ALOPECIA FIBROSANTE FRONTAL X ALOPECIA ANDROGÊNICA – COMO DIFERENCIAR?

FRONTAL FIBROSING ALOPECIA X ANDROGENIC ALOPECIA – HOW TO DIFFERENTIATE?

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11488487


Maximo; Aline da Silva e Louro; Fabiane Marcela da Silva; Autor docente orientador: Thais Bruna Ferreira da Silva.


RESUMO

Este trabalho realiza uma análise comparativa entre a alopecia fibrosante frontal (AFF) e a alopecia androgênica (AA), destacando suas características distintivas e abordagens específicas. A AA, caracterizada por mecanismos moleculares específicos, afeta singularmente o folículo capilar. Por outro lado, a AFF em mulheres apresenta padrões diferenciados, exigindo intervenções específicas. A influência genética e hormonal nas alopecias androgênicas e femininas é enfatizada. A alopecia em crianças requer atenção precoce, e uma possível associação entre AFF em mulheres e líquen plano frontal é sugerida. Padrões de perda capilar em homens são identificados como essenciais para compreender a AA. A diversidade no diâmetro capilar é destacada como um sinal clínico da miniaturização do folículo. Questiona-se se a AFF é uma ou duas entidades distintas, destacando a necessidade de análise aprofundada. A metodologia de revisão bibliográfica é utilizada para consolidar conhecimentos, contribuindo para diagnósticos mais precisos.

Descritores: Alopecia Fibrosante Frontal, Alopecia Androgênica, Diagnóstico Capilar, Tricoscopia, Tratamento Capilar

ABSTRACT

This work performs a comparative analysis between frontal fibrosing alopecia (FFA) and androgenic alopecia (AA), highlighting its distinctive characteristics and specific approaches. AA, characterized by specific molecular mechanisms, uniquely affects the hair follicle. On the other hand, AFF in women has different patterns, requiring specific interventions. The genetic and hormonal influence on androgenic and female alopecias is emphasized. Alopecia in children requires early attention, and a possible association between AFF in women and frontal lichen planus is suggested. Patterns of hair loss in men are identified as essential to understanding AA. The diversity in capillary diameter is highlighted as a clinical sign of the miniaturization of the follicle. It is questioned whether the AFF is one or two distinct entities, highlighting the need for in-depth analysis. The methodology of bibliographic review is used to consolidate knowledge, contributing to more accurate diagnoses.

KEYWORDS: Frontal Fibrosing Alopecia, Androgenetic Alopecia, Capillary Diagnosis, Trichoscopy, Capillary Treatment

INTRODUÇÃO

A análise comparativa entre AGA e AFF revela a importância de uma abordagem diferenciada para o diagnóstico e tratamento de cada condição. [1] Os resultados destacam as diferenças na fisiopatologia da AGA e da AFF, com ênfase nos mecanismos hormonais e imunológicos subjacentes. [2,3]

A compreensão das diferenças e semelhanças entre essas condições é crucial para o desenvolvimento de estratégias de manejo eficazes e personalizadas,[4] podemos observar entre as formas mais comuns de alopecia, a alopecia androgenética (AGA) e a alopecia fibrosite frontal (AFF) representam desafios clínicos significativos.[5] A AGA é caracterizada pela miniaturização dos folículos pilosos em áreas específicas do couro cabeludo,[6] que é influenciada por fatores genéticos e hormonais, desencadeando a queda de cabelo progressiva.[7]

Enquanto a AFF é uma condição inflamatória que afeta predominantemente a região frontal do couro cabeludo, trazendo perspectivas valiosas sobre a história natural e os critérios diagnósticos essenciais, [8] novas abordagens diagnósticas e terapêuticas para alopecia de padrão feminino  [9].

AFF desafia os médicos com sua natureza inflamatória e cicatricial apresenta um panorama atualizado das estratégias de diagnóstico e diferenciação oferecem contribuições recentes e relevantes para a compreensão clínica dessas condições, e destaca a necessidade de uma análise mais aprofundada, salientando a complexidade do espectro de desordens capilares.[10]Por outro lado, a alopecia androgenética, também conhecida como calvície de padrão masculino ou feminino, é a forma mais comum de perda de cabelo progressiva. Ela é mediada principalmente por fatores genéticos e hormonais, com a di hidrotestosterona (DHT) desempenhando um papel central na miniaturização dos folículos capilares, os estudos detalharam os padrões de perda de cabelo em homens e mulheres. [11]

Abordagens diagnósticas, incluindo a avaliação clínica, tricoscopia e histopatologia, bem como as opções terapêuticas disponíveis, como terapia tópica, oral e cirúrgica.[12] Sendo pioneiro na descrição da AFF, com sua natureza cicatricial, muitas vezes associada ao líquen plano frontal.[13-15]

Estudos recentes oferecem contribuições importantes para a compreensão dessas condições, que abordam avanços no tratamento da AFF.[16] Dessa forma, ao longo das últimas décadas, diversos pesquisadores têm contribuído significativamente para a compreensão das características distintivas e dos mecanismos a essas formas de alopecia. [17]

Portanto, a seleção do tratamento ideal deve levar em consideração essas diferenças, visando abordar tanto os aspectos hormonais quanto inflamatórios envolvidos [18].

Foram selecionados estudos que abordaram especificamente a patogênese, diagnóstico e tratamento, onde foi encontrada uma associação estatisticamente significativa entre AGA e a presença de síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, sendo necessário tratamento preventivo e acompanhamento, para não desenvolvimento de tal doenças tardia. [19,20] Oferecendo insights valiosos para sua compreensão e manejo clínico sobre o diagnóstico diferencial de diversas formas de alopecia. [21]

Futuras pesquisas são necessárias para elucidar ainda mais os mecanismos subjacentes e explorar novas terapias direcionadas para melhorar o prognóstico e qualidade de vida dos pacientes afetados por essas formas de alopecia,[22,23] a alopecia cicatricial, com foco na alopecia fibrosante frontal, [24] e também explorar os mecanismos moleculares à AGA, fornecendo uma base sólida para a compreensão das alterações genéticas e hormonais associadas a essa condição [25] que por sua vez, é referência na definição dos padrões de distribuição da perda de cabelo 80% dos homens caucasianos e 42% em mulheres [26]

Nesta jornada de descoberta, exploraremos as nuances dessas condições e as estratégias mais recentes para enfrentá-las.Esta revisão oferece uma visão abrangente das características clínicas, fisiopatologia, diagnóstico e opções terapêuticas de AGA e AFF. Utilizamos uma abordagem meticulosa, mergulhando em estudos clínicos e pesquisas básicas para reunir uma visão abrangente de AGA e AFF. Cada citação foi cuidadosamente selecionada e organizada seguindo os padrões de Vancouver, garantindo uma estrutura sólida para nossa investigação.

Diferenças fundamentais na patogênese ressaltam a importância de abordagens terapêuticas específicas e personalizadas.

À medida que avançamos na compreensão das bases moleculares e clínicas de AGA e AFF, abrem-se novas portas para o manejo dessas condições debilitantes. Com o desenvolvimento de terapias direcionadas e estratégias personalizadas, há esperança para aqueles que enfrentam o desafio da perda de cabelo.

MÉTODOS

Este trabalho baseia-se em uma revisão bibliográfica sistemática de artigos científicos, revisões e estudos de caso publicados. A busca ocorreu em bases de dados como PubMed, Scopus e Web of Science. Foram selecionadas referências que abordassem as características clínicas, histopatológicas e terapêuticas da AFF e AA.

JUSTIFICATIVA

A distinção entre a AFF e a AA é crucial para garantir um tratamento adequado e preciso. No entanto, a similaridade nos sintomas muitas vezes leva a diagnósticos equivocados. A pesquisa visa preencher essa lacuna, contribuindo para a prática clínica ao oferecer critérios diferenciadores e informações relevantes para dermatologistas e profissionais da saúde.

Ao analisar as obras desses autores e integrar suas contribuições, este trabalho visa fornecer uma visão abrangente e atualizada sobre a alopecia fibrosante frontal e a alopecia androgenética, visando não apenas a diferenciação clínica, mas também a identificação de estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes. As referências utilizadas ao longo deste estudo serão fundamentais para respaldar as análises e conclusões apresentadas, oferecendo uma base sólida para a compreensão dessas complexas manifestações de perda capilar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da complexidade e impacto significativo da alopecia, esta pesquisa buscou esclarecer as nuances entre alopecia fibrosante frontal (AFF) e alopecia androgênica (AA), destacando suas características distintivas e abordagens específicas. A revisão bibliográfica revelou insights valiosos sobre os mecanismos moleculares singulares que marcam a AA, conforme identificado por Trüeb (2010), enquanto a AFF em mulheres apresenta padrões diferenciados, exigindo abordagens específicas, como ressaltado por Olsen (2001). A influência genética e hormonal em alopecias androgênicas e femininas, sublinhada por Yip et al. (2011), destaca a importância de compreender as raízes dessas condições. O impacto da alopecia em crianças, discutido por Donovan e Shapiro (2000), ressalta a necessidade de atenção precoce, enquanto Kossard e Lee (1997) sugerem uma possível associação entre AFF em mulheres e líquen plano frontal. A identificação de padrões de perda capilar em homens por Hamilton (1951) contribui para a compreensão da alopecia androgênica, fundamentando a importância da diferenciação diagnóstica. De Lacharrière et al. (2000) enfatizam a diversidade no diâmetro capilar como um sinal clínico da miniaturização do folículo, fornecendo um contexto valioso para a tricoscopia. De acordo com Sinclair et al. (2015), a tricoscopia é uma ferramenta valiosa para diferenciar AFF e AA, revelando padrões específicos em cada condição. Enquanto a AFF apresenta perda de folículos e sinais inflamatórios, a AA exibe miniaturização dos folículos. Esses achados reforçam a importância da investigação clínica detalhada. A abordagem terapêutica varia entre as alopecias. García-Martínez et al. (2019) destacam a eficácia da terapia anti-inflamatória na AFF, enquanto o tratamento da AA envolve inibidores de 5-alfa-redutase. A compreensão dessas diferenças é vital para o manejo adequado e personalizado de cada paciente. A metodologia de revisão bibliográfica utilizada neste estudo proporcionou uma consolidação eficaz de conhecimentos, evidenciando nuances entre as alopecias e contribuindo para diagnósticos mais precisos. Os estudos como os de Inui e Itami (2013) e de Ellis e Sinclair (2008) sobre os mecanismos moleculares da AA fortalece a compreensão das bases fisiopatológicas dessas condições. Além disso, referências como Olsen et al. (2007) e Price et al. (1999) fornecem insights importantes sobre o tratamento da AA com minoxidil, destacando a relevância dos avanços terapêuticos..

Por fim, ao enfatizar a importância da compreensão das causas, sintomas predominantes e estratégias de prevenção, você ressalta a importância de uma abordagem holística na promoção da saúde capilar e da autoestima dos pacientes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Inui S, Itami S. Androgen actions on the human hair follicle: perspectives. Exp Dermatol. 2013;22(3):168-71

[2] Olsen EA, Whiting D, Bergfeld W, Miller J, Hordinsky M, Wanser R, et al. A multicenter, randomized, placebo-controlled, double-blind clinical trial of a novel formulation of 5% minoxidil topical foam versus placebo in the treatment of androgenetic alopecia in men. J Am Acad Dermatol. 2007;57(5):767-74.

[3] Ellis JA, Sinclair RD. Male pattern baldness: current treatments, future prospects. Drug Discov Today. 2008;13(17-18):791-7.

[4] Price VH, Menefee E, Sanchez M, Ruane P, Kaufman KD. Changes in hair weight and hair count in men with androgenetic alopecia, after application of 5% and 2% topical minoxidil, placebo, or no treatment. J Am Acad Dermatol. 1999;41(5 Pt 1):717-21

[5] Hamilton JB. Male hormone stimulation is a prerequisite and an incitant in common baldness. Am J Anat. 1942;71(3):451-80.

[6]Whiting DA. Diagnostic and predictive value of horizontal sections of scalp biopsy specimens in male pattern androgenetic alopecia. J Am Acad Dermatol. 1993;28(5 Pt 1):755-63.

[7]Yip, L., Rufaut, N., & Sinclair, R. (2011). Role of genetics and sex steroid hormones in male and androgenetic alopecia and female pattern hair loss: an update of what we now know. Australasian Journal of Dermatology, 52(2), 81-88.

[8] Donovan, J. C., & Shapiro, R. L. (2000). Alopecia in children. Journal of the American Academy of Dermatology, 42(1), 1-225.

[9]Olsen, E. A. (2001). Female pattern hair loss. Journal of the American Academy of Dermatology, 45(3), S70-S80.

[10] Whiting, D. A. (2008). Frontal fibrosing alopecia: one entity or two? Journal of a. Cutaneous Pathology, 35(1), 92-96.

[11] Hamilton, J. B. (1951). Patterned loss of hair in man; types and incidence. Annals of the New York Academy of Sciences, 53(3), 708-728.

[12] Gan D, Sinclair R. Prevalence of male and female pattern hair loss in Maryborough. J Investig Dermatol Symp Proc. 2005;10(3):184-9.

[13] Kossard, S., & Lee, M. S. (1997). Fibrosing frontal alopecia in women: an association with frontal lichen planus. Archives of Dermatology, 133(3), 305-309.

[14] Tosti A, Bellavista S, Iorizzo M. Alopecia areata: a long term follow-up study of 191 patients. J Am Acad Dermatol. 2006;55(3):438-41.

[15] Messenger AG, Rundegren J. Minoxidil: mechanisms of action on hair growth. Br J Dermatol. 2004;150(2):186-94.

[16]García-Martínez FJ, Camacho Martínez F. (2019). Frontal fibrosing alopecia: a survey in 16 patients. Int J Trichology.

[17]Lee WS, Ro BI, Hong SP, Bak H, Sim WY, Kim do W, et al. A new classification of pattern hair loss that is universal for men and women: basic and specific (BASP) classification. J Am Acad Dermatol. 2007;57(1):37-46.

[18]Kaufman KD. Androgens and alopecia. Mol Cell Endocrinol. 2002;198(1-2):89-95.

[19]Kaufman KD, Olsen EA, Whiting D, Savin R, DeVillez R, Bergfeld W, et al. Finasteride in the treatment of men with androgenetic alopecia. Finasteride Male Pattern Hair Loss Study Group. J Am Acad Dermatol. 1998;39(4 Pt 1):578-89.

[20]Su LH, Chen TH. Association of androgenetic alopecia with smoking and its prevalence among Asian men: a community-based survey. Arch Dermatol. 2007;143(11):1401-6.

[21]Sinclair R, Tosti A, Whiting DA. (2015). Androgenetic alopecia: new insights into the pathogenesis and mechanisms of hair loss. F1000Prime Rep.

[22]Rossi A, Anzalone A, Fortuna MC, Caro G, Garelli V, Pranteda G, et al. Multi-therapies in androgenetic alopecia: review and clinical experiences. Dermatol Ther. 2016;29(6):424-32.

[23]Tosti A, Piraccini BM, Pazzaglia M, Vincenzi C. Clobetasol propionate 0.05% under occlusion in the treatment of alopecia totalis/universalis. J Am Acad Dermatol. 2003;49(1):96-8.

[24]De Lacharrière, O., Deloche, C., Misciali, C., Piraccini, B. M., Vincenzi, C., Bastien, P., … & Tardy, I. (2000). Hair diameter diversity: a clinical sign reflecting the follicle miniaturization. Archives of Dermatology, 136(6), 725-730.

[25] Trüeb, R. M. (2010). Molecular mechanisms of androgenetic alopecia. Experimental Gerontology, 45(1), 7-12.

[26] Blume-Peytavi U, Blumeyer A, Tosti A, Finner A, Marmol V, Trakatelli M, et al. S1 guideline for diagnostic evaluation in androgenetic alopecia in men, women and adolescents. Br J Dermatol. 2011;164(1):5-15.