ANÁLISE DA EFICÁCIA E EFICIÊNCIA DO MÉTODO DE BANDAGEM FUNCIONAL ELÁSTICA NA APRENDIZAGEM MOTORA EM PACIENTES NEUROLÓGICOS: UMA REVISÃO DE ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12210623


Everton William Benevides1
Fabricio Ricardo Valerio2
Ronny Rodrigues Correia3
Luis Felipe Orsi Gameiro4
Enzo Fabrizzio Moretto Lusvarghi5
Vinícius Bacelar Ferreira6
Núbia de Amorim Costa Hoth7
Fabricia de Amorim Costa Hoth8
Carlos Wagner Leal Cordeiro Júnior9
Luara Bela Rocha Gomes10


RESUMO

INTRODUÇÃO: Os Pacientes com lesões do neurônio motor superior ou primeiro neurônio (NMS), decorrentes de desordens como a paralisia cerebral (PC), acidente vascular encefálico (AVE), e o traumatismo cranioencefálico (TCE), apresentam disfunções motoras que alteram a mobilidade e desempenho funcional para as atividades de vida diária, limitando sua independência e a interação social. A reabilitação por aprendizagem motora pode gerar adaptações no sistema nervoso central, vale ressaltarmos que tais alterações podem se tornar permanentes, podendo envolver a capacidade de executar determinada atividade ou o aumento das habilidades funcionais do indivíduo. Dessa forma entendemos que o aprendizado motor decorre a partir da construção de movimentos que envolvem a fluência, redução do erro ao realizar tal atividade e redução do tempo total na execução de determinada tarefa. OBJETIVO: Analisar a eficácia e efetividade dos diferentes métodos de aplicação da bandagem funcional elástica na aprendizagem motora em pacientes neurológicos. METODOLOGIA: O método desta pesquisa segue as recomendações para a realização de revisões sistemáticas propostas pela Colaboração Cochrane. RESULTADOS: Inicialmente foram encontrados 150 estudos em diferentes bases de dados após análise e discussão entre os autores foram novamente pré-selecionados e incluídos 11 ensaios clínicos randomizados. DISCUSSÃO: Problemas posturais e desequilíbrios musculares são inerentes às disfunções neurológicas, diante disso entendemos que o controle da pelve e do tronco são interdependentes da mobilidade e desenvolvimento das extremidades superiores na realização de atividades funcionais da vida diária. CONCLUSÃO: Podemos afirmar que as representações de metanálise, evidências científicas fortes e os estudos incluídos com boa qualidade metodológica, refutam ao fato que a técnica de bandagem funcional elástica é eficaz e eficiente em sua utilização na aprendizagem motora em pacientes neurológicos.

Palavra-chave: Bandagem Elástica. Aprendizagem. Neurologia. Fisioterapia.

ABSTRACT

INTRODUCTION: Patients with lesions of the upper motor neuron or first neuron (UMN), resulting from disorders such as cerebral palsy (CP), cerebrovascular accident (CVA), and traumatic brain injury (TBI), have motor dysfunctions that alter mobility and functional performance for activities of daily living, limiting their independence and social interaction. Rehabilitation by motor learning can generate adaptations in the central nervous system, it is worth noting that such changes can become permanent and may involve the ability to perform a certain activity or increase the individual’s functional abilities. In this way, we understand that motor learning results from the construction of movements that involve fluency, reduction of errors when performing such activity and reduction of the total time in the execution of a given task. OBJECTIVE: to analyze the efficacy and effectiveness of different methods of application of functional elastic bandage in motor learning in neurological patients. METHODOLOGY: The method of this research follows the recommendations for conducting systematic reviews proposed by the Cochrane Collaboration. RESULTS: Initially, 150 studies were found in different databases, after analysis and discussion between the authors, they were again pre-selected and 11 randomized clinical trials were included. DISCUSSION: Postural problems and muscle imbalances are inherent to neurological dysfunctions; therefore we understand that the control of the pelvis and trunk are interdependent on the mobility and development of the upper extremities in the performance of functional activities of daily living. CONCLUSION: We can say that the meta-analysis representations, strong scientific evidence and the included studies with good methodological quality, refute the fact that the elastic functional taping technique is effective and efficient in its use in motor learning in neurological patients.

Keyword: Elastic Bandage. Learning. Neurology. Physiotherapy.

INTRODUÇÃO

        Os Pacientes com lesões do neurônio motor superior ou primeiro neurônio (NMS), decorrentes de desordens como a paralisia cerebral (PC), acidente vascular encefálico (AVE), e o traumatismo cranioencefálico (TCE), apresentam disfunções motoras que alteram a mobilidade e desempenho funcional para as atividades de vida diária, limitando sua independência e a interação social (Chagas et al., 2001).

        As disfunções motoras apresentadas pelos pacientes com lesões do NMS, envolve disfunções posturais e padrões de movimentos atípicos, lentidão e coordenação prejudicada, fraqueza muscular, aumento da resistência das articulações durante movimentos passivos (hipertonia) e espasticidade. Clinicamente, a espasticidade tem sido considerada o principal contribuinte para as disfunções dos movimentos nesses pacientes (Vaz et al., 2006).

        Pode ser definida como uma hiperexcitabilidade tônica do reflexo de estiramento, que causa uma ativação muscular reflexa durante um estiramento passivo, sendo que sua ativação está diretamente relacionada a velocidade com que o movimento passivo e realizado (Chinelato et al., 2010 e Dietz et al., 2007).        

        A reabilitação por aprendizagem motora pode gerar adaptações no sistema nervoso central, vale ressaltarmos que tais alterações podem se tornar permanentes, podendo envolver a capacidade de executar determinada atividade ou o aumento das habilidades funcionais do indivíduo (Kachanathu et al., 2018). Dessa forma entendemos que o aprendizado motor decorre a partir da construção de movimentos que envolvem a fluência, redução do erro ao realizar tal atividade e redução do tempo total na execução de determinada tarefa (Yam et al., 2017).

        A mobilidade corporal é permissiva para que determinadas atividades funcionais sejam realizadas com sucesso, essa integridade tem relação direta com uma boa funcionalidade e flexibilidade articular e muscular. Haja em vista que esses fatores são indispensáveis para realização das atividades sem dor ou restrição (Iosa et al. 2015).

        As diferentes disfunções provenientes de lesões NMS, levam a alterações significativas na integridade da mobilidade corpórea, levando a encurtamentos e contraturas musculares, deformidades dinâmicas ou fixas e imobilidade por tempo prolongado, tais fatores se correlacionam com o fato da perda de mobilidade articular e muscular, algo amplamente discutido nesse contexto (Capecci et al., 2014 e Iosa et al., 2015).

        Pacientes acometidos por essas lesões podem desencadear alterações ósseas, musculares e articulares. Esses fatores estão englobados em um ciclo de dor na execução das tarefas, desequilíbrio muscular com redução e limitação na amplitude de movimento, associação com problemas posturais graves, levando a movimentos primários escassos e diminuição significativa das atividades funcionais dos indivíduos (Da Costa et al., 2013; Kara et al., 2014 e Yam et al., 2017).

        A estabilidade articular é considerada como a perfeita congruência óssea durante a realização do movimento, sendo que muitas vezes os componentes atribuídos para esta estabilidade se resumem aos ligamentos e músculos daquela articulação (Kara et al., 2014). Embora essas estruturas sejam os maiores estabilizadores articulares, a integridade sensório-motora é primordial para a eficácia da estabilização, consideram o termo somatossensorial mais amplo, pois inclui todos os mecanorreceptores, termorreceptores e informações dolorosas da periferia (Yam et al., 2017).

        Nos últimos anos, estudos têm demonstrado grande quantidade de proprioceptores nos componentes articulares, que fornecem informações aferentes periféricas e se relacionam com níveis do sistema nervoso central envolvidos no controle motor, para manter a estabilidade articular (Fonseca et al., 2007).

        No domínio fisioterapêutico, inúmeras técnicas visam a melhora da função sensório motora, a fim de propiciar independência e agilidade na realização das atividades de vida diária. A bandagem funcional elástica também conhecida como kinesio taping (KT), consiste na aplicação de uma fita elástica com propriedades exclusivas, pode se esticar em torno de 120% do seu comprimento original (Kara et al., 2014).

        A técnica da aplicação da bandagem funcional elástica vem ganhando espaço na reabilitação de pacientes neurológicos, sua tensão quando colada na pele tem como principal função a estimulação de mecanorreceptores do tipo II, responsáveis em fornecer um aumento no estímulo tátil aferente gerando maior excitabilidade cortical tanto sensorial quanto motora (Elbasan et al.,2017).

        Esses estímulos tendem a gerar um “feedback proprioceptivo” sugestivos de um aumento na consciência corporal atuando como facilitador de função, consequentemente um maior recrutamento de unidades motoras utilizadas nessa ativação muscular (Karabay et al., 2016; Woodcock et al., 2012 e Yam et al., 2017).

        Dessa forma, esse estudo tem como objetivo analisar a eficácia e efetividade dos diferentes métodos de aplicação da bandagem funcional elástica na aprendizagem motora em pacientes neurológicos. Contudo, visamos contribuir em âmbito científico para entendermos melhor à aplicabilidade dessa técnica e possibilitarmos que ela seja difundida como método coadjuvante na reabilitação da aprendizagem motora de pacientes neurológicos.

METODOLOGIA

        O método desta pesquisa segue as recomendações para a realização de revisões sistemáticas propostas pela Colaboração Cochrane (Higgins et al., 2011).

Tipo de Estudo

        Revisão de Ensaios Clínicos Randomizados.

Amostra

        Ensaios clínicos que forem encontrados e que preencherem os critérios de inclusão previamente definidos.

Critérios de Inclusão

        Ensaios clínicos randomizados que utilizam como forma de tratamento em pacientes neurológicos a utilização da bandagem funcional elástica, comparados ou associados a outros tipos de tratamentos ou procedimento Sham.

Critérios de Exclusão

        Estudos que não se encontravam disponíveis para acesso, revisões bibliográficas e/ou sistemáticas, estudos não randomizados com pacientes neurológicos, estudos que não utilizassem a bandagem funcional elástica como método de tratamento ou até mesmo que não contemplassem a temática estudada.

Localizações dos estudos

        Dois revisores (LFO e RRC) avaliarão independentemente os títulos e os resumos de todos os estudos identificados na busca eletrônica utilizando o software Rayyan, após esse primeiro screnning houve uma nova checagem e discussão com o terceiro revisor (EWB).

Estratégia de busca para identificação dos estudos

        Os estudos foram obtidos por meio das seguintes bases de dados: Medline, via PubMed e Scielo (Scientific Electronic Library Online) entre 2000 e 2024. A base de estratégia de busca para situação clínica e intervenção segue abaixo:

Figura 1. Estratégia busca feita pelo Mesh e Decs

        As plataformas utilizadas foram: Mesh (Medical Subjecting Headings) e Decs (Descritores em Ciências da Saúde) para construção da estratégia de busca além de operadores booleanos (AND) e (OR).

Avaliação do risco de viés dos estudos incluídos

        A qualidade do risco de viés dos estudos incluídos nesta revisão, foram avaliadas usando o critério descrito no Cochrane Handbook (Higgins et al., 2011). São analisados seis critérios: geração e ocultação da alocação, mascaramento em relação aos participantes, investigadores e avaliadores de desfechos, ocorrência de desistências e perdas durante o seguimento do estudo, relato seletivo de desfechos e outros tipos de viés (conflito de interesse).

        As informações relevantes para estabelecer julgamento em relação à ocorrência de viés dos itens citados anteriormente serão anotadas em uma tabela de avaliação para cada estudo incluído.

        Dois revisores (LFO e RRC) realizarão independentemente o julgamento do risco de viés para cada critério, classificando-os em: alto, incerto ou baixo risco de viés. Discordâncias referentes às classificações foram resolvidas por meio de reuniões de consenso entre os revisores.

RESULTADOS

        Inicialmente foram encontrados 150 estudos em diferentes bases de dados após análise e discussão entre os autores foram novamente pré-selecionados e incluídos 11 ensaios clínicos randomizados (Fluxograma 1).

Fluxograma 1. Fluxograma de acesso dos estudos

        Em relação à análise da qualidade metodológica utilizamos a classificação de Higgins et al., 2011, onde verificamos que predominantemente os estudos incluídos foram classificados em baixo risco de viés, onde podemos observar na figura 2.

Figura 2. Análise da qualidade metodológica segundo Higgins et al., 2011.

Gráficos as representações de metanálise.

        Gráfico 1. Representação de metanálise no desfecho Gross Motor Function Measure (GMFM), comparando o grupo bandagem funcional elástica versus grupo controle.

        Observamos na representação de metanálise (Gráfico 1) na comparação entre os grupos bandagem funcional versus grupo controle no desfecho GMFM, estudo de Karabay et al., 2016, não houve diferença estatisticamente significativa na comparação entre os grupos MD-2.70, CI [-12.24,6.84].

        Gráfico 2. Representação de meta análise no desfecho Gross Motor Function Measure (GMFM), comparando o grupo bandagem funcional elástica versus grupo eletroestimulação neuromuscular.

Observamos na representação de meta análise (Gráfico 2) na comparação entre os grupos bandagem funcional versus grupo eletroestimulação neuromuscular no desfecho GMFM, estudo de Karabay et al., 2016, houve diferença estatisticamente significativa na comparação entre os grupos MD-10.10, CI [-18.86,-1.34].

        Gráfico 3. Representação de meta análise no desfecho Escala de BERG, comparando o grupo bandagem funcional elástica versus grupo controle.

Observamos na representação de metanálise (Gráfico 3) na comparação entre os grupos bandagem funcional versus grupo controle no desfecho Escala de BERG, estudo de Hochsprung et al., 2017, não houve diferença estatisticamente significativa na comparação entre os grupos MD-1.43, CI [-19.65,22.51].

DISCUSSÃO

        Problemas posturais e desequilíbrios musculares são inerentes às disfunções neurológicas, diante disso entendemos que o controle da pelve e do tronco são interdependentes da mobilidade e desenvolvimento das extremidades superiores na realização de atividades funcionais da vida diária Karabay 2016.

        Pensando nos movimentos do tronco e na consciência corporal que a bandagem funcional elástica proporciona Karabay 2016, randomizou setenta e cinco crianças, divididos em três grupos, KT, Eletroestimulação Neuromuscular e Grupo Controle. Foi avaliada através da escala Gross Motor Function Measure (GMFM). Os resultados mostraram que os valores de GMFM melhoraram significativamente em todos os grupos (todos p <0,01), entretanto os resultados mais expressivos foram predominantes nos grupos KT e eletroestimulação neuromuscular do que no grupo controle. Além disso, houve diferença significativa no grupo eletroestimulação neuromuscular, sendo mais eficaz que o KT.

        Esses resultados são parecidos com os achados do Gráfico 1 onde temos a representação de meta análise no desfecho GMFM, comparando o grupo bandagem funcional elástica versus grupo controle. Onde nos mostra que na comparação entre os grupos bandagem funcional versus grupo controle no desfecho GMFM, não houve diferença estatisticamente significativa na comparação entre os grupos MD -2.70, CI [-12.24,6.84]. Já no Gráfico 2 em outra representação de meta análise no desfecho de GMFM, comparando o grupo bandagem funcional elástica versus grupo Eletroestimulação Neuromuscular nos mostra que houve diferença estatisticamente significativa a favor do grupo Eletroestimulação Neuromuscular MD -10.10, CI [-18.86,-1.34].

        Já Hochsprung 2017, em seu estudo avaliaram trinta e um sobreviventes de AVC pela primeira vez, foram recrutados e designados aleatoriamente para um grupo controle e um grupo KT. O grupo controle foi submetido ao tratamento convencional (manuseio cuidadoso do ombro e mobilizações diárias). Esta abordagem foi combinada com KT. Uma das formas de avaliação foi à escala de Berg. A combinação de KT com tratamento convencional não é superior ao tratamento convencional isoladamente, já a escala avaliada apresentou resultados positivos.

        Kara 2014 e colaboradores desenharam um estudo randomizado, controlado, com cegamento. Trinta crianças com PC espástica unilateral foram randomizadas e divididas igualmente entre o grupo KT e o grupo controle. Todos os participantes foram avaliados com a Medida de Independência Funcional para Crianças (WeeFIM), Teste de Bruininks-Oseretsky de Proficiência Motora (BOTMP) e GMFM. Houve diferença significativa no ganho de força muscular, lateralidade, controle de tronco em sedestação em ambos os grupos.

        Iosa 2014 e colaboradores avaliaram a questão sensorial, propriocepção e diminuição da espasticidade. Os autores interpretaram seus dados eletromiográficos para sugerir que a aplicação de KT pode aumentar a propriocepção, estimulando os centros supraespinhais e, portanto, melhorando o sentido cinestésico e da posição articular. No entanto, como demonstrado pelo estudo o KT, aplicado melhorou o feedback sensorial, propriocepção, podendo ser um facilitador para a neuro-reabilitação e desenvolvimento impulsionado de controle motor adequado.

        Santos 2018 em seu estudo avaliou por meio do GMFM, a aplicabilidade de KT sobre o músculo reto femoral do membro afetado pelo AVC. Foram utilizadas três condições de fita: fita KT, fita adesiva e placebo. Foi avaliado a atividade muscular por meio da eletromiografia, alinhamento do tronco e membros inferiores através da cinemática. A KT aumentou a atividade do reto femoral, diminuiu o pico de flexão do tronco, joelho, quadril, tornozelo e aumento da extensão do tronco no final do sentar-se quando comparado com fita adesiva e placebo. Observou-se uma melhora significativa no grupo KT quando comparado ao grupo placebo e fita adesiva.

        Capecci 2014 em seu estudo avaliou quatro semanas de estimulação proprioceptiva e tátil de pacientes com PC, combinadas com alongamento e reeducação postural. Divididos em dois grupos, um grupo controle e um grupo intervenção associado a KT. Por meio da escala de Equilíbrio de Berg. O grupo intervenção associado a KT se mostrou mais eficaz quando comparado ao grupo controla.

CONCLUSÃO

        Implicações para pesquisas futuras

        O intuito nessa pesquisa foi analisar a eficácia e eficiência da bandagem funcional elástica na aprendizagem motora em pacientes neurológicos, por se tratar de uma técnica amplamente difundida em âmbito fisioterapêutico como método coadjuvante de tratamento, associado a outras possibilidades como cinesioterapia motora, integração sensorial e outras abordagens fisioterapêuticas. Trata-se de um método promissor com pesquisas de boa qualidade metodológica, tratando-se dos ensaios clínicos randomizados, considerados como alicerces em termos de pesquisa, nossa pergunta clínica nos direcionava no intuito de descobrirmos sua eficácia e eficiência como recurso terapêutico na aprendizagem motora de pacientes neurológicos. Problemas posturais e desequilíbrios musculares são inerentes as disfunções neurológicas, diante disso entendemos que o controle da pelve e do tronco são interdependentes da mobilidade e desenvolvimento das extremidades superiores na realização de atividades funcionais da vida diária.

        Implicações para prática clínica

        Podemos afirmar que as representações de metanálise, evidências científicas fortes e os estudos incluídos com boa qualidade metodológica, refutam ao fato que a técnica de bandagem funcional elástica é eficaz e eficiente em sua utilização na aprendizagem motora em pacientes neurológicos. Podemos considerar o fato de ser uma técnica segura e com fácil aplicabilidade e reprodutibilidade, seus efeitos adversos podem ser facilmente revertidos e controlados, por se tratar de uma bandagem que pode ser imediatamente retirada. Vale ressaltarmos que essa técnica vem como um método coadjuvante de tratamento, não sendo utilizada como forma de tratamento isolado, possibilitando incrementarmos diferentes técnicas e terapias na facilitação da aprendizagem motora em pacientes neurológicos.

REFERÊNCIAS

Capecci, M. Postural rehabilitation and kinesio taping for axial postural disorders in Parkinson’s disease. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. v. 95, n. 6, p. 1067-1075, 2014.

Chagas, E. Simetria e transferência de peso do hemiplégico: relação dessa condição com o desempenho de suas atividades funcionais. Rev. Fisioter. Univ. São Paulo v. 2, n. 1, p. 40-50, 2001.

Chinelato, J. Espasticidade. Aspectos neurofisiológicos e musculares no tratamento com toxina botulínica do tipo A. Revista Neurociencias, v. 18, n. 3, p. 395-400, 2010.

Da Costa, C. Pilot study: Investigating the effects of Kinesio Taping® on functional activities in children with cerebral palsy. Developmental Neurorehabilitation, v. 16, n. 2, p. 121-128, 2013.

Dietz, V. Spastic movement disorder: impaired reflex function and altered muscle mechanics. Lancet Neurology, v. 6, n. 8, p. 725-733, 2007.

Elbasan, B. Relationship between kinesiophobia and pain, quality of life, functional status, disease activity, mobility, and depression in patients with ankylosing spondylitis. Turkish Journal of Medical Sciences. v. 47, n. 5, p. 61-66, 2017.

Fonseca, M. Joint sensorimotor system. Fisioterapia e Pesquisa, v. 14, n. 3, p. 82-90, 2007.

Higgins, J. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions Version 5.1.0 [updated March 2011]. The Cochrane Collaboration, 2011. Available from www.cochrane-handbook.org.

Hochsprung, A. Short- and medium-term effect of kinesio taping or electrical stimulation in hemiplegic shoulder pain prevention: A randomized controlled pilot trial. NeuroRehabilitation; v. 41 n. 4, p. 801-810, 2017.

Huang, H. Identifying specificity groups in the T cell receptor repertoire. v. 6, n. 5, p. 94-98, 2017.

Iosa, M. The application of Kinesio Taping in children with cerebral palsy. Developmental Medicine and Child Neurology. v. 57, n. 1, p. 11-12, 2015.

Kachanathu, S. Functional outcomes of kinesio taping versus standard orthotics in the management of shin splint. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 58, n. 11, p. 165-169, 2018.

Kara, O. The effects of Kinesio Taping on body functions and activity in unilateral spastic cerebral palsy: A single-blind randomized controlled trial. Developmental Medicine and Child Neurology, v. 57, n. 1, p. 81-88, 2014.

Karabay, I. Training postural control and sitting in children with cerebral palsy: Kinesio taping vs. neuromuscular electrical stimulation. Complementary Therapies in Clinical Practice, v. 24, n. 7, p. 67-72, 2016.

Kirmizigil, B. The Effectiveness of Kinesio Taping in Recovering From Delayed Onset Muscle Soreness: A Crossover Study. v. 29, n. 4, p. 385-393, 2019.

Santos, M. Kinesio Taping effects with different directions and tensions on strength and range of movement of the knee: a randomized controlled trial. v. 22, n. 4, p. 283-290, 2018.

Vaz, D. Alterações musculares em indivíduos com lesão do neurônio motor superior. Fisioterapia e Pesquisa, v. 13, n. 2, p. 71-82, 2006.

Woodcock, C. Note: This article will be published in a forthcoming issue of The Sport Psychologist. This article appears here in its accepted, peer-reviewed form, as it was provided by the submitting author. It has not been copy edited, proofed, or formatted by. v. 2, n. 7, p. 83-90, 2012.

Yam, T. Effect of kinesio tape application on hemiplegic shoulder pain and motor ability. Neuro Rehabilitation, v. 41, n. 3, p. 49-55, 2017.

Yazici, G. Does correcting position and increasing sensorial input of the foot and ankle with Kinesio Taping improve balance in stroke patients? v. 36, n. 3, p. 345-353, 2015.


1 Graduado em Fisioterapia com pós-graduação em Terapia Intensiva com ênfase em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Pediátrica e Adulto (UniMax), Mestrando no Programa de Saúde da Criança e do Adolescente na Unicamp
Endereço: Campinas, São Paulo – Brasil
E-mail: everton_wbs@hotmail.com

2 Graduado em Fisioterapia com pós-graduação em Oncologia e Cuidados
Intensivos pela Universidade de Uberaba
Endereço: Uberaba, Minas Gerais – Brasil
E-mail: valeriofabricio@gmail.com

3 Graduado em Fisioterapia com especialização em Terapia Intensiva Adulto, Neonatológica e Pediátrica (UniMax). Mestre e Doutorando em Cirurgia e Medicina Translacional pela UniMetrocamp Wyden
Endereço: Campinas, São Paulo – Brasil
E-mail: ronny.rodrigues@unesp.com.br

4 Graduado em Fisioterapia, Especialista em Medicina Desportiva pelo Centro de Metabolismo e Nutrição; Mestrado e Doutorado em Bases Gerais da Cirurgia (FMB)
Endereço: Campinas, São Paulo – Brasil
E-mail: lfgameiro85@gmail.com

5 Graduando em Medicina na Universidade Católica de Brasília (UCB)
Endereço: Brasília, Distrito Federal – Brasil
E-mail: enzolusvarghi@outlook.com

6Graduando em Medicina na Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Endereço: Manuas, Amazonas – Brasil
E-mail: viniciusbacelarferreira@gmail.com

7 Graduanda em Medicina no Centro Universitário de Adamantina
Endereço: Adamantina, São Paulo – Brasil
E-mail: nubiamed29@gmail.com

8 Graduada em Medicina pelo Centro Universitário do Espírito Santo (UNESC), pós-graduada em Terapia Intensiva pelo Centro Médico de Campinas
Endereço: Campinas, São Paulo – SP
E-mail: fabriciahoth@yahoo.com.br

9 Graduando em Medicina na Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Iniciação Científica no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq HCFMUSP)
Endereço: São Paulo, São Paulo – Brasil
E-mail: carlosleal9847@gmail.com

10 Graduanda em Odontologia na Faculdade Unirb Teresina
Endereço: Teresina, Piauí – Brasil
E-mail: luara.gomes.7140@gmail