ANALYSIS OF THE LOWER WATER QUALITY INDEX (WQI) AVERAGES OF THE BAIRRO RIO TIETÊ BASIN: A LITERATURE REVIEW BASED ON CETESB REPORTS (2013-2023)
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch1020250228935
Daniel Carlos Santos de Siqueira1
Vinicius Davi de Almeida Sousa2
Prof. Dr. Lucinewton Silva de Moura3
Resumo
Este estudo analisa as médias do Índice de Qualidade da Água (IQA) na bacia do Baixo Rio Tietê e no Reservatório Três Irmãos, localizados no estado de São Paulo, com base em dados coletados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) entre 2013 e 2023. O objetivo principal foi avaliar a qualidade da água ao longo desse período, identificando tendências e desafios relacionados à contaminação por esgoto doméstico, efluentes industriais e atividades agrícolas. Foram analisados parâmetros como clorofila a, condutividade, fósforo total, nitrogênio amoniacal, nitrato, turbidez, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e carbono orgânico total (COT). Os resultados indicaram um aumento significativo nos níveis de nutrientes, como fósforo e nitrogênio amoniacal, sugerindo um processo de eutrofização. Além disso, observou-se uma redução no oxigênio dissolvido e um aumento na condutividade, indicando a presença de poluentes químicos. A contaminação por Escherichia coli também mostrou tendência de aumento, refletindo problemas no saneamento básico. Conclui-se que a qualidade da água na região deteriorou-se ao longo dos anos, exigindo medidas urgentes como o tratamento adequado de esgoto, redução do uso de fertilizantes e gestão integrada das bacias hidrográficas para reverter esse cenário e proteger os ecossistemas aquáticos e a saúde pública.
Palavras-chave: Índice da qualidade da água, São Paulo, CETESB, Monitoramento Ambiental.
1. INTRODUÇÃO
Os recursos hídricos desempenham um papel essencial na sustentação da vida humana, dos ecossistemas e do desenvolvimento populacional (Oliveira, 2017). Isso é razoável porque são amplamente utilizados para diversos fins, como consumo da população, produção de alimentos, produção de energia, e assim por diante, assim, sua disponibilidade está diretamente relacionada à saúde, qualidade de vida e ao desenvolvimento nacional. (De Assis, 2017).
A qualidade da água “desempenha um papel crucial em termos do seu uso primário, especialmente para fins como o abastecimento humano. Esse uso, no entanto, está sujeito a diversas limitações, uma vez que as atividades naturais e antrópicas impactam os corpos d’água, alterando tanto a qualidade quanto a quantidade de água disponível (Souza et al., 2014). Portanto, assim, o monitoramento da qualidade da água exige o uso de metodologias específicas, logo, para diagnosticar a qualidade da água são utilizados indicadores físicos, químicos e biológicos, com o objetivo de conscientizar a população em geral e as autoridades, promovendo políticas públicas de recuperação e proteção dos recursos hídricos, a partir da compreensão e divulgação destes dados (CETESB, 2019).
O monitoramento da qualidade das águas superficiais constitui uma ferramenta essencial para a gestão pública, pois permite a tomada de decisões com baseadas em dados quantitativos e qualitativos da água (FIA et al., 2015). Portanto, por meio da metodologia (IQA – Indice de qualidade da água (IQA), se torna uma ferramenta significativa para avaliar a qualidade da água e indicar o impacto das atividades humanas nos corpos hídricos. O principal objetivo do IQA é traduzir os indicadores obtidos durante o processo de monitoramento em um modelo acessível, facilitando a compreensão tanto por parte dos gestores de recursos hídricos quanto da população em geral (Weinberg, 2013).
Neste estudo, busca-se apresentar e discutir os dados relativos aos parâmetros qualitativos que compõem o Índice de Qualidade da Água (IQA) na bacia do Baixo Rio Tietê e no Reservatório 3 Irmãos, que pertencem à Bacia Hidrográfica 19 do Estado de São Paulo, recorrendo às informações disponibilizadas pelo monitoramento da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (CETESB). Foram adotados dados entre os anos de 2013 a 2023, destacando os valores médios.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
Legislação ambiental Brasileira e o monitoramento da qualidade das águas superficiais
Política Nacional de Recursos Hídricos
Em 8 de janeiro de 1997, Lei nº 9.433, se estabeleceu a Política Nacional de Recursos Hídricos, que criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (BRASIL, 1997). De acordo com essa legislação, a água é reconhecida como um recurso natural finito, com valor econômico, e é considerada um bem de domínio público. Em situações de escassez, o uso prioritário da água deve ser destinado ao consumo humano e à dessedentação de animais. A gestão dos recursos hídricos visa garantir o uso múltiplo das águas de forma equilibrada e sustentável. A lei também define a bacia hidrográfica como a unidade territorial para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e para o funcionamento do Sistema Nacional de Gerenciamento, o qual deve ser descentralizado e contar com a participação do Poder Público, usuários e comunidades (BRASIL, 1997).
Entre os principais objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos estão: assegurar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade adequadas para as gerações presentes e futuras; promover o uso racional e integrado dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, visando ao desenvolvimento sustentável; e prevenir e mitigar eventos hidrológicos críticos, naturais ou causados pelo uso inadequado dos recursos naturais (BRASIL, 1997) Os Planos de Recursos Hídricos funcionam como instrumentos de planejamento, fornecendo bases para a implementação da Política Nacional e para a gestão eficiente dos recursos hídricos. A legislação também destaca cinco aspectos fundamentais: o enquadramento dos corpos d’água em classes conforme seus usos preponderantes; a outorga de direitos de uso da água; a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; a compensação financeira aos municípios; e o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos (BRASIL, 1997).
No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, é o órgão responsável por classificar os corpos d’água e estabelecer diretrizes ambientais para seu enquadramento, além de definir condições e padrões para o lançamento de efluentes. A Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, regulamenta essas questões (BRASIL, 2005). Nessa resolução, as águas doces são classificadas em cinco categorias: especial, 1, 2, 3 e 4. A classe 4, devido à sua baixa qualidade, não é adequada para abastecimento humano ou para a maioria dos seres vivos, pois os custos de tratamento inviabilizam seu aproveitamento. As demais classes variam conforme o tipo de tratamento necessário para desinfecção antes da distribuição à população (BRASIL, 2005).
Parâmetros de Qualidade e Monitoramento de Recursos Hídricos Superficiais
Qualidade de Água
A qualidade da água é uma função das condições físicas e do uso e ocupação da terra nas bacias hidrográficas (Von Sperling, 2007). Mesmo que as bacias hidrográficas mantenham as suas condições naturais, a composição da água é afetada pelo escoamento superficial e pela infiltração do solo causada pela precipitação atmosférica. Por exemplo, perturbações humanas, despejos domésticos ou industriais, ou a aplicação de pesticidas agrícolas no solo podem fazer com que compostos entrem na água, alterando a sua qualidade.
Para avaliar se a qualidade da água é aceitável, é necessário determinar o uso ou finalidade pretendida. Por exemplo, as propriedades físicas e químicas de uma amostra de água de um rio podem ser adequadas para usos não consuntivos, como produção de energia e transporte marítimo, mas não adequadas para usos consuntivos, como abastecimento doméstico ou irrigação, exigindo tratamento e desinfecção para atingir os parâmetros corretos para uso final (Costa e Ferreira 2015).A Resolução Normativa nº 357/05 do CONAMA divide a água doce, salobra e salobra do território nacional em 13 categorias de acordo com seu uso e estabelece os parâmetros de qualidade que cada categoria deve atender. A água doce é dividida em 5 categorias (Grau Especial, Casse I, Classe II, Classe III, Classe IV).
Oxigênio Dissolvido (OD)
O oxigênio dissolvido (OD) refere-se ao oxigênio molecular (O₂) presente na água. Sua concentração varia conforme fatores como temperatura, pressão atmosférica, salinidade, processos biológicos e características hidráulicas (como corredeiras e quedas d’água), e, de maneira indireta, influências humanas, incluindo o despejo de efluentes nos corpos d’água (PINTO, 2007). Diversos organismos aquáticos necessitam de oxigênio para sua respiração e sobrevivência, sendo esse gás essencial no metabolismo de microrganismos aeróbios. A maioria das espécies não tolera concentrações de oxigênio dissolvido inferiores a 4,0 mg/L. O OD é essencial para a respiração dos organismos aquáticos, sendo um indicador fundamental da qualidade da água. Níveis abaixo de 4,0 mg/L são prejudiciais para a maioria das espécies, enquanto em águas limpas os níveis podem superar 5 mg/L (PINTO, 2010). O oxigênio dissolvido (OD) é um indicador básico para identificar a poluição por resíduos orgânicos. O oxigênio dissolvido é essencial para a manutenção dos organismos aeróbios (CHRISTIANO, 2007; SILVA, 2007; BRASIL, 2014).
Condutividade
A condutividade da água é a sua capacidade de conduzir corrente elétrica, associada à temperatura e à quantidade de íons dissolvidos. Ela está diretamente relacionada aos sólidos totais dissolvidos, sendo um parâmetro relevante para avaliar a qualidade da água (OBHAHIE, 2007). Mesmo que não seja regra existe uma relação direta entre a concentração de sólidos totais dissolvidos e a condutividade elétrica, já que as águas naturais não são soluções simples, tal correlação é possível para águas de determinadas regiões onde exista a preponderância de um determinado íon em solução. As águas naturais apresentam teores de condutividade na faixa de 10 a 100 μS/cm-1, já em ambientes poluídos por esgotos sanitários ou industriais os valores podem chegar a 1.000 μS/cm1 (BRASIL, 2014).
Fósforo Total
O fósforo está presente em corpos hídricos de forma orgânica e inorgânica, podendo ser derivado tanto de processos naturais (como a dissolução de compostos do solo) quanto de atividades humanas, como despejos domésticos, esgotos e uso excessivo de fertilizantes agrícolas (Silva, 2007; CETESB, 2018; Brasil, 2014). O fósforo quando em excesso em um curso d’água pode possibilitar supercrescimento de algas podendo vir a causar a eutrofização do curso d’água. Embora não traga prejuízos diretos à saúde humana, elevados índices de fósforo podem indicar fontes de poluição como os já citados despejos domésticos e industriais (SPERLING, 2005).
Nitrogênio Amoniacal
Nitrogênio amoniacal refere-se a duas substâncias, o íon amônio (NH4 +), forma ionizada, e a amônia (NH3), de forma não ionizada. Ambas as formas podem ser encontradas em meio aquoso, a presença de cada uma delas e suas respectivas concentrações são dependentes do pH e da temperatura da solução que irá beneficiar ou não a ionização ou a dissociação iônica dos compostos (BORGES et al., 2014). Essa mudança pode ser representada pela equação: NH3 + H2O ↔ NH4 + + OH−. A escala de pH é utilizada para especificar a presença e as interações de íons H+ e OH−em uma solução, tal escala é expressa com valores numéricos, onde um valor igual a 7 representa uma solução com quantidades iguais de íons H+ e OH, se tratando, dessa maneira, de uma solução neutra. O aumento desse valor indica o crescimento da basicidade da solução decorrente do crescimento da presença de íons OH, enquanto a redução do mesmo indica o crescimento da acidez da solução derivada da maior presença de H+, sendo assim, valores superiores a 7 demonstram soluções básicas, enquanto os abaixo de 7, ácidas (BUCK et al., 2002; LIM, 2006).
Existem atualmente algumas tecnologias disponíveis para a diminuição da concentração de nitrogênio amoniacal em diversos tipos efluentes, para todas elas são necessárias para avaliar suas vantagens e desvantagens levando em conta as características de onde serão aplicadas e o local disponível para a implementação do método (MOURA, 2008).
Nitrato
O Nitrato é tóxico aos seres humanos e se ingerido em excesso pode provocar a metahemoglobinemia infantil mais conhecida por “doença do sangue azul” dos bebês, onde é reduzido no organismo a nitrito, que por sua vez compete com o ferro pelo oxigênio livre na corrente sanguínea. Quando o nitrito está presente na água e é ingerido, este processo é ainda mais rápido. O nitrato também pode ser transformado em nitrosaminas e nitrosamidas, ambas carcinogênicas. O valor máximo permitido para este contaminante é 10mg/L1 e sua presença, bem como a do nitrito e da amônia, sugerem condições higiênico sanitárias insatisfatórias. Sabe-se que em muitas regiões isto pode significar que a quantidade de matéria orgânica na água aumentou, o que é um indício de poluição ou provável degradação ambiental (SCORSAFAVA, 2010). A determinação do íon nitrato é um fator importante na análise de alimentos e águas naturais. Nitrito e nitrato estão intimamente envolvidos em todo o ciclo do nitrogênio em solos e plantas superiores (ALMEIDA NETO, 2003).
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)A
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) constitui um dos parâmetros analíticos fundamentais para a avaliação da qualidade de sistemas aquáticos, sendo amplamente reconhecida como um indicador direto da carga orgânica presente nesses ecossistemas. A quantificação das concentrações de oxigênio dissolvido no primeiro e no quinto dia de incubação permite estimar a quantidade de matéria orgânica biodegradável, que é metabolizada por microrganismos aeróbicos como parte de seus processos bioquímicos essenciais durante um intervalo de tempo determinado (PND, 2015; APHA, 2017). Correlações inversas são observadas entre as concentrações de matéria orgânica e os níveis de oxigênio disponíveis no meio, uma vez que o consumo de oxigênio pelos microrganismos durante a degradação da matéria orgânica reduz a disponibilidade desse elemento para outros organismos. Essa diminuição nos teores de oxigênio dissolvido pode resultar em perda de biodiversidade e degradação ambiental, comprometendo as funções ecológicas e os usos múltiplos dos corpos hídricos (Ferreira et al., 2017).
Clorofila a
A clorofila a (Chl a) está presente em todos os organismos que realizam fotossíntese oxigênica. No entanto, as bactérias fotossintetizantes não possuem clorofila a, utilizando, em seu lugar, a bacterioclorofila como pigmento fotossintético. A Chl a é o pigmento responsável por conduzir a fotoquímica, que corresponde à primeira etapa do processo fotossintético. Os demais pigmentos, por sua vez, atuam como auxiliares, absorvendo luz e transferindo a energia radiante para os centros de reação, sendo por isso denominados pigmentos acessórios (Streit et al, 2005).
Turbidez
A turbidez é uma medida que indica o grau de obstrução da passagem da luz em um líquido. A redução da penetração luminosa na água ocorre devido à presença de partículas em suspensão e é expressa em unidades de turbidez, também conhecidas como unidades Jackson ou nefelométricas. Em corpos d’água localizados em áreas com solos suscetíveis à erosão, a turbidez tende a ser elevada, pois a chuva pode transportar partículas de argila, silte, areia, fragmentos de rocha e óxidos metálicos do solo (FUNASA, 2014).
Carbono Orgânico Total
A análise de COT (Carbono Orgânico Total) permite determinar a concentração de carbono orgânico presente em uma amostra de água natural ou efluente líquido. No entanto, há situações em que é necessário um entendimento mais aprofundado sobre as origens e as propriedades da matéria orgânica. Isso ocorre porque amostras com a mesma concentração de matéria orgânica, indicada pelo COT, podem apresentar características completamente diferentes, especialmente quando se trata de efluentes industriais distintos, como os provenientes das indústrias petroquímica e de papel e celulose (CETESB, 2024).
Doenças de veiculação hídricas, problemáticas e metodologias de remediação
Escherichia Coli
A Escherichia coli é uma bactéria da família Enterobacteriaceae, amplamente distribuída na natureza, com seu principal habitat sendo o trato intestinal de humanos e animais. A E. coli comensal, que integra a microbiota intestinal, não é patogênica e desempenha um papel fisiológico essencial para o bom funcionamento do organismo. No entanto, existem seis categorias patogênicas de E. coli, conhecidas como E. coli diarreiogênicas, que causam infecções intestinais em humanos e animais. Essas categorias são diferenciadas pela presença de fatores de virulência, como adesinas fimbriais e afimbriais, toxinas e invasinas (Souza et al, 2016).
Índice de Qualidade de Água
Para divulgar os dados coletados durante o processo de monitoramento e informar os valores de concentração de poluentes nos corpos hídricos, é utilizado o IQA, que descreve a qualidade da água em determinado ponto de monitoramento por meio de um único índice global. Esses índices podem ser entendidos como “notas” que descrevem diferentes condições de “muito ruim” a “excelente” ou permitem fazer inferências sobre aspectos específicos dos cursos de água, como biodiversidade e toxicidade (Von Sperling, 2007).
Para Von Sperling (2007), os índices não são ferramentas para avaliar o cumprimento da legislação ambiental, mas sim ferramentas para comunicar o estado ambiental dos corpos hídricos ao público. Vários itens de qualidade serão convertidos em uma única classificação ou revisão. As capacidades abrangentes fornecidas pelos índices são de grande valor para a comunicação com o público.
O IQA traz como informação agregada a contaminação das águas em decorrência de matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes e qualifica os resultados dos 9 parâmetros. Esses valores variam entre 0 e 100 e a classificação é tida como Muito Ruim (0 ≤ IQA ≤ 25), Ruim (25 < IQA ≤ 50), Médio (50 < IQA ≤ 70), Bom (70 < IQA ≤ 90) e Excelente (90 < IQA ≤ 100).
3. METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa e descritiva, baseada na análise da qualidade da água em quatro pontos (TIET02700, TITR002100, TITR02800 e TIET02900) da Bacia Hidrográfica 19 (FIGRA 1), localizada no estado de São Paulo.
Figura 1 – Área de estudo
Fonte: CETESB, 2023.
A bacia do Baixo Rio Tietê abrange uma área de drenagem de 15.588 km² e abriga uma população total de 745.688 habitantes. Entre seus principais rios estão o Rio Tietê, o Rio Paraná, o Rio Água Fria, o Rio das Oficinas, o Ribeirão Santa Bárbara, o Ribeirão dos Ferreiros, o Ribeirão Mato Grosso, o Rio dos Patos, o Ribeirão Lajeado, o Córrego dos Baixotes e o Ribeirão Baguaçu. Além disso, a região conta com dois importantes reservatórios: a Usina Três Irmãos e a Usina Nova Avanhandava, que fazem parte da Hidrovia Tietê-Paraná. A economia da região tem como base a agropecuária, com destaque para a criação e comercialização de bovinos. A área também se configura como uma fronteira de expansão para o cultivo de cana-de-açúcar no estado. No setor da agroindústria, destacam-se indústrias sucroalcooleiras, frigoríficas, calçadistas, de massas, de polpas de frutas, de processamento de leite em pó, de curtimento de couro e de desidratação de ovos, entre outras.
A pesquisa foi realizada de acordo com as seguintes etapas e descrições (FIGURA 2): identificação dos sujeitos, elaboração dos critérios de inclusão e exclusão, elaboração e seleção das pesquisas, análise e avaliação dos resultados.
Figura 2 – Etapas para a execução da metodologia
Fonte: Autoria própria, 2025.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os gráficos e dados analisados revelam tendências e variações significativas ao longo dos dez anos, destacando os principais desafios enfrentados pelo Rio Tietê e seus reservatórios associados. A eutrofização, a contaminação por esgoto, o aumento da carga orgânica e a redução do oxigênio dissolvido são alguns dos problemas identificados, que refletem a pressão exercida pelo crescimento urbano, industrial e agrícola na região.
No caso do Rio Tietê, um dos mais importantes cursos d’água do estado de São Paulo, a monitorização de parâmetros físicos, químicos e biológicos é essencial para entender os impactos das atividades humanas e naturais sobre sua bacia hidrográfica. Este artigo apresenta uma análise detalhada dos dados de qualidade da água coletados entre 2013 e 2023, com foco em parâmetros como clorofila, condutividade, Escherichia coli, fósforo total, nitrogênio amoniacal, nitrato, turbidez, oxigênio dissolvido, DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e carbono orgânico total (COT).
Os gráficos e dados analisados revelam tendências e variações significativas ao longo dos anos, destacando os principais desafios enfrentados pelo Rio Tietê e os Reservatórios Três Irmãos.
O relatório menciona que, devido à pandemia de COVID-19, o monitoramento da Rede Básica sofreu adequações no número de pontos e na frequência de amostragem. Foram priorizados pontos localizados nos principais corpos hídricos do estado, nas principais captações e nos trechos mais impactados pelo lançamento de fontes poluidoras. Isso resultou em uma Rede Mínima, que foi iniciada em junho de 2020 com 104 pontos, e posteriormente foram acrescentados pontos gradualmente até dezembro de 2020. Portanto, é possível que os pontos não tenham sido priorizados ou não tenham atingido o número mínimo de três campanhas de amostragem necessárias para serem incluídos nos resultados de 2020.
ANÁLISES DE ÍNDICES DE QUALIDADE DA ÁGUA (IQA)
FÓSFORO TOTAL
O fósforo é um nutriente essencial para o crescimento de algas e plantas aquáticas, mas em excesso, pode levar à eutrofização dos corpos d’água. Isso resulta em proliferação de algas, redução do oxigênio dissolvido e deterioração da qualidade da água, afetando a vida aquática e os usos humanos da água.
No ponto do Rio Tietê (TIET02700) e no Reservatório 3 Irmãos (TITR02100) apresentaram os maiores níveis de fósforo total, exclusivamente nos anos mais recentes (2022 e 2023), o Reservatório 3 Irmãos (TITR02800) e o Rio Tietê (TIET02900) também mostraram aumentos, mas com valores ligeiramente mais baixos em comparação com os outros pontos. Os dados de fósforo total mostram uma tendência clara de aumento ao longo dos anos, com picos significativos a partir de 2019 e valores particularmente altos em 2022 e 2023. Esse aumento indica uma possível deterioração da qualidade da água devido ao aporte excessivo de nutrientes, o que pode levar à eutrofização e a problemas ambientais graves, como a proliferação de algas e a redução do oxigênio dissolvido.
Gráfico 01 – Comparação das médias de Fósforo Total nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
Os valores de fósforo total (GRÁFICO 1), estão acima de 0,025 mg/L em todos os pontos monitorados, especialmente nos anos de 2022 e 2023, indicando uma possível eutrofização.
CLOROFILA a
A clorofila é um pigmento fotossintético presente em algas e cianobactérias. Níveis elevados indicam maiores recomendações desses organismos, um sinal clássico de eutrofização – um específico causado pelo excesso de nutrientes na água, que pode levar à formação de florações de algas tóxicas.
Gráfico 02 – Comparação das médias de Clorofila a nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
Os níveis de clorofila a apresentaram variações consideráveis ao longo dos anos (GRÁFICO 2), indicando mudanças na produtividade biológica e na qualidade da água. Tal como, em 2015 e 2019, houveram picos significativos nos níveis de clorofila a, especialmente no Reservatório 3 Irmãos (TITR02100), onde os valores atingiram 24 µg/L em 2015 e 95 µg/L em 2019. Os dados indicam que a qualidade da água em termos de clorofila a tem piorado ao longo dos anos, especialmente no Reservatório 3 Irmãos (TITR02100). Isso sugere um aumento na eutrofização, possivelmente devido a altos níveis de nutrientes lançados no corpo hídrico.
Somente os pontos Reservatório 3 Irmãos (TITR02800) Rio Tietê (TIET02900) mantiveram-se igual ou abaixo de 10 µg/L, o que prevê a Resolução CONAMA 357 nos padrões de qualidade de água.
CONDUTIVIDADE
A condutividade elétrica mede a capacidade da água de condução de corrente elétrica, influenciada pela concentração de íons distribuídos, como sais, metais pesados e poluentes industriais. Valores elevados indicam maior presença de contaminantes químicos na água.
Gráfico 03 – Comparação das médias de Condutividade nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
A partir do (GRÁFICO 3), observamos que em 2021, houve uma tendência clara de aumento na condutividade em todos os pontos de monitoramento, com valores atingindo picos em 2022 e 2023. Tal como, no no ponto do Rio Tietê (TIET02700), a condutividade aumentou de 224 µS/cm em 2021 para 250 µS/cm em 2022 e 204 µS/cm em 2023. No Reservatório 3 Irmãos (TITR02100), os valores subiram para 247 µS/cm em 2022 e 216 µS/cm em 2023. A condutividade é um indicador da presença de íons dissolvidos na água, como sais e minerais. O aumento observado nos últimos anos pode estar relacionado a fatores como maior descarga de efluentes industriais, esgoto doméstico, ou até mesmo mudanças no uso do solo na bacia hidrográfica. Valores elevados de condutividade podem afetar a qualidade da água e os ecossistemas aquáticos.
Os valores de condutividade atendem às legislações em vigor que delimitam um valor de até 1000 µS/cm para águas de Classe I e Classe II.
NITROGÊNIO AMONIACAL
O nitrogênio amoniacal é um indicador de contaminação por esgoto doméstico, efluentes industriais ou atividades agrícolas. Em altas concentrações, pode ser tóxico para a vida aquática e contribuir para a eutrofização, levando ao crescimento excessivo de algas e à redução do oxigênio dissolvido na água.
Gráfico 04 – Comparação das médias de Nitrogênio Amoniacal nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
Conforme a análise, para estabelecermos o nitrogênio amoniacal precisamos obter os valores de pH. De acordo com os documentos fornecidos pela CETESB, o valor do pH ficou em média inferior a £ 7,5 durante esse período, portanto, a Resolução CONAMA estabelece um valor de 2,0 mg/L de nitrogênio amoniacal para pH inferior a £ 7,5.
No ponto do Rio Tietê (TIET02700) e o Reservatório 3 Irmãos (TITR02100) geralmente apresentaram os maiores níveis de nitrogênio amoniacal, especialmente nos anos mais recentes (2022 e 2023), Reservatório 3 Irmãos (TITR02800) e o Rio Tietê (TIET02900) também mostraram aumentos, mas com valores ligeiramente mais baixos em comparação com os outros pontos.
Os dados de nitrogênio amoniacal mostram uma tendência clara de aumento ao longo dos anos, com picos significativos a partir de 2018 e valores particularmente altos em 2022 e 2023. Esse aumento indica uma possível deterioração da qualidade da água devido ao aporte excessivo de compostos nitrogenados, o que pode levar à eutrofização, à toxicidade para a vida aquática e a problemas ambientais graves.
NITROGÊNIO-NITRATO
O Nitrogênio-Nitrato é outro nutriente que pode contribuir para a eutrofização. Sua redução em ambos os pontos pode estar relacionada a mudanças nas fontes de poluição ou processos naturais de assimilação pelas plantas aquáticas.
Os dados de nitrato mostram uma tendência clara de diminuição ao longo dos anos, com reduções significativas a partir de 2019 e valores particularmente baixos em 2022 e 2023, como por exemplo, no Rio Tietê (TIET02700), os valores caíram de 0,79 mg/L em 2013 para 0,4 mg/L em 2022 e No Reservatório 3 Irmãos (TITR02100), os valores diminuíram de 0.52 mg/L em 2013 para 0,1 mg/L em 2022.
Gráfico 05 – Comparação das médias de Nitrogênio-Nitrato nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
A redução observada nos níveis de nitrato, especialmente a partir de 2019, sugere uma possível melhoria na gestão de fontes de poluição, como esgoto doméstico, efluentes industriais e fertilizantes agrícolas. Os valores de nitrato estão abaixo do limite de 10 mg/L em todos os pontos monitorados.
TURBIDEZ
A turbidez é um indicador da quantidade de partículas em suspensão na água, como sedimentos, algas e matéria orgânica. Valores elevados de turbidez podem afetar a qualidade da água, reduzindo a penetração de luz e impactando a vida aquática. Além disso, a turbidez elevada pode indicar a presença de poluentes ou sedimentos provenientes de erosão, esgoto não tratado ou outras fontes de contaminação.
A partir de 2019, houve um aumento significativo nos níveis de turbidez em alguns pontos de monitoramento, especialmente no Reservatório 3 Irmãos (TITR02100), onde os valores subiram de 14 UNT em 2019 para 25,8 UNT em 2023, O Reservatório 3 Irmãos (TITR02800) e o Rio Tietê (TIET02900) geralmente apresentaram valores mais baixos, embora tenham tido picos em alguns anos, como em 2023 de 2,8 UNT e 1.1 UNT, respectivamente. Segundo a Resolução CONAMA 357/2005 os valores de turbidez não podem ultrapassar 40 UNT, dessa forma os valores apresentados no gráfico se enquadram nos padrões de qualidade de água.
Gráfico 06 – Comparação das médias de Turbidez nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
Esse aumento pode estar relacionado a fatores como erosão, descarga de sedimentos, esgoto não tratado ou crescimento excessivo de algas. A turbidez elevada pode impactar negativamente a qualidade da água, a vida aquática e os usos humanos da água, como abastecimento público e recreação.
OXIGÊNIO DISSOLVIDO
Os níveis de oxigênio dissolvido apresentaram variações ao longo dos anos, mas com uma tendência geral de diminuição, o Reservatório 3 Irmãos (TITR02800) geralmente apresentou os maiores níveis de oxigênio dissolvido, especialmente em 2023 (7,9 mg/L), O Rio Tietê (TIET02700) e o Rio Tietê (TIET02900) apresentaram os valores mais baixos, especialmente em 2023, com 5,6 mg/L e 4,9 mg/L, respectivamente, o Reservatório 3 Irmãos (TITR02100) manteve valores relativamente estáveis, mas com uma leve tendência de diminuição nos últimos anos, ficando abaixo do que estabelece a legislação que é de 6 mg/L.
Gráfico 07 – Comparação das médias de Oxigênio Dissolvido nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
Essa diminuição pode estar relacionada a fatores como aumento da carga orgânica na água, eutrofização, ou mudanças nas condições climáticas e hidrológicas. O oxigênio dissolvido é essencial para a vida aquática, e níveis baixos podem levar à morte de peixes e outros organismos, além de indicar a presença de poluição orgânica ou eutrofização.
DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio)
A DBO é um indicador da quantidade de matéria orgânica na água que pode ser decomposta por microrganismos, consumindo oxigênio dissolvido. Valores elevados de DBO indicam uma maior carga de poluição orgânica, o que pode levar à redução do oxigênio dissolvido e impactar negativamente a vida aquática.
Gráfico 08 – Comparação das médias de DBO nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
O Reservatório 3 Irmãos (TITR02100) geralmente apresentou os maiores níveis de DBO, especialmente em 2015 e 2019, com valores de 3 mg/L, o Rio Tietê (TIET02700) e o Reservatório 3 Irmãos (TITR02800) apresentaram valores mais baixos, geralmente próximos a 2 mg/L e o Rio Tietê (TIET02900) também apresentou valores baixos, com exceção de 2014, quando registrou 2,2 mg/L. O valor aceitável para esse parâmetro é de 3 mg/L, ficando dentro dos padrões que estabelece a resolução.
A partir de 2021, os dados de DBO estão ausentes para todos os pontos de monitoramento. De acordo com o relatório, a variável DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) foi substituída pela variável Carbono Orgânico Total (COT) em 2020. É comum que a substituição de DBO por COT ocorra porque o COT é um parâmetro mais abrangente e pode fornecer uma medida mais precisa da matéria orgânica presente na água, além de ser mais fácil e rápido de analisar em laboratório. O COT inclui tanto a matéria orgânica biodegradável quanto a não biodegradável, enquanto a DBO mede apenas a fração biodegradável.
CARBONO ORGÂNICO TOTAL
Gráfico 09 – Comparação das médias de Carbono Orgânico Total nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
O carbono Orgânico Total (COT) mede a quantidade de matéria orgânica presente na água. Ele pode ter origem natural (como folhas e sedimentos decompostos) ou antrópica (esgoto doméstico, resíduos industriais, etc.). Valores elevados podem indicar poluição orgânica, levando ao aumento da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e afetando a vida aquática.
Os níveis de Carbono Orgânico Total (COT) começaram a ser analisados a partir de 2020. Antes de 2020, o parâmetro utilizado para análise era o DBO. O Rio Tietê (TIET02700) houve uma redução de 6,3 mg/L em 2021 para 5,1 mg/L em 2023, No Reservatório 3 Irmãos (TITR02100), os valores aumentaram de 5,7 mg/L em 2021 e 6,3 mg/L em 2023. Esse aumento pode ser um indicador de uma possível deterioração da qualidade da água devido ao aporte excessivo de matéria orgânica, o que pode estar relacionado a fontes como esgoto doméstico, efluentes industriais ou decomposição de matéria vegetal.
DRSAI IDENTIFICADAS NAS ANÁLISES
ESCHERICHIA COLI
A presença de E. coli é um indicador de contaminação fecal na água, indicando que há lançamento de esgoto sem tratamento adequado. Altas concentrações representam risco sanitário, podendo causar doenças gastrointestinais e infecciosas.
Gráfico 10 – Comparação das médias de Escherichia Coli nos períodos de 2013 a 2023
Fonte: Autoria própria, 2025.
A partir de 2021, houve um aumento nos níveis de E. coli em alguns pontos de monitoramento. No Reservatório 3 Irmãos (TITR02100), os valores subiram de 4,6 UFC/100mL em 2019 para 16 UFC/100mL em 2021 e 19 UFC/100mL em 2022. Os dados de E. coli mostram que a qualidade da água em termos de contaminação fecal varia ao longo dos anos, com picos significativos em alguns locais, como o Reservatório 3 Irmãos (TITR02100). A tendência de aumento nos últimos anos, especialmente a partir de 2021, sugere uma possível deterioração da qualidade da água devido ao aumento da carga de esgoto ou outras fontes de poluição orgânica. Isso reforça a necessidade de medidas urgentes para melhorar o saneamento básico, tratar efluentes domésticos e industriais, e monitorar continuamente a qualidade da água para proteger a saúde pública e os ecossistemas aquáticos. Diante disso, os valores analisados para E. coli estão abaixo de 200 UFC/100 mL em todos os pontos monitorados, ficando dentro dos padrões máximos estabelecidos.
5. CONCLUSÃO
Os dados analisados mostraram que a qualidade da água do rio Tietê e seus reservatórios se deteriorou ao longo dos anos, com aumentos significativos de contaminação orgânica, nutrientes e poluentes. A eutrofização, a redução do oxigénio dissolvido e a contaminação por efluentes domésticos e industriais foram os principais desafios identificados. Estes problemas estão diretamente relacionados com as atividades humanas, tais como a descarga de águas residuais domésticas e industriais, o uso excessivo de fertilizantes agrícolas e a falta de saneamento básico adequado.
Para reverter esta situação, devem ser implementadas medidas de controle da poluição, como tratamento adequado de esgoto, redução do uso de fertilizantes químicos, gestão integrada de bacias hidrográficas e monitoramento contínuo da qualidade da água. As ações preventivas e corretivas são fundamentais para garantir a saúde dos ecossistemas aquáticos, a qualidade da água e o bem-estar das comunidades que dependem destes recursos hídricos.
Os dados analisados indicam uma degradação contínua da qualidade da água do rio Tietê e seus reservatórios ao longo dos anos, com aumentos significativos nos níveis de contaminação orgânica, nutrientes e poluentes. A eutrofização, a diminuição do oxigênio dissolvido e a contaminação por efluentes domésticos e industriais têm sido os principais desafios enfrentados. Essas problemáticas estão intimamente ligadas às atividades humanas, incluindo o descarte inadequado de águas residuais, o uso excessivo de fertilizantes agrícolas e a deficiência no saneamento básico, por isso, esses fatores afetam diretamente não apenas os ecossistemas aquáticos, mas também a saúde das comunidades locais, com riscos de doenças relacionadas à água e impactos econômicos em setores como a pesca e o turismo.
Para reverter ou remediar essa situação, é imprescindível a implementação de medidas eficazes de controle da poluição, como o tratamento adequado de esgoto, a redução no uso de fertilizantes químicos, a gestão integrada das bacias hidrográficas e o monitoramento contínuo da qualidade da água. Além disso, é fundamental fortalecer as políticas públicas ambientais e envolver a educação ambiental para sensibilizar a população e os setores produtivos. As ações preventivas e corretivas devem ser adotadas de forma coordenada, pois somente com a participação ativa de todos os atores sociais será possível garantir a preservação dos ecossistemas aquáticos, a melhoria da qualidade da água e o bem-estar das comunidades que dependem desses recursos hídricos.
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1Currículo Discente do Curso Superior de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Oeste do Pará Campus Santarém e-mail: dan.siqueira09@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Oeste do Pará Campus Santarém e-mail: viniciusdavi.va900@gmail.com
3Docente do Curso Superior de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Oeste do Pará. Pós-doutorado na Universidade Federal do Pará em Engenharia Química (PPGEQ/UFPA). e-mail: lucinewton.moura@ufopa.edu.br