REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10356973
Clara Ribeiro1
Gustavo Eduardo2
Mateus Teixeira3
Thiago Rodrigues4
Prof. orientadora: Lucimar Venâncio Amaral5
Coordenador: Everton Martins6
Resumo
A cana-de-açúcar é uma das principais matérias primas responsáveis pelo crescimento da economia do país, devido a produção do açúcar e etanol. Devido ao setor sucroalcooleiro se expandir nacionalmente e mundialmente, têm se investido em inovações tecnológicas para reduzir custos e aumentar produtividade, substituindo a colheita manual para o processo mecanizado. Em um dos processos da colheita mecanizada, as colhedoras são munidas de extratores de palha, identificados como ventiladores responsáveis por expulsar a palha, girando em altas rotações e impactando diretamente na produtividade e no consumo de combustível da colhedora. Em um período de 15 dias foram observadas duas colhedoras do mesmo modelo John Deere 3520, abastecidas a óleo diesel S10, que operam em velocidades iguais, porém com hélices distintas, sendo uma original em aço SAE 1020, com espessura de 6,35 mm (milímetros) e aproximadamente 32,2 quilogramas, comparada a outra fornecida por uma empresa do ramo de ferramentas agrícolas, em aço SAE 1045, com espessura de 4,75 mm (milímetros) e aproximadamente 29,7 quilogramas. Observou-se um consumo de quase 20% de diferença entre as colhedoras. Em suma, conclui-se que o material da hélice, as dimensões e o peso do extrator influenciam no consumo das colhedoras de cana – de açúcar.
Palavras-chave: Cana-de-açúcar, Colhedora, Extrator Primário, Diesel, Consumo.
1. INTRODUÇÃO
A cana-de-açúcar é a principal matéria prima para produção do açúcar e do etanol e há mais de meio milênio é responsável pela movimentação e crescimento do mercado brasileiro. O país inclusive é o maior produtor e exportador mundial de açúcar, com participação superior a 30% nos últimos anos e receita cambial da ordem de 8,7 bilhões de dólares em 2020, mas já chegou a 12 bilhões de dólares em 2017 (Embrapa).
Para cultivo, manejo e colheita desta, as empresas do ramo sucroalcooleiras têm cada vez mais investido em inovações tecnológicas em busca de reduzir os custos e aumentar a produtividade. Vale ressaltar que a colheita e o transporte representam cerca de 30% de todos os custos envolvidos – variedades, fertilizantes, mão de obra, agroquímicos, – (Ramos et al., 2006) em que destaca – se o consumo de combustível como fator de grande impacto nestes números.
Neste contexto, há a evidência da substituição do processo de colheita manual para o processo mecanizado, através de colhedoras inovadoras de diversas marcas. De acordo com Júnior (2011), a cana-de-açúcar é um material biológico sujeito a mudanças rápidas na qualidade quando se tratando de matéria prima industrial, por isso o processo de colheita necessita que as máquinas utilizadas preservem a qualidade da mesma e reduzam o máximo possível a contaminação do produto colhido por matéria estranha vegetal (folhas e palhas) ou mineral (partículas de solo).
Para que a cana-de-açúcar chegue à indústria com maior qualidade possível, as colhedoras são munidas de extratores de palha nomeados respectivamente de extrator primário e secundário de acordo com as fases do processo de corte. Estes extratores são ventiladores responsáveis por expulsar toda a palha que acompanha os talões de cana cortados pela máquina. Estes dispositivos giram em altas rotações e consequentemente impactam diretamente na produtividade e no consumo de combustível da colhedora.
Deste modo, este trabalho teve como objetivo a observação do impacto do consumo de combustível e produção de colhedoras de cana-de-açúcar iguais, utilizando extratores primários de materiais, pesos e dimensões diferentes em uma mesma lavoura.
2. DESENVOLVIMENTO
Produção mundial de cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar é uma das culturas mais amplamente cultivadas em todo o mundo, e seu cultivo tem uma importância significativa em vários países, tanto em termos de produção de açúcar quanto de etanol. De acordo com Nova Cana, cerca de 80% da produção do planeta é concentrada em apenas 10 países, conforme apresenta a Figura 1.
Figura 1 – Produção de cana-de-açúcar pelo mundo
Fonte: (FAO), 2008.
2.2 Colheita mecanizada de cana-de-açúcar
A classificação das operações de colheita de cana-de-açúcar em três subsistemas distintos – manual, semimecanizado e mecanizado – sendo classificados por Ripoli (1996). Em que na colheita manual as operações de corte da cana-de-açúcar e o carregamento em veículos de transporte são realizados manualmente por trabalhadores, e no qual era realizado a queima da cana antes da colheita. Já na colheita semimecanizada é realizado apenas o corte manual e o carregamento mecanizado. E por fim tem-se a colheita mecanizada, que todas as operações de corte, carregamento e transporte da cana-de-açúcar são realizadas por máquinas e equipamentos mecanizados.
A escolha do subsistema de colheita da cana-de-açúcar depende de uma série de fatores, tais como as condições de campo, sendo elas a topografia, a densidade da vegetação, a qualidade do solo, a disponibilidade de mão de obra, em que a colheita manual pode ser uma opção econômica. Segundo Vilar (2021), na região Nordeste do Brasil o corte manual ainda é predominante devido ao seu relevo mais acidentado.
A mecanização da colheita de cana-de-açúcar foi um avanço significativo na indústria sucroalcooleira, uma vez que tornou o processo mais eficiente e reduziu a dependência de mão de obra manual. De acordo com Nova Cana (2014), a primeira experimentação de corte mecanizado de cana-de-açúcar ocorreu em 1956 com um equipamento importado. No entanto, foi nos anos 1970 que o Brasil começou a produzir suas próprias máquinas para a colheita de cana-de-açúcar, seguindo a tecnologia australiana da década de 1950, que envolvia a colheita de cana picada.
Essa evolução tecnológica permitiu que a colheita de cana-de-açúcar se tornasse mais eficiente, rápida e reduziu os custos associados à mão de obra manual. Além disso, a mecanização trouxe benefícios em termos de qualidade da cana colhida, uma vez que as máquinas eram capazes de realizar o corte de forma mais uniforme e controlada.
A indústria sucroalcooleira desempenha um papel importante na economia do Brasil, e a mecanização da colheita de cana-de-açúcar desempenhou um papel crucial na modernização desse setor e no aumento da eficiência da produção de açúcar e etanol.
O Protocolo Agroambiental de São Paulo é uma importante iniciativa que teve um impacto significativo na redução das emissões de dióxido de carbono (CO₂) relacionadas à queima da palha da cana-de-açúcar, no qual é uma prática comum na colheita da cana manual, contribuindo para a poluição do ar e outros impactos ambientais negativos, como a degradação do solo, aumentando a erosão e reduzindo a fertilidade.
Conforme estudo realizado pela Embrapa em São Paulo, a adoção da colheita mecanizada pode ter impactos positivos na redução das emissões de gases de efeito estufa. A redução de 44% nas emissões geradas pela colheita da cana entre 1990 e 2015 é um resultado significativo, demonstrando o papel importante da tecnologia e práticas agrícolas mais sustentáveis na mitigação das mudanças climáticas.
A mecanização da colheita da cana-de-açúcar no Brasil é um exemplo notável de como a agricultura pode se transformar ao longo do tempo em busca de maior eficiência e sustentabilidade. A evolução na adoção de colhedoras mecânicas é um indicador claro de como essa mudança tem sido bem-sucedida. Conforme Conab (2023), no prazo menor que 20 anos, o número de colhedoras, no país, foi de 1221, na safra 2007/08, para 4225.
Segundo dados da Conab possuem regiões do Brasil, como o Norte que se encontra com 100% de sua colheita mecanizada na safra de 2022/23. Em contrapartida tem-se a região do Nordeste como a maior região de colheita manual. Em consideração ao país, possui uma porcentagem de 90,8% de colheita mecanizada, e com estimativa de 92,4% de toda região para a safra de 2023/24 conforme a Figura 3 (CONAB, 2023).
Figura 2 – colheita manual e mecanizada (em %) – safras 2022/23 e 2023/24
Fonte: Conab. Nota: Estimativa em abril/2023.
2.3 Colhedoras de cana-de-açúcar
De acordo com a Revista Cultivar (2023) as informações do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), localizados no sudeste do país, a colheita mecanizada passou de 48% em 2008 para aproximadamente 100% nesta região, que é a maior produtora de cana-de-açúcar do Brasil. Em relação à todas as regiões, a mecanização corresponde a aproximadamente 75%.
Ainda segundo a Revista Cultivar (2023), a colheita mecanizada no Brasil se tornou um processo irreversível, entretanto têm causado prejuízos em relação a longevidade, perda e produtividade dos canaviais – estes que produziam 80t/ha entre 2004 e 2006 e passaram a produzir 70t/ha nos dias atuais. Considerando a dimensão da cana-de-açúcar no Brasil e do cenário estabelecido nos últimos anos, nota-se a busca por alto rendimento operacional, com colheitas que são executadas 24 horas por dia e desenvolvimento de novos modelos de colhedoras, cada vez mais tecnológicas. Entretanto, são poucos os trabalhos realizados com o intuito de avaliar a qualidade da operação realizada por essas máquinas e o seu consumo.
2.4 Consumo de colhedoras de cana-de-açúcar
A velocidade de operação da máquina, a rotação do motor e a qualidade da lavoura e do solo interferem no consumo de combustível de colhedoras de cana-de-açúcar. Conforme descrito pela Revista Cultiva (2023), uma colhedora de cana-de-açúcar gasta em média 60 litros de óleo diesel para colher um hectare de cana-de-açúcar.
O preço atual do litro de óleo diesel é de aproximadamente R$ 6,00, desta maneira, apenas com combustível, uma colhedora gasta em torno de R$ 360,00 para realizar a colheita em um hectare. Colhendo em média 10ha por dia, apenas com combustível são gastos mais de R$ 3.600,00 diariamente.
Faria et al., 2017, avaliou a confiabilidade do medidor de combustível integrado ao computador de bordo de uma colhedora de cana-de-açúcar. Para o cálculo, considerou-se o consumo por tonelada de cana colhida, utilizando a (equação 1):
Os resultados de sua avaliação são demonstrados na Figura 4.
Figura 3 – Comparação dos consumos de combustível, coletor de dados do monitor vs fluxômetro volumétrico.
Fonte: (FARIA, 2017)
Diante do tema abordado, considerando o contexto do processo de colheita da cana-deaçúcar, é válido ressaltar a importância da observação do consumo de combustível de maquinários agrícolas em geral e também, buscar maneiras de reduzir este consumo, uma vez que sua diminuição é sinônimo de economia – com menor gasto de óleo diesel – e sustentabilidade – com menor lançamento de CO₂ na atmosfera.
3. METODOLOGIA
Para realização deste trabalho, foram observadas duas colhedoras do modelo John Deere 3520 – ano 2010 – de uma empresa do ramo sucroalcooleiro que operaram em velocidades iguais em uma mesma fazenda de cana-de-açúcar. Os dados utilizados foram coletados nos computadores de bordo das mesmas, como quilometragem, horímetro e histórico de abastecimento.
Desta forma, para comparação do impacto do extrator primário no consumo e
produtividade das colhedoras, foi montado em uma das máquinas um extrator com hélices de aço SAE 1045, com espessura de 4,75 mm (milímetros) e aproximadamente 29,7 quilogramas. Este modelo de extrator foi fornecido por uma empresa do ramo de ferramentas agrícolas, que desenvolve produtos otimizados com intuito de gerar economia para seus clientes. A outra máquina operou com seu extrator original, com hélices de aço SAE 1020, com espessura de 6,35 mm (milímetros) e aproximadamente 32,2 quilogramas.
As colhedoras operaram todos os dias, em velocidades médias iguais, e suas informações de computador de bordo foram observadas durante 15 dias. Nestes dias, as colhedoras eram paralisadas apenas quando havia a troca de operadores devido aos turnos de trabalho, para manutenções ou para reabastecer. A cana-de-açúcar em si, apresentava homogeneidade em sua estrutura por toda a fazenda, assim como o solo, fazendo com que as condições de serviço fornecidas para as máquinas fossem as mesmas.
O abastecimento foi realizado com óleo diesel S10 em ambas e efetuado através de caminhões comboio, quem fornecem a quantidade de litros distribuídos a cada equipamento. Vale ressaltar que a velocidade de rotação do extrator primário dessas colhedoras se dá a partir da necessidade de limpeza, seja ela maior ou menor, da cana colhida. Como as colhedoras operaram em um mesmo canavial, foi observado também a capacidade de limpeza destes dois modelos de extratores em diferentes rotações.
Todos os dados obtidos foram anotados e trabalhados para obtenção dos resultados desejados. O cálculo do consumo foi realizado através da quantidade de horas de operação, dividida pela quantidade de litros.
Os resultados foram comparados por meio de tabelas e gráficos. O fluxograma abaixo, Figura 5, ilustra de forma interativa a metodologia aplicada.
Figura 4 – Fluxograma de metodologia
Fonte: Autor.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante o período de avaliação, ocorreram diversas paralizações não programadas das colhedoras de cana para realização de manutenções corretivas, devido ao desgaste comum das operações, e preventivas, como troca de óleo e filtros. Estas paradas evidenciam as diferenças encontradas em relação a quantidade de litros e horas de operação, uma vez que uma das colhedoras trabalhou por mais horas que a outra e, consequentemente, realizou mais abastecimentos.
Entretanto, estas manutenções não influenciaram no comportamento econômico e nos números obtidos em relação ao consumo de diesel das colhedoras já que o cálculo feito, devido as semelhanças de modo e local de trabalho, foi a quantidade de diesel abastecido dividida pela quantidade de horas que a colhedora operou. A cada abastecimento, o leitor de abastecimento lê o computador de bordo da máquina e indica com quantas horas a mesma está. Portando, foi subtraída a hora do abastecimento final pelo abastecimento inicial e somadas as quantidades de litros abastecidos – desconsiderando o último abastecimento pois a colhedora passa a operar com aquela quantidade de diesel somente após a leitura dos dados.
Vale ressaltar, para compreensão, que as colhedoras têm número de frota para identificação e, neste trabalho, a colhedora 160008 recebeu o kit de extrator primário da fabricante diferente, enquanto a colhedora 160009 operou com o kit de extrator primário original. Os resultados obtidos entre o dia 30 de outubro de 2023 e 13 de novembro de 2023, observados em relação a operação, estão demostrados nas Tabelas 1 e 2.
Tabela 1 – Consumo de diesel – colhedora 160008.
Equipamento | Descrição Equipamento | Material | Descrição Material | Qtd. De Litros | Km/Hrs |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 41,43 | 31640,6 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 349,05 | 31640,6 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 368,95 | 31640,6 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 125,92 | 31640,6 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 314,56 | 31690,4 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 157,7 | 31694,3 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 199,85 | 31699,4 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 215,68 | 31704,7 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 284,17 | 31711,7 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 243,66 | 31718 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 236,24 | 31724,2 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 258,59 | 31730,7 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 384,64 | 31739,4 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 184,25 | 31743,9 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 175,55 | 31748,4 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 308,4 | 31755,7 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 19,89 | 31756,6 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 0,66 | 31756,6 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 253,12 | 31762,4 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 221,06 | 31766,8 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 17,54 | 31768,4 |
160008 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 51,32 | 31769,4 |
Fonte: Autor
Tabela 2 – Consumo de diesel – colhedora 160009.
Equipamento | Descrição Equipamento | Material | Descrição Material | Qtd. De Litros | Km/Hrs |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 207,79 | 27797,1 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 226,85 | 27804,4 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 176,96 | 27808,4 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 365,69 | 27816,6 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 224,48 | 27822 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 319,68 | 27830,6 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 190,74 | 27834,4 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 139,9 | 27840,4 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 104,19 | 27840,4 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 535,75 | 27853,4 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 289,46 | 27860,7 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 210,9 | 27866,9 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 400,99 | 27876,5 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 425,98 | 27885,9 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 213,25 | 27891,2 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 245,84 | 27896,9 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 535,58 | 27909,1 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 465,74 | 27920,3 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 460,71 | 27931,1 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 107,84 | 27933,8 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 536,18 | 27947,4 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 110,6 | 27950,6 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 145,9 | 27954,2 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 227,61 | 27960,7 |
160009 | COLHEDORA DE CANA JD CH3520 | 177 | COMBUSTÍVEL DIESEL S10 | 155,49 | 27965,8 |
Fonte: Autor
Ao obter-se os dados do sistema, subtraiu-se o valor da última leitura de horas trabalhadas das colhedoras pelo valor da primeira leitura, quando se iniciaram os testes. Os resultados encontrados encontram-se na figura 8.
Figura 8 – Consumo médio de colhedoras de cana-de-açúcar com extratores primários diferentes.
Colhedora | Total Litros | Total Horas | Consumo médio (l/hr) |
160008 | 4360,91 | 128,8 | 33,86 |
160009 | 6868,61 | 168,7 | 40,71 |
Fonte: Autor
Contemplando os dados coletados, observa-se que o consumo da colhedora com número de frota 160008, que utilizou o extrator primário mais leve e menos espesso, teve um consumo médio de 33,86 litros por hora de operação, enquanto a colhedora com número de frota 160009, que utilizou o extrator primário original, consumiu cerca de 40,71 litros por hora de operação, o que representa um consumo quase 20% maior em relação a colhedora com extrator testado.
Uma vez que as fazendas de colheita e modo de operação foram os mesmos, a diferença de consumo notória entre as duas colhedoras se dá, segundo a investigação e desconsideração de variáveis hipotéticas, pelo uso de um extrator primário mais eficiente e leve. Os resultados em campo são os mesmos considerando os números de capacidade de corte da cana-de-açúcar das máquinas observadas. Assim, este trabalho traz um novo ponto de vista em relação aos anteriores e uma ideia nova de consideração na compra de peças e observação do consumo de colhedoras de cana-de-açúcar.
5. CONCLUSÕES
Diante desta tratativa, pode-se concluir através deste trabalho que o material, dimensões e peso do extrator primário influenciam, com impacto significante, no consumo de colhedoras de cana-de-açúcar.
Através dos dados coletados pela equipe e calculados os quilômetros médios por hora de operação, foi observado que a colhedora com as pás do extrator primário mais leves e compactas consumiu menos combustível. Vale ainda ressaltar que diante da diferença de preço e recorrência com que essas pás são trocadas devido ao trabalho, o uso de peças com as características apresentadas pelos autores é muito vantajoso uma vez que seus valores são aproximados e o material é ainda mais resistente.
Considerando a diferença encontrada, salienta-se o impacto possível de se obter quando adotado esse modelo de extrator em uma frota com número mais expressivo de colhedoras. Como observado, o consumo destas máquinas é uma das maiores despesas das usinas de açúcar e, em virtude disso, buscar por economias neste sentido faz-se necessário para que se aumente os lucros e se possa investir em outros setores do processo.
Por fim, conclui-se também, através das referências citadas, a importância do estudo e observação do corte mecanizado da cana-de-açúcar, principalmente em relação as colhedoras. Ainda é escasso o portifólio de pesquisas a cerca deste tema, que evidentemente tem crescido exponencialmente em todo o país.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a professora orientadora Lucimar, pela paciência, persistência e orientação incansável, sua disponibilidade para conosco foi admirável.
Também ao coordenador do curso de Engenharia Mecânica da UNA – Campus Bom Despacho, Everton Martins, que esteve ao nosso lado durante toda trajetória acadêmica sem medir esforços para realização desse sonho.
Aos nossos amigos e familiares, pelo amparo e assistência durante esta jornada. Todo este sonho só é possível graças a eles.
Por fim, agradecemos e dedicamos em memória da professora Franciane, a “Fran”, que foi fundamental para nossa formação e hoje torce por nós de um lugar melhor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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<https://www.novacana.com/noticias/producao-cana-de-acucar-brasil-e-mundo>
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FARIA, Rafael de Oliveira; ALONSO, Diego; ANDRADE, Alan; FERRAZ, Gabriel Araújo e Silva. Confiabilidade de um contador de combustível embarcado em uma colhedora de cana autopropelida. XLVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola – CONBEA 2017
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1clarinhasilva-lp@hotmail.com 2gustavoeduardo370@gmail.com
3mlunior@gmail.com
4tr229257@gmail.com
5 Docente Curso de Engenharia Mecanica – UNA
6Coordenação de curso de Engenharia Mecânica- UNA