ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE

ANALYSIS OF THE QUALITY OF LIFE OF PATIENTS WITH  CHRONIC KIDNEY DISEASE UNDER HEMODIALYSIS 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202501312105


Paloma Laurentino da Conceição Alves1
Nathália de Lima Siqueira1
Carmen Lúcia Lucas da Silva2
Sheila Borges2


RESUMO

Objetivo: Avaliar a qualidade de vida (QV) e seus fatores associados em indivíduos com doença renal  crônica (DRC) em hemodiálise (HD) de uma unidade de nefrologia de um hospital público do Distrito  Federal. Métodos: Estudo observacional, quantitativo, descritivo, com portadores de DRC  submetidos à HD por mais de 3 meses, ambos os sexos, acima de 18 anos de idade. Utilizou-se o  questionário Kidney Diseases Quality-of Life -SF (KDQOL-SF) para avaliação da qualidade de vida. Resultados: A amostra constituiu de 47 participantes, maioria adultos 26 (55%), do sexo masculino  31 (66%), pardos 18 (38%), casados/em união estável 29 (62%) e com ensino fundamental incompleto  como nível de escolaridade 18 (38%). A principal causa da DRC foi diabetes (n=19; 40%). Em relação  à QV, os domínios de vitalidade (p=0,018), saúde mental (p=0,049) e suporte social (p=0,049)  apresentaram diferença significativa conforme o sexo dos participantes. Entre adultos e idosos, a  presença de sintomas apresentou significância estatística (p=0,032). Conclusão: A análise da QV é  essencial para avaliar o impacto da DRC e orientar intervenções terapêuticas, destacando a  importância de estratégias na atenção primária para reduzir os impactos da doença. 

Palavras-chave: insuficiência renal crônica, diálise renal, qualidade de vida. 

ABSTRACT

Objective: To evaluate the quality of life (QoL) and its associated factors in individuals with chronic  kidney disease (CKD) undergoing hemodialysis (HD) in a nephrology unit of a public hospital in the  Federal District. Methods: Observational, quantitative, descriptive study, with CKD patients  undergoing HD for more than 3 months, both sexes, over 18 years of age. The Kidney Diseases  Quality-of Life -SF (KDQOL-SF) questionnaire was used to assess quality of life. Results: The  sample consisted of 47 participants, mostly adults 26 (55%), male 31 (66%), mixed race 18 (38%),  married/in a stable union 29 (62%) and with incomplete primary education as their level. of education  18 (38%). The main cause of CKD was diabetes (n=19; 40%). In relation to QoL, the domains of  vitality (p=0.018), mental health (p=0.049) and social support (p=0.049) showed a significant  difference depending on the gender of the participants. Among adults and the elderly, the presence of  symptoms was statistically significant (p=0.032). Conclusion: QoL analysis is essential to assess the  impact of CKD and guide therapeutic interventions, highlighting the importance of strategies in  primary care to reduce the impacts of the disease. 

Keywords: chronic renal failure, renal dialysis, quality of life.

1 INTRODUÇÃO 

A doença renal crônica (DRC) é caracterizada pela perda irreversível das funções  renais, o que compromete a homeostasia do organismo humano. Na ausência de terapia renal  substitutiva (TRS), essa condição pode resultar em óbito (MIYAHIRA et al., 2016). 

A DRC refere-se à disfunção renal classificada em cinco níveis, que variam de leve a  grave, com base na taxa de filtração glomerular (TFG). A TFG, calculada pela depuração da  creatinina, é a principal medida da função renal, representando a capacidade dos rins de  eliminar substâncias do sangue. (TERRA et al, 2010); (Lopes et al, 2014).  

Em seus estágios iniciais, é uma condição silenciosa, na qual indivíduos com algum  grau de lesão renal podem não apresentar sinais ou sintomas que indiquem a presença da  doença. Essa ausência de manifestações clínicas pode atrasar o diagnóstico, comprometendo a  eficácia dos tratamentos e o prognóstico (RIBEIRO et al, 2020). 

Entre os métodos de terapia dialítica, a hemodiálise (HD) é o mais comumente  utilizado, caracterizando-se como um procedimento intermitente que geralmente é realizado  três vezes por semana, com duração de 4 horas por sessão (VENTURAJ et al., 2018). Assim,  o paciente com doença renal crônica enfrenta continuamente o desconforto associado a essa  terapia, além das limitações que ela impõe, impactando negativamente sua qualidade de vida  (QV) (SANTOS et al., 2017).

A doença renal crônica (DRC) e o tratamento hemodialítico podem impactar  negativamente a qualidade de vida (QV) dos pacientes e de seus familiares (RIBEIROKRA,  2016). Além disso, o tratamento provoca conflitos emocionais e experiências angustiantes,  que podem transformar a vida do paciente (CRUZ et al., 2016). 

A qualidade de vida (QV) é um conceito amplo que abrange aspectos físicos,  psicológicos, sociais e ambientais, avaliando a capacidade do indivíduo de viver com bem estar em todas essas dimensões, e não apenas na ausência de doenças (Oliveira et al., 2016).  Assim, QV é entendida como a percepção que a pessoa tem de sua posição na vida,  considerando o contexto cultural, valores, objetivos, expectativas e preocupações (PEREIRA  et al., 2017). 

O indivíduo precisa se adaptar à sua nova condição física, visto que seu corpo pode  apresentar cicatrizes geradas pela fístula arteriovenosa (FAV), cateteres, cirurgias, manchas  hemorrágicas, pele pálida e seca, o que impacta nas dimensões referente ao corpo. Outra  dimensão diz respeito à sexualidade, podendo causar perda da libido, infertilidade e distúrbios  hormonais (CUKER et al., 2010). 

A Organização Mundial da Saúde define qualidade de vida como a percepção do  indivíduo sobre sua posição na vida, considerando o contexto cultural, o sistema de valores  em que está inserido, seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Esse conceito  abrange aspectos como relações sociais, saúde, família, trabalho e meio ambiente, além de ser  influenciado por fatores culturais, religiosos, éticos e valores pessoais (CRUZ et al., 2018). 

A qualidade de vida frequentemente se destaca como um tema relevante no contexto  da DRC. Sobreviver, muitas vezes por longos períodos, não equivale necessariamente a “viver  bem”, já que é comum a presença de limitações que comprometem a participação do  indivíduo em diversas atividades. Nesse sentido, o impacto do tratamento dialítico na rotina  diária dos pacientes torna-se um critério essencial para avaliar a influência da doença em seu  cotidiano, motivando o desenvolvimento de instrumentos específicos de avaliação. 

Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a qualidade de vida e seus fatores  associados em indivíduos com DRC em HD. 

2 METODOLOGIA  

Trata-se de um estudo observacional, quantitativo, descritivo, realizado em um centro  de diálise localizado em um hospital da atenção especializada da rede pública de saúde do Distrito Federal, entre os meses de março a maio de 2023. O presente estudo foi submetido e  aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da 

Saúde sob parecer nº 5.760.515, CAEE 61277522.1.3001.5553, em conformidade com a  Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Todos os participantes assinaram o  Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 

Os participantes incluídos no estudo foram maiores de 18 anos de idade, de ambos os  sexos, em tratamento de hemodiálise há mais de três meses e com condições de compreensão  do questionário aplicado para realização da pesquisa. Os critérios de exclusão foram: indivíduos diagnosticados com doenças neurodegenerativas, bem como aqueles que estavam  hospitalizados nos últimos três meses. 

Após o consentimento e a assinatura do TCLE, a entrevista foi realizada durante a  sessão de hemodiálise para coletar os seguintes dados sociodemográficos: idade, sexo, raça,  estado civil, escolaridade e causas da DRC. Em seguida, para avaliação da qualidade de vida foi aplicado pelos pesquisadores o questionário Kidney Diseases Quality-of Life -SF (KDQOL-SF) (Hays et al., 1997). 

Este instrumento, validado e traduzido para a língua portuguesa, tem no total dezenove  dimensões, que abordam os seguintes temas: capacidade funcional, aspectos físicos,  emocionais e sociais, dor, estado geral de saúde, vitalidade, saúde mental, fardo/sobrecarga da  doença renal, função cognitiva, interação social, sintomas, efeitos da DRC, função sexual,  sono, apoio social, status de trabalho, satisfação com o tratamento e encorajamento pela  equipe. 

Os dados foram tabulados em planilha do Microsoft Excel e analisados no programa  estatístico Statistical Package For The Social Sciences (SPSS), versão 26.0, 2019. Os dados  da amostra foram inicialmente apresentados na forma de estatística descritiva (valores  absolutos, porcentagens, média, desvio-padrão, mediana, intervalo interquartil), de forma a  caracterizar a população estudada. Para análise de normalidade foi utilizado o teste Shapiro 

Wilk. Para a comparação das dimensões avaliadas foram utilizados o teste t de Student e teste  de U de Mann Whitney. A significância estatística considerada foi p<0,05. 

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES  

A amostra foi composta por 47 participantes, dos quais a maioria eram de adultos,  totalizando 26 indivíduos (55%), seguidos por 21 idosos (45%). No que diz respeito ao  gênero, 31 participantes (66%) eram do sexo masculino, enquanto 16 (34%) eram do sexo  feminino. Em termos de etnia, 18 participantes (38%) se identificaram como pardos, 14 (30%)  como pretos e 15 (32%) como brancos.

Quanto ao estado civil, 4 participantes (9%) eram solteiros, 29 (62%) estavam  casados/união estável, 9 (19%) eram divorciados e 5 (10%) viúvos. Em relação ao grau de  instrução, 5 participantes (10%) eram não alfabetizados, 18 (38%) tinham o ensino  fundamental incompleto, 13 (28%) completaram o ensino fundamental, 6 (13%) tinham o  ensino médio incompleto, 4 (9%) completaram o ensino médio e 1 (2%) possuía ensino  superior. 

Dentre as comorbidades associadas ao desenvolvimento da disfunção renal, o Diabetes  Melittus (DM) se apresenta como a causa primária da DRC e presente em mais da metade dos participantes da amostra, 19 (40%) em seguida, a Hipertensão 12 (26%). Os dados sobre a caracterização sociodemográfica e clínica dos participantes podem ser visualizados na Tabela 1.

Tabela 1. Caracterização sociodemográfica e clínica dos portadores de doença renal crônica  em hemodiálise na unidade de nefrologia do Hospital Regional de Taguatinga, Distrito  Federal, Brasil, 2024, (n=47).

Fonte: elaborada pelos autores.

As seguintes tabelas (Tabela 2 e Tabela 3) descrevem os itens que compõem as  dimensões de QV que podem ser impactadas pela DRC, conforme a faixa etária e o sexo dos  indivíduos. 

Tabela 2. Distribuição dos escores das dimensões avaliadas pelo SF 36, conforme idade e sexo, dos portadores de doença renal crônica em hemodiálise na unidade de nefrologia do Hospital Regional  de Taguatinga, Distrito Federal, Brasil, 2024, (n=47).

Valores apresentados em média±desvio padrão e mediana (intervalo interquartil). p<0,05 para significância estatística, Teste T de Student e Mann-Whitney.
Fonte: elaborada pelos autores.

Tabela 3. Distribuição dos escores das dimensões avaliadas pelo KDQOL-SFTM, conforme idade e  sexo, dos portadores de doença renal crônica em hemodiálise na unidade de nefrologia do Hospital  Regional de Taguatinga, Distrito Federal, Brasil, 2024, (n=47).

*Dimensão não avaliada. Valores apresentados em média±desvio padrão e mediana (intervalo interquartil). p<0,05 para significância estatística, Teste T de Student e Mann-Whitney.
Fonte: elaborada pelos autores.

Investigar a QV em portadores da doença renal em hemodiálise é considerada uma  tarefa complexa, devido aos múltiplos fatores envolvidos, não somente na percepção do  paciente, como também para a equipe de saúde na dificuldade para abordá-los integralmente.  Apesar disso, a investigação auxilia na identificação das necessidades dos indivíduos para um melhor direcionamento e enfrentamento da doença (PRETTO et al., 2020). 

A presente pesquisa ressalta que dentre as comorbidades associadas ao  desenvolvimento da disfunção renal o Diabetes Melittus (DM) se apresenta como a causa  primária da DRC e presente em mais da metade dos participantes da amostra, com 19 (40%).  Em contrapartida, a HAS é apontada em alguns estudos como principal patologia de base da  DRC (MONTEIRO, et al.,2018) e que afeta cerca de 1 bilhão de indivíduos no mundo  (CREWS, 2019). 

Em contraste com esta pesquisa, estudo realizado em um Serviço de Nefrologia de  Ribeirão Preto em São Paulo identificou que dentre os 173 participantes da pesquisa, a doença  pré-existente predominante identificada foi a HAS com 108 participantes – 62% (LOPES et  al.,2024). Assim, destaca-se essa estreita relação entre HAS, DM e a DRC, sendo as  principais doenças de base para seu surgimento. 

Ao analisar os resultados desta pesquisa, que apontam o sexo masculino como  predominante, torna-se evidente uma baixa tendência da procura pelos serviços de saúde por  homens. E essa realidade, pode ser combinada com um menor interesse pelo autocuidado, o  que os tornam mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças crônicas. 

Ao observar as variáveis de significância das dimensões avaliadas pelo SF 36, em  relação a faixa etária entre adultos/idosos e sexo masculino/feminino, destacam-se vitalidade  (p=0,018) e saúde mental (p=0,049), sendo mulheres as mais impactadas. O sentimento de  energia e disposição quando reduzido, pode estar relacionada à fadiga, frequentemente  experimentada por indivíduos renais crônicos em hemodiálise. Muitas vezes, essa condição  tem um impacto negativo, reduzindo ou limitando a percepção da QV do indivíduo.

Um estudo conduzido em duas clínicas privadas de hemodiálise em Curitiba – PR,  com uma amostra de 39 participantes, analisou a qualidade de vida de mulheres com DRC  submetidas à hemodiálise, revelando resultados semelhantes aos do presente estudo. A pesquisa destacou médias mais baixas nas dimensões de saúde mental (25,60) e vitalidade  (26,60). No entanto, diferentemente desta pesquisa, que não identificou diferenças  significativas entre homens e mulheres, o estudo mencionado apontou a capacidade funcional  (28,20) como uma dimensão reduzida (CAVEIÃO et al., 2014). 

Ao que se refere à dimensão saúde mental, estudos apontam que pacientes que  realizam a HD apresentam maiores taxas de depressão, pois o procedimento por si só acaba  limitando suas atividades diárias e até mesmo sua independência, considerando-se que o  indivíduo tem que ficar ligado constantemente à máquina (FREITAS & COSMO, 2010;  STASIAK et al., 2014; DIAS et al., 2015). 

Outro fator a se destacar é a prevalência do suicídio entre os indivíduos renais  crônicos, que chega a atingir níveis dez vezes maiores que os da população sem diagnóstico  de DRC. Esses dados são justificáveis por todas as perdas sofridas pelos pacientes desde a  descoberta do diagnóstico (GRANDIZIOLI et al., 2020). 

Ao analisar as variáveis de significância das dimensões avaliadas pelo KDQOL SFTM, conforme apresentado na Tabela 3, verifica-se que a lista de sintomas/problemas entre  adultos e idosos (p=0,032) é mais prevalente entre os idosos, enquanto o suporte social entre  homens e mulheres (p=0,049) revela maior impacto nas mulheres. 

A lista de sintomas e problemas, esta avalia os incômodos relacionados à doença renal,  como dores musculares, câimbras, coceira e falta de ar. O envelhecimento associado à doença  renal pode reduzir a qualidade de vida, agravada por tratamentos prolongados como a  hemodiálise, que limita atividades rotineiras, impõe restrições alimentares e hídricas, além de  ser doloroso e limitante para os idosos (MENDONÇA et al., 2018). 

Sabe-se que o tratamento em hemodiálise impõe uma rotina que interfere diretamente  na atividade laboral, visto que é necessário  comparecer regularmente aos serviços de saúde, o que impossibilita manter um turno diário de trabalho. Dessa forma, esta pesquisa reafirma através dos resultados o impacto na  dimensão situação de trabalho que não apresenta significância estatística em relação a faixa  etária e ao sexo. 

Além disso, a afirmativa mencionada é sustentada com um estudo realizado com 105  doentes renais crônicos em uma clínica de tratamento hemodialítico que encontrou achados  desvendando na pesquisa que a maioria dos indivíduos (83,8%) viviam com uma renda não superior a 1 salário mínimo (BEBER et al., 2017). Esse cenário pode estar  relacionado, em parte, aos benefícios governamentais, uma vez que muitos não conseguem  realizar atividades devido às limitações físicas e ao tempo exigido pelo tratamento (PEIPERT et al., 2019). 

Quanto ao suporte social que está ligado ao bem-estar emocional, funcionando como  um fator protetor no manejo do estresse e adoecimento (CARDOSO et al., 2014), apresentou  maior impacto entre as mulheres. Quando se aborda o tema do cuidado, a mulher ainda é  frequentemente vista, no imaginário social, como a responsável por essas tarefas, sob a  justificativa de que os “atributos femininos” são mais adequados para desempenhá-las  (MONTENEGRO, 2018). 

Em um estudo realizado em uma unidade de Terapia Renal Substitutiva localizada no  interior do Estado de São Paulo em um serviço de nefrologia que abrange os municípios de  São Carlos, Porto Ferreira, Descalvado, Ibaté, Ribeirão Bonito e Itirapina, apresentou uma  amostra do estudo com 103 participantes (SILVA et al., 2016) com achados parecidos com os  apresentados nesta pesquisa. O estudo com predomínio do sexo masculino (67,0%),  apresentou suporte social recebido como satisfatório, tanto no aspecto emocional quanto no  instrumental. Esse apoio é oferecido principalmente por familiares que convivem com os  pacientes. 

A tarefa de cuidar é impactada pela desigualdade de gênero, sobrecarregando  especialmente a mulher – esposa, mãe, filha e neta. Esta pesquisa, não por acaso, contou com  participantes majoritariamente homens casados/união estável, o que pode influenciar em seu  suporte social, gerando um impacto maior em comparação às mulheres. 

Embora a presente pesquisa no geral aponte para um impacto negativo na QV de  ambos os sexos e faixa etária, um estudo afirma que as mulheres em hemodiálise apresentam  a QV mais comprometida do que os homens (SCHMIDT et al., 2016). Além disso, é possível  que as mulheres tratadas por hemodiálise, por terem que manter as funções tradicionais como  a responsabilidade de cuidar da casa e dos filhos, sejam expostas a uma maior carga de  estresse físico e mental apresentando com isso uma pior QV do que os homens (LOPES et al.,  2007). 

4 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Ao analisar a qualidade de vida (QV) de portadores de doença renal crônica em  hemodiálise, constata-se que, de modo geral, todos os indivíduos, independentemente do sexo ou faixa etária, sofrem impactos significativos. No entanto, ao considerar a relação entre essas  variáveis, esta pesquisa destaca que mulheres e idosos são os mais afetados, especialmente em  aspectos como vitalidade, saúde mental, lista de sintomas/problemas e suporte social. Apesar  da complexidade inerente à análise das múltiplas variáveis que influenciam a percepção de  QV, a investigação desse tema revela-se indispensável para identificar demandas específicas e  orientar estratégias de enfrentamento mais eficazes e direcionadas 

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1Residente do Curso Superior de Psicologia, Campus Escola de Saúde Pública do Distrito Federal, Brasília, Brasil. e-mail: palves758@gmail.com
1Residente do Curso Superior de Psicologia, Campus Escola de Saúde Pública do Distrito Federal, Brasília, Brasil. e-mail: nath.siqueira98@gmail.com
2Orientadora do Curso Superior de Psicologia; Hospital Regional de Taguatinga, Campus Escola de Saúde Pública do Distrito Federal, Brasília, Brasil. e-mail: carmenluciaucb@gmail.com
2Coorientadora do Curso Superior de Nutrição; Hospital Regional de Taguatinga, Campus Escola de Saúde Pública do Distrito Federal, Brasília, Brasil. e-mail: sbnutri12@gmail.com