REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12188738
Ana Beatriz Araújo Saraiva1
Fernanda Luysa Strassacapa Plaszezeski2
Ana Carolina Monteiro3
Carolina Campos da Silva4
Gabriela Spibida Gauze5
Nallanda da Silva Aguiar6
Yasmyn Fabricia Chioato Tozi7
Luis Fernando Matos Bastianini8
Introdução: Durante o período da gestação até o pós-parto, o sistema endócrino feminino sofre alterações significativas para proporcionar uma evolução condizente com as necessidades da criação de um vínculo biológico e mental entre a mãe e filho, portanto, quaisquer alterações patológicas, podem afetar negativamente a saúde da mãe. Sabe-se que fatores biológicos, obstétricos, psicológicos e sociais podem contribuir para a precipitação deste quadro e interferir diretamente na resposta hormonal do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), que, por vezes, tem uma apresentação atípica podendo desencadear manifestações depressivas. Objetivo: Revisar literaturas buscando estabelecer associações entre estresse psicossocial durante a gravidez e fatores neuroendócrinos no desenvolvimento de DPP em mulheres. Método: Síntese de uma revisão integrativa de literatura para reunir e sintetizar os estudos sobre o tema. Usou-se como critério de inclusão artigos que estavam inseridos em bases de dados na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), SCIELO, PubMed e páginas de publicações científicas de instituições de ensino, tais como o repositório da UFPE e da Unemat, totalizando 19 artigos incluídos. Artigos que não se relacionavam diretamente com o tema foram excluídos. Resultados: Estudos apontaram quemulheres com depressão pós-parto apresentam anormalidades no comportamento materno, expressando padrões fragmentados e erráticos nesta prática. Além disso, apresentam desregulação na função do eixo HPA, evidenciada pelo pico circadiano suprimido e elevação dos níveis de corticosterona induzidos pelo estresse, em concomitância a elevação da expressão de mRNA de CRH e redução do receptor 1 de CRH no núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN). Além de uma diminuição da expressão de receptores nucleares no PVN para hormônios esteroidais associados à transcrição de CRH. Houve também a identificação de que quando os valores do cortisol, estradiol e progesterona estão desregulados, as puérperas se tornam suscetíveis a desenvolver DPP. Conclusão: Mediante o exposto, é possível constatar que em quadros clínicos de mulheres com DPP há alterações neuroendócrinas e psicocomportamentais importantes que afetam diretamente a díade mãe-bebê e comprometem a saúde e integridade física e mental das puérperas. Destarte, o sucesso parcial na realização dos objetivos traçados, salientam que urge-se a necessidade de que novos estudos sejam firmados para perfazer ainda mais esta alteração neuroendócrina.
Descritores: Depressão Pós-Parto, Alterações neuroendócrinas, Puerpério
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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SCHWENGBER, Daniela D. O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê. Natal, Dezembro de 2003. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/epsic/a/99CZHn8wZDPwy6QHGbfBrQr/#. Acesso em: 16 de abril de 2024.
ZOUBVSKY, Sandra P. O estresse psicossocial crônico durante a gravidez afeta o comportamento materno e a função neuroendócrina e modula a expressão do CRH hipotalâmico e do receptor nuclear de esteróides. Janeiro de 2020. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-32066677>. Acesso em: 15 de abril de 2024.
1Acadêmica de medicina, UNINASSAU Cacoal, biaaraujomed23@gmail.com;
2Acadêmica de medicina, UNINASSAU Cacoal fplaszezeski@gmail.com;
3 Acadêmica de medicina, UNINASSAU Cacoal, Carolinaa17@gmail.com;
4 Acadêmica de medicina, UNINASSAU Cacoal, carollcampos015@gmail.com;
5Acadêmica de medicina, UNINASSAU Cacoal, gabrielagauze29@gmail.com;
6Acadêmica de medicina, UNINASSAU Cacoal, 36017437@sempreunifacimed.com.br;
7 Acadêmica de medicina, UNINASSAU Cacoal, 36017261@sempreunifacimed.com.br; 8 Docente do Curso de Medicina da UNINASSAU Cacoal luisfernandobastianini@gmail.com