FOOD ALLERGY IN CHILDHOOD: CONSUMPTION ANALYSIS, DIAGNOSIS AND TREATMENT OF ALLERGY TO COW’S MILK PROTEIN – APLV
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410280531
Alcilene Bezerra Costa1
Jaqueline Da Silva Casemiro1
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas2
Rosimar Honorato Lobo3
RESUMO
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma condição comum na infância que pode impactar negativamente a saúde e o desenvolvimento das crianças. O objetivo é discutir as abordagens relacionadas ao consumo alimentar, métodos de diagnóstico e opções de tratamento da APLV, visando aprimorar a compreensão sobre a gestão dessa condição e suas implicações para a saúde infantil. Utilizou-se uma revisão bibliográfica para explorar a prevalência, diagnóstico e estratégias associadas à APLV. Os resultados indicam que a detecção precoce é crucial para a efetiva gestão da alergia. A exclusão do leite de vaca e seus derivados da dieta é a principal estratégia terapêutica, com o uso de fórmulas hipoalergênicas sendo uma solução viável para garantir a nutrição adequada das crianças afetadas. A reintrodução gradual de leite de vaca deve ser monitorada de perto, com a maioria das crianças eventualmente desenvolvendo tolerância. Conclui-se que, a Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) na infância evidencia a complexidade envolvida em seu consumo, diagnóstico e tratamento. Os desafios enfrentados por crianças alérgicas demandam um entendimento aprofundado das reações adversas e das necessidades nutricionais específicas, ressaltando a importância de um diagnóstico preciso e precoce. Um manejo adequado, que inclua intervenções personalizadas e o envolvimento da família, é fundamental para minimizar os impactos da APLV no desenvolvimento e bem-estar das crianças.
Palavras-chave: Alergia à proteína do leite de vaca, diagnóstico, tratamento, gestão alimentar, infância.
ABSTRACT
Cow’s milk protein allergy (CMPA) is a common condition in childhood that can negatively impact the health and development of children. The objective is to discuss approaches related to dietary consumption, diagnostic methods, and treatment options for CMPA, aiming to enhance understanding of the management of this condition and its implications for child health. A literature review was conducted to explore the prevalence, diagnosis, and strategies associated with CMPA. The results indicate that early detection is crucial for effective allergy management. The exclusion of cow’s milk and its derivatives from the diet is the primary therapeutic strategy, with the use of hypoallergenic formulas being a viable solution to ensure the adequate nutrition of affected children. Gradual reintroduction of cow’s milk should be closely monitored, with most children eventually developing tolerance. In conclusion, Cow’s Milk Protein Allergy (CMPA) in childhood highlights the complexity involved in its consumption, diagnosis, and treatment. The challenges faced by allergic children demand a deep understanding of adverse reactions and specific nutritional needs, underscoring the importance of accurate and early diagnosis. An appropriate management approach, which includes personalized interventions and family involvement, is essential to minimize the impacts of CMPA on the development and well-being of children.
Keywords: Cow’s milk protein allergy, diagnosis, treatment, dietary management, childhood.
1 INTRODUÇÃO
A alergia alimentar (AA) é uma resposta imunológica específica que ocorre após a ingestão de certos alimentos, podendo desencadear reações adversas graves e impactar negativamente a qualidade de vida. Ao contrário de outras formas de alergia, como reações a medicamentos, toxinas ou intolerâncias, a alergia alimentar é reconhecida como um desafio crescente para a saúde global. Sua expressão clínica é resultado de respostas imunológicas individuais, desencadeadas por exposições prévias a proteínas alimentares específicas, o que resulta em reações adversas em indivíduos sensibilizados (Pilger, 2024).
A alergia alimentar na infância tem se tornado uma preocupação crescente para pais, cuidadores e profissionais de saúde, à medida que sua prevalência continua a aumentar globalmente. Entre as diversas alergias alimentares, a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) destaca-se como uma das mais comuns e significativas, afetando crianças em tenra idade. Este fenômeno desencadeia não apenas implicações imediatas na saúde e no bem-estar das crianças, mas também desafia os sistemas de saúde com questões relacionadas ao diagnóstico precoce, tratamento eficaz e gestão do consumo alimentar (Freitas, 2023).
A alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) é a forma mais comum de alergia alimentar em crianças com menos de três anos, podendo se manifestar através de sintomas gastrointestinais, cutâneos, respiratórios e cardiovasculares. No Brasil, estima-se que cerca de 2,2% das crianças são afetadas pela APLV, com uma prevalência de aproximadamente 5,7% e tendência ao aumento. O tratamento para APLV consiste na completa exclusão dos alimentos contendo leite de vaca e seus derivados, resultando na chamada “dieta de exclusão” (Aguiar, 2020).
De acordo com Silva (2023), a APLV é uma das alergias alimentares mais comuns na infância, afetando cerca de 2-3% das crianças em todo o mundo. O diagnóstico é geralmente feito com base em um histórico clínico detalhado, testes cutâneos de alergia e, em alguns casos, desafios alimentares supervisionados por um profissional de saúde.
No entanto, é importante notar que essa dieta pode ser necessária por longos períodos, requerendo supervisão cuidadosa, pois pode levar a desequilíbrios nutricionais, desnutrição e deficiência de cálcio, especialmente durante o período de crescimento. A exclusão dessas proteínas da dieta é também uma ferramenta diagnóstica auxiliar para confirmar a alergia. Portanto, a APLV é uma condição alimentar significativa na infância, exigindo uma vigilância constante da dieta por parte dos pais ou responsáveis pela criança (Santos, 2023).
A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma condição imunológica que afeta principalmente lactentes e crianças pequenas, manifestando-se frequentemente nos primeiros meses de vida. Segundo Zanuto (2024), a APLV ocorre quando o sistema imunológico identifica erroneamente as proteínas do leite de vaca como substâncias prejudiciais, desencadeando uma resposta alérgica. Esta reação pode variar desde sintomas gastrointestinais leves, como diarreia e vômitos, até manifestações cutâneas, como urticária, e respiratórias, como sibilância. Em casos graves, a reação pode evoluir para anafilaxia, uma condição potencialmente fatal que exige intervenção médica imediata.
É crucial diferenciar a APLV da intolerância à lactose, uma condição não alérgica onde o corpo não consegue digerir a lactose devido à deficiência da enzima lactase. Enquanto a intolerância à lactose provoca desconforto digestivo, a APLV envolve o sistema imunológico e pode causar reações severas.
O manejo envolve a eliminação completa das proteínas do leite de vaca da dieta do paciente. Isso inclui evitar todos os alimentos e produtos que contenham leite ou derivados. Os pais e cuidadores devem ser educados sobre a leitura de rótulos de alimentos e a identificação de ingredientes ocultos que possam conter proteínas do leite. Em casos de bebês que não são amamentados, fórmulas especiais hipoalergênicas, à base de aminoácidos ou proteínas extensamente hidrolisadas, são recomendadas. O acompanhamento regular com um alergologista é essencial para monitorar a condição e reavaliar a possibilidade de reintrodução do leite na dieta, visto que muitas crianças superam a APLV ao longo do tempo.
Portanto, esta pesquisa se justifica pela necessidade de consolidar o conhecimento existente, identificar lacunas na pesquisa atual e fornecer ideias para melhorar a abordagem clínica e o manejo da APLV na infância. Além disso, essa análise é fundamental para orientar políticas de saúde pública, práticas clínicas e intervenções educacionais destinadas a mitigar o impacto da APLV na vida das crianças e de suas famílias
O objetivo deste estudo foi discutir abordagens de consumo alimentar, métodos de diagnóstico e opções de tratamento da APLV na infância, para melhorar a condição e suas implicações para a saúde infantil.
2 METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo
Trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem de revisão da literatura de estudos selecionados para compor a revisão. Isso implica que a pesquisa considerou estudos primários que apresentaram resultados de investigações conduzidas pelos próprios autores, fornecendo dados originais e análises sobre o tema da nutrição e desnutrição.
2.2 Coleta de dados
Os dados foram coletados por meio de pesquisas realizadas em duas bases de dados eletrônicas: Scielo (Scientific Electronic Library Online) e LILACS. Os descritores utilizados para a busca foram utilizados os seguintes descritores: alergia a alimentos, hipersensibilidade alimentar, alergia a proteína do leite de vaca, intolerância alimentar e intolerância à lactose. Isso sugere que a coleta de dados foi realizada através de uma pesquisa sistemática nessas bases de dados, utilizando termos específicos relacionados ao tema da pesquisa.
Os critérios de elegibilidade: disponibilidade gratuita e integral, idioma (português e inglês) e período de publicação (2020 a 2024). Em seguida, os títulos e resumos dos artigos serão analisados para determinar sua relevância para o contexto da pesquisa. Os critérios de inelegibilidade: obras inferiores ao ano de 2020, resumos, monografias, teses, dissertação e títulos que não farão parte da pesquisa.
2.3 Análise de dados
Após a coleta dos artigos relevantes com base nos critérios de elegibilidade, a análise dos dados envolveu várias etapas. Inicialmente, os artigos foram selecionados com base nos critérios estabelecidos.
Finalmente, os artigos selecionados foram lidos integralmente para extrair informações pertinentes ao tema da revisão, possivelmente envolvendo a coleta de dados relevantes sobre nutrição e desnutrição para posterior análise e síntese dos resultados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA – APLV
A alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) se manifesta através de uma ampla gama de sintomas alérgicos, com destaque para aqueles relacionados ao trato gastrointestinal. Entre esses sintomas estão diarreia, disfagia, refluxo, náuseas, vômitos, presença de sangue nas fezes, saciedade precoce, alterações no crescimento e desenvolvimento, bem como mudanças no hábito intestinal, entre outros (Ramos, 2021).
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é considerada a forma mais comum de hipersensibilidade entre as crianças. A intolerância ao leite de vaca ocorre devido à resposta orgânica a certas proteínas presentes nesse alimento. Essas proteínas são absorvidas pelo intestino, desencadeando simultaneamente manifestações clínicas devido à sensibilidade do organismo a elas (Santos et al., 2020).
O leite de vaca é o principal culpado por alergias pediátricas devido à sua rica composição proteica, contendo mais de 20 tipos diferentes de proteínas, e é amplamente consumido. O organismo das crianças nos estágios iniciais de vida é imaturo em relação à digestão do leite de vaca e seus derivados, o que pode levar a reações adversas, mesmo na ausência de predisposição genética, exigindo a substituição desses alimentos (Barreto, 2021).
A variedade de sintomas, diagnosticar a APLV pode ser desafiador, uma vez que o quadro clínico é bastante inespecífico. Portanto, uma anamnese minuciosa e uma avaliação cuidadosa da história clínica do paciente são cruciais para estabelecer um diagnóstico preciso, auxiliando assim na diferenciação entre condições relativamente comuns na infância, como colite infecciosa, doença celíaca, doença do refluxo gastroesofágico e esofagite eosinofílica (Matthai et al., 2020).
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma condição imunomediada, na qual o sistema imunológico reage exageradamente às proteínas presentes no leite de vaca. Esse tipo de alergia pode ocorrer em lactentes e crianças pequenas, sendo caracterizada por uma resposta imune desproporcional às proteínas do leite. O mecanismo fisiopatológico da APLV envolve a produção de anticorpos IgE contra as proteínas do leite de vaca, desencadeando uma cascata de reações imunológicas que resultam em sintomas adversos (Carmo, 2022).
Quando uma pessoa alérgica ao leite de vaca consome produtos lácteos, ocorre a liberação de histamina e outras substâncias inflamatórias, desencadeando sintomas como urticária, inchaço, cólicas abdominais, diarreia, vômitos e, em casos mais graves, anafilaxia. Essa reação pode ser desencadeada por pequenas quantidades de proteína do leite de vaca e, portanto, o tratamento principal da APLV envolve a completa eliminação de produtos lácteos da dieta, com a introdução de fórmulas especiais para lactentes e crianças que não contenham proteína do leite de vaca. O diagnóstico preciso e o manejo adequado da APLV são essenciais para prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados (Carmo; Carvalho, 2022).
Assim, a obtenção de uma história clínica detalhada é fundamental para a investigação, visando compreender os sintomas, os possíveis alérgenos envolvidos, as relações temporais entre a ingestão de alimentos e o início dos sintomas, a quantidade consumida, a presença de outras condições médicas, possíveis fatores desencadeantes ou reações cruzadas, bem como o mecanismo imunológico subjacente, que pode ser celular, mediado por IgE ou misto (Calvani et al., 2020).
Segundo Matthai et al. (2020), é crucial realizar o diagnóstico inicial da Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) para iniciar a exclusão dietética dos alérgenos, que requer uma eliminação completa. Se os sintomas persistirem após esse período, a probabilidade de APLV diminui. Portanto, é evidente que um diagnóstico menos invasivo e mais preciso é crucial para pacientes suspeitos de APLV, pois a partir dele podem ser tomadas medidas adequadas para o tratamento da condição e prevenção de complicações (Franco et al., 2020).
Embora o exame clínico e os exames laboratoriais sejam ferramentas úteis no processo diagnóstico, eles têm uma precisão limitada e não são suficientes por si só para estabelecer um diagnóstico definitivo (Calvani et al., 2020).
Portanto, a provocação alimentar surge como uma abordagem valiosa, permitindo não só a confirmação ou exclusão do diagnóstico de alergia alimentar, mas também o acompanhamento da resolução da alergia ou a identificação do limiar de resposta do paciente. Esta abordagem desempenha um papel crucial, seja na confirmação da APLV, seja na determinação da dose limiar de alérgenos do leite de vaca em indivíduos ou na avaliação da tolerância (Leitão, 2022).
3.2 SINAIS E SINTOMAS DA APLV
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) pode se manifestar de forma grave, sendo a anafilaxia a complicação mais séria, apresentando sintomas característicos como reações cutâneas e afetando um ou mais sistemas do corpo, como o respiratório, cardiovascular e gastrointestinal. As manifestações gastrointestinais imediatas incluem náuseas, vômitos, cólicas, diarreia, ocasionalmente com presença de sangue nas fezes, além de prurido oral e edema na língua, que podem causar sensação de sufocamento. Reações cutâneas imediatas são comuns e se caracterizam por urticária, podendo estar associadas ou não a angioedema (Nery, 2023).
Os sinais clínicos frequentes da alergia à proteína do leite de vaca (APLV) incluem uma variedade de sintomas gastrointestinais e cutâneos. Estes podem manifestar-se como dispepsia, inapetência, vômitos, regurgitações, cólicas, diarreia, presença de sangue nas fezes (hematoquezia), constipação, coriza, obstrução nasal, ruídos detectáveis na ausculta pulmonar, vergões na pele, inchaço nos lábios e pálpebras, baixo ganho de peso, crescimento lento, além de sinais oculares como lacrimejamento e hiperemia. Em casos mais graves, pode ocorrer choque anafilático, caracterizado pelo aumento dos sintomas cutâneos, respiratórios e gastrointestinais, juntamente com hipotonia, síncope e hipotensão (Guimarães, 2022).
As reações à alergia à proteína do leite são classificadas em dois tipos: reações tardias não mediadas por IgE, que ocorrem horas ou dias após a ingestão do leite de vaca, e reações imediatas mediadas por IgE, com sintomas surgindo segundos ou até 2 horas após a ingestão do leite de vaca, podendo afetar a pele e/ou o trato gastrointestinal (Brito, 2021).
Alguns pacientes podem desenvolver urticária de contato após o contato direto do alimento com a pele. Em casos mais graves, as manifestações respiratórias são de grande importância e geralmente não ocorrem isoladamente, sendo caracterizadas por rinorreia, congestão nasal, prurido nasal, sibilância e dispneia. A anafilaxia pode se desenvolver minutos após a ingestão da proteína do leite de vaca, envolvendo a pele, mucosas ou ambos, e geralmente é acompanhada por pelo menos um sintoma respiratório, além de hipotonia, síncope, queda de pressão arterial, sintomas gastrointestinais e até mesmo choque (Melo, 2023).
A proporção de crianças que sofrem choque anafilático devido à proteína do leite de vaca é de cerca de 10%. A presença de asma prévia está associada a reações alérgicas mais graves. A história clínica do paciente desempenha um papel crucial na avaliação diagnóstica de reações adversas alimentares. Durante o processo de manutenção do prontuário, com base nas informações obtidas, podem ser solicitados exames laboratoriais, sendo frequentemente utilizados exames complementares para confirmar e/ou esclarecer o diagnóstico. Uma compreensão crítica dos possíveis mecanismos de alergia alimentar orientará a necessidade de testes adicionais, se necessário (Santos, 2023).
Na maioria dos casos, os sinais e sintomas da alergia à proteína do leite de vaca (APLV) surgem quando há interrupção do aleitamento materno exclusivo e início da utilização de fórmulas à base de proteína do leite de vaca (APLV). Entretanto, reações adversas ao leite de vaca podem estar presentes desde o nascimento, devido à sensibilização transplacentária. Mesmo crianças alimentadas exclusivamente com leite materno podem desenvolver APLV, especialmente quando o lactente apresenta reações aos antígenos alimentares ingeridos pela mãe. A manifestação gastrointestinal aguda é a mais comum, caracterizada pelo início súbito com vômitos e diarreia, simulando um quadro de gastroenterocolite aguda (Cantanhede, 2024). Como a APLV muitas vezes se manifesta após um episódio de gastroenterocolite aguda,
torna-se desafiador fazer um diagnóstico diferencial preciso entre essas duas situações no início da doença. Reações cutâneas, como urticária, são frequentes em crianças com APLV, podendo também incluir erupções maculopapulares generalizadas, rubor e angioedema (Rebelo, 2020). Esses sintomas cutâneos podem ser desencadeados pela ingestão ou contato com as proteínas do leite sobre a pele. Os sintomas respiratórios raramente ocorrem isoladamente, geralmente apresentando-se como afecções do trato respiratório superior, como prurido nasal,
congestão, rinorreia e espirros, especialmente em crianças submetidas ao teste de provocação oral. Já os sintomas do trato respiratório inferior, como sibilância, dispneia e aperto no peito, são menos frequentes, porém mais graves e podem resultar em reações fatais (Zanuto, 2024).
3.3 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA ALPV
O diagnóstico da alergia à proteína do leite de vaca é conduzido por meio da avaliação dos sinais clínicos, exames físicos, dieta de eliminação e Teste de Provocação Oral (TPO). O TPO envolve a administração gradual do alimento suspeito (contendo proteína láctea) e de um placebo (uma substância neutra, sem efeitos no organismo, usada para comparação), em intervalos regulares, sob supervisão médica, para detectar possíveis reações alérgicas. Este teste é realizado quando o paciente não apresenta sintomas após um período de exclusão do alimento em questão da dieta. Considerado o padrão-ouro no processo de confirmação diagnóstica da APLV (Jordani, 2021).
Outros métodos diagnósticos citados por Guimarães (2022), incluem testes cutâneos como o prick test ou patch test, diagnóstico laboratorial através de análise sérica de IgE específica (ImmunoCap®), RAST (radioallergosorbent test) e ELISA, endoscopia digestiva alta e baixa, e biópsia intestinal. O tratamento da APLV consiste na exclusão da proteína láctea da dieta ou uso de fórmulas hipoalergênicas, entretanto, é importante destacar que no longo prazo, a criança pode apresentar deficiências de calorias, vitamina D e cálcio. Portanto, é crucial um diagnóstico preciso para evitar restrições desnecessárias de leite na dieta infantil (Jordani, 2021).
Dadas as limitações técnicas em nosso contexto, o diagnóstico presumido da alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é principalmente fundamentado em elementos clínicos, como histórico familiar e outras manifestações alérgicas. Uma vez que a doença pode afetar não apenas o paciente, mas também parentes de primeiro grau, estes podem desempenhar um papel crucial no diagnóstico. O diagnóstico da APLV é essencialmente baseado em uma história detalhada dos sintomas, exames laboratoriais e testes clínicos. O primeiro passo para diagnosticar a APLV é uma avaliação minuciosa dos sintomas e um exame físico completo, com especial atenção à avaliação nutricional (Siqueira, 2020).
O diagnóstico começa com uma suspeita. Se o paciente relata reações ao leite, uma avaliação minuciosa pode esclarecer muitos aspectos para o diagnóstico. Na história clínica, é importante abordar aspectos como a idade de início e a natureza dos sintomas, a frequência de manifestação, o sincronismo entre a ingestão e o aparecimento dos sintomas, a quantidade de leite necessária para provocar sintomas, o método de preparação do leite, o intervalo de tempo desde a última reação, a influência de fatores externos sobre a manifestação, a evolução do crescimento, os primeiros detalhes da alimentação (duração da amamentação, tipo de fórmulas infantis, a introdução de sólidos na dieta) e o efeito de dietas de eliminação (soja, fórmulas de tratamento, dieta da mãe durante a amamentação) (Arruda, 2023).
Deve-se prestar especial atenção à abordagem de pacientes sem sintomas óbvios, mas que apresentam queda na curva de peso, indicando um início gradual de desnutrição. O papel dos exames laboratoriais no diagnóstico da APLV é debatido. Os testes comumente usados na prática clínica podem revelar sensibilização à proteína do leite de vaca, que não necessariamente está associada à alergia propriamente dita. No entanto, graus elevados de sensibilização, como grau III ou mais, sugerem uma alta probabilidade de APLV (Cantanhede, 2024)
A chave para o tratamento da APLV é eliminar completamente os alimentos que contêm proteína do leite da sua dieta. Crianças amamentadas ou crianças com 2 anos ou mais podem não precisar de fórmula infantil. Porém, para crianças que não são amamentadas e menores de 2 anos, o uso de fórmula é fundamental no tratamento (Aguiar, 2020).
É importante compreender que as alergias não são de natureza quantitativa, mas sim qualitativas. Mesmo pequenas quantidades de alérgenos na dieta dessas crianças podem desencadear reações adversas, como alimentos feitos com manteiga ou margarina, purê de batata, panquecas, etc. Os seguintes aspectos devem ser considerados no tratamento da alergia à proteína do leite de vaca (APLV). É essencial monitorar de perto a adesão à dieta de eliminação. Todas as dietas de eliminação devem ser nutricionalmente seguras, especialmente nos primeiros seis meses de vida. Testes de provocação oral devem ser realizados periodicamente para evitar dietas de eliminação desnecessárias (Arruda, 2021).
O objetivo do tratamento ambulatorial é controlar a resposta inflamatória, excluindo o leite, priorizando o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade e excluindo o leite e seus derivados da dieta materna. Em alguns casos, pode ser necessário excluir outras proteínas, como carne e ovos, da dieta materna e complementar cuidadosamente a dieta dessas nutrizes com restrições, como cálcio e fontes alternativas de proteínas (Serafim, 2022).
Para lactentes que recebem aleitamento materno exclusivo e apresentam sintomas de alergia alimentar, não é recomendado interromper a amamentação, pois o leite materno é o alimento ideal nesta fase da vida. O tempo de tratamento e a evolução da APLV podem variar. Geralmente, quanto maior o nível de IgE específica para o leite de vaca, menor a chance de tolerância, que está relacionada ao ritmo de queda dos níveis de IgE. A tolerância ao leite de vaca pode ocorrer em torno de 1 ano de idade (50%), 3 anos (90%) e, em alguns casos, após 5 anos. Existem poucos relatos de APLV em adultos (Lima, 2021).
3.4 TRATAMENTO E ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
O objetivo do tratamento nutricional é prevenir o aparecimento e agravamento dos sintomas da alergia alimentar, bem como promover o crescimento e desenvolvimento adequados da criança, evitando assim distúrbios nutricionais. Uma avaliação nutricional adequada é essencial para planejar e ajustar a ingestão de alimentos de acordo com as necessidades nutricionais da criança, utilizando alimentos permitidos para garantir uma oferta nutricional adequada e seguir as recomendações nutricionais atuais (Silva, 2023).
O tratamento nutricional da alergia alimentar baseia-se em dois pilares: a exclusão das proteínas alergênicas da dieta e a prescrição de uma dieta substitutiva que atenda a todas as necessidades nutricionais, incluindo aquelas necessárias para o crescimento. É fundamental eliminar os alimentos identificados no histórico do paciente, registrados por meio de um diário alimentar no qual a família relata as manifestações associadas à ingestão ou exposição a determinados alimentos, que posteriormente são testados por meio de teste de provocação oral (TPO) (Rebello, 2020).
Para lactentes em aleitamento materno, é crucial manter a amamentação e a mãe deve seguir uma dieta de exclusão dos alérgenos envolvidos, tanto para aqueles com alergia alimentar mediada por IgE quanto para aqueles com alergia não mediada por IgE. Quando necessário, a dieta materna deve ser totalmente livre de leite de vaca e seus derivados (De Faria, 2023).
Na tabela 1 são apresentados os diferentes aspectos da alergia à proteína do leite de vaca (APLV). Cada entrada na tabela inclui o título do artigo, os autores, o ano de publicação, o objetivo do estudo e os principais resultados.
Tabela 1 – tratamentos nutricionais
AUTOR(ES)/ANO | METODOLOGIA | RESULTADOS |
Aguiar, Ana Laissa Oliveira et al. 2020 | Caso clinico | Melhora significativa nos sintomas gastrointestinais e crescimento adequado com o uso de fórmulas hipoalergênicas. |
Arruda, Tayze dos Santos Carneiro de, 2021 | Relato de caso | Identificada alta prevalência de sintomas gastrointestinais em lactentes diagnosticados com APLV. |
Carmo Carvalho, Lanna et al. 2022 | Revisão bibliográfica | Diferenças claras entre APLV e intolerância à lactose, com ênfase na importância do diagnóstico diferencial. |
Jordani, Maísa Tirintan et al. 2021 | Relato de caso | Observou-se comprometimento nutricional em crianças com APLV devido à exclusão de alimentos essenciais. |
Leitão et al. 2021 | Revisão integrativa | Fatores como idade e gravidade dos sintomas foram determinantes para o desfecho positivo no teste. |
Matthai, John et al. 2020 | Revisão integrativa | Recomendado uso de dieta de exclusão e Teste de Provocação Oral como padrão-ouro para diagnóstico |
Freitas, et al. 2023 | Revisão bibliográfica sistemática | Observada a necessidade de melhorias nas informações nutricionais e alertas de alérgenos nas fórmulas infantis |
Guimarães et al. 2022 | Estudo de caso | Identificada falta de conhecimento adequado sobre APLV e importância de educação continuada |
Ferreira et al. 2023 | Revisão bibliográfica | Destacada a importância da eliminação completa da proteína do leite de vaca da dieta para evitar reações alérgicas graves |
Zanuto et al. 2024 | Caso clinico | Identificados efeitos significativos na saúde das crianças, com ênfase na importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado. |
Fonte: elaborado pelas autoras
De acordo com Aguiar, Ana Laissa Oliveira et al. (2020), realizaram uma avaliação clínica de crianças em um programa de atendimento, observando que o uso de fórmulas hipoalergênicas resultou em uma melhora significativa nos sintomas gastrointestinais e no crescimento adequado das crianças. Este estudo de caso sublinha a eficácia dessas fórmulas no manejo da APLV, proporcionando evidências de que a intervenção nutricional pode promover uma evolução clínica positiva.
Arruda, Tayze dos Santos Carneiro de (2021), em um relato de caso, focou na prevalência de transtornos gastrointestinais em lactentes menores de seis meses e sua relação com a APLV, identificando uma alta prevalência desses sintomas. Este achado reforça a necessidade de maior vigilância e diagnóstico precoce para evitar o agravamento da condição, visto que a APLV se manifesta frequentemente através de sintomas gastrintestinais em lactentes.
Já Carmo Carvalho, Lanna et al. (2022) discutem as principais características clínicas da APLV e da intolerância à lactose em uma revisão bibliográfica. Esses autores apontam para a importância do diagnóstico diferencial entre essas condições, uma vez que as abordagens de tratamento são diferentes. A intolerância à lactose, por exemplo, não exige a mesma exclusão rigorosa do leite que a APLV, evidenciando a importância de um diagnóstico preciso para evitar intervenções desnecessárias.
Jordani, Maísa Tirintan et al. (2021) descrevem o perfil clínico e nutricional de crianças com APLV e relatam comprometimento nutricional significativo devido à exclusão de alimentos essenciais na dieta dessas crianças. O estudo alerta para os riscos nutricionais associados à dieta restritiva e destaca a importância de um acompanhamento nutricional adequado para evitar deficiências e garantir o desenvolvimento saudável das crianças.
Leitão et al. (2021), em uma revisão integrativa, buscaram identificar fatores preditores de sucesso no Teste de Provocação Oral para APLV, que é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico da condição. Entre os fatores identificados, a idade e a gravidade dos sintomas foram apontados como determinantes para um desfecho positivo no teste, oferecendo insights valiosos para a prática clínica ao indicar quais pacientes têm maior probabilidade de superarem a alergia com o tempo.
Matthai, John et al. (2020) propuseram diretrizes para o diagnóstico e manejo da APLV em uma revisão integrativa, recomendando o uso de dietas de exclusão e o Teste de Provocação Oral como métodos essenciais para o diagnóstico correto. Essas diretrizes fornecem um guia valioso para os profissionais de saúde na abordagem de pacientes com APLV, enfatizando a necessidade de evitar a exposição à proteína do leite de vaca para prevenir reações alérgicas.
Freitas et al. (2023), por meio de uma revisão bibliográfica sistemática, analisaram a rotulagem de fórmulas infantis voltadas para lactentes com APLV, identificando a necessidade de melhorias nas informações nutricionais e nos alertas de alérgenos. Este estudo destaca a importância de uma comunicação clara e precisa nas embalagens para garantir a segurança alimentar dos lactentes com APLV e para ajudar os cuidadores a tomar decisões informadas.
Guimarães et al. (2022), em um estudo de caso, investigaram o nível de conhecimento das mães de lactentes sobre hipersensibilidade alimentar, identificando uma lacuna significativa de conhecimento. Este achado sugere que há uma necessidade urgente de educação continuada para mães e cuidadores, a fim de melhorar a compreensão sobre a APLV e seus cuidados, o que pode contribuir para a melhora na saúde dos lactentes e na prevenção de complicações.
Ferreira et al. (2023) também discutem os cuidados necessários para lactentes com APLV em uma revisão bibliográfica, enfatizando a necessidade de eliminação completa da
proteína do leite de vaca da dieta para evitar reações alérgicas graves. A eliminação rigorosa é destacada como crucial, já que a exposição acidental a traços de leite pode desencadear reações alérgicas potencialmente perigosas, o que reforça a importância de uma adesão estrita às orientações dietéticas.
Por fim, Zanuto et al. (2024), em um estudo de caso, exploram os efeitos da APLV em crianças e recém-nascidos, abordando tanto a etiologia quanto o tratamento. O estudo identificou efeitos significativos na saúde das crianças, como a manifestação de sintomas respiratórios e dermatológicos, além dos gastrointestinais. Esses autores ressaltam a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para minimizar os impactos na saúde e no desenvolvimento das crianças.
3.5 PLANEJAMENTO DIETÉTICO PARA CRIANÇAS COM APLV
O planejamento dietético para crianças diagnosticadas com alergia à proteína do leite de vaca (APLV) exige uma abordagem cuidadosa e detalhada, envolvendo diversos profissionais da saúde. O nutricionista desempenha um papel fundamental na criação de um plano alimentar seguro, adaptado às necessidades da criança e livre de alérgenos, como discutido por Santos et al. (2023). A colaboração entre o nutricionista, médicos e outros especialistas é essencial para garantir um diagnóstico preciso e uma intervenção dietética eficaz (Moraes, 2021). O trabalho multidisciplinar permite que o diagnóstico seja mais preciso, como destaca Lima et al. (2022), e garante que as estratégias de tratamento sejam adequadas ao perfil nutricional da criança.
A avaliação nutricional inicial é uma etapa crítica no manejo da APLV. Segundo Carvalho et al. (2023), essa avaliação permite identificar deficiências nutricionais e riscos associados à exclusão do leite de vaca. As crianças com APLV frequentemente apresentam risco de deficiência de cálcio, vitamina D e proteínas, como ressaltam Almeida et al. (2022), o que requer atenção para evitar problemas de crescimento e desenvolvimento.
O monitoramento contínuo do estado nutricional é igualmente importante. Ramos (2023) enfatiza a importância de avaliações periódicas para acompanhar o crescimento e desenvolvimento adequados da criança. De acordo com Costa et al. (2021), a exclusão do leite de vaca pode comprometer o crescimento infantil, e o nutricionista precisa ajustar o plano alimentar conforme a evolução da criança.
Na elaboração do plano alimentar, é fundamental garantir uma dieta equilibrada e segura. Conforme Marques et al. (2021), a substituição do leite de vaca por fórmulas especiais ou alimentos seguros deve ser feita de forma cuidadosa, evitando alimentos com traços de leite.
Ainda assim, como demonstram estudos de Xavier (2022), a introdução de alimentos seguros deve ser supervisionada de perto para evitar reações adversas.
Além disso, a sensibilização dos pais é crucial. Segundo Barbosa (2020), o treinamento das famílias em relação à leitura de rótulos e identificação de alérgenos ocultos nos alimentos é parte integral do cuidado. Dessa forma, famílias bem informadas podem evitar exposições acidentais e garantir a segurança alimentar das crianças.
Estudos também mostram que a introdução controlada de alimentos potencialmente alergênicos, sob supervisão médica, pode ser benéfica para promover a tolerância, como indica Souza et al. (2023). Este processo, conhecido como dessensibilização, deve ser conduzido em ambiente hospitalar seguro, segundo Gonçalves (2020).
O manejo da APLV envolve tanto a dieta quanto o acompanhamento psicológico e comportamental das famílias. Como apontam Matos et al. (2022), o suporte emocional e educacional oferecido às famílias impacta diretamente a adesão às orientações dietéticas. O nutricionista, em parceria com outros profissionais da saúde, deve estar preparado para responder dúvidas e aliviar as preocupações dos pais (Silva, 2021).
Pesquisas recentes também indicam que o desenvolvimento de fórmulas hidrolisadas e produtos substitutivos seguros tem sido crucial no tratamento da APLV (Ferreira, 2023). Segundo Gomes et al. (2021), essas fórmulas não apenas oferecem os nutrientes necessários, mas também garantem uma melhor aceitação por parte das crianças, facilitando o tratamento.
Finalmente, o monitoramento do crescimento e desenvolvimento, como destacado por Teixeira et al. (2023), é fundamental para avaliar o sucesso do tratamento. A exclusão do leite de vaca, quando não adequadamente monitorada, pode resultar em deficiências nutricionais significativas, conforme estudos de Pereira (2022).
O planejamento dietético, portanto, deve ser dinâmico e flexível, adaptando-se às mudanças nas necessidades nutricionais da criança ao longo do tempo (Oliveira, 2022). É essencial que a criança com APLV seja acompanhada de perto por uma equipe multidisciplinar, garantindo que sua saúde seja preservada e que qualquer ajuste dietético seja feito com base em evidências científicas (Rocha, 2023).
CONCLUSÃO
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) na infância é uma condição que afeta significativamente a saúde e o bem-estar das crianças e de suas famílias, exigindo um diagnóstico precoce e um tratamento adequado. O manejo adequado da APLV inclui a exclusão rigorosa do leite de vaca e seus derivados da dieta, sendo necessário o acompanhamento por profissionais de saúde, como pediatras e nutricionistas, para garantir que os nutrientes essenciais sejam adequadamente substituídos. O uso de fórmulas hipoalergênicas é uma estratégia eficaz, assim como a introdução gradual de alimentos em casos de remissão da alergia. Estudos indicam que a maioria das crianças desenvolve tolerância ao leite de vaca ao longo do tempo, o que torna o acompanhamento contínuo fundamental para ajustar o tratamento conforme a evolução do quadro clínico.
Conclui-se que, a APLV seja uma alergia com grande prevalência na infância, seu prognóstico geralmente é positivo quando bem manejada. A implementação de protocolos de diagnóstico e tratamento baseados em evidências, juntamente com a orientação nutricional adequada, proporciona às crianças uma melhor qualidade de vida, garantindo seu desenvolvimento saudável e minimizando o risco de complicações associadas à alergia. O presente estudo reforça a necessidade de mais pesquisas sobre a reintrodução de alimentos e a prevenção de alergias alimentares em crianças.
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¹ Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: costaalcilene46@gmail.com
¹ Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: jaqueline.linesilva1@gmail.com
² Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: francisca.freitas@fametro.edu.br
3 Co-orientadora do TCC, Pós Graduada em Saúde Pública com ênfase em Nutrição pela UNINORTE . Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: rosimar.lobo@fametro.com.br