REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410222213
Camila Fernanda de Souza¹;
William da Costa Moreira²;
Larissa Djanilda Parra da Luz².
Resumo
A equoterapia traz inúmeros benefícios para os praticantes melhorando o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional ao praticante, devido a essa gama de contribuições os médicos e equipes multidisciplinares indicam a equoterapia como uma terapia alternativa principalmente para crianças com transtorno do espectro autista devido a sua beneficie. A terapia assistida por animais vem se desmistificando ao longo do tempo e se tornando a opção de cuidadores e/ou pais. A base do estudo científico será de pesquisa básica com de natureza de revisão bibliográfica da literatura. Objetivo: do projeto parte do viés de apresentar a percepção dos pais e/ou responsáveis de crianças diagnosticadas com autismo em relação ao processo de atendimento oferecido por um centro de equoterapia. Método: Utilizou a Revisão Integrativa da Literatura (RIL) em seis etapas, abordando desde a definição do problema até a análise crítica dos dados. Foram incluídos artigos em português e espanhol de 2013 a 2023, utilizando as bases LILACS, PubMed, e Google Scholar com descritores relacionados à equoterapia e autismo. Resultados: Indicam que a equoterapia proporciona benefícios significativos, como aumento da autoestima, melhorias na socialização, controle da ansiedade e desenvolvimento de habilidades sociais. A pesquisa destaca a importância do vínculo entre os praticantes e os animais, assim como o papel fundamental da abordagem multidisciplinar no tratamento. Os pais em todos os estudos revisados relatam melhorias na qualidade de vida dos praticantes. Conclusão: A equoterapia se mostra uma terapia promissora para crianças com Transtorno do Espectro Autista, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da autoestima, saúde mental, habilidades sociais, controle emocional e independência. As percepções dos pais são fundamentais para entender a eficácia dessas terapias, mas revelam lacunas quando comparadas às visões dos profissionais. Isso ressalta a necessidade de pesquisas acerca do tema.
Descritores: Terapia Assistida por Cavalos; Percepção; Transtorno do Espectro Autista; Família.
Abstract
Equine therapy brings numerous benefits to practitioners, improving motor, cognitive, and emotional development. Due to this range of contributions, doctors and multidisciplinary teams recommend equine therapy as an alternative therapy, especially for children with autism spectrum disorder due to its benefits. Animal-assisted therapy has been demystified over time and has become the option for caregivers and/or parents. The basis of the scientific study will be basic research with a bibliographic review of the literature. Objective: The project is based on the bias of presenting the perception of parents and/or guardians of children diagnosed with autism in relation to the care process offered by an equine therapy center. Method: It used the Integrative Literature Review (ILR) in six stages, addressing everything from problem definition to critical data analysis. Articles in Portuguese and Spanish from 2013 to 2023 were included, using the LILACS, PubMed, and Google Scholar databases with descriptors related to equine therapy and autism. Results: Indicate that equine therapy provides significant benefits, such as increased self-esteem, improvements in socialization, anxiety control and development of social skills. The research highlights the importance of the bond between practitioners and animals, as well as the fundamental role of the multidisciplinary approach in treatment. Parents in all reviewed studies reported improvements in the quality of life of practitioners. Conclusion: Equine therapy shows itself to be a promising therapy for children with Autism Spectrum Disorder, contributing significantly to the development of self-esteem, mental health, social skills, emotional control and independence. Parents’ perceptions are fundamental to understanding the effectiveness of these therapies, but reveal gaps when compared to professionals’ views. This highlights the need for research on the topic.
Descriptors: Equine-Assisted Therapy; Perception; Autism Spectrum Disorder; Family.
Resumen
La equinoterapia aporta numerosos beneficios a sus practicantes, mejorando el desarrollo motor, cognitivo y emocional del practicante. Debido a este abanico de aportes, médicos y equipos multidisciplinarios recomiendan la equinoterapia como terapia alternativa, especialmente para niños con trastorno del espectro autista por sus beneficios. La terapia asistida con animales se ha ido desmitificando con el tiempo y convirtiéndose en la opción para cuidadores y/o padres. La base del estudio científico será la investigación básica con carácter de revisión bibliográfica de la literatura. Objetivo: el proyecto tiene como objetivo presentar la percepción de padres y/o tutores de niños diagnosticados con autismo en relación al proceso de atención que ofrece un centro de hipoterapia. Método: Se utilizó la Revisión Integrativa de la Literatura (RIL) en seis etapas, abarcando todo, desde la definición del problema hasta el análisis de datos críticos. Se incluyeron artículos en portugués y español de 2013 a 2023, utilizando las bases de datos LILACS, PubMed y Google Scholar con descriptores relacionados con la hipoterapia y el autismo. Resultados: Indican que la equinoterapia proporciona importantes beneficios, como aumento de la autoestima, mejoras en la socialización, control de la ansiedad y desarrollo de habilidades sociales. La investigación destaca la importancia del vínculo entre los profesionales y los animales, así como el papel fundamental del enfoque multidisciplinario en el tratamiento. En todos los estudios revisados, los padres informan mejoras en la calidad de vida de los profesionales. Conclusión: La hipoterapia es una terapia prometedora para niños con Trastorno del Espectro Autista, contribuyendo significativamente al desarrollo de la autoestima, la salud mental, las habilidades sociales, el control emocional y la independencia. Las percepciones de los padres son fundamentales para comprender la eficacia de estas terapias, pero revelan lagunas en comparación con las opiniones de los profesionales. Esto resalta la necesidad de realizar investigaciones sobre el tema.
Descriptores: Terapía Asistida por Caballos; Percepción; Trastorno del Espectro Autista; Familia.
Introdução
A equoterapia consiste no método terapêutico que inclui o cavalo como agente auxiliador no desenvolvimento motor e emocional do praticante, o equino possui um movimento tridimensional ao qual o corpo humano não consegue por si próprio realizar; além de trazer estímulos sensoriais propiciando melhora no desenvolvimento dessas áreas, que ocasionam em beneficie para o desenvolvimento das atividades diárias refletindo na postura, equilíbrio e coordenação motora, tendo em vista que tais ações são consideradas uma habilidade motora complexa. No que tange a respeito da questão emocional envolve a melhora da socialização bem como na autoestima, promovendo bem-estar e autonomia no participante (Canto, et al., 2021; Proença, et al., 2020).
No Brasil a equoterapia respaldasse através da legislação vigente nº 13.830, de 13 de maio de 2019 que dispõe sobre a prática da mesma, a preconização exige que a equipe mínima de atendimento seja composta por médico, médico veterinário, psicólogo, fisioterapeuta e um profissional de equitação trabalhando assim o atendimento interdisciplinar. A equoterapia torna-se imprescindível para oferece um acompanhamento integral e eficaz na necessidade de abordar as mais diversas dimensões do ser humano potencializando os benefícios terapêuticos desta abordagem (Brasil, 2019).
No autismo a equoterapia tem sido uma terapêutica alternativa, considerando que o transtorno afeta o neurodesenvolvimento, em especifico três principais áreas: Dificuldade de interação social (1), atraso no desenvolvimento da fala (2) e comportamentos repetitivos (3) diante dessas circunstâncias a mesma tem sido indicada exponencialmente por profissionais da saúde, vindo de encontro com as áreas a serem trabalhadas dentro do transtorno, contemplando o acompanhamento com equipe multiprofissional (Pedra; Celeste, 2022; Silva; Lima; Sales, 2018).
Os diagnósticos de crianças com transtorno do espectro autista estão aumentando no Brasil, e com isso o Sistema Único de Saúde do país vem enfrentando dificuldade em sanar as lacunas dos atendimentos necessários para os pacientes com TEA necessitando uma restruturação das linhas de atendimento e a busca por saídas alternativas frente a demanda crescente, a fim de realizar os acompanhamentos e terapias que promovam bem-estar e desenvolvimento aos autistas (Marques, et al., 2020).
No âmbito da enfermagem em correlação com equoterapia a mesma promove a vinculação dos diagnósticos de enfermagem bem como o planejamento, promovendo uma visão mais ampla e clinica sobre a evolução do paciente, com a contribuição da utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) coopera positivamente com os demais profissionais que compõe as equipes de equoterapia, o enfermeiro segundo a legislação vigente no Brasil não é obrigatório para compor o quadro em centros de equoterapia, no entanto, acresce conhecimento e contribui com praticante e demais profissionais envolvidos na equoterapia (Cardoso, Prezotto, D’Alessandro 2023).
O cavalo se torna um símbolo vivo carregando um significado afetivo que pode desenvolver um vínculo entre animal e humano ressaltando que a equoterapia pode contribuir não apenas com indivíduos com transtornos mentais ou pessoas com deficiências, mas sim de maneira a contribuir com a questão biopsicossocial do indivíduo (Rossato, 2020).
No que tange a neurociência as pesquisas estão correlacionando de que forma o ser humano responde após uma sessão de equoterapia, estudou-se e analisou o cortisol (hormônio relacionado ao estresse) onde apresentou dados significativos nos pacientes após o termino da seção mostrando uma diminuição desse hormônio após as seções de equoterapia estudo esse publicado em 2017 pelo “Journal of Bodywork and Movement Therapies”, no entanto ainda carece de maior estudos, já outro estudo publicado por “Journal of Physical Therapy Science” em 2015 identificou melhora na interação social e comunicação verbal dos praticantes em crianças com autismo (Santos; Coutinho, 2024).
O acompanhamento e aceitação parental em relação as terapias atua como fator de extrema importância, somados ao entendimento e relevância a respeito da adesão do tratamento possuem proeminência na evolução e ganhos na vida do autista, a descoberta tardia do transtorno bem como aceitação do mesmo são etapas que dificultam o processo do acompanhamento e tratamento tendo em vista as dificuldades que os familiares passam durante esse período de adaptação (Elias; Bernardi, 2021; Neto, et al., 2024).
Diante deste conjunto, o objetivo deste artigo é analisar os achados através de uma revisão integrativa da literatura sobre a percepção de pais e/ou responsáveis de crianças diagnosticadas com autismo em relação à equoterapia, com recorte nos estudos publicados entre os anos de 2013 e 2023 através de publicações no LILACs, Pubmed eGoogle Scholar.
Método
O delineamento da pesquisa ocorreu através de Revisão Integrativa da Literatura RIL, seguindo a segmentação e estruturação em seis passo, sendo o primeiro passo a identificação do problema e questão norteadora para o estudo, seguindo a base da estruturação PICo (P = População, I = Fenômeno de Interesse, Co = Contexto) – Qual a percepção dos pais e/ou cuidadores de crianças com transtorno do espectro autista sobre a equoterapia? Sendo que cada estruturação foi respondida da seguinte forma: P – Pais e/ou cuidadores de crianças com transtorno do espectro autista; I – Percepção; Co – Equoterapia. A etapa dois se caracterizou através dos critérios de inclusão e exclusão sendo que se considerou para inclusão artigos em português e espanhol, período de recorte de tempo de dez anos sendo a cronologia de 2013 à 2023; para os critérios de exclusão utilizou-se casos de artigos em duplicidade em plataformas e artigos que não correspondiam ao objetivo da pesquisa.
A terceira etapa da metodologia contemplou a caracterização e organização da coleta de dados, na quarta etapa compreendeu-se à análise e avaliação crítica dos artigos presentes na pesquisa em questão. A quinta etapa abarca resultados, interpretação e discussão dos dados. A sexta etapa apresenta o conhecimento adquirido por meio do trabalho de pesquisa desenvolvido.
A pesquisa ocorreu no período de fevereiro de 2024 à setembro de 2024; acontecendo por intermédio de períodos sendo eles: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS; Medline – US National Library of Medicine – Pubmed e Google Scholar. Para a organização dos artigos ocorreu a utilização do software Zotero. Nas bases de Dados foram contralados por meio Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e os operadores boleanos utilizados foram AND e OR.
Tabela 1 – Estratégias de busca nas bases de dados LILACS; PubMed e Google Scholar.
Resultados
O artigo foi administrado com o objetivo de identificar as percepções dos pais, responsáveis sobre os benefícios da equoterapia para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A tabela abaixo fornece uma visão geral dos achados mais relevantes de cada estudo, incluindo base de dados ano, país, objetivos tipo de pesquisa, participantes e principais resultados, incluindo as percepções dos pais sobre os efeitos da equoterapia na autoestima, habilidades motoras e psicossociais, controle de crises e socialização dos praticantes.
Tabela 2 – Amostragem de estudos
Base de dados | Ano/ país/ objetivo | Tipo de pesquisa/ Participantes | Principais resultados |
Google Scholar | 2021/ Brasil/ Conhecer a percepção dos pais/mães de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista acerca da participação na terapia assistida por cavalo | O Estudo de abordagem qualitativa, do tipo exploratório-descritivo com delineamento transversal/ 16 familiares. | O estudo apontou que a percepção dos pais/mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista que frequentavam o equoterapia foram positivas; evidenciaram um aumento na autoestima dos praticantes além melhora nos quadros de ansiedade e crises além dos ganhos na socialização independência e relacionamento interpessoal. |
Google Scholar | 2022/ Brasil/ Identificar a percepção de pais e profissionais sobre o uso da Terapia Assistida por Animais (TAA) como recurso terapêutico nas intervenções com crianças com TEA. | Trata-se de um estudo qualitativo, realizado por meio de um questionário, que foi aplicado a pais e profissionais que possuem experiência na realização de atendimento com animais coterapeutas. | Os achados reportados pelos pais foram a respeito da evolução respectiva na melhora na comunicação, despertar e melhoria da independência, socialização gerenciamento de emoções, pontuando melhorias na parte psicossocial e motora, observou-se quando o animal é utilizado como facilitador conseguiram ter aceitação do toque físico e criação de vínculos, além de auxiliar no controle da ansiedade. Os pais pontuaram que a maior dificuldade para manter os filhos na equoterapia seria questões de cunho financeiro e limitantes no comportamento, no entanto relatam que os benefícios superam as dificuldades enfrentadas pelas famílias. |
Google Scholar | 2016/ Brasil/ Investigar junto aos familiares de crianças com necessidades especiais de saúde e instrutores os benefícios proporcionados pela equoterapia tanto nos aspectos físicos quanto cognitivos. | Trata-se de uma pesquisa qualitativa, tipo descritiva/ 17 participantes | Através da análise de dados exposta pelo estudo em questão categorizou-se os resultados em conformidade com a percepção sendo esses: A equoterapia e a melhoria no prognóstico; Aspectos que contribuem para a interação social dos praticantes; Avaliação e o planejamento do cuidado; Trabalho multidisciplinar/interdisciplinar; O papel da família no tratamento; A enfermagem na equoterapia. Na primeira categorização encontrou-se ênfase em relação a contribuição na percepção dos pais e profissionais sobre a psicomotricidade e a melhoria proporcionada por meio da equoterapia. No quesito avaliação e planejamento do cuidado pontuou-se a questão da interdisciplinaridade de profissionais e a importância dos mesmos, pontuou-se também nos achados a importância da enfermagem durante os encaminhamentos e práticas da equoterapia perante a percepção de pais e profissionais, apontou também a necessidade de uma divulgação. |
Pubmed | 2024/ Austrália/ O objetivo do estudo foi abordar uma lacuna identificada no conhecimento sobre os benefícios específicos para a saúde mental terapias baseadas em cavalos para crianças e adolescentes autistas. | Abordagem em pesquisa qualitativa, com foco em uma área de interesse/ 12 entrevistas com pais e funcionários do serviço. | O resultado que derivam das entrevistas sugere que a terapia assistida por cavalos aponta benefícios em relação a saúde mental, saúde física, quesitos de autogestão (autorregulação) e habilidades sociais. Os pais evidenciaram as habilidades sociais bem como questões de ansiedade e ideação suicida foram pontuados em suas entrevistas, já nas entrevistas realizadas com os profissionais os mesmos não mencionaram a parte que compreende a ideação suicida e ansiedade. As descobertas apoiaram amplamente a correlação entre a equoterapia e os benefícios em seus praticantes dentro do Transtorno do Espectro Autista. O estudo apontou o interesse de ambas as partes em descobrir maneiras eficazes para ajudar essas crianças a atingir uma maior qualidade de vida. |
LILACS | 2024/ Brasil/ Conhecer e compreender as contribuições da Terapia Assistida por Animais no desenvolvimento do indivíduo e no restabelecimento da saúde, na concepção dos cuidadores e familiares. | Pesquisa descritiva exploratória, com abordagem qualitativa, em uma empresa privada de intervenções assistidas com animais da região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, no segundo semestre de 2022/ Familiares e/ou cuidadores. | O estudo trouxe como como resultados expressivos no quesito que tange a importância do vínculo, pela percepção dos pais e ou familiares mostrou melhorias na qualidade de vida dos praticantes e consequentemente na vida dos familiares, colocou-se em relação a melhoria na comunicação, tônus muscular, socialização, linguagem, afetividade e tranquilidade, trazendo assim uma visão benéfica dos pais em relação a atuação da equoterapia sobre a vida dos praticantes de equoterapia. |
O Fluxograma para a Identificação de estudos via bases de dados e registros detalha as nuances do processo de seleção de artigos, abancando com a identificação de 553 registros provenientes de três bases de dados entre 2013 e 2023. Após a remoção de registros duplicados e outros por motivos variados, 20 registros foram selecionados para triagem. Sete artigos foram avaliados quanto à elegibilidade, resultando na exclusão de dois devido à duplicidade e à incompatibilidade com a revisão. Por fim, cinco estudos foram incluídos na revisão, tendo em vista a importância da concordância com o tema proposto norteando assim o desenvolvimento da revisão bibliográfica proposta.
Diagrama de fluxo PRISMA 2020.
Discussão
A Terapia Assistida por animais na percepção com foco na equoterapia expõe que de maneira a censo comum na visão dos pais e mães de crianças com transtorno do espectro autista, as crianças que praticam a equoterapia tem ganhos significativos relacionados a autorregulação e controle da ansiedade, promovendo independência e qualidade de vida, no entanto cabe pontuar que a consistência da terapia é ponto crucial para atingir e desenvolver a criança/adolescente dentro dessa terapia, (Mello, et al., 2021).
A criação de vínculos e afetividade fica nítido em relação a alterações comportamentais e de linguagem, concentração e melhora na marcha, identificando inúmeros achados que vem a contribui com o desenvolvimento de várias áreas que muitas vezes são comprometidas em algum nível pelo transtorno do espectro autista, outro ponto importante sobre a percepção dos pais submerge ao quesito financeiro como o deslocamento para as terapias e gastos, no entanto, na visão dos mesmos ainda com as dificuldades o ganho na vida dos filhos supera os obstáculos (Silva, et al., 2022).
As ações de enfermagem garantem o processo da sistematização da mesma, no entanto esse profissional não se torna obrigatório no Brasil, no entanto um profissional enfermeiro complementa o cuidado com o paciente e reflete a efetividade do cuidado, mostrando um papel crucial para complementar o cuidado ofertado (Strochein; Rodrigues, 2016).
Nos cinco estudos analisados foram identificadas mudanças significativas nas crianças e adolescentes que realização o acompanhamento continuo da equoterapia na percepção parental, encontrando nos mesmos dados convergentes apontando ganho na parte física e na parte biopsicossocial entre as melhorias citadas nos artigos encontrou-se melhoria nos seguintes seguimentos: Melhora na ansiedade, socialização, independência, relacionamento interpessoal, autorregulação, qualidade de vida, comunicação, linguagem, tônus muscular, desenvoltura física (Mello, et al., 2021; Silva, et al., 2022; Strochein; Rodrigues, 2016).
Conclusão
A percepção dos pais em relação a equoterapia desmontaram uma visão de que a mesma contribui de maneira significativa, autoestima, saúde mental e física, habilidades sociais, além de estimular a independência e controle emocional, a melhoria nas mais diversas áreas que abrangem o transtorno do espectro autista também é um ponto crucial dentro dos acompanhamentos da equoterapia.
Quando ocorre a interação do atendimento interdisciplinar o impacto se torna ainda mais eficaz tendo em uma visão holística tanto do paciente em si quanto da família em questão, observando as necessidades de saúde mental potencializando a adesão e tratamento.
No que tange a percepção dos pais quando comparadas aos dos profissionais aparecem lacunas importantes a serem analisadas; os profissionais por estarem mais envolvidos com o momento da terapia indicam nas suas percepções em questões de saúde física e qualidade de vida, já os pais por sua vez pontuaram questões como ansiedade e ideação suicida das crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista, mostrando a necessidade de uma reflexão dos profissionais para esta área da saúde mental.
Portanto, esse artigo não visa esgotar o assunto em relação a percepção dos pais e/ou cuidadores sobre o autismo, mas sim, pontuar a necessidade iminente de maiores estudos acerca da equoterapia, do autismo e a importância da contextualização dos pais como pessoas indispensáveis nesse processo de desenvolvimento da criança/adolescente levando em consideração a necessidade do acompanhamento deste responsável portanto a analise dessa percepção e adesão ao tratamento se tornam indispensável.
Referências
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¹Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Comunitário União das Américas Descomplica, Foz do Iguaçu, Paraná.
²Docentes do Curso de Enfermagem do Centro Universitário União das Américas UniAmérica, Foz do Iguaçu, Paraná.