ANALGÉSICOS: COMPLICAÇÕES FISIOLÓGICAS RELACIONADAS A PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO¹

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8088530


Darlene Alves Silva2
Thayse França Tosto3


RESUMO

A automedicação é uma prática comum na sociedade, onde o paciente consome medicamentos sem orientação de um profissional habilitado, em relação a doses e tempo do tratamento. Devido ao incômodo gerado pelos estímulos dolorosos, a automedicação e o uso irracional dos analgésicos é algo muito presente na comunidade. Nosso estudo investigou quais são as complicações fisiológicas causadas decorrente da prática da automedicação por analgésicos na população do município de Guaratinga-Ba. Logo, diante dessa perspectiva o objetivo geral da pesquisa foi analisar fatores, consequências e potenciais riscos advindos da automedicação pelos fármacos pertencentes a classe dos analgésicos e o papel do farmacêutico nesse processo. Realizou-se uma abordagem quali-quantitativa, com revisão de literatura nos bancos de dados do Google acadêmico, SciElo, ScienceDirect, artigos científicos, revistas, sites e coleta de dados por meio de questionários. Como resultado, foi possível verificar que 83,6% dos entrevistados recorreram a auto medicação analgésica nos últimos três meses, sendo que destes, 40% fazem uso frequente da prática, demonstrando que é uma questão de saúde pública que gera a longo prazo custos e danos, um fator negativo tanto para o governo quanto para o indivíduo que terá seu estado de saúde prejudicado. Logo o papel que cabe ao farmacêutico é o de promover medidas através da orientação, a fim de evitar o consumo exacerbado e irresponsável, fomentando o desejo da população em procurar a orientação de um profissional de saúde, promovendo o uso racional dos medicamentos.  

Palavras-Chave: Medicamentos. Farmacêutico. Saúde pública.

1 INTRODUÇÃO  

 A automedicação refere-se ao consumo de medicamentos por conta própria, sem orientação ou prescrição de um profissional qualificado, no qual o paciente ou seu responsável decide qual o melhor fármaco será utilizado para tratar seus sinais ou sintomas (BISPO et al., 2017). A percepção da dor é considerada uma experiência desagradável, seja ela referente a lesões reais ou em potencial. Na tentativa de suprimir os estímulos dolorosos, desde as épocas mais remotas, as pessoas já se automedicavam utilizando plantas medicinais com propriedades analgésicas e anti-inflamatórias (FURLAN, 2016).  

 O uso indevido e abusivo dos analgésicos pela prática da automedicação pode trazer diversos riscos à saúde dos indivíduos, como: o auto diagnóstico, terapia inadequada, dosagem errada, reações adversas, quadro de intoxicações, interações farmacológicas, mascaramento do quadro clínico real, demora na busca por orientação médica e tratamento correto, além dos riscos de dependência ou morte (PEGORARO et al., 2020). Diante dessa perspectiva o problema a ser abordado neste estudo é: Quais as complicações fisiológicas são causadas decorrente da prática da automedicação por analgésicos na população do município de Guaratinga-Ba? 

Desse modo, o objetivo geral é analisar como os fatores decorrentes da automedicação por analgésicos afetam a saúde da população de Guaratinga-Ba e o papel do farmacêutico nesse cenário. Os objetivos específicos elencados neste trabalho são: avaliar o perfil do indivíduo que faz uso da automedicação; apresentar os riscos fisiológicos decorrentes do uso irracional de analgésicos e o impacto gerado a saúde pública e por fim especificar como o farmacêutico pode contribuir para o uso racional de medicamentos e os problemas inerentes da automedicação.

No Brasil, cerca de 77% da população possui o hábito constante da automedicação, de acordo pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF, 2019). São diversos os motivos que levam os indivíduos a realizar a automedicação, podendo destacar-se: facilidade em conseguir medicamentos nas farmácias, devido alguns constarem na lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP´s), dificuldade de acesso a consultas médicas, anúncios/propagandas nas mídias e indicações de parentes ou amigos (SANTOS et al., 2021).

Levando em consideração que o medicamento não é um produto qualquer, mas um elemento estranho ao organismo, quando células e órgãos ficam expostos por muito tempo aos analgésicos, emergem efeitos colaterais. Condição esta que gera efeitos nocivos ao sistema digestório e hepático, principais responsáveis pelo processo de metabolização das substâncias (CANO et al., 2017). Logo, é de extrema relevância analisar os aspectos intrínsecos aos desequilíbrios fisiológicos e efeitos deletérios ocasionados pelo uso indiscriminado dos medicamentos pertencentes à classe dos analgésicos. 

Em virtude da sensação satisfatória provocada por esses medicamentos, eles culminam por muitas vezes sendo utilizados de forma indiscriminada, situação essa que corrobora com o aumento do número de internações devido a incidência de complicações. Por sua vez, para Silva e Quintilio (2021), essa prática leva a impactos consideráveis nos gastos com saúde pública, já que não foi desenvolvida na comunidade a promoção da saúde preventiva.   

2 METODOLOGIA 

No estudo foi utilizado uma abordagem quali-quantitativa. A pesquisa de campo, se deu através da aplicação de um questionário estruturado com múltiplas questões aplicado no município de Guaratinga – Ba, com área territorial de 2.189,404 km², pertencente ao estado da Bahia, ao nordeste do Brasil. Segundo os dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Guaratinga em 2010, contava com 22.165 habitantes com uma densidade demográfica de 9,53 habitantes /km², a população estimada em 2021 é de 20.565 pessoas (BASE DE DADOS – IBGE, 2010). 

A pesquisa para realização do referencial teórico, responsável por garantir o embasamento do estudo, foi desenvolvido por meio de amostras obtidas através de materiais bibliográficos (artigos científicos, livros, revistas, gráficos e tabelas) presentes nos bancos de dados do Google acadêmico, SciElo, ScienceDirect, revistas de saúde e sites. 

Foram considerados como critérios de inclusão, artigos publicados nos últimos dez anos dando preferência para artigos entre 2015 e 2022 que abordassem a automedicação e consequentemente os riscos provocados à saúde. Como critérios de exclusão foram adotados os seguintes critérios: quaisquer tipos de publicações que não tiverem descrição com o tema proposto e que não possuírem fontes seguras em forma de informação. 

O questionário dispõe de dose questões de múltipla escolha, sendo onze fechadas e uma aberta. O mesmo foi aplicado na modalidade on-line pela plataforma Google Formulários. Os dados coletados foram através de jovens e adultos com idades entre 18 e 79 anos de ambos os gêneros e raças, abrangendo assim um público diversificado. 

A coleta dos dados da pesquisa foi realizada de 04 de abril de 2023 a 04 de maio de 2023.  O questionário foi adaptado unicamente para os fins da pesquisa, dispondo de variáveis que possam identificar o perfil de utilização dos analgésicos, especificando a frequência, motivação e os que mais são ingeridos comumente pelos indivíduos. Além de indagar sobre a utilização de prescrições antigas e reações provocadas pelo uso do medicamento. 

3 BREVE HISTÓRICO DA AUTOMEDICAÇÃO

A automedicação se caracteriza pelo ato de utilizar substâncias com potencial terapêutico por conta própria ou por indicações de pessoal não habilitado, a partir do senso comum e experiências anteriores (BISPO et al., 2017). Em outras palavras, é uma prática comum que visa o alívio ou cura de sintomas, independentemente do nível cultural, do contexto histórico envolvido, da posição econômica ou social do indivíduo (PEGORARO et al., 2020). 

Compreender o histórico da automedicação de acordo Soterio e Santos (2016), é de extrema importância, visto que, ao longo dos anos acabou se tornando uma prática bastante difundida, provocando alterações significativas na sociedade. Apesar da escassez de informação, algumas fontes arqueológicas mostram que a prática está presente desde as sociedades primitivas, quando o homem produz e utiliza substâncias a partir da matéria-prima advindas de animais e plantas medicinais, aliados a ritos mágicos e crenças, visando alcançar a cura da patologia (FURLAN, 2016). 

Alguns autores e especialistas veem esta prática como uma integrante no processo de autocuidado, já que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), pode ser definido como a capacidade de o indivíduo estabelecer e manter sua saúde de prevenir e manejar a doença, caracterizando a atitude como uma alternativa de uso para tratar sintomas “auto reconhecíveis” (HERNANDEZ e ALMEIDA, 2017). Contudo, mesmo sendo muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato, pode ser potencialmente prejudicial à saúde tanto individual quanto coletiva, principalmente pelo fato de que nenhuma droga farmacológica é inócua ao organismo. 

A automedicação pode ser cultural (uso dos produtos a partir do conhecimento empírico passado pelas gerações), orientada (conhecimentos prévios pelo paciente da substância que ele irá utilizar) e induzida (sofre influências das campanhas publicitárias com fins unicamente comercias) (HERNANDEZ e ALMEIDA, 2017). Assim, é de interesse da indústria farmacêutica dar nome ao desejo de “bem-estar”, atribuindo materialidade a um produto/marca com o objetivo da aquisição de estilos de vida e personagens desejáveis pelo consumidor. A Resolução RDC Nº 102/00 da ANVISA, define a propaganda como:

Conjunto de técnicas utilizadas com objetivo de divulgar conhecimentos e/ou promover adesão a princípios, idéias ou teorias, visando exercer influência sobre o público através de ações que objetivem promover determinado medicamento com fins comerciais. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2000). 

A escassez de medidas de conscientização e o abuso de propagandas cada vez mais atrativas nas mídias, levam o telespectador a ser induzido ao consumo do medicamento sem orientação profissional, mesmo que as instituições queiram passar a imagem que o alvo é alcançar o bem-estar e a saúde da população. Já que, todavia, esses mesmos veículos midiáticos não explicitam os efeitos negativos às quais tais substâncias podem provocar à saúde (SILVA et al., 2020). Sob esta ótica, a automedicação é considerada um problema mundial de saúde pública. 

A OMS julga a automedicação responsável como uma necessidade complementar ao tratamento de algumas doenças devido a precariedade do sistema público de saúde dos países subdesenvolvidos (HERNANDEZ e ALMEIDA, 2017). Por este motivo, publicou diretrizes que preconizam a utilização segura dos medicamentos, exigindo que eles sejam seguros, eficazes, confiáveis e de fácil administração (ARRAIS et al., 1997). Mas para Oliveira e Barbosa (2018), a venda e o livre acesso sem nenhum tipo de controle e orientação podem acarretar o surgimento de graves problemas à saúde dos consumidores. 

No ano de 1985 a OMS destacou a necessidade emergente de se disseminar o Uso Racional de Medicamentos (URM), enfatizando a importância da administração adequada e a dosagem correta dos fármacos, levando em consideração as necessidades clínicas e individuais de cada paciente (OMS, 1985). Em 1998 foi instituído no país o Dia Nacional do URM, desenvolvido pelo Conselho Nacional de Entidades Estudantis de Farmácia, estabelecendo o dia 5 de maio, para promover campanhas de conscientização, boas práticas e alertar sobre os riscos gerados pela automedicação e consumo inadequados de fármacos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). 

O uso racional e seguro é uma sequência de fatores que inclui uma prescrição apropriada, dispensação em circunstâncias adequadas, preço acessível, disponibilidade e exemplificação da dose e posologia correta. Para Santos et al. (2021), uma característica que intervém na farmacoterapia é a utilização inapropriada dos medicamentos pelos pacientes que ao invés de benefícios trazem riscos potenciais à saúde. 

Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) ser um programa visto como referência mundial, ele apresenta inúmeras falhas em sua administração. Muitas cidades brasileiras possuem baixa assistência médica, condição que induz a difusão da prática da automedicação, já que, o acesso direto ao medicamento é bem mais fácil. Segundo Domingues et al. (2015), o mercado de medicamentos no Brasil atinge anualmente mais de 22 bilhões de dólares. Circunstância que o caracteriza como uns dos principais consumidores mundiais com ampla disponibilidade de substâncias comercializadas livremente.

A legislação brasileira permite que algumas substâncias medicamentosas possam ser adquiridas sem prescrição, os chamados Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP´s) ou OTC´s (Over The Counter) , ou seja, além do balcão. Dentre eles estão os analgésicos e anti-inflamatórios simples, condição que não significa que possam ser utilizados de forma indiscriminada, pois suas reações adversas podem causar alterações nas células sanguíneas e até mesmo hepatite fulminante. 

É dever do governo prover a população acesso a um sistema de saúde de qualidade, como previsto na constituição federal.  

Art.196 – A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988, [s.p]). 

A saúde deve ser preventiva, mas a influência da prática da automedicação pode levar o indivíduo a adquirir doenças, mascarar outras já pré-existentes, retardar o diagnóstico e gerar custos ao sistema público de saúde, já que, o SUS terá que prestar tratamentos mais complexos, invasivos, caros e com recuperação lenta para tratar os problemas de saúde ocasionados. O crescimento significativo da oferta e demanda, aumenta substancialmente as chances da automedicação e o uso indiscriminado dos fármacos. Sendo que, de acordo com o estudo de Souza et al. (2011 apud Paim et al., 2016), o país ocupa ainda o quinto lugar no consumo mundial de medicamentos sem prescrição e o primeiro lugar da América Latina. 

Devido a precariedade do consumo indiscriminado de medicamentos a automedicação tem causado preocupação a comunidade de saúde e autoridades brasileiras. A ligação leiga do indivíduo com os fármacos, disseminou no país a cultura de que a farmácia é um mero comércio, tratando e utilizando o medicamento como outro produto qualquer, não levando em consideração os danos provocados a longo prazo.   

O Ministério da Saúde (MS) apontou que nos últimos anos aproximadamente 60 mil casos de internações, são resultado do uso irracional de medicamentos no Brasil (SANTOS et al., 2019). Fatores econômicos e políticos têm contribuído nesse processo. Nessa cultura da automedicação há uma alta incidência sobretudo da utilização de analgésicos, comercializados livremente em drogarias/farmácias, e que a maioria dos utentes não conhecem as contraindicações do seu uso indiscriminado (HERNANDEZ e ALMEIDA, 2017).

Em um levantamento realizado pelo DataFolha, a automedicação é praticada por 76,4% dos brasileiros e aponta que cerca de 32% desses pacientes aumentam as doses dos medicamentos com o intuito de potencializar seu efeito farmacoterapêutico (SPDM, 2016).  Domingos et al. (2015), alega que, em 2011 cerca de 29,5% dos casos de intoxicações registradas, se corresponderam pelo consumo de medicamentos e 16,9% foram a óbito devido essas intoxicações. Tais acontecimentos ocasionam gastos aos cofres públicos que, se utilizado medidas preventivas, podem ser evitados.

4 FARMACOLOGIA E FISIOLOGIA DOS ANALGÉSICOS/ANTI-INFLAMATÓRIOS  

O medicamento é uma droga farmacêutica elaborada com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para diagnosticar doenças. A terapia medicamentosa desempenha o papel de prevenir, recuperar a saúde e aliviar sintomas, sendo uma parte importante da área médica com o auxílio das ciências farmacêuticas para manter o avanço e manejo adequado das drogas (SANTANA, 2017). Então, o medicamento deve promover a segurança e eficácia para o tratamento das enfermidades. 

Estatuto do medicamento, Decreto-Lei 176: Toda substância ou associação de substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas (BRASIL, 2006). 

Os medicamentos no organismo humano, de acordo Rang e Dale (2016), são disponibilizados em quatro etapas, intituladas como “ADME”: absorção, distribuição, metabolização e excreção que acontecem em sequência e simultaneamente, e que determinam uma curva concentração-tempo, que é quantificado pela farmacocinética. Em contrapartida, a farmacodinâmica estuda a dose-resposta, apresentando a relação entre o perfil farmacocinético dos medicamentos e a suscetibilidade, através de três etapas distintas: local de ação, mecanismo de ação e efeito terapêutico. 

Rang e Dale (2016), ainda afirmam que, os analgésicos são um grupo diversificado de medicamentos que diminuem ou interrompem as vias de transmissão nervosa, ou seja, as vias responsáveis pela transmissão da dor, seja ela dor muscular, dor de cabeça, dor dentária, cólica menstrual, dor pós cirurgia, dentre outros. Eles atuam em diferentes receptores presentes no corpo humano, como os receptores opióides, os de prostaglandinas e os receptores dos canais iônicos. Muitos dos analgésicos conhecidos no mercado também possuem propriedades anti-inflamatórias e anti térmicas (paracetamol, dipirona, ibuprofeno). 

Os analgésicos são farmacologicamente divididos em duas classes distintas: opióides e não opióides (FERREIRA et al., 2014). Ainda sobre o dizer do mesmo, os opióides são uma classificação genética que atua produzindo seu efeito analgésico ligando-se principalmente a receptores presentes no cérebro, na medula espinhal, no intestino e, secundariamente, em outras partes do corpo. São de origem natural, semissintética e sintética, podendo ainda ser classificados em opióides fracos como a codeína e opioides fortes como a morfina, ou tramadol, o fentanil, a metadona entre outros que são utilizados em casos de dores intensas. 

Os analgésicos não opióides são variados e apresentam inúmeros mecanismos de ação e efeitos. Alguns dos mais usados, como o ácido acetilsalicílico, dipirona, ibuprofeno e paracetamol, modificam mecanismos periféricos e centrais envolvidos no desenvolvimento de dores, sendo a primeira escolha, devido sua eficácia e segurança quando comparados a outras drogas. Segundo Américo e Melo (2012), estão entre as substâncias farmacológicas mais utilizadas mundialmente e de acordo pesquisa da Close-up International, os analgésicos à base de dipirona e paracetamol estão entre os 10 mais vendidos no Brasil (INOVAFARMA, 2022). 

Em virtude dos fatos mencionados, os analgésicos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) podem ser destacados, pois abrangem em sua estrutura compostos químicos heterogêneos capazes de desempenhar ações antipiréticas, analgésicas e anti-inflamatórias (AMÉRICO e MELO, 2012). Como caracteriza Rang e Dale (2016), os AINEs atuam inibindo principalmente as enzimas cicloxigenase (COX) que catalisa os prostanóides, levando a redução da síntese de prostaglandinas (PGs) apresentando efeitos desejáveis e indesejáveis, bem como os anti-inflamatórios esteroidais (AIES) que exerce potente efeito anti-inflamatório. 

A enzima COX -1 pode ser encontrada em inúmeros tecidos, sendo capaz de promover as funções homeostáticas, responsáveis pela proteção gástrica, agregação plaquetária e autorregulação renal, já a COX-2 é induzida no processo da dor e inflamação através de mediadores químicos como as interleucinas-1. As drogas que inibem essa enzima, atuam de maneira seletiva, gerando analgesia e efeito anti-inflamatório com uma menor porcentagem de efeitos adversos, como os AINEs. Ambas exercem um papel crucial na manutenção dos órgãos e tecidos (SOARES, 2011). 

Visto que, os inúmeros avanços da ciência e o aumento substancial de fármacos analgésicos em circulação, a sociedade moderna com o intuito de sanar dores, fez da automedicação o meio de produção de bem-estar que é, no entanto, falso pois o uso irracional dessas substâncias pode ser perigoso levando a altos riscos de dependência, toxicidade e efeitos colaterais. O fato de o indivíduo executar a automedicação sem normas técnicas e acompanhamento profissional, enquadra esse comportamento como uso irracional de medicamentos (FERNANDES et al., 2015). 

A automedicação com analgésicos podem aliviar temporariamente a dor, mas não resolve a causa subjacente, ou seja, o indivíduo pode estar ignorando uma condição médica que precisa ser tratada adequadamente e até propiciando o agravamento da sua condição clínica com o surgimento de úlceras, piora da asma e hipertensão arterial. 

As chamadas “farmacinhas caseiras” já propicia o acúmulo de medicamentos nas residências, promovendo um genuíno arsenal terapêutico, atuando como fator complementar ao consumo irracional. Conforme a OMS mais de 10% das internações hospitalares são advindas de reações adversas provocadas por drogas farmacêuticas, porque 50% dos medicamentos são erroneamente prescritos, dispensados e incorretamente utilizados pelos pacientes (DOMINGUES et al., 2015).

Todo consumo de medicamentos apresenta riscos, o que é levado em consideração quando o profissional habilitado prescreve é, a relação benefício-risco, onde os benefícios gerados ao paciente superam os riscos associados ao produto. Por isso, é importante promover a disseminação do uso racional e consequentemente diminuir a exposição da população aos riscos relacionados à segurança quanto ao uso dos medicamentos.

O corpo funciona como uma máquina e cada variável necessita está ajustada, para que, as funções ocorram normalmente. A fisiologia é a responsável por estudar as funções moleculares, mecânicas e físicas de um organismo. Walter Cannon, um fisiologista americano cunhou o termo homeostase, definida como a habilidade de manter o meio interno do corpo em equilíbrio, mesmo sob condições de exposição a alterações externas (BRITO e HADDAD, 2017). 

O desequilíbrio fisiológico sucede, quando o organismo não consegue mais manter suas condições normais de equilíbrio. Dentre uma das causas está a automedicação, o medicamento em situações pontuais traz benefício no combate a doenças, mas quando as pessoas os tomam por conta própria com o intuito de camuflar um sintoma/doença, o corpo pode entrar em um desequilíbrio fisiológico e sofrer inúmeras consequências dessa ação. 

O próprio organismo produz analgésicos naturais, as endorfinas. O uso continuado dos medicamentos e em casos específicos várias vezes ao dia, faz com que o corpo se adapte, diminuindo a produção da endorfina naturalmente, levando o organismo a precisar de uma dose superior a administrada usualmente do medicamento para surtir o efeito de analgesia (RANG e DALE, 2016). Todo medicamento tem a dose, o horário e o período correto que deve ser utilizado, porém, na prática da automedicação os indivíduos não levam isso em conta, já que, não tiveram uma orientação adequada.

Uma pesquisa realizada nacionalmente pela plataforma de saúde Consulta Remédios em janeiro de 2020, aponta que, as mulheres são a maioria quando o assunto é automedicação (76%). E o grupo etário que encabeçam a lista são jovens entre 18 e 24 anos com (85%) (SAÚDE BUSINESS, 2020). Segundo pesquisa do Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ) ocorrida em 2018, a automedicação por analgésicos possui um índice de 48% sendo a classe terapêutica mais utilizada por conta própria dentro do país (ICTQ, 2018). 

4.1 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES NO ORGANISMO 

Nos dias atuais, há uma equivocada concepção referente aos AINEs e analgésicos, criou-se a ilusão de que, esses medicamentos proporcionam a resolução e cura de qualquer enfermidade, sem que, haja malefícios advindos desse ato. A população, muitas vezes desconhece e não tem acesso a informações completas a respeito da segurança dos fármacos (PEGORARO et al., 2020). 

4.1.1 Riscos hepáticos 

O fígado é o principal metabolizador corporal. Os medicamentos podem ser convertidos em formas ativas, inativas e até mesmo nocivas através da biotransformação hepática. A maioria dos danos ocasionados a ele, é provocada por substâncias químicas que possuem metabólitos capazes de causar alterações nos sistemas enzimáticos e desarranjo estrutural metabólico. Os três padrões básicos de lesão são classificados em: hepatocelular, colestática ou mista, sendo a mais frequente a lesão hepatocelular, onde há alterações dos biomarcadores utilizados na triagem básica de disfunção hepática (CONCEIÇÃO et al., 2020). 

 Ainda na pesquisa de Conceição et al. (2020), o dano hepático induzido por medicamentos é conhecido como hepatite medicamentosa, se manifestando entre 1 e 90 dias após a administração do medicamento, que pode variar desde alterações assintomáticas das enzimas hepáticas ou até mesmo insuficiência hepática fulminante e em casos de quadro clínico mais grave, pode ocasionar o óbito.  

Os MIP´s e os tarja vermelha, como os analgésicos e os AINEs, são medicamentos determinados pelo mecanismo idiossincrático do que realmente pelo seu nível de toxicidade, ou seja, eles possuem um efeito teto, no qual a administração de doses maiores do que a absorvida pelo organismo não aumenta a eficácia terapêutica, mas, causa um crescimento de efeitos adversos (REIS, 2017 apud CONCEIÇÃO et al., 2020). Dentre os medicamentos possivelmente hepatotóxicos, tem-se, o paracetamol, o diclofenaco, a dipirona, o ácido acetil salicílico, o ibuprofeno e a nimesulida. 

Tittarelli et al. (2017), afirma que o paracetamol, tem sido o medicamento mais autoadministrado no Brasil, seguido pela dipirona. Se administrado na dose terapêutica correta de acordo o peso corporal na proporção mg/kg, é uma substância segura, todavia, se utilizado de forma incorreta pode causar hemorragias quando associado a medicamentos anticoagulantes, lesões hepáticas quando utilizado concomitantemente ao álcool e irritações gástricas com seu uso indiscriminado. 

O Ácido Acetil Salicílico (AAS), é um dos medicamentos mais utilizados mundialmente e sua toxicidade depende da dose e concentração superior a 25mg/ 100 ml, pode causar riscos de complicações relacionadas aos efeitos colaterais como a Síndrome de Reye que é potencialmente fatal causando danos irreversíveis ao fígado e ao cérebro, além de causar também em alguns casos hemorragias, e em pacientes com dengue, pode levar a óbito (HERNANDEZ e ALMEIDA, 2017). 

4.1.2 Riscos ao sistema gastrointestinal

O Trato Gastrointestinal (TGI) participa do processo farmacocinético do medicamento, estando envolvido nas etapas de absorção e distribuição para os vários compartimentos do organismo, metabolização e eliminação, também podem ser realizados por órgãos desse sistema. Como a maior parte dos analgésicos e AINEs são administrados por via oral, o TGI é o primeiro destino deles, constituindo um ambiente suscetível à toxicidade farmacológica, seja por ação direta ou alteração fisiológica. Sendo um fator determinante a escolha correta do medicamento, da sua dose e do seu perfil de toxicidade (FURTADO, 2019). 

Ainda de acordo com Furtado (2019), em vários estudos, os medicamentos que frequentemente se associaram a ocorrência de Reações Adversas ao Medicamento RAM gastrointestinais são AINEs, analgésico e antibióticos, que frequentemente são utilizados na prática da automedicação. Os AINEs associam-se associam a RAM como dor, azia, diarreia e hemorragias gastrointestinais (SILVA et al., 2019). Podem suceder a curto prazo associadas a altas doses terapêuticas, ou, a longo prazo, associadas a baixas doses terapêuticas por repetição. 

As lesões, úlceras gástricas e duodenais causadas ao TGI, podem ser decorrentes de mecanismos diretos, indiretos ou simultâneos quando ambos ocorrem em conjunto. No mecanismo direto estes medicamentos lesam a mucosa diretamente, já no mecanismo indireto ocorrem como resultado dos efeitos sistémicos secundários a depleção de PGs (FURTADO, 2019). A ocorrência dessas RAM ́s associadas a utilização de AINEs comumente, apresentam-se com quadros clínicos inespecíficos: dispepsia, diarréia, pirose, náusea, vômito, dor abdominal, obstipação e anemia. todavia, quadros clínicos severos como hemorragia gastrointestinal, úlcera péptica, perfuração, obstrução e morte, embora raros, podem ocorrer. 

Ainda sobre a visão de Silva et al. (2019), geralmente o perfil de risco é baixo se o indivíduo utilizar o medicamento nas doses recomendadas, entretanto a maioria dos utentes acabam não respeitando as recomendações, diminuindo o perfil de segurança do medicamento e aumentando o risco de este causar uma RAM. 

4.1.3 Risco renal

O rim é um órgão que desempenha um papel na remoção do excesso de líquidos e resíduos do corpo, regulando o nível de água e eletrólitos como o sódio, fósforo e potássio, secretando alguns hormônios responsáveis pelo controle da pressão sanguínea, produção da série vermelha do sangue e no fortalecimento ósseo. Além de serem responsáveis pela eliminação dos medicamentos e toxinas ingeridas (SILVA et al., 2021). Nos rins, as PGs realizam vasodilatação, diminuição da resistência vascular e melhora da perfusão renal, com redistribuição do fluxo sanguíneo por todo aparelho, mantendo dessa forma o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular. 

Nesse panorama Rang e Dale (2016), destacam que o processo de eliminação/excreção nos rins passa por três etapas fundamentais: filtração glomerular, secreção tubular ativa e a reabsorção passiva. Em casos de alguma implicação da função renal, a posologia de diversos medicamentos, observados principalmente em pacientes de alto risco que já apresentam redução da perfusão renal, devido aos efeitos induzidos pelas prostaciclinas levam à insuficiência renal aguda. Nestes casos precisa-se que a dose do fármaco passe por uma adaptação ou redução. 

Nos rins a COX-1, localiza-se nas arteríolas aferentes e eferentes, glomérulo e outras porções renais e a COX-2 no córtex renal. Ao inibir os mecanismos promovidos pelas PGs no sistema renal, resulta em efeitos como vasoconstrição arteriolar renal e diminuição da taxa de filtração glomerular, o que pode levar a distúrbios hidroeletrolíticos, síndrome nefrótica e insuficiência renal aguda (IRA) (SILVA et al., 2019). Os efeitos adversos renais podem ser exacerbados na presença de fatores de risco como idade, comorbidades (ex. hipertensão, diabetes mellitus e doença cardíaca), uso de diuréticos e abuso de analgésicos. 

Silva et al. (2019), descreve em seu trabalho que, em indivíduos que apresentam sua função renal preservada, os efeitos colaterais dos AINEs seletivos são expressos em menor escala tendo a gravidade da lesão associada proporcionalmente ao tempo da terapia. No caso de pacientes com doença renal crônica (DRC) e taxa de filtração glomerular entre 30- 90mL/min, o cuidado deve ser ainda mais criterioso para se ter segurança quanto à utilização de doses de agentes com efetividade analgésica parecida, como a aspirina e o paracetamol, evitando doses altas e o uso sem acompanhamento.

4.1.4 Efeitos cerebrovasculares e cardiovasculares 

A ação dos AINEs nas desordens cerebrovasculares, são ocasionadas pela alteração do equilíbrio hidroeletrolítico e reativação vascular, ação que de acordo Silva et al. (2019), aumenta a pressão arterial independente dos efeitos trombóticos, contribuindo ainda assim, para o aumento potencial dos riscos cardiovasculares. Os efeitos adversos são intercedidos principalmente pela inibição da COX-1 ou COX-2. Alho et al. (2022), retrata a presente preocupação com a segurança cardiovascular, restringindo o uso dos fármacos dessa classe. 

O diclofenaco é um dos medicamentos que mais se acentua a morbimortalidade cardiovascular, que ainda segundo Alho et al. (2022), deve ser recomendado com cuidado até para indivíduos sadios. A inibição da enzima COX-2 por meio de inibidores seletivos ou não seletivos podem comprometer o equilíbrio eicosanóides (TXA2 e PG12), responsáveis por gerar efeito antitrombótico, vasodilatação e abaixamento da agregação plaquetária. 

Nesse panorama o comprometimento do equilíbrio, leva o acrescentamento de eventos trombóticos e cardiovasculares, sobretudo infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial. Foi referido também no estudo de Silva et al. (2019), que o uso crônico de AINEs pode acrescer em 5–6 mmHg a pressão média em pacientes com hipertensão arterial sistêmica, além de intervir na eficiência de alguns anti-hipertensivos que possa estar em uso. É importante se atentar para a questão da meia-vida e da dose tóxica (DL50) desses medicamentos, já que à diferença na gravidade da toxicidade, bem como no quadro clínico.  

5 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO USO INDISCRIMINADO DOS ANALGÉSICOS E A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA 

O papel do farmacêutico nos últimos anos transpôs apenas as etapas ligadas a produção e dispensação do medicamento e adquiriu o reconhecimento de profissional essencial para a promoção da saúde (ALHO et al., 2022). A lei 13.021/2014 dispõe sobre o exercício e atividades desempenhadas pelo farmacêutico, dispondo de um conjunto que regem ações e serviços de assistência terapêutica, promoção, proteção e recuperação da saúde (BRASIL, 2014).

A prática farmacêutica está voltada para a atenção ao paciente, passando o medicamento a ser um instrumento utilizado para alcançar um resultado, seja este paliativo, curativo ou preventivo buscando medidas que façam com que os riscos inerentes à utilização deste produto sejam minimizados, corresponsabilizando-se pelo bem-estar do paciente.

Devido ao incômodo gerado pelos estímulos dolorosos, a prática da automedicação e do uso irracional dessas substâncias, tem se tornando muito comum entre os indivíduos de classes e idades variadas (PEGORARO et al., 2020). Experiências anteriores com status positivo e a dificuldade de acesso a serviços de saúde também são fatores que contribuem para disseminação da automedicação, principalmente dos analgésicos. A atuação desses especialistas pode contribuir significativamente para a população e melhorar consideravelmente, a atual situação da saúde pública no país. 

O medicamento configura um papel importantíssimo na prevenção e melhoria da saúde quando utilizados corretamente. Nesse contexto, cabe ao farmacêutico orientar e esclarecer ao paciente, quando tomar, como tomar e por quanto tempo o tratamento irá perdurar. Silva et al. (2018), ressalta a importância do farmacêutico no auxílio aos outros profissionais de saúde, relacionando-se à equipe de saúde multidisciplinar, trabalhando mais a fundo suas prerrogativas de adesão do paciente ao tratamento medicamentoso de acordo regulamentação da resolução 585/2013 do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que regulamenta as atribuições clínica do farmacêutico. 

 Silva et al. (2013), afirma que de fato, o profissional farmacêutico, conforme a sua preparação e habilitação é o que possui conhecimento de todos os aspectos de um fármaco e, portanto, é o mais capacitado para dar informações privilegiadas a população, garantindo, assim, uma terapia de sucesso, com menores riscos e melhor qualidade de vida. O aconselhamento farmacêutico é de suma importância no atendimento individualizado e coletivo, avaliando indicação, efetividade, segurança e conveniência do uso dos fármacos de seus pacientes. 

 A filosofia da atenção farmacêutica orienta atitudes e valores para que o farmacêutico    se responsabilize pelas necessidades farmacoterapêuticas do paciente (SANTOS et al, 2020). Para isso, o profissional avalia de forma holística os medicamentos utilizados, promovendo um atendimento individualizado, analisando indicação, efetividade, segurança e conveniência de acordo com o quadro clínico apresentado, fomentando a adesão ao tratamento. Ainda sobre o estudo de Silva et al. (2018), ele alega que o farmacêutico é visto como um profissional invisível na comunidade e não está totalmente integrado como um profissional necessário nas intervenções e condução dos casos clínicos, sendo mais requisitado quando se tem problemas relacionados à adesão. 

A prática farmacêutica está orientada para a educação em saúde, indo muito além da forma de utilização dos medicamentos. Devendo os profissionais responsáveis pela dispensação dos medicamentos, dar ao paciente instruções quanto ao uso racional e preventivo, realizando uma anamnese e se necessário encaminhar o paciente a um médico, estabelecendo uma eficiência na atenção farmacêutica. Desse modo, à medida que o farmacêutico desenvolve a consciência de que é um colaborador da saúde ele passa a delimitar até onde deve ir o seu cuidado e como deve realizar de forma satisfatória (SILVA E QUINTILIO, 2021).

Assim, nota-se que o farmacêutico é um profissional de suma importância para inibir e controlar o uso irracional dos medicamentos, pois uma vez que quando orientado de maneira clara dentro da farmácia o paciente terá mais ciência de como utilizar racionalmente os medicamentos, diminuindo gradativamente os índices de automedicação através da prática da atenção farmacêutica, justificando a necessidade do farmacêutico em todas as farmácias e drogarias do país durante todo horário de funcionamento, conforme estabelecido na legislação vigente, art. 6º inciso I da lei 13.021/2014 (BRASIL, 2014). 

Para Silva e Quintilio (2021), as farmácias e drogarias geralmente é o ambiente mais procurado antes mesmo do serviço hospitalar, sendo uma porta de acesso que faz do farmacêutico o profissional disponível e que, tem conhecimentos da farmacoterapia, detendo os conhecimentos patológicos e fisiológicos para males mais leves, é totalmente capaz de prestar atenção aos pacientes e orientá-los, mostrando confiança, e conscientizando-o para os males advindos do uso indiscriminado dos medicamentos.

6 ANÁLISES DE RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Participaram do estudo, 110 indivíduos com idades entre 18 e 79 anos, de ambos os gêneros, residentes no município de Guaratinga-Ba, com prévio consentimento e autorização de todos os participantes para a divulgação dos resultados obtidos. A amostra foi composta por 59,1% de pessoas do sexo feminino e 40,9% do sexo masculino, como é possível visualizar na figura 1.

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Figura 1 – Gênero dos participantes. 

Convergindo os dados com as informações descritas por Pegoraro et al. (2020), os resultados obtidos no presente estudo, apontam para uma maior e mais frequente utilização de medicamentos para analgesia oriunda de pessoas do sexo feminino. O perfil da idade dos entrevistados está representado na (tabela 1) e apresenta maior número de pessoas entre 25 e 31 anos com 32,7%, seguido de 18 a 24 anos com 31,8%. Categorizando que a incidência da prática da automedicação no público jovem, tem se mostrado consideravelmente maior nos últimos anos. 

Tabela 1 – Faixa etária dos participantes entrevistados. 

Os dados relativos à periodicidade no uso de analgésicos ou AINEs referente a ambos os gêneros podem ser verificados no gráfico exposto a seguir (figura 2). Analisando os dados coletados foi possível identificar que, 58,2% dos entrevistados raramente se automedicam, 40% frequentemente e 1,8% não fazem uso dessa prática. Estabelecendo um parâmetro de carência de informação e instrução da população, justificando a necessidade de implantar as estratégias do uso racional dos medicamentos. 

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Figura 2 – Frequência na automedicação de fármacos analgésicos dos participantes entrevistados. 

Em relação a terem recorrido ao uso de analgésicos nos últimos três meses 83,6% responderam que fez uso dessa prática e 16,4% que não utilizaram. Correlacionando a dados da pesquisa com a de Bispo et al. (2017), no qual aponta que pelo menos 41% dos indivíduos se automedicam 1 vez a cada 2 meses e 27% até 3 vezes ao mês. Isso se dá principalmente pelo fato de a drogaria ser vista como um simples ponto de venda de medicamento e não como um estabelecimento que deve promover saúde. 

Como tópico fundamental para execução do estudo consta a não prescrição dos medicamentos por um profissional de saúde habilitado, caracterizando, dessa forma, o fenômeno da automedicação, 68,5% dos participantes apontaram que os medicamentos não foram prescritos e 31,5% só consumiam através de prescrições. Não distante de outros levantamentos presentes, como no trabalho de Silva et al. (2020), no qual a presente pesquisa alcançou resultados equivalentes ao apontar que a maior parte dos indivíduos acaba comprando os medicamentos por conta própria ou seguindo prescrições antigas e indicações de terceiros.

O maior indicativo responsável pelo consumo de analgésicos/AINEs deu se em 41,7% baseando-se em antigas prescrições, 38,5% através de indicações dos familiares ou amigos que fizeram uso prévio do medicamento, 6,3% por influência das propagandas, apontado também no trabalho de Silva et al. (2020), o indivíduo assimila a informação e consome o medicamento onde muitas vezes não era a indicação correta para sua enfermidade.  Em relação a outros, a maioria respondeu que a compra do medicamento foi baseada em conhecimento próprio e indicação dos balconistas das farmácias/drogarias. Figura 3.   

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Figura 3 – Meio que influenciou a automedicação. 

O estudo se propôs avaliar também os analgésicos em circulação e de venda livre que mais são utilizados, selecionando como os mais relevantes o paracetamol, a dipirona, ou ibuprofeno, o naproxeno e a aspirina (Ácido Acetil Salicílico – AAS).  No qual dentre eles, o consumo da dipirona e do paracetamol foram os mais recorrentes. Resultados semelhantes podem ser observados no estudo como o de Bispo et al. (2017), que destaca os dois fármacos como os mais utilizados seguido pelo AAS, que no presente trabalho evidencia uma taxa de 0,9% tendo o Ibuprofeno ocupando a terceira posição com 20,9% de consumo. Dados descritos na figura 4.  

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Figura 4 – Principais de fármacos utilizados na automedicação. 

Quando questionados quanto ao tempo médio de sua automedicação com os analgésicos, 61,8% relataram que costumam tomar por 1 ou 2 dias, 23,6% de 3 a 4 dias e 14,5% tomam por 5 dias ou mais. Este somatório compreende um índice bastante relevante, visto que o uso em excesso desses medicamentos pode causar efeito colateral ou uma intoxicação se tomados na dose errada.  Complementando, 87,3% dos indivíduos costumam guardar analgésicos e outros medicamentos em casa, 10% as vezes e 2,7 nunca guarda. Prerrogativa que deixa o medicamento ainda mais acessível para ser consumido. 

Reforçando os apontamentos de Karyna et al. (2016) e Pereira et al. (2021), os dados obtidos elucidam uma maior predominância das dores de cabeça/enxaqueca como principal fomentador para a prática da automedicação, seguido das dores de origem muscular, somando números superiores as demais dores relacionadas. 42% para sintomas de enxaquecas/cefaleia, 32% dor muscular, 9% inflamações, 2% para dores de dente, cólicas e cirúrgicas, 4% dor na coluna e 6% para outras patologias/sintomas.  Tais informações são apresentadas na figura 5.

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Figura 5 – Principais dores responsáveis pela automedicação por analgésicos. 

Os participantes foram questionados sobre os possíveis efeitos colaterais que os medicamentos utilizados possam ter ocasionados em seu organismo quando os utilizou por muito tempo. Dos entrevistados 33,3% relataram ter apresentado dores de cabeça e sonolência; 11,1% alergia; 22,2% disseram apresentar outras reações como dores no estômago e náuseas/vômitos.  

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Figura 6 – Estão representadas as reações adversas relatadas devido ao uso prolongado de analgésicos. 

Quando analisado se os participantes já haviam buscado conhecimento sobre as contraindicações e efeitos adversos que tais fármacos poderiam apresentar, 56,4% disseram que sim e 43,6% disseram não ter buscado nenhum tipo de informação, demonstrando que o desconhecimento dos efeitos colaterais se mostrou ser um agravante considerável. Acrescendo as informações obtidas dos 56,4% que procuraram informação 50% recorreram as bulas dos medicamentos, 32,4% pesquisaram em plataformas de informação online como por exemplo o google, 13,2% procuraram o farmacêutico para orientação, 2,9% buscaram em livros e artigos e 1,5% se informaram com amigos/familiares. Figura 7. 

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Figura 7 – Meios utilizados pelos participantes para buscar informações sobre reações adversas ao medicamento. 

Com as informações coletadas na pesquisa de campo foi possível analisar de maneira mais próxima os padrões estabelecidos do fenômeno da automedicação. Os resultados alcançados com o questionário vão de encontro aos descritos pelas literaturas consultadas. 

7 CONCLUSÃO 

A prática da automedicação continua sendo um grande problema para a saúde pública. Tal afirmativa é corroborada tanto por meio dos dados empíricos quanto os obtidos durante a pesquisa, os quais apontam possíveis complicações ou danos inerentes ao uso indiscriminado de medicamentos, em especial os analgésicos. 

A automedicação é uma ocorrência mundial e tanto as informações teóricas quanto os dados obtidos demonstram que é uma prática comum entre adolescentes/jovens, adultos e idosos no país. Independente da classe social a que pertence, todos acabam por se valer da automedicação para aliviar dores, inflamações, entre outros sintomas.  

As motivações e as causas da automedicação no Brasil são inúmeras, indo desde as falhas da própria estrutura de saúde pública até o hábito de se medicar seguindo indicações de pessoas conhecidas. Mesmo funcionando como uma rápida solução para os sintomas e desconfortos apresentados, o uso de fármacos sem a orientação médica ou farmacêutica perpassam pelo agravo da patologia, ocorrência de interações e reações iatrogênicas que podem ser irreversíveis. 

Vale salientar a importância dos profissionais farmacêuticos no quesito da educação em saúde de maneira a conscientizar a população sobre a utilização correta dos medicamentos, como as substâncias devem ser administradas, a posologia adequada e as demais orientações ao paciente visando à redução dos eventos de automedicação. Dito isto, para uma efetiva redução das práticas de automedicação deve-se, pois, os farmacêuticos trabalhar em conjunto com as políticas públicas e proporcionar a autoconscientização das pessoas para os reais perigos de se medicar sem ter realizado uma avaliação do seu quadro clínico. 

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1 Artigo apresentado à Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Farmácia, em 2023.1.
2 Graduando em Farmácia pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – E-mail: darlenealvsil96@outlook.com.
3 Professor (a)-Orientador(a). Doutor (a) em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Docente na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – E-mail: thayse.franca@facisaba.com.