“ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À CORROSÃO DA LIGA TERNÁRIA AL-6CU-3SI”

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7830037


Kaê Duarte Gonçalves
Profª. D. SC. Tania Maria Cavalcanti Nogueira


RESUMO 

Segundo a literatura a ser apresentada, a diferença entre os mecanismos de corrosão  das ligas binárias Al-Cu e Al-Si, torna possível a variação do mecanismo de resistência à  corrosão das ligas ternárias Al-Cu-Si, devido o fenômeno da macrossegregação do Cu. O  presente projeto avaliará essa afirmação por meio da análise de composições químicas e da  determinação da densidade de corrente de corrosão de superfícies de corpos de prova  retirados ao longo de amostra da liga ternária Al-6Cu-3Si e Al-6Cu-1Si. 

Palavras-chave: Al-Cu; Al-Si; Al-6Cu-3Si; Al-Cu-Si; Al-6Cu-1Si; macrossegregação inversa;  mecanismo resistência à corrosão.

ABSTRACT 

According to the literature, the difference between the corrosion’s resistance mechanism present on the binaries, Al-Cu and Al-Si alloys, provides its variation as the micro  structural development of the ternaries Al-Cu-Si alloys, due to the copper‘s macro segregation. This project is going to value the affirmative above, analyzing the chemical compositions and  corrosion’s current densities of the surfaces along the sample of the ternary Al-6Cu-3Si and Al 6Cu-1Si alloys. 

Keywords: Al-Cu; Al-Si; Al-6Cu-3Si; Al-Cu-Si; Al-3Cu-1Si; inverse macrosegregation; corrosion’s resistance mechanism.

  1. INTRODUÇÃO 

Como objetivo do projeto, avaliamos o comportamento frente à corrosão de da liga  ternária de Al6Cu3Si e Al6Cu1Si, própria para a fundição em meio, é claro, a uma série de  restrições – parâmetros a serem detalhados na revisão bibliográfica – que tornará a análise,  passível de comparação com os resultados obtidos na literatura, sem deixar de discutir  qualquer não conformidade com o esperado. 

  1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

2.1. Fundamentos da Corrosão  

O termo corrosão era usado, até pouco tempo, para descrever um determinado tipo de  deterioração dos metais, não se aplicando a materiais não metálicos, conforme explica o Prof.  H. H. Uhlig, um dos pioneiros americanos do estudo da corrosão, no Departamento de  Metalurgia do Instituto Tecnológico de Massachusetts (M.I.T.) [1]. 

Entretanto, na conceituação mais moderna, entende-se por corrosão a deterioração  dos materiais pela ação química ou eletroquímica do meio ambiente associada ou não a  esforços mecânicos. Expresso dessa forma, o conceito abrange materiais metálicos e não  metálicos [1]. 

Em geral, nos processos de corrosão, os metais reagem com os elementos não  metálicos presentes no meio, particularmente o oxigênio e o enxofre, produzindo compostos  semelhantes aos encontrados na natureza, dos quais foram extraídos. Conclui-se, portanto,  que nestes casos, a corrosão corresponde ao inverso dos processos metalúrgicos. Com  exceção dos metais nobres, ouro, platina, prata, mercúrio e cobre que existem no estado  combinado, ou seja, na forma de minerais ou minérios – forma termodinamicamente mais  estável [1]. 

2.1.1. Tipos de corrosão segundo a forma de desgaste 

A forma de desgaste é muito importante nos processos corrosivos, deste modo é  comum caracterizar processos corrosivos sem uma causa característica, mas pela própria  morfologia da perda de material [2]. 

Os principais processos corrosivos associados à forma de desgaste são: a  corrosão uniforme ou generalizada, a corrosão localizada alveolar e a corrosão por pites [2]. 

2.1.1.1. Corrosão uniforme 

Consiste no ataque de toda a superfície metálica em contato com o meio corrosivo  de maneira aproximadamente uniforme, o que não significa que possa ser negligenciada, pois pode levar o equipamento ou instalação a falhas significativas [2]. 

Esse tipo de corrosão ocorre em geral devido a micropilhas de ação local e é,  provavelmente, o mais comum dos tipos de corrosão, principalmente nos processos corrosivos  de estruturas expostas à atmosfera e outros meios que ensejam uma ação uniforme sobre a  superfície metálica [2].

2.1.1.2. Corrosão localizada 

Caracteriza-se pelo desgaste em pontos ou regiões determinadas, enquanto outras não  apresentam desgaste ou mostram um desgaste muito pouco pronunciado [2]. 

2.1.1.2.1. Corrosão alveolar 

É uma forma de corrosão localizada que consiste na formação de cavidades de pouca  profundidade. Ocorre em determinados pontos da superfície, enquanto o restante apresenta  pouco desgaste. É característica de materiais heterogêneos ou de meios que apresentam heterogeneidade. Pode ser acelerada por frestas e outros fatores geradores de  heterogeneidades como cordão de solda, acúmulo de água e etc. [2]. 

2.1.1.2.2. Corrosão por pites  

É uma forma de corrosão localizada que consiste na formação de cavidades de  pequena extensão e razoável profundidade. Ocorre também em determinados pontos da  superfície, enquanto o restante pode permanecer praticamente não atacado. Característica dos  materiais metálicos formadores de películas protetoras, passiváveis, resulta de modo geral, da  atuação da pilha ativa / passiva nos pontos os quais a camada passiva é rompida [2]. 

Esse tipo de corrosão é de mais difícil acompanhamento quando no interior de  equipamentos e instalações, uma vez que o controle da perda de espessura não caracteriza o  desgaste verificado [2]. 

Nos materiais passiváveis, a quebra da passividade ocorre, em geral, pela ação  dos chamados íons halogenetos (Cl , Br , I , F ) e esta dissolução localizada da película gera  uma área ativa que, diante do restante passivado, provoca uma corrosão muito intensa e  localizada. Uma grandeza importante neste caso é o potencial de formação dos pites, ou seja,  o potencial em que haja a quebra da passividade [2]. 

Outro aspecto importante é o mecanismo de formação dos pites, já que a falha se  inicia em um ponto de fragilidade da película passivadora. Resulta daí que a pequena área  ativa formada diante de uma grande área catódica provoca a corrosão intensa e localizada [2]. 

2.2. Fundamentos da Eletroquímica 

Do ponto de vista químico, oxidação é quando um elemento perde ou doa elétrons para  outro elemento. Ao processo inverso dá-se o nome de redução. Assim um elemento A se oxida  doando elétrons a outro elemento B e age como redutor deste. O elemento B se reduz pelo  ganho de elétrons oriundos de A e age como um oxidante deste [4]. 

Sendo A e B metais, imergindo A em uma solução condutora surge uma diferença de  potencial de natureza elétrica e química, isto é, uma diferença de potencial eletroquímico. Se B  for inserido, este formará uma diferença de potencial eletroquímico com o meio diferente do  formado com A. Colocando-os em contato elétrico dar-se-á uma diferença entre seus  potenciais e os elétrons irão fluir do metal com potencial de redução mais negativo, para o  potencial de redução mais positivo [4].

A partir da descrição acima temos a célula galvânica. O metal que fornece elétrons é o  eletrodo negativo, chamado ânodo, onde ocorrem as reações de oxidação. Conforme o metal  libera os elétrons ele se oxida e forma cátions que são liberados na solução. O metal que  recebe os elétrons é o eletrodo positivo, chamado cátodo, onde ocorrem as reações de  redução. [4]. 

Para melhor classificar a tendência de um elemento em se reduzir com relação a outro  foi criada a tabela de potenciais de eletrodo padrão, que referencia o potencial necessário para  um material se reduzir ou se oxidar com relação ao eletrodo padrão de hidrogênio, definido  como potencial zero [4]. 

Assim, o potencial de eletrodo padrão de um elemento é a diferença de potencial  expressa entre o elemento e uma solução de 1 mol/L de seus íons em relação ao eletrodo  padrão de hidrogênio, porém os meios aos quais um metal é exposto são variados e seu  potencial efetivo será diferente dos encontrados nas tabelas , potencial de corrosão [4]. 

Um eletrodo de hidrogênio consiste de um eletrodo de platina imerso em uma solução  de íons hidrogênio na qual o hidrogênio gasoso a uma atmosfera é borbulhado. Devido à  dificuldade de confecção e uso do eletrodo de hidrogênio, outros eletrodos de referência, como  o eletrodo de calomelano, são frequentemente preferidos na prática e os potenciais de  equilíbrio medidos com a ajuda desses eletrodos de referência podem ser facilmente  convertidos para a escala de hidrogênio (caso seja requerido) [1]. 

2.2.1. Polarização 

Polarização é a modificação do potencial de um eletrodo devido a variações de  concentração, sobrevoltagem de um gás ou variação de resistência ôhmica (mecanismos que  controlam as reações eletroquímicas) [2]. 

Quando as reações de corrosão são controladas predominantemente por polarização  nas áreas anódicas, diz-se que a reação é controlada anódicamente e que o eletrodo está  sob efeito de uma polarização anódica. Da mesma forma, quando as reações de corrosão  são controladas predominantemente por polarização nas áreas catódicas, diz-se que a reação  é controlada catodicamente e que o eletrodo está sob efeito de uma polarização catódica e  quando ela é controlada pelo aumento da resistência de contato das áreas anódicas e  catódicas, diz-se que a reação é controlada ohmicamente. De um modo geral tem-se um  controle misto das reações de corrosão [2]. 

2.2.1.1. Tipos de polarização 

2.2.1.1.1. Polarização ôhmica 

Consequência da resistência elétrica oferecida pela presença de uma película de  produtos sobre a superfície do eletrodo, a qual diminui o fluxo de elétrons para a interface,  onde se dão as reações com o meio [3].

2.2.1.1.2. Polarização por Concentração 

É causada pelo retardamento das reações ou de fases das reações na superfície  anódica e da rarefação de H2 sobre a superfície catódica. Logo, a velocidade de difusão dos  ânions para longe do ânodo é menor do que a velocidade com que os elétrons advindos do  cátodo chegam à superfície anódica, o que acarreta a mudança de potencial [3]. 

Caso o eletrólito possua movimentação, ambas as situações têm pouca probabilidade  de acontecer [3]. 

2.2.1.1.3. Polarização por Ativação 

Este tipo de polarização ocorre devido à sobrevoltagem de gases no entorno dos  eletrodos. Os casos mais importantes no estudo são aqueles em que há liberação de H2 no  entorno do cátodo ou de O2 no entorno do ânodo [2]. 

A liberação de H2 no entorno do cátodo é denominada polarização catódica e assume  particular importância como fator de controle dos processos corrosivos [2]. 

Em eletrólitos pouco aerados, o H2liberado e absorvido na área catódica provoca uma  sobretensão ou sobrevoltagem de hidrogênio capaz de reduzir sensivelmente a agressividade  do meio, podendo-se considerar por esse fato a corrosão do aço como desprezível na  presença de água doce ou salgada, totalmente desaerada [2]. 

2.2.2. Curvas de polarização 

Quando em uma célula galvânica dois metais são expostos em contato elétrico,  estabelece-se uma diferença de potencial inicial, igual à diferença entre os potenciais iniciais de corrosão dos metais individuais. Com o passar do tempo o potencial do cátodo diminui e o  potencial do ânodo aumenta até se encontrarem em um determinado potencial, o potencial de  corrosão da célula. A corrente que circula também pode variar até um valor máximo chamado  corrente de corrosão. Esse comportamento pode ser obtido através do levantamento de curvas  de polarização, se utilizando um potenciostato ajustado para os seguintes métodos [4]. 

2.2.2.1. Método galvanostático  

Método de obtenção das curvas de polarização que utiliza a corrente como a variável  de controle que circula no sistema. A variação da corrente é procedida por meio de uma  resistência variável acoplada ao circuito. [2]. 

2.2.2.2. Método potenciostático 

No método potenciostático a variante é o potencial aplicado ao corpo de prova, que  pode ser variado tanto no sentido anódico como no catódico (potencial do metal com relação  ao eletrodo de referência) e cada valor de potencial imposto ao sistema demanda certa  corrente a ser suprida pelo próprio potenciostato. [2]. 

2.2.3. Equação de Butler-Volmer e Equação de Tafel  

No estudo da cinética eletroquímica, a equação geral que relaciona a densidade de  corrente resultante i com o sobrepotencial aplicado ɳ – é a equação de Butler-Volmer, válida  apenas dentro dos limites do mecanismo de polarização por ativação (trabalha-se com a  hipótese de que a velocidade do processo é determinada por uma barreira energética de  ativação) [5]. 

Na qual: 

i – Densidade de corrente ( A.cm-2 ); 
i0 – Densidade de corrente de troca ( A.cm-2 ); 
α – Coeficiente de transferência; 
z – Número de elétrons; 
F – Constante de Faraday ( 96487 C ); 
ɳ – Sobrepotencial ( V ); 
R – Constante universal dos gases perfeitos ( 8,314 J.mol-1. K-1 ); 
T – Temperatura absoluta ( K ). 

A equação de Butler-Volmer ainda pode ser simplificada para módulos de  sobrepotencial maiores que 0,118 V/n, a partir do qual em uma polarização anódica, o termo  referente à densidade de corrente catódica é desprezível e em uma polarização catódica o  termo referente à densidade de corrente anódica é desprezível [5]. 

n- número de elétrons envolvidos na reação. 

A essa equação simplificada dá-se o nome de equação de Tafel e ainda pode ser  modificada para a sua equiparação com uma equação do primeiro grau ɳ = a + blog |i| [5]

.Figura 1. Gráfico representativo da curva de polarização anódica (azul) e catódica (preta) [4].  

Ao ser traçada a relação entre os potenciais aplicados ao material, pelo potenciostato,  e as densidades de corrente correspondentes, obtém-se a curva de polarização, na qual se  pode retirar o potencial de corrosão (potencial para o qual a densidade de corrente é nula) e  em posse dessa informação, com a transformação da curva de polarização, de E x i para E x  Log|i|, determinar a densidade de corrente de corrosão [5]. 

2.3. Ligas de interesse 

2.3.1. Liga Alumínio-Cobre  

São ligas de alta resistência mecânica, boa resistência à corrosão (contudo, limitada se  comparada às demais ligas de Al) e alta fundibilidade, o que as torna de grande  aproveitamento nas fundições [6]. 

Algumas das maiores aplicações das ligas de Al-Cu são pistões, hélices de aviões,  rebites, peças forjadas para estrutura em geral, parafusos e cabeçotes de motores [7].

Figura 2. Diagrama Al-Cu 

Fase α: Corresponde a uma solução sólida primária substitucional, CFC, macia e dúctil, na qual  o teor máximo de Cu é de 5,65% a 548°C. Na temperatura ambiente a solubilidade do Cu é  inferior a 0,25% [7]. 

Fase Θ: corresponde ao composto CuAl2 [7]. 

As principais ligas de Al e Cu são as que contêm entre 6 e 8% de Cu, utilizadas em  fundição e as que contém até 4 % de Cu, utilizadas tanto para fundição como raramente para  serem trabalhadas. [8]. 

Quanto à corrosão, uma microestrutura refinada hipoeutética é mais resistente devido  maior homogeneidade na distribuição de CuAl2 (responsável pelo aumento da resistência  mecânica, porém funciona como catodo frente à matriz rica em alumínio, aumentando a  susceptibilidade à pites de corrosão). 

2.3.2. Liga Alumínio-Silício 

São as ligas binárias mais importantes depois das ligas de Al-Cu. Possuem baixa  densidade, baixo coeficiente de expansão térmica e pouca contração de solidificação. Além  disso, apresentam boa resistência à corrosão, elevadas condutibilidades elétrica e térmica e  boa fundibilidade [7].

Figura 3. Diagrama Al-Si 

As fases envolvidas no sistema Al-Si são: 

α – CFC, macia e dúctil, rica em alumínio. 
β – Estrutura cúbica tipo diamante, muito dura e frágil, rica em silício. 

Na temperatura ambiente, em condições de resfriamento muito lento, as ligas Al-Si são  constituídas de Al e Si praticamente puros [7]. 

Normalmente as ligas Al-Si são utilizadas como peças fundidas – Ligas com teor de Si  variando, geralmente, entre 8 a 12% [7]. 

As vantagens em se trabalhar com ligas de maiores teores de Si são que a resistência  e o alongamento são aumentados. Todavia, à medida que o teor de Si cresce, sua usinagem  torna-se mais difícil, devido à presença do constituinte [6]. 

Quanto à corrosão, é favorecida por microestrutura hipoeutética na qual exista  coerência entre a matriz α, rica em alumínio, e as partículas de Si, garantam maior quantidade  da fase rica em Si, mistura eutética, de crescimento suave e facetado, em detrimento da fase  rica em alumínio, α, de superfície grosseira, áspera e contornos não muito bem conformados que favorecem a ação corrosiva [10]. 

2.3.3. Liga Alumínio-Cobre-Silício 

São ligas para fundição, possuindo excelente moldabilidade, boa estanqueidade (ideal  para fundir peças que devam resistir à pressão) e melhores propriedades mecânicas que as  ligas binárias simples e boa resistência à corrosão [6]. 

O sistema de ligas Al-Cu-Si é amplamente utilizado, tanto na indústria automobilística  quanto aeronáutica, principalmente como materiais estruturais leves ou também como  pequenos conectores em sistemas microeletrônicos [10].

A análise da corrosão do sistema ternário mencionado acima não é facilmente  encontrada na literatura, contudo sabe-se que a corrosão não será só dependente da  composição química como também da microestrutura encontrada nessas ligas [10]. 

 Figura 4. Constituintes das ligas ternárias Al-Cu-Si [10]. 

Dendritas (α) – Rica em Al 
Região interdendrítica – α’ + Si + CuAl2 
α’ – Rica em Al 

2.4. Literatura base 

A diferença no mecanismo de resistência à corrosão das ligas binárias: Al-Cu e Al-Si torna interessante o estudo do mecanismo de resistência à corrosão presente nas ligas  ternárias Al-Cu-Si, devido à sua possível variação, conforme o desenvolvimento microestrutural  da liga fundida [10]. 

Foi encontrado, em solidificação direcional, que a porcentagem de silício e cobre,  conforme a posição da amostra fundida estudada variou segundo fenômeno de  macrossegregação inversa de Cu e Si, do Cu principalmente – Maiores porcentagens desses elementos na região primeiramente solidificada – E que, como consequência, variou-se o  mecanismo de resistência à corrosão no sistema [10]. 

Para a região resfriada mais rapidamente, região cujo predomínio foi da  macrossegregação inversa de cobre, o elemento teria servido como força motriz ao decréscimo  da resistência à corrosão em direção a estruturas mais grosseiras até que sua quantidade se  reduziu o suficiente para a influência do Si fosse predominante e o mecanismo de resistência à  corrosão fosse o mesmo presente nas ligas binárias Al-Si [10].

2.4.1. Solidificação direcional 

Em uma solidificação direcional, o recipiente ou molde a receber o material fundido é  desenhado de maneira que o calor seja extraído somente pela base resfriada com água,  promovendo uma solidificação em direção vertical [10]. 

2.4.2. Macrossegregação inversa 

Em alguns casos, particularmente nas ligas com grande intervalo de solidificação, o  líquido presente entre as dendritas é bombeado para trás da frente de solidificação. Portanto a  concentração de soluto diminui da periferia para o centro da peça. Há casos em que o líquido  (rico em impurezas) chega a sair pelas paredes da peça (a peça “transpira”), sendo tal  fenômeno denominado exsudação [10]. 

2.5. Microscopia eletrônica de Varredura (MEV) 

O microscópio eletrônico de varredura é um equipamento capaz de produzir imagens  de alta ampliação (até 300.000x) e alta resolução. As imagens fornecidas pelo MEV possuem  um caráter virtual, pois o que é visualizado no monitor do aparelho é a transcodificação da  energia emitida pelos elétrons, ao contrário da radiação de luz a qual estamos habitualmente  acostumados [9]. 

Basicamente o MEV pode ser subdividido em duas partes principais: a coluna e a  câmara de amostras [9]. 

A coluna é mantida sob vácuo inferior a 10-4 Torr, contém em sua porção superior um  canhão de elétrons e, abaixo deste, lentes magnéticas para a focalização de um fino feixe de  elétrons sobre a amostra. A quantidade de corrente no feixe de elétrons incidente sobre a  amostra determina a intensidade dos sinais a serem emitidos, a qual, por sua vez, é  diretamente proporcional ao diâmetro do feixe, implicando no ajuste dos controles do  microscópio para a otimização da condição de operação desejada: alta resolução (feixe de 3 a  10 nm de diâmetro), elevada profundidade de foco ou microanálise (feixe de 0,2 a 1 μm de  diâmetro). A fonte mais usual de elétrons corresponde à emissão termo-iônica gerada a partir  de um filamento de tungstênio aquecido a 2700 K e mantido em um potencial negativo de 5 a  40 kV. Alternativamente, pode-se recorrer a um filamento de LaB6 que fornece uma maior  densidade de corrente, em temperatura inferior à do tungstênio (1800 K). Além de um brilho de  5 a 10 vezes superior e vida útil substancialmente maior, cerca de 700 a 100 horas, contra 20 a  50 horas do filamento de tungstênio. [9]. 

A câmara de amostras conta com diferentes tipos de detectores para captar os sinais  gerados na interação elétrons-amostra e um suporte, motorizado ou não, que possibilita a  movimentação das amostras em três eixos (x.y e z), além de rotação e inclinação lateral. Duas  concepções construtivas são adotadas no que se refere às condições de vácuo: alto vácuo  equivalente àquele existente na coluna, e baixo vácuo (10-2 Torr); esta última necessitando o  emprego de um detector especial para a coleta de imagens de topografia [9].

2.6. Espectroscopia por energia dispersiva de raios X (EDS) 

É um acessório essencial no estudo de caracterização microscópica de materiais.  Quando o feixe de elétrons incide sobre um mineral, os elétrons mais externos dos átomos e os  íons constituintes são excitados, mudando de níveis energéticos. Ao retornarem para sua  posição inicial, liberam a energia adquirida a qual é emitida em comprimento de onda no  espectro de raios-x. Um detector instalado na câmara de vácuo do MEV mede a energia  associada a esse elétron. Como os elétrons de um determinado átomo possuem energias  distintas, é possível, no ponto de incidência do feixe, determinar quais os elementos químicos  se fazem presentes naquele local e assim identificar a composição química do que está  sendo observado [9]. 

  1. MATERIAIS E MÉTODOS 

3.1. A preparação da amostra e dos corpos de prova 

▪ Metais comercialmente puros – Al (99,72 wt%), Cu (99,92 wt%) e Si (99,68 wt%)  ▪ Lixas d’água para metais NORTON 

Abrasivo: Carbureto de Silício 

Granulometrias: 200, 400, 600, 800, 1000 e 1200 mesh 

▪ Panos para polimento de não ferrosos 

▪ Pasta de diamante de 6, 3 e 1 μm 

A amostra da liga fundida de interesse utilizada no projeto foi obtida a partir de metais  comercialmente puros em suas devidas proporções, através de solidificação direcional imposta  por resfriamento rápido com água. 

O molde, recipiente onde foi vazado o material fundido, possuía diâmetro de 50 mm,  comprimento de 110 mm e espessura da parede lateral e do fundo de 3 mm. Os materiais da  lateral e do fundo do recipiente eram, respectivamente, aço inoxidável revestido com alumina  para minimizar a perda de calor radial e aço ao carbono para separar fisicamente o fluido  refrigerante do fluido refrigerado. 

Cada amostra foi dividida em 11 corpos de prova de 10 mm de espessura com auxílio  de máquina de corte refrigerada à água para que não houvesse modificação microestrutural  por inconveniente aumento de temperatura. 

As superfícies das quais foram concebidas as curvas de polarização foram preparadas  com lixamento em sequência granulométrica até 600 mesh.  

Para a análise da composição química procedeu-se lixamento em sequência  granulométrica até 1200 mesh, seguido de polimento com pasta de diamante de 6 μm, 3 μm e  1 μm.

3.2. A obtenção das composições químicas 

▪ Microscópio eletrônico de varredura EVO MA10 da Carl Zeiss 

▪ Espectrômetro por energia dispersiva  

Vide 2.6. 

Maiores detalhes não serão abordados, pois os procedimentos não foram executados, mas  fornecidos ao projeto. 

3.3. A obtenção das curvas de polarização 

▪ Corpos de prova da liga ternária Al-6Cu-3Si (Eletrodos de Trabalho) 

▪ NaCl – Proveniente da empresa ISOFAR, indústria e comércio de produtos químicos Ltda.  Massa molar de NaCl – 58,44g/mol 

▪ Água do tipo Millipore filtrada por aparelho Direct-Q UV3. 

▪ Balança de precisão da empresa Marte balanças e equipamentos  carga mínima = 0,02g. 

▪ Potenciostato – Marca EG & G Princeton modelo 273ª 

▪ Eletrodo de referência – Eletrodo de calomelano saturado 

▪ Contra eletrodo – eletrodo de platina 

Como ainda não foi mencionado: Tem a função de receber a corrente no lugar do  eletrodo de referência de modo que embora o eletrodo de referência seja mais resistente à  polarização, se elimina completamente a possibilidade dessa ocorrência indesejável que  resultaria em leituras de potencial equivocadas. 

▪ Célula eletrolítica 

Material: Acrílico 

Tampa para apoio de eletrodos 

Vedação de laterais: Cola Super Bonder e reforço com silicone. 

Vedação Célula/Amostra: Placa de apoio e pressionamento com parafusos, borboletas e  oring. 

Área restrita pelo oring: 1,16 cm² 

  Figura 5. Fotografia da célula eletrolítica utilizada no projeto. 

Para a análise do comportamento eletroquímico, a curva de polarização referente a  cada superfície dos corpos de prova foi determinada em solução de NaCl 0,5 Molar, pH  neutro e à temperatura de aproximadamente 25 °C.  

Utilizou-se potenciostato em método potenciostático. As alterações elétricas  provocadas foram interpretadas e enviadas para armazenamento pelo dispositivo Spider8 600  HZ no software Catman. Os dados armazenados, valores de corrente e voltagem, foram  convertidos adequadamente para a construção das retas de Tafel, das quais foram retirados os  valores dos potenciais e correntes de corrosão com o auxílio do programa Origin 8.0.  

A velocidade de varredura de potencial imposta pelo potenciostato foi de 1mV s-1 e as  faixas de potenciais anódicos impostos poderão ser identificadas para cada amostra conforme  os gráficos apresentados no tópico resultados e discussões.

  1. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

4.1. Resultados 

4.1.1. Curvas de polarização 

Nas curvas de polarização se encontram os potenciais de corrosão (potenciais  para i = 0μA/cm²), porém para os cálculos das densidades de corrente de corrosão, os  potenciais foram retirados diretamente das coordenadas (E,I), fornecidas pelo programa  Catman – maior precisão. 

4.1.1.1. Superfícies da liga Al-6Cu-3Si

Figura 6. Curvas de polarização das superfícies P1; A1; P2; A2. – Al6Cu3Si.

Figura 7. Curvas de polarização das superfícies P3; A3; P4; A4; P5; A5. – Al6Cu3Si

Figura 8. Curvas de polarização das superfícies P6; A6; P7; A7; P8; A8. – Al6Cu3Si

Figura 9. Curvas de polarização das superfícies P9; A9; P10; A10. – Al6Cu3Si

  

4.1.1.2. Superfícies da liga Al-6Cu-1Si 

Figura 10. Curvas de polarização das superfícies P2; A2; P4; A4; P5; A5 – Al6Cu1Si

Tabela 2. Tabela dos potenciais de corrosão das superfícies dos corpos de prova da liga  Al6Cu1SI.

Ecorr ( V )
Al6Cu1Si P2 A2 P4 A4 P5 A5
-0,64243 -0,67104 -0,67038 -0,67197 -0,69503 -0,69384

4.1.2. Determinação das retas de Tafel 

4.1.2.1. Superfícies da liga Al-6Cu-3Si 

Figura 11. Curvas para obtenção das retas de Tafel P1; A1. – Al6Cu3Si 

Equação da reta de Tafel da superfície P1 
E( V )=-0,61099 + 0,02353*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99785 

Equação da reta de Tafel da superfície A1 
E( V )=-0,63585 + 0,01911*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,98314 ]

Figura 12. Curvas para obtenção das retas de Tafel P2; A2. – Al6Cu3Si. 

Equação da reta de Tafel da superfície P2 
E( V )=-0,62586 + 0,02359*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99581 

Equação da reta de Tafel da superfície A2 
E( V )=-0,62359 + 0,02356*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99410 

Figura 13. Curvas para obtenção das retas de Tafel P3; A3. – Al6Cu3Si. 

Equação da reta de Tafel da superfície P3 
E( V )=-0,60429 + 0,02962*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,9889 

Equação da reta de Tafel da superfície A3 
E( V )=-0,62983 + 0,02141*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99324 

Figura 14. Curvas para obtenção das retas de Tafel P4; A4. – Al6Cu3Si.  

Equação da reta de Tafel da superfície P4 
E( V )=-0,60465 + 0,02424*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,98880 

Equação da reta de Tafel da superfície A4 
E( V )=-0,62621 + 0,02796*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99146 

Figura 15. Curvas para obtenção das retas de Tafel P5; A5. – Al6Cu3Si. 

Equação da reta de Tafel da superfície P5 
E( V )=-0,63059 + 0,02475*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99917 

Equação da reta de Tafel da superfície A5 
E( V )=-0,60895 + 0,02518*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99225 

Figura 16. Curvas para obtenção das retas de Tafel P6; A6. – Al6Cu3Si. 

Equação da reta de Tafel da superfície P6 
E( V )=-0,60688 + 0,0294*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99493 

Equação da reta de Tafel da superfície A6 
E( V )=-0,60733 + 0,02945*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99895 

Figura 17. Curvas para obtenção das retas de Tafel P7; A7. – Al6Cu3Si. 

Equação da reta de Tafel da superfície P7 
E( V )=-0,60889 + 0,03573*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99589 

Equação da reta de Tafel da superfície A7 
E( V )=-0,60032 + 0,02514*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99265 

Figura 18. Curvas para obtenção das retas de Tafel P8; A8. – Al6Cu3Si. 

Equação da reta de Tafel da superfície P8 
E ( V ) = -0,59641 + 0,03463*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99818 

Equação da reta de Tafel da superfície A8 
E ( V ) = -0,61806 + 0,02714*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99671 

Figura 19. Curvas para obtenção das retas de Tafel P9; A9. – Al6Cu3Si. 

Equação da reta de Tafel da superfície P9 
E ( V ) = -0,58924 + 0,03779*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99794 

Equação da reta de Tafel da superfície A9 
E ( V ) = -0,60017 + 0,03692*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99879 

Figura 20. Curvas para obtenção das retas de Tafel P10; A10. – Al6Cu3Si. 

Equação da reta de Tafel da superfície P10 
E ( V ) = -0,59974 + 0,02921*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99675 

Equação da reta de Tafel da superfície A10 
E ( V ) = -0,61193 + 0,03937*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99656 

4.1.2.1. Superfícies da liga Al-6Cu-1Si 

Figura 21. Curvas para obtenção das retas de Tafel P2; A2. – Al6Cu1Si 

Equação da reta de Tafel da superfície P2 
E ( V ) = -0,59160 + 0,02237*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,98353 

Equação da reta de Tafel da superfície A2 
E ( V ) = -0,60227 + 0,02801*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99342

Figura 22. Curvas para obtenção das retas de Tafel P4; A4. – Al6Cu1Si 

Equação da reta de Tafel da superfície P4 
E ( V ) = -0,60676 + 0,0180*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99512 

Equação da reta de Tafel da superfície A4 
E ( V ) = -0,60229 + 0,02622*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,98993

Figura 23. Curvas para obtenção das retas de Tafel P5; A5. – Al6Cu1Si 

Equação da reta de Tafel da superfície P5 
E ( V ) = -0,60809 + 0,02287*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99584 

Equação da reta de Tafel da superfície A5 
E ( V ) = -0,61021 + 0,03667*Log |i| 
Coeficiente de correlação = 0,99776

4.2. Discussões 

4.2.1. Densidade de corrente de corrosão 

Tabela 3. Tabela das densidades de corrente das superfícies dos corpos de provas da liga de interesse. 

 

4.2.2. Composições químicas 

Tabela 4. Tabela de composição química das superfícies dos corpos de prova das ligas de interesse.

1. Entre as seções transversais P1 e A1 (destaque em verde na tabela 4): Verifica-se a  macrossegregação inversa do cobre em ambas as ligas e do silício na liga Al6Cu1Si. 

2. Entre os trechos P1, A1 e P2 (destaque em rosa na tabela 4): 

Confirma-se a influência da macrossegregação inversa no mecanismo de resistência  à corrosão da liga Al6Cu3Si com Cu/Si variando de 2,8019 em P1 para 2,1986 em P2. 

O mecanismo de resistência à corrosão passou do típico para as ligas Al-Cu para o  das ligas Al-Si. Portanto, a mínima resistência à corrosão foi atingida entre P1 e A1; 

Com a manutenção da relação Cu/Si de A1 para P2, a diminuição da densidade de corrente de corrosão encontrada em P2 se deve à sua microestrutura grosseira devido a uma  taxa de resfriamento mais lenta em relação ao de A1 (mesmo mecanismo de resistência à  corrosão das ligas binárias de Al-Si). 

O corpo de prova de superfícies P1 e A1 liga Al6Cu1Si não foi fornecido, porém ficou  evidente o aumento da resistência à corrosão das superfícies seguintes, com exceção de A5  devido à introdução da variável porosidade. 

Ainda que faltam alguns corpos de prova, percebe-se que o mecanismo de  resistência à corrosão de toda a amostra da liga Al6Cu1Si permanece igual ao das ligas  binárias de Al-Si, devido aos menores valores para a razão Cu/Si. 

3. A partir dos trechos A2 e P3 da amostra de Al6Cu3Si (destaque em cinza na tabela 3)  e de A5 da amostra de Al6Cu1Si: Além de perceptível nos resultados de densidade de corrente  de corrosão, a porosidade é macroscopicamente perceptível a partir de P3 para a amostra da  liga Al6Cu3Si e de A5 para a amostra da liga Al6Cu1Si. 

4. Em Azul e cinza na tabela 3, observa-se a grande influência da porosidade na  resistência à corrosão da liga, devido à menor área de contato para uma mesma intensidade  de corrente. Constata-se a variação de densidade de corrente devido à porosidade dos corpos  de prova que demoraram mais para se solidificarem. Maior porosidade gera maior densidade  de corrente e é possível que esta porosidade seja advinda de aprisionamento gasoso durante o  processo de solidificação. 

5. Ao introduzir a variável porosidade, a análise das variações de densidade de corrente  se tornou mais complexa. Existiram regiões nas quais o ganho em resistência à corrosão  devido à microestrutura mais robusta se sobrepôs à perda na resistência devido ao aumento de  porosidade (exemplo, de P6 para A6 – Liga Al6Cu3Si) e regiões nas quais o ganho em  resistência à corrosão por causa do “engrossamento” microestrutural não compensou o  aumento de porosidade (exemplo, de A2 para P3 – Liga Al6Cu3Si). 

Figura 24. Visualização macroscópica de porosidade a partir de P3/direita – Al6Cu3Si  (à esquerda A2 sem apresentar poros). 

Figura 25. Aumento da porosidade a amostra de Al6Cu3Si-superfícies A2, A5 e A9

  1. CONCLUSÕES  

1. Confirmou-se a ocorrência do fenômeno de macrossegregação inversa para ambas as  ligas. 

2. A variação do mecanismo de resistência à corrosão ocorreu apenas ao longo da amostra  da liga ternária Al-6Cu-3Si. 

3. Constatou-se a existência de regiões nas quais a variável porosidade se superpõe e outras  nas quais ela foi sobreposta pelo engrossar da microestrutura.  

4. Com os dados obtidos não foi possível determinar a razão pela qual a liga Al6Cu3Si  apresentou região na qual seu mecanismo de resistência à corrosão é igual ao das ligas  binárias Al-Cu enquanto que a liga Al6Cu1Si foi inteiramente comandada pelo mecanismo  de resistência à corrosão das ligas binárias Al-Si. 

  1. SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS 

Correlacionar os resultados obtidos com análise microestrutural das amostras a fim de: 

1. Entender o porquê da liga Al6Cu3Si apresentarem região cujo mecanismo de resistência à  corrosão é igual ao presente nas ligas binárias Al-Cu, se a liga Al6Cu1Si que  aparentemente deveria ser menos influenciada pelo Si foi inteiramente comandada  pelo mecanismo de resistência à corrosão das ligas binárias Al-Si. 

2. Verificar se para um mesmo espaçamento interdendrítico médio, a liga Al6Cu1Si  apresenta menor resistência à corrosão que a liga Al6Cu1Si em resposta a uma maior quantidade de elementos de liga.

  1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

[1]. GENTIL, V., Corrosão, 2a Ed., LTC S.A., 1996. 

[2]. NUNES, L. P., Fundamentos de Resistência à Corrosão, Editora Interciência, 2007 

[3]. DUTRA, A. C. & NUNES, P. L., Proteção Catódica. Técnica de combate à Corrosão, Editora  McKlausen, 1987. 

[4]. LUCENA, M. P. P., Trabalho de conclusão de curso – Estudo de parâmetros de processo de  pregos comuns visando melhor resistência à corrosão, UFRGS, dezembro de 2010. 

[5]. DIAS, CRISTIANE., Dissertação de mestrado em ciências na área de reatores nucleares de  potência e tecnologia do combustível nuclear, IPEN CNEN-SP, 2002. 

[6]. GOMES, M. R.; Filho, E. B., Propriedades e Usos de metais não ferrosos, edição revista  ABM, 1985. 

[7]. ASM Handbook, Volume 2 – Properties and Selection: Nonferrous Alloys and Special Purpose Materials, ASM International, 1990. 

[8]. SANTIAGO, A. V.; PEREIRA, R. L., Metais não Ferrosos e suas Ligas, Editora EDUSP,  Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos, 1984. 

[9]. GOLDSTEIN, J. I., ET al – Scanning Electron Microscopy and X-ray Microanalysis – A  Textebook for Biologist, Materiais Scientists Ang Geologists. 1992. Plenum Press. New York. 

[10]. OSÓRIO, W. R.; MOUTINHO, D. J.; PEIXOTO, L. C.; FERREIRA, I. L.; GARCIA, A. Macrosegregation and microstructure dendritic array affecting the electrochemical behaviour of  ternary Al–Cu–Si alloys Electrochimica Acta JCR, v.56, p.8412-8421,2011. 

[11]. OSÓRIO, W. R.; MOUTINHO, D. J.; PEIXOTO, L. C.; FERREIRA, I. L.; GARCIA, A.;  GOMES, L. G. Corrosion resistance of directionally solidified Al-6Cu-1Si ande Al-8Cu-3Si alloys  castings. Materials in Engineering (Cessou em 1982. Cont. ISSN 0264-1275 Materials and  Design) JCR, p.3832-3837,2011.