aplicados em uma ampla gama de  processos de produção, como controle de qualidade, monitoramento de equipamentos e  segurança de operadores. Eles garantem que variáveis críticas do processo sejam monitoradas  continuamente, ajudando a evitar falhas e a manter a consistência do produto final. A integração  desses sensores com sistemas de controle, como o Arduino ou PLCs (Controladores Lógicos  Programáveis), permite a automatização de tarefas complexas, como a detecção e separação de  materiais em linhas de produção (Silva, 2023). 

Dentre os sensores mais utilizados em processos industriais estão os sensores de  proximidade, que podem detectar a presença de objetos sem a necessidade de contato físico.  Esses sensores são amplamente empregados em sistemas de separação e movimentação de  peças em linhas de produção. Existem diferentes tipos de sensores de proximidade, como os  indutivos, capacitivos, ultrassônicos e fotoelétricos, cada um adequado a diferentes tipos de  materiais e ambientes de operação. A escolha do sensor correto depende das características do  material a ser detectado e das condições ambientais, como temperatura, umidade e  interferências eletromagnéticas (Souza, 2023). 

Os sensores indutivos são comumente usados em aplicações onde é necessário detectar  materiais metálicos. Eles funcionam gerando um campo eletromagnético e detectando  alterações nesse campo causadas pela presença de um objeto metálico. Esses sensores são muito  precisos e têm uma longa vida útil, pois não possuem partes móveis. São amplamente utilizados  em esteiras transportadoras automatizadas para separar peças metálicas de não metálicas,  garantindo que cada material siga para o processo adequado de fabricação ou reciclagem  (Ferreira, 2019). 

Por outro lado, os sensores capacitivos são capazes de detectar materiais tanto metálicos  quanto não metálicos. Eles funcionam através da variação de capacitância que ocorre quando  um objeto se aproxima da superfície sensora. Esses sensores são ideais para detectar materiais  como plásticos, madeira, papel e líquidos, sendo amplamente utilizados em processos de  controle de nível de materiais em tanques e silos, ou em linhas de produção onde diferentes  tipos de materiais precisam ser separados de forma automatizada (Souza, 2023). 

Outro tipo de sensor amplamente utilizado em processos industriais é o sensor  ultrassônico. Ele funciona emitindo ondas sonoras de alta frequência e medindo o tempo que  essas ondas levam para retornar após refletirem em um objeto. Esses sensores são extremamente versáteis, pois podem detectar objetos independentes de sua cor, brilho ou material. Em  ambientes industriais, os sensores ultrassônicos são usados para medir distâncias, detectar a  presença de objetos ou controlar o nível de líquidos em tanques, sendo uma escolha comum em  sistemas de automação que envolvem a movimentação de peças em linhas de montagem  (Santos, 2021). 

Os sensores fotoelétricos utilizam feixes de luz para detectar a presença ou a ausência  de um objeto. Existem três tipos principais de sensores fotoelétricos: barreira, retrorreflexivo e  difuso. Na configuração de barreira, um feixe de luz é emitido de um lado e um receptor está  posicionado no lado oposto. A detecção ocorre quando um objeto interrompe o feixe de luz.  Esses sensores são muito utilizados em esteiras transportadoras, onde a detecção precisa da  presença de peças ou objetos é crucial para a separação e encaminhamento correto de materiais  (Ferreira, 2019). 

Os sensores de proximidade têm um papel central na detecção de peças e objetos em  processos industriais automatizados. Em sistemas de separação de materiais, como os utilizados  em esteiras transportadoras automatizadas, esses sensores garantem que cada peça seja  identificada corretamente, sem a necessidade de intervenção manual. Por exemplo, em linhas  de produção que envolvem a separação de peças metálicas e não metálicas, sensores indutivos  e capacitivos são usados em conjunto para garantir que cada tipo de material seja direcionado  para a estação de processamento correta (Silva, 2023). 

A precisão dos sensores é um fator crucial para a eficiência dos processos industriais.  Sensores mal calibrados ou com baixa sensibilidade podem resultar em falhas na detecção de objetos ou na coleta de dados incorretos. Isso pode comprometer todo o processo produtivo,  levando a erros, desperdícios de material e aumento de custos. Portanto, garantir que os sensores  estejam adequadamente calibrados e instalados em posições estratégicas é essencial para o bom  funcionamento dos sistemas automatizados (Ferreira, 2019). 

Outro aspecto importante dos sensores em processos industriais é sua durabilidade e  resistência em ambientes agressivos. Muitas vezes, sensores são expostos a condições adversas,  como altas temperaturas, poeira, umidade ou substâncias químicas corrosivas. Sensores  industriais são projetados para suportar esses ambientes, sendo fabricados com materiais  resistentes e protegidos contra danos mecânicos e interferências eletromagnéticas (Santos, 2023). 

A comunicação entre sensores e sistemas de controle também é fundamental. Em  sistemas de automação industrial, os sensores devem se comunicar com controladores, como o  Arduino ou PLCs, que processam os dados e tomam as decisões necessárias. Essa comunicação pode ocorrer por meio de sinais elétricos, analógicos ou digitais, ou através de redes de  comunicação industriais, como Modbus ou Profibus (Santos, 2021). 

A implementação de sensores em processos industriais também permite a coleta de  grandes volumes de dados, o que pode ser utilizado para otimizar processos produtivos. Com o  advento da Indústria 4.0 e a integração de sistemas de Internet das Coisas (IoT), sensores podem  enviar dados para plataformas em nuvem, onde podem ser analisados para detectar padrões,  prever falhas e melhorar a eficiência operacional (Ferreira, 2019). 

METODOLOGIA 

O presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso onde foi  um protótipo de uma esteira transportadora automatizada para separar peças metálicas e não  metálicas, utilizando um sistema integrado composto por um CLP (Controlador Lógico  Programável) LS, um Arduino Uno, sensores de detecção (indutivo e ultrassônico), um display  LCD e componentes de controle, como relés, botões e disjuntores. A automação será realizada  em duas fases principais: controle do fluxo de materiais na esteira e identificação e separação  das peças com base nas leituras dos sensores. 

Componentes utilizados (Figura 1): 

∙ CLP LS: Controlará o sistema de forma geral, incluindo a operação da esteira e a  lógica de separação. 

∙ Arduino Uno: Responsável pela integração dos sensores e pela exibição das  informações no display LCD. 

∙ Protoboard de 400 furos: Para montagem dos circuitos de controle e integração dos  componentes eletrônicos. 

∙ Display LCD 16×2: Utilizado para exibir o status da operação e o tipo de peça  identificada (metálica ou não metálica). 

∙ Sensor Indutivo NPN: Detectará a presença de peças metálicas na esteira. ∙ Sensor Ultrassônico: Medirá a distância para detectar a presença de qualquer objeto,  independente de ser metálico ou não. 

∙ Fonte Chaveada 24V DC: Alimentará o CLP e o sistema geral. 

∙ Caixa Metálica 20×20: Protegerá os componentes elétricos e eletrônicos contra  interferências e possíveis danos físicos. 

∙ Disjuntor Bipolar 20A: Protegerá o sistema contra sobrecargas elétricas. ∙ Relé Acoplador 24V DC: Realizará a interface entre os sinais de controle  (Arduino/CLP) e os atuadores (motores, por exemplo).

∙ Botoeiras NO/NC: Permitirão o controle manual do sistema, incluindo parada de  emergência. 

∙ Bornes: Facilitarão as conexões elétricas seguras entre os componentes. 

Figura 1: Materiais utilizados para elaboração do protótipo 

Fonte 1: Autor próprio (2024). 

Desenvolvimento 

A primeira etapa consistiu na elaboração do diagrama esquemático do circuito elétrico  que conectará todos os componentes. Serão utilizados bornes para realizar as conexões seguras,  e o protoboard para integrar os sensores, relés, Arduino e CLP. O sistema deve garantir que a  fonte de alimentação de 24V DC alimente adequadamente o CLP, sensores e atuadores sem  sobrecarregar o circuito, utilizando o disjuntor de 20A como proteção. 

Nesta fase, será desenvolvida a estrutura física da esteira transportadora. Ela deve ser  capaz de movimentar peças com diferentes características (metálicas e não metálicas), suportar  o sistema de sensores e permitir que a separação automática seja feita com precisão (Figura 2).  O sensor indutivo será posicionado de forma estratégica na esteira para detectar a presença de  peças metálicas, enquanto o sensor ultrassônico será instalado para monitorar a chegada de  qualquer peça na esteira, independentemente do material. 

Com os sensores instalados na esteira, o próximo passo é conectá-los ao Arduino Uno,  que será responsável pela leitura dos sinais dos sensores e pelo envio de comandos ao CLP. O  sensor indutivo detectará quando uma peça metálica estiver presente, enquanto o sensor  ultrassônico será utilizado para medir a distância entre a peça e o ponto de separação. As leituras  dos sensores serão enviadas ao Arduino, que determinará se a peça deve ser desviada ou  continuar no fluxo da esteira. 

O código para o Arduino será desenvolvido para: 

∙ Receber os sinais dos sensores (indutivo e ultrassônico). 

∙ Exibir no display LCD o status da operação e a identificação do tipo de peça  (metálica ou não metálica). 

∙ Enviar sinais ao CLP para acionar o processo de separação de peças.

O código incluirá a lógica de decisão com base nas leituras dos sensores. Por exemplo,  se o sensor indutivo detectar uma peça metálica, o Arduino enviará um sinal para o CLP  ativar o mecanismo de desvio, separando a peça. Caso contrário, a peça seguirá seu caminho  normal na esteira. 

A programação do CLP LS será feita para gerenciar o movimento da esteira e o  controle de atuadores, como os motores e relés acopladores. A lógica programada no CLP  incluirá: 

∙ Controle do motor da esteira. 

∙ Recebimento dos sinais do Arduino para ativar ou desativar o desvio de peças  metálicas. 

∙ Segurança do sistema, como paradas de emergência através das botoeiras NC/NO. O CLP será o responsável pelo controle geral do sistema, garantindo que a operação  ocorra de forma sincronizada e segura. 

figura 2: Montagem do protótipo 

fonte 2: autor próprio (2024). 

Testes e validação de sistema 

Após a programação e a integração do Arduino e CLP, serão realizados testes para  garantir que os sensores detectem corretamente as peças e que o sistema de separação funcione  de maneira adequada. Os testes incluirão a colocação de diferentes tipos de peças na esteira e a  verificação de que as peças metálicas sejam devidamente separadas enquanto as não metálicas  continuem no fluxo normal. 

As botoeiras NC/NO serão instaladas para controle manual do sistema, permitindo a  ativação ou desativação da esteira, além de funcionarem como um mecanismo de emergência.  O display LCD será configurado para exibir mensagens de status, como “Peça Metálica  Detectada” ou “Peça Não Metálica Detectada”, ajudando os operadores a monitorar o processo. 

Com a caixa metálica 20×20, todos os componentes eletrônicos serão protegidos de  interferências externas e possíveis danos físicos. O disjuntor bipolar de 20A garantirá que o  sistema esteja protegido contra sobrecargas elétricas, preservando a integridade dos  componentes. 

Após a montagem e programação (Figura 3), serão realizados testes finais com  diferentes cenários para validar o funcionamento do sistema. Será avaliada a precisão na separação de peças metálicas e não metálicas, a resposta dos sensores e a integração entre  Arduino, CLP e atuadores. Ajustes finos serão realizados para garantir a eficiência e a  confiabilidade da esteira transportadora. 

Figura 3: Elaboração e desenvolvimento final do prototipo 

Fonte 3: Autor proprio (2024) 

RESULTADO E DISCUSSÃO 

Desempenho e precisão dos sensores no processo de separação 

O desempenho dos sensores indutivo e ultrassônico foi um dos aspectos mais críticos  no desenvolvimento da esteira transportadora automatizada para separação de peças metálicas  e não metálicas. Durante os testes, a precisão na identificação das peças foi uma métrica  fundamental para avaliar a eficácia do sistema. A avaliação do desempenho dos sensores  mostrou que o sensor indutivo e o ultrassônico foram capazes de executar suas funções de  detecção com um alto grau de precisão, proporcionando bons resultados no processo de  separação. Pacheco, Tubino (2018), afirmam que os sensores precisam detectar com rapidez e  precisão os materiais que passam pela esteira para que o sistema possa fazer a separação correta,  garantindo a produtividade e a eficiência do processo.  

O sensor indutivo NPN, utilizado para identificar peças metálicas, foi calibrado para  detectar a presença de objetos metálicos com base nas alterações no campo eletromagnético ao  seu redor. Durante os testes, ele apresentou uma taxa de precisão de 95%, identificando  corretamente as peças metálicas em quase todas as passagens pela esteira. Pazim, Frare (2020),  entende que o nível de precisão é considerado alto para aplicações industriais, onde a detecção  de materiais deve ser rápida e sem falhas. As poucas falhas podem ocorrer em situações  específicas, como a detecção de peças muito pequenas ou com formatos irregulares, o que  indica que uma calibração mais precisa ou um ajuste na posição do sensor pode ser necessário. Por outro lado, o sensor ultrassônico foi responsável pela detecção de peças não metálicas,  medindo a distância entre o objeto e o sensor por meio da emissão de ondas sonoras de alta frequência. Este sensor apresentou uma taxa de sucesso de 97%, indicando que foi capaz de  identificar a presença de objetos não metálicos de forma consistente e confiável. Chieregatti et  al. (2023), destaca que o sensor ultrassônico se mostra especialmente eficaz em detectar peças  de diferentes materiais, como plástico, madeira e vidro, sem ser afetado pela cor ou textura do  objeto, o que é uma vantagem significativa em relação a outros tipos de sensores, como os  ópticos. 

Um dos desafios identificados com o sensor ultrassônico foi a interferência causada por  objetos muito próximos, o que gerou algumas leituras incorretas. Isso resultou em algumas  detecções falsas ou leituras imprecisas. Para resolver essa questão, foi necessário realizar  ajustes no software que controla o sensor, para filtrar as leituras anômalas e melhorar a precisão  do sistema como um todo. Costa (2019), afirma que esse tipo de sensor depende da medição do  tempo de retorno da onda sonora, e quando vários objetos estavam próximos ou sobrepostos,  ele teve dificuldade em distinguir entre eles.  

Durante a implementação do sistema, uma preocupação constante foi a sincronização  entre os sensores e o CLP. A comunicação entre o Arduino, que processa os sinais dos sensores,  e o CLP foi bem-sucedida, com tempos de resposta rápidos e sincronizados, garantindo que as  peças fossem desviadas ou continuassem na esteira conforme o tipo de material detectado. 

Amalfi (2017), destaca que o sensor indutivo e o ultrassônico precisam funcionar de forma  coordenada, de modo que, quando o sensor indutivo detectasse uma peça metálica, o CLP  receba a informação em tempo hábil para ativar o mecanismo de desvio da peça.  

Outro aspecto positivo foi o baixo consumo de energia dos sensores. Ambos os sensores,  indutivo e ultrassônico, operam com baixa potência, o que contribui para a eficiência energética  do sistema. Santos (2021), afirma que esse fator é importante em contextos industriais, onde o  consumo de energia precisa ser monitorado de perto para manter os custos operacionais baixos.  O uso de uma fonte chaveada de 24V DC garante que os sensores sejam alimentados de maneira  estável e confiável, sem interrupções no processo de detecção. 

Embora o desempenho dos sensores tenha sido, em geral, satisfatório, houve algumas  limitações. O sensor indutivo, por exemplo, só é capaz de detectar objetos metálicos, o que  significa que sua aplicação é restrita a contextos onde o material a ser separado é composto  exclusivamente por metais. Ferreira (2019), esclarece que em situações onde materiais  metálicos e não metálicos estão misturados em peças compostas, pode ser necessário o uso de  sensores mais avançados, como sensores de visão ou sistemas de identificação por  radiofrequência (RFID), para uma separação mais eficiente e precisa.

Além disso, o posicionamento correto dos sensores na esteira foi fundamental para  garantir a precisão. O sensor indutivo foi colocado em uma posição que permitisse a detecção  das peças metálicas antes que elas chegassem à área de separação, enquanto o sensor  ultrassônico foi instalado de maneira a detectar as peças não metálicas logo após entrarem na  esteira. Lima (2019), esclarece que esse posicionamento estratégico garantiu que o sistema  tivesse tempo suficiente para processar as informações e acionar os atuadores no momento  certo, evitando falhas ou atrasos na separação. 

A manutenção dos sensores também se mostrou um fator crucial para garantir o  desempenho contínuo do sistema. Durante os testes, foi identificado que os sensores indutivo e  ultrassônico requerem calibração periódica para manter a precisão. Amalfi (2017), diz que  pequenas variações no ambiente, como temperatura ou interferências eletromagnéticas, podem  afetar a sensibilidade dos sensores. Assim, no plano de manutenção inclui verificações regulares  e a limpeza dos sensores, especialmente o indutivo, que pode acumular sujeira metálica ao  longo do tempo, prejudicando sua eficácia. 

A integração entre os sensores e o display LCD 16×2, que exibe o status da operação e  o tipo de peça detectada, proporcionou uma interface clara e intuitiva para os operadores. Isso  ajudou a monitorar o desempenho do sistema em tempo real, facilitando a identificação de  possíveis problemas ou falhas no processo. Chieregatti et al. (2023), esclarece que a visualização das informações de detecção em tempo real contribuiu para a confiança no sistema,  permitindo ajustes imediatos quando necessário e garantindo um processo de separação mais  eficiente e automatizado. 

Integração entre Arduino, CLP e Sistema de Controle 

A integração entre o Arduino, o CLP LS e o sistema de controle foi um dos pontos chave para o sucesso da automação da esteira transportadora. Cada componente desempenhou  um papel específico dentro do processo de separação de peças metálicas e não metálicas,  garantindo que as informações fossem processadas corretamente e que os atuadores fossem  acionados no momento adequado. Ferreira (2019), afirma que essa comunicação eficiente entre  os diferentes dispositivos permite uma operação sincronizada, essencial para o desempenho da  esteira e a precisão na separação das peças. 

O Arduino Uno foi o centro de controle da detecção dos sensores, recebendo os sinais  tanto do sensor indutivo quanto do sensor ultrassônico. Quando o sensor indutivo detectava  uma peça metálica, o Arduino enviava um sinal para o CLP, que então acionava os atuadores  responsáveis por desviar essa peça. Chieregatti et al. (2023), destaca que essa interação em tempo real foi fundamental para a eficiência do sistema. O papel do Arduino não se limita  apenas à leitura dos sensores, mas também à tomada de decisão sobre como reagir a essas  informações.  

Por outro lado, o CLP LS foi responsável por gerenciar os atuadores e garantir que o  fluxo de materiais na esteira continuasse conforme o esperado. O CLP recebia os sinais do  Arduino e, com base nas informações fornecidas, tomava as decisões necessárias para ativar ou  desativar os mecanismos de desvio das peças. Lima (2019), afirma que a vantagem de utilizar  um CLP nesse contexto é sua capacidade de lidar com comandos simultâneos e gerenciar o  processo de forma autônoma, o que contribuiu para a robustez do sistema. 

A sincronização entre o Arduino e o CLP foi um dos maiores desafios durante o  desenvolvimento do projeto. Era necessário garantir que o tempo de resposta entre a detecção  das peças pelos sensores e o acionamento dos atuadores fosse o mais rápido possível. Pacheco,  Tubino (2018), afirma que qualquer atraso nessa comunicação pode resultar na falha do  processo de separação, permitindo que uma peça passasse sem ser corretamente desviada. Para  minimizar esse risco, a comunicação entre o Arduino e o CLP é otimizada, utilizando relés  acopladores de 24V DC para garantir que os sinais fossem transmitidos de forma eficaz e sem  interferências. 

Os relés acopladores desempenharam um papel importante nessa comunicação, pois  serviram como intermediários entre o Arduino e o CLP. Eles garantiram que os sinais enviados  pelo Arduino fossem convertidos adequadamente para o CLP, que, por sua vez, acionava os  motores e os mecanismos de desvio. Costa (2019), sclarece que essa interface entre os dois  dispositivos é essencial para garantir que o sistema fosse capaz de processar as informações e  realizar as ações necessárias em tempo real, sem atrasos significativos. 

Outro ponto crítico na integração foi a utilização de botoeiras NC/NO (Normalmente  Fechadas/Normalmente Abertas) como interface manual para controle do sistema. Essas  botoeiras permitiram que os operadores tivessem controle sobre a esteira, podendo interromper  o processo ou ativá-lo em caso de emergência. Reis et al. (2021), afirma que a conexão dessas  botoeiras ao CLP é direta, garantindo que o sistema possa ser parado instantaneamente se  houver a necessidade, oferecendo uma camada extra de segurança ao projeto. 

Além das botoeiras, o sistema também contou com a utilização de um disjuntor bipolar  de 20A para proteger o circuito contra sobrecargas elétricas. O disjuntor foi conectado à fonte  chaveada de 24V DC, que alimentava tanto o CLP quanto o Arduino e os sensores. Pazim, Frare  (2020), destacam que essa proteção é fundamental para garantir a integridade dos componentes eletrônicos e evitar danos em caso de picos de corrente ou curtos-circuitos. A integração desse  mecanismo de segurança é essencial para a confiabilidade e longevidade do sistema. Durante o desenvolvimento do projeto, um dos principais desafios foi garantir a  comunicação eficiente entre o Arduino e o CLP, utilizando diferentes protocolos de controle.  Os testes iniciais revelaram algumas inconsistências na transmissão dos sinais, o que foi  resolvido com o uso de relés acopladores adequados e o ajuste dos tempos de resposta nos  programas de controle. Pacheco, Tubino (2018), esclarecem que embora ambos os dispositivos  sejam capazes de processar sinais digitais, eles operam em diferentes níveis de tensão e lógica.  Por isso, é necessário ajustar os circuitos de interface para que os sinais fossem transmitidos de  maneira correta e consistente. 

A programação do Arduino e do CLP foi desenvolvida de forma modular, permitindo  que cada etapa do processo de controle fosse tratada de forma independente, mas integrada. O  Arduino foi programado para monitorar continuamente os sensores, enquanto o CLP foi  programado para receber os sinais e executar as ações de desvio ou continuidade do fluxo. Reis  et al. (2021), afirma que essa abordagem modular permite que ajustes possam ser feitos em  cada parte do sistema sem comprometer o funcionamento do conjunto, facilitando a  manutenção e possíveis upgrades futuros. 

O monitoramento visual do processo foi facilitado pela utilização do display LCD 16×2,  que exibia o status da operação e o tipo de peça detectada. O display foi conectado ao Arduino,  que atualizava as informações em tempo real, permitindo que os operadores acompanhassem o  andamento do processo de separação de maneira clara e intuitiva. Pazim, Frare (2020), esclarece  que essa interface visual, embora simples, adiciona uma camada de controle ao sistema,  possibilitando ajustes rápidos em caso de falhas ou detecções incorretas, além de fornecer uma  visão imediata do funcionamento da esteira transportadora. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O desenvolvimento da esteira transportadora com automação industrial para a separação  de peças metálicas e não metálicas, utilizando sensores e sistemas de controle integrados,  demonstrou ser um projeto eficiente e funcional. A utilização do Arduino Uno para a leitura e  processamento dos dados dos sensores, em conjunto com o CLP LS para o controle dos  atuadores, resultou em uma solução robusta e precisa. A integração entre esses componentes  foi fundamental para garantir a sincronia e a agilidade necessárias ao processo de separação,  com tempos de resposta mínimos e uma alta taxa de precisão na identificação dos materiais.

Os sensores indutivos NPN e ultrassônico mostraram-se eficazes no processo de  detecção, proporcionando uma separação confiável de peças metálicas e não metálicas. A  precisão observada, especialmente com uma taxa de sucesso de 95% e 97% para os sensores  indutivo e ultrassônico, respectivamente, destacou a adequação desses dispositivos para  aplicações industriais. No entanto, ajustes na calibração e no posicionamento dos sensores ainda  podem ser necessários para aumentar a eficiência em contextos com peças de formatos ou  materiais mais complexos. 

A comunicação eficiente entre o Arduino e o CLP, facilitada pelo uso de relés  acopladores e pela programação modular, foi um ponto forte do projeto. Essa arquitetura  permitiu não apenas a sincronização das ações entre sensores e atuadores, mas também uma  maior facilidade de manutenção e futuros upgrades no sistema. Além disso, a inclusão de  dispositivos de segurança, como as botoeiras e o disjuntor bipolar, garantiu um ambiente de  operação seguro, reduzindo os riscos de falhas ou danos ao equipamento. 

Portanto, a esteira transportadora automatizada atingiu seus objetivos de forma eficaz,  proporcionando uma solução prática para a separação de materiais em um contexto industrial.  O projeto pode ser expandido para outras aplicações e aprimorado com a incorporação de  sensores mais avançados ou sistemas de visão artificial para a detecção de peças de diferentes  composições. Essa base tecnológica oferece um excelente ponto de partida para inovações em  automação industrial, contribuindo para a modernização e a eficiência dos processos  produtivos. 

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1Graduando em Bacharelado em Engenharia elétrica, pela Universidade Nilton Lins. E-mail: jacksonmoreira36santos@gmail.com;
2Esp. em Didática do Ensino Superior, Orientador do Curso de Engenharia elétrica, pela Universidade Nilton Lins.  E-mail: rogerkoga@yahoo.com.br