ALZHEIMER: CUIDADOS PSICOLÓGICOS AOS FAMILIARES CUIDADORES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8303219


Alícia Azeredo Leitão


RESUMO

O Alzheimer é uma doença destrutiva dividida em quatro fases, sendo o quarto definido como o estágio terminal, agravada no comprometimento dos neurônios. O Alzheimer ocasiona problemas na memória, nos pensamentos produzindo debilidade dos julgamentos cognitivos que outrora funcionavam argutamente e compromete o comportamento de forma incisiva. Nesse sentido, o presente artigo visa refletir acerca do cuidado psicológico aos familiares de quem sofre com a doença, amortizando as dificuldades na compreensão da doença em si, no desgaste do cuidado ao familiar demenciado por Alzheimer, na acomodação de suas emoções, possibilitando ao familiar envolvido a gerir um cuidado funcional e qualitativo diante da impotência e a falta de cura para o Alzheimer. Esse trabalho convida a uma reflexão sobre a importância do cuidado psicológico do familiar que cuida de seu ente acometido de Alzheimer.

Palavras-chave:. Alzheimer, psychological care, impotence and neurons.

ABSTRACT

Alzheimer’s is a destructive disease divided into four stages, the fourth stage being terminal, aggravated by the impairment of neurons. Alzheimer’s causes problems with memory, thoughts and the weakness of cognitive judgments that once worked shrewdly, compromising behavior in a discrepant way. In this sense, this article aims to reflect the psychological aspects of the family members of those who suffer from the disease, amortizing the difficulties in understanding the disease itself, without prejudice to the care of the family member suffering from Alzheimer’s, in the accommodation of their emotions, allowing the family member involved to manage functional and qualitative care in the face of impotence and the lack of a cure for Alzheimer’s. This work invites a reflection on the importance of psychological care for the family member who takes care of their loved one with Alzheimer’s.

Keywords: Alzheimer, psychological care, impotence and neurons.

1. INTRODUÇÃO

O Sistema único de saúde (SUS) foi criado como forma de responsabilizar o governo a garantir saúde a toda população sem que o indivíduo tenha que ser medido por seu poder aquisitivo, credo ou raça.

Saúde, nas décadas passadas, era artigo de luxo e só usufruía de uma saúde de qualidade quem podia pagar por ela, fora a luta anti-manicomial que perduram até os dias de hoje quando se pensa na subjetividade individual de quem é invadido por poderes clandestinos de pessoas que escravizam outras em detrimento de um conceito próprio.

Mesmo sendo progressivo, dispendioso e vagaroso os avanços na ciência, com o advento da tecnologia e progresso do conhecimento ampliaram-se os dispositivos de saúde mental concretizando subdivisões de cuidados a população propiciando áreas especificas na saúde atual como : Nasf (Núcleo de apoio a família), Caps ( Centro de atenção psicossocial), CaspSad ( Centro de atenção psicossocial álcool e outras drogas) , CAPSi ( Centro de atenção psicossocial Infanto-juvenil) e outras linhas específicas de melhoria a saúde populacional.

Além dos desafios que o SUS enfrenta em efetivar saúde e cuidado em sua plenitude e integralidade tal como dispostos na lei, há os interesses políticos e sociais que fazem com que a população padeça pela falta de atendimento à saúde de doenças específicas dependendo do local que o indivíduo esteja. A saúde é para todos, mas não são todos que conseguem desfrutar em sua completude.

Nesse contexto o presente projeto dedica-se a minuciar o impacto causado ao abandono psicológico dos familiares cuidadores de seus entes demenciados por Alzheimer.

Segundo dados da OMS ( Organização Mundial da Saúde), cerca de 55 milhões de pessoas sofrem com inúmeros tipos de demências sendo o Alzheimer o mais comum. No Brasil, o Ministério da Saúde indicam que 1,2 milhão de pessoas e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.

O Alzheimer é uma doença que mata neurônios fazendo com que o indivíduo perca o domínio de sua identidade e suas fases desenvolvidas da primeira infância em diante perca o sentido natural e se confundam entre si, levando o familiar cuidador a exaustão emocional ao vivenciar e contemplar alguém que tinha virilidade e sanidade esquecer-se pouco a pouco de quem era e demenciando até seu estágio quarto, levando ao óbito, o indivíduo com Alzheimer.

Por não ter cura, o cuidado torna-se cansativo já que o psíquico do adoecido é comprometido e o indivíduo perpetuando comportamentos infantis, agressivos e fantasiosos diariamente, esquecendo como se alimenta, como se veste, ficando vulnerável a qualquer tipo de perigo.

O ente acometido de Alzheimer padece fisicamente e intelectualmente, e o familiar cuidador desenvolve sofrimentos, depressões e ansiedades por promover o cuidado intensivo, isolando-se muitas vezes, abrindo mão de uma vida social, de seus empregos para dedicar-se com mais esmero de seu familiar adoecido que não responde mais por si.

Com base no tal contexto, o projeto focaliza o cuidado da psicologia ao familiar cuidador para visando a promoção de sua saúde mental, a redução de danos e uma nova forma de enfrentamento ao processo de seu ente querido acometido por essa doença sem cura, o mal de Alzheimer.

2. JUSTIFICATIVA

Escolheu-se esse tema por compreender a importância do cuidado psicológico dos familiares que cuidam diretamente de seus entes acometidos pela doença de Alzheimer e por detectar que não há não havendo acompanhamento psicológico específico aos familiares cuidadores a partir do diagnóstico do ente em questão nas unidades de saúde e hospitais. A trajetória no processo de cuidado, faz com que o familiar cuidador se isole e deixe de viver socialmente comprometendo, muitas vezes, seu trabalho externo e suas relações interpessoais, já que a doença inclina o ente doente ao perigo eminente se não for cuidado integralmente de perto.

3. OBJETIVOS

3.1 GERAIS

Elucidar a importância do acompanhamento psicológico ao familiar cuidador de seu ente adoecido por Alzheimer a partir do diagnostico, no processo das fases e promover saúde mental ao familiar que cuida integralmente de seu ente doente.

3.2 ESPECÍFICOS

I. Compreender a importância da psicologia ao familiar cuidador de seu ente doente por Alzheimer.
II. Refletir sobre o impacto do diagnóstico de Alzheimer na família.
III. Promover saúde mental ao familiar cuidador no processo do cuidado direto ao seu ente adoecido.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Quanto à metodologia, o presente trabalho se trata de um artigo de revisão, desenvolvido a partir de pesquisas por artigos em datas-base com Scielo, Google acadêmico entre outros que reflitam sobre o SUS (Sistema Único de Saúde), doença de Alzheimer e saúde mental dos cuidadores familiares. A seleção dos artigos, livros e demais textos recorreu aos descritores saúde mental, alzheimer e Sus para selecionar os textos que embasarão a pesquisa.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

A demora do diagnóstico ao idoso com Alzheimer e a falta de conhecimento sobre a doença por meio dos familiares, aumentam o sofrimento do familiar cuidador que agora terá que lidar com um processo lento e degenerativo promovido pelo Alzheimer em seu ente, tendo, portanto, que desenvolver desenvolvendo no dia a dia o cuidado qualitativo ao ente demenciado. A confusão mental de um idoso com a doença de Alzheimer compromete sua cognição tornando-o fantasioso e fora da realidade.

No Brasil, calcula-se, que 1,2 milhão de pessoas sofre dessa doença, muitas das quais não possuem o provável/possível diagnóstico porque ainda se espera muito para tomar as providencias quando um idoso apresenta problemas de memória (Ribeiro, 2004, p.15).

Cuidar de um familiar diagnosticado com Alzheimer não é tarefa fácil, em vista de que a doença não tem cura e vivenciar seu ente querido perder pouco a pouco sua identidade traz sofrimentos psíquicos e físicos ao familiar que cuida diretamente.

No avanço das fases de Alzheimer, inúmeras situações negativas ocorrem diariamente, as relações familiares são afetadas e o processo salienta falta de paciência, intolerância e distúrbios de sono entre casais como diz nos estudos de (MAYER, 2001).

A agitação e os comportamentos agressivos são mais frequentemente associados ao fardo do cuidar, enquanto outros relataram que sintomas como apatia, tristeza crônica, depressão, isolamento e estresse seriam os de maior impacto sobre a vida do cuidador (WINSLOW, 2003, p.781).

No estudo de Mayer (2001), realizado com dez cônjuges cuidadores de idosos com DA, foram detectados sintomas como impaciência, intolerância e distúrbios do sono.

A implementação das terapias aos familiares dos adoecidos por Alzheimer é de suma importância não só para elaboração de uma nova perspectiva, mas para ser um espaço colaborador e de expressão de emoções.

Uma vez o familiar diagnosticado com a doença de Alzheimer o impacto da realidade causará uma nova rotina na vida do familiar cuidador e o processo do cuidado, torna-se solitário e fatigante nas relações.

A psicologia é de extrema importância ao cuidado mental dos envolvidos para suavizar a vivência cotidiana do cuidador familiar com seu ente adoecido por Alzheimer.

Apesar da existência de Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso e de programas de intervenção localizados em algumas capitais do país, muitos deles ainda sofrem a falta do apoio de profissionais especializados.

6. CRONOGRAMA

Ano: 2023MarçoAbrilMaioJunho
Delimitação do Temaxx

Levantamento Bibliográficoxx

Leitura da Bibliografia

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Elaboração do Projeto

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Preparação para Apresentação do Projeto
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Apresentação do Projeto TCC 1


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7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CRUZ, Marília da Nova e HAMDAN, Amer Cavalheiro (2008) : O impacto da doença de Alzheimer no cuidador. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 13, n. 2, p. 223-229, abr./jun. 2008

MATTOS, Emanuela Bezerra Torres e Kovács, Maria Júlia: Doença de Alzheimer: a experiência única de cuidadores. Psicologia USP, 2020, volume 31, e180023

FALCÃO, Deusivania Vieira da Silva e MALUSCHKE- BUCHER, Júlia Sursis Nobre Ferro: Cuidar de familiares idosos com a doença de Alzheimer: Uma reflexão sobre aspectos psicossociais. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 14, n. 4, p. 777-786, out./dez. 2009

PAIM, Jairnilson Silva O que é o SUS / Jairnilson Silva Paim – Rio de Janeiro : Editora Fiocruz, 2009.