ALEITAMENTO MATERNO E O DESMAME PRECOCE ASSOCIADOS A SAÚDE MENTAL DA PUÉRPERA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

BREASTFEEDING AND EARLY WEANNING ASSOCIATED WITH MENTAL HEALTH OF PUERPERAL WOMEN: A INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10079809


Heloise Cantanhede Westphal de Oliveira1
Letícia dos Santos Lemos1
Izabella Araújo Morais 2


RESUMO

Introdução: Estudos apontam que durante o puerpério, as mulheres tornam-se vulneráveis as mudanças psico-orgânicas, sendo essas alterações capazes de incidir na saúde mental podendo variar de tristeza a um quadro psicótico. Objetivo: Compreender como a saúde mental da puérpera pode interferir no desmame precoce. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de cunho qualitativo. A pesquisa foi realizada entre abril de 2023 e outubro de 2023, tendo como base de dados os sites eletrônicos como: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) via Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE) via Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), U.S National Library of Medicine (PUBMED/NLM), por meio de termos dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): aleitamento materno, depressão pós-parto, saúde mental, período pós-parto, transtornos puerperais. Resultados: Após busca nas bases de dados, foram localizados 643 artigos. Destes foram excluídos 88 artigos devido a duplicidade e 148 por não atenderem aos critérios de elegibilidade. Foram selecionados 30 artigos para leitura na íntegra com amostra final de 13 artigos. Considerações finais: Diante da análise dos estudos, fica evidente que os transtornos de saúde mental podem influenciar no aleitamento contribuindo para o desmame precoce, assim como o aleitamento ineficaz pode influenciar no surgimento de doenças psíquicas. Observa-se uma ausência de estudos que exploram de forma minuciosa a causa da associação entre a amamentação e a saúde mental da puérpera.

Palavras-chave: Aleitamento materno. Depressão pós-parto. Saúde mental. Período Pós-Parto. Transtornos Puerperais

ABASTRACT

Introduction: Studies indicate that during the postpartum period, women become vulnerable to psycho- organic changes and these changes are capable of affecting mental health, ranging from sadness to a psychotic state. Objective: To understand how the mental health of postpartum women can interfere with early weaning. Methods: This is an integrative review of qualitative literature. The research was carried out between April 2023 and October 2023, using several electronic websites as a database, such as: Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) via Virtual Health Library (VHL), Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE) via Virtual Health Library (VHL), U.S National Library of Medicine (PUBMED/NLM), using terms from the Health Sciences Descriptors (DeCS): breastfeeding, postpartum depression, mental health , postpartum period, puerperal disorders. Results: After searching the databases, 643 articles were located. of these, 88 articles were excluded due to duplication and 148 because they did not meet the eligibility criteria. For full reading, 30 articles were selected, with a final sample of 13 articles. Final considerations: Based on the analysis of the studies, it is clear that mental health disorders can influence breastfeeding, contributing to early weaning, just as ineffective breastfeeding can influence the emergence of mental illnesses. Noticeably, there is a lack of studies that thoroughly explore the cause of the association between breastfeeding and the mental health of postpartum women.

Keywords: Breast Feeding. Depression Postpartum. Mental Health. Postpartum Period. Puerperal Disorders.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Brasil (2022), preconiza-se que o lactente seja alimentado exclusivamente com o leite da genitora até os 6 meses de idade. O aleitamento materno (AM) é uma condição fundamental para o crescimento e desenvolvimento (CD) do lactente, principalmente nos seis primeiros meses de vida. O leite materno dispõe de inúmeras substâncias nutritivas, vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e gorduras. Além disso, é abundante em anticorpos que são fundamentais para o desenvolvimento do recém-nascido (RN) (Braga; Gonçalves; Augusto, 2020).

O leite materno é excepcional para o bebê, atendendo às necessidades nutricionais, psicológicas e imunológicas, prevenindo patologias futuras. O aleitamento materno oferece vantagens como custo zero, fortalecimento do vínculo mãe-bebê, interação pele a pele, segurança no desenvolvimento do bebê e proteção contra patógenos (Silva; Silva; Aoyama, 2020). Segundo Feitosa, Silva e Silva (2020), a lactação também beneficia a mãe, auxiliando no emagrecimento, reduzindo riscos de hemorragia pós-parto e câncer. Além disso, para o bebê, previne infecções, alergias e melhora seu desenvolvimento neuropsicomotor.

O período puerperal simboliza o ciclo com mais intercorrências, envolvendo, principalmente, os distúrbios psíquicos. No pós-parto, a puérpera enfrenta diversas mudanças de adaptações fisiológicas e psicológicas, o processo regressivo dos órgãos de reprodução ao seu estado pré-gestacional e as alternâncias hormonais que desencadeiam as mudanças emocionais. Tais alterações psico-orgânicas são capazes de incidir na saúde mental, indo de um aspecto de tristeza imperceptível a um quadro psicótico crítico (Oliveira e Santos, 2022).

Conforme Fontana (2022), a fase puerperal é determinada por uma condição em que a puérpera pode estar emocionalmente frágil, estando sujeita a prejuízos à saúde mental. Sendo assim, as patologias psíquicas estão relacionadas aos sentimentos e alterações na rotina, como a ansiedade, alterações no padrão do sono, inadaptação na rotina de amamentação, estresse, insegurança, incertezas sobre o ato de cuidar do próprio bebê e sobre o autocuidado, mudanças no desempenho familiar, na vida e no trabalho.

A lactação é estabelecida por vários motivos e pode ser modificável pela presença da ansiedade ou depressão no período gestacional. Essas condições mentais têm influência na escolha materna sobre a amamentação, contribuindo para índices inferiores de uma lactação eficaz (Silva 2019). De acordo com Lopes (et al., 2019 apud Assef et al., 2021), o período de gestação pode ser considerado um período de bem-estar emocional em uma fração das gestantes, porém a incidência de perturbação mental neste período no Brasil é de 33,6%.

Conforme Miksic et al., (2020) e Mercan e Selcuk (2021), a autoeficácia em amamentar é o reflexo do comportamento, confiança e concepções maternas sobre o seu desempenho no aleitamento, sendo uma causa de alteração que pode afetar o início e o período da lactação. Mães que possuem confiança na prática de amamentar prolongam o tempo de lactação comparado com aquelas que não o possuem, tornando a autoeficácia uma condição de proteção relevante para o aleitamento materno exclusivo (AME) (Melo et al., 2021). A autoeficácia não depende apenas do desempenho materno, mas também da saúde mental e do seu apoio social (Mercan e Selcuk 2021).

Para Santos et al., (2020) o desmame precoce se dá através da introdução alimentar complementar ou substitutiva do leite materno antes dos seis primeiros meses de vida, podendo ser considerado um ato prejudicial à saúde da criança, expondo-a a patologias relativas à desnutrição infantil. Os fatores que podem causar o desmame precoce incluem o uso antecipado de fórmulas lácteas, retorno ao trabalho e à rotina, ausência de incentivo e apoio familiar, além de fatores associados às condições socioculturais da puérpera.

É imprescindível que ela tenha uma rede de apoio formada por pessoas relevantes e disponíveis, promovendo sua assistência para que possa desempenhar as incumbências iminentes, como manter o lactente vivo e viabilizar o desenvolvimento psíquico e afetivo do mesmo (Evangelista et al., 2022). Contudo, Scorupski et al., (2020) ressalta que no processo puerperal a rede de apoio familiar torna-se vital para estimular e prestar apoio à nutriz durante as dificuldades do pós-parto.

A influência da saúde mental da mãe no desmame precoce é crucial, considerando que o aleitamento materno é vital até os seis meses. A decisão de interromper a amamentação depende do ambiente e estilo de vida da mãe e do bebê, sendo essencial a orientação de profissionais de saúde para garantir o bem-estar da criança e da mãe. Isto posto, o presente estudo objetiva, de forma geral, compreender como a saúde mental da puérpera pode interferir no desmame precoce e de forma específica, compreender o que é a amamentação e seus benefícios para a díade mãe-filho; compreender a associação da saúde mental com a amamentação; compreender a ligação entre autoeficácia e o desmame precoce; evidenciar a influência da saúde mental no desmame precoce e apontar as dificuldades que as puérperas enfrentam na amamentação.

Considera-se este estudo oportuno e fundamental, pois investiga o impacto da saúde mental na amamentação e no desmame precoce, destacando transtornos psicológicos, analisando a importância do suporte profissional/familiar e identificando os desafios enfrentados pelas puérperas durante a amamentação. Assim, diante do contexto, tenciona-se responder à problemática: Como a saúde mental da puérpera influencia no aleitamento materno?

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que conforme Oliveira et al., (2017), constitui um parâmetro de pesquisa que concede o resumo de vários trabalhos publicados com um tema ou questão em específico. Ainda, permite a definição de conceitos, a revisão de opiniões e possibilita desempenhar a observação dos métodos das pesquisas inseridos em temas estabelecidos (Anjos et al, 2022).

A revisão integrativa seguiu um esquema contendo seis etapas, que de acordo com Sousa et al., (2020), são elencadas em:

  • a) identificação do tema e formulação da questão da pesquisa;
  • b) estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão dos estudos para amostragem;
  • c) coleta de dados que serão extraídos dos estudos;
  • d) análise crítica dos estudos selecionados;
  • e) interpretação dos resultados;
  • f) apresentação da síntese estabelecida e revisão dos conteúdos.

Os componentes da estratégia PICO (Paciente, Intervenção, Comparação/Contexto e Outcomes/Desfecho) são essenciais para elaborar a pergunta norteadora para seguir com o levantamento bibliográfico de evidências viabilizando a seleção dos descritores (Santos; Pimenta; Nobre, 2007). Desse modo, a estratégia PICO foi definida da seguinte maneira: (P) Paciente ou Problema – Puérperas; (I) Intervenção – Desmame precoce associado ao estado de saúde mental; (C) Comparação/Contexto – não se aplica; (O) Outcomes/Desfecho – Compreender como a saúde mental da puérpera pode contribuir para o desmame precoce.

A busca eletrônica da literatura foi efetuada nas seguintes bases de dados: Google Acadêmico, Literatura Latino-Américano e do Caribe em Ciências da Saúde, via Biblioteca Virtual em Saúde (LILACS, via BVS), U.S. National Library of Medicine (PUBMED) e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online, via Biblioteca Virtual em Saúde (MEDLINE, via BVS). Para a seleção das literaturas foi utilizado os seguintes termos dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) em conjunto com os operadores booleanos: (“Depression, Postpartum” OR “Mental Health” OR “Puerperal Disorders”) AND “Postpartum Period” AND (“Breast Feeding” OR “Milk, Human” OR Lactation).

A pesquisa foi realizada respeitando a legislação sobre os direitos autorais, orientado pelo decreto n° 9.574, de 22 de novembro de 2018. Os critérios de elegibilidade incluíram os artigos em língua portuguesa, inglesa e espanhola, publicados nos últimos 5 anos, no caso, entre os anos 2018 à 2023, que foram disponíveis na íntegra e gratuitos. Foram excluídos os artigos publicados anteriormente ao ano de 2018, artigos incompletos, pagos e que foram disponibilizados em outros idiomas que não fossem português, inglês e espanhol e que não se encaixar no contexto da pesquisa. Pontua-se ainda que os artigos encontrados em mais de uma base de dados e duplicados foram contabilizados somente uma vez.

Foram localizados, ao todo, 643 artigos nas bases de dados pesquisadas. Sendo 171 artigos no PUBMED, 453 artigos no MEDLINE, via BVS e 19 artigos na LILACS, via BVS, sem a aplicação dos filtros. Após a aplicação dos filtros (últimos 5 anos, língua portuguesa, inglesa e espanhola, artigos completos e gratuitos) foram identificados 88 artigos no PUBMED, 152 artigos no MEDLINE, via BVS e 19 artigos na LILACS, via BVS, somando 259 artigos no total.

Na etapa de triagem, os artigos localizados nas bases de dados foram exportados para as plataformas Rayyan e Excel, caracterizou-se em pastas distintas cada base de dado com seus artigos. Em seguida realizou-se a identificação manual de 82 artigos duplicados entre as bases de dados, sendo removidos 88 artigos duplicados no total. Após a exclusão das duplicações restaram-se 161 artigos, sendo 82 artigos do PUBMED, 73 artigos do MEDLINE, via BVS e 6 artigos da LILACS, via BVS.

Posteriormente, sucedeu-se à etapa da elegibilidade, em que foi realizada a análise através de uma leitura piloto de títulos e resumos dos 161 artigos, excluindo-se 131 artigos que não tinham relação com a temática/não respondiam à pergunta do estudo. Adiante, foi realizada a leitura na íntegra dos 30 artigos resultantes da análise anterior, selecionando-se 15 artigos para a revisão integrativa, sendo 07 do PUBMED, 06 do MEDLINE, via BVS e 02 da LILACS, via BVS, conforme esquematizado no fluxograma prisma da Figura 1.

A escolha e a análise dos artigos foram efetivadas por duas pesquisadoras de maneira independente e as discordâncias foram resolvidas por meio de uma conformidade entre ambas.

Figura 1: Fluxograma PRISMA de seleção dos estudos que constituíram a amostra.

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

No Quadro 1, são exibidos os resultados da pesquisa bibliográfica, que se organiza da seguinte forma: título, autores/ano, objetivo do artigo e conclusão. Dos 15 artigos selecionados (Quadro1), foram encontrados nas bases de dados 8 artigos (80%) na BVS e 7 artigos (70%) na PubMed. Quanto a nacionalidade: 10 artigos foram elaborados em países estrangeiros e 5 foram elaborados no Brasil.

Quadro 1: Referências distribuídas pelos títulos dos artigos e objetivo/conclusão do estudo.

TÍTULO DO ARTIGOAUTOR/ANO OBJETIVOCONCLUSÃO
Auto eficácia para amamentação e depressão pós-parto: estudo de coorte

VIEIRA, Erika de Sá et al., 2018.
Avaliar a auto eficácia para amamentação, a presença de sintomas de depressão no período pós-parto e a associação entre auto eficácia na amamentação e depressão pós- parto, com a interrupção do aleita- mento materno exclusivo.A auto eficácia para amamentação revelou-se como fator de proteção para o aleitamento materno exclusivo, enquanto a depressão pós- parto configura-se como fator de risco.
Associação entre depressão pós-parto materna, estresse, otimismo e padrão de amamentação nos primeiros seis meses


DÍAZ, Andrea Gila etal.,2020.



Explorar a relação entre os fatores psicológicos e o padrão de amamentação
Os aspectos psicológicos maternos estão associados ao padrão de amamentação. A avaliação das preocupações psicológicas maternas e o fornecimento de apoio às mães lactantes podem ajudar a melhorar a adesão ao aleitamento materno.
Efeito positivo da amamentação na criança desenvolvimento, ansiedade e depressão pós-parto

MIKŠIĆ, Šte- fica etal., 2020.

Examinar o efeito da amamentação na depressão e ansiedade pós- parto e como isso afeta o desenvolvimento da criança.

Mães que não amamentam são mais deprimidas e ansiosas em comparação com as mães que amamentam.




Influência dos transtornos depressivo e de ansiedade na auto eficácia materna para amamentação






MELO, Luciana Camargo de Oliveira, 2020.
Verificar a influência dos transtornos depressivo e de ansiedade na auto eficácia para amamentação entre puérperas; identificar a prevalência dos indicativos do transtorno depressivo, de ansiedade- traço e ansiedade-estado entre puérperas nos intervalos de 60, 120 e 180 dias pós-parto; identificar o nível de auto eficácia para amamentação nos mesmos intervalos de tempo; e verificar a associação entre os indicativos de transtorno depressivo, e da ansiedade – traço e estado destas puérperas com a auto eficácia para amamentação nos intervalos estudadosConclui-se que é necessária uma maior atenção à saúde mental das puérperas, considerando que mulheres que não apresentavam indicativos de depressão e ansiedade tiveram maiores níveis de auto eficácia para amamentação, situação que pode implicar em maior tempo de aleitamento materno exclusivo. Esforços devem ser realizados para diminuir as chances de desmame precoce e melhorar a saúde mental das mulheres no período pós-parto, contribuindo assim com os melhores indicadores de condições de vida da mulher e seu bebê no pro- cesso de aleitamento materno, auxiliando na consolidação dos benefícios desta prática.
Sintomas de ansiedade gestacional e pós- parto e intenção de amamentar exclusivo até os seis meses: resultados de uma coorte prospectiva do Rio de Janeiro



MORAES, Aline Oliveira dos Santos etal., 2021.



Avaliar a associação entre sinto- mas de ansiedade gestacional e pós-parto e intenção de amamentar exclusivamente até os seis meses.

A presença de sintomas de ansiedade – traço influencia negativa- mente na intenção de amamentar exclusivamente até os seis meses. Ressalta-se a importância de avaliar a saúde mental da mulher na gestação e pós-parto visando a manutenção do aleitamento materno exclusivo.



Amamentação, sintomas psicopatológicos maternos e comportamentos problemáticos infantis entre mães de baixa renda que retornam ao trabalho






WU, Qiong; FARLEY, Ta- tjana; CUI, Ming, 2021.





Investigar os efeitos longitudinais da duração da amamentação nos sintomas psicopatológicos maternos e nos comportamentos problemáticos dos bebês, entre uma amostra de mães trabalhadoras de baixa renda.
Este estudo sugere a necessidade de implementar intervenções de prevenção com uma abordagem de ciclo de vida e apoio profissional contínuo e personalizado ao aleita- mento materno após a alta hospitalar entre mães trabalhadoras em risco. Os resultados deste estudo podem informar a política pública, destacando a importância de considerar o apoio à amamentação e o aconselhamento de saúde mental na prestação de serviços a mães e seus bebês que vivem em ambientes com poucos recursos e lutam contra a psicopatologia materna.


Ansiedade e sua influência na auto eficácia materna para amamentação


MELO, Luciana Camargo de Oliveira et al., 2021.

Identificar os níveis de ansiedade e da auto eficácia para amamentação entre puérperas nos intervalos de 60, 120 e 180 dias pós-parto; verificar a influência da ansiedade na auto eficácia para amamentação entre essas puérperas.
É necessária uma maior atenção à saúde mental das puérperas, considerando que mulheres que apresentaram baixos níveis de ansiedade tiveram maiores níveis de auto eficácia, situação que pode implicar em maior tempo de aleitamento materno exclusivo.
Associação entre nível de de- pressão pós- parto, nível de apoio social e atitude em relação à amamentação e auto eficácia em amamentar em puérperas precoces.


MERCAN, Yeliz; SELCUK, Kevser Tari, 2021.



Investigar a associação entre os níveis de auto eficácia em amamentação de puérperas e seus níveis de depressão, níveis de apoio social e atitudes de amamentação no período pós-parto inicial.
À medida que o nível de depressão das mulheres aumenta no período pós-parto, o nível de auto eficácia na amamentação diminui. A auto eficácia em amamentar aumenta à medida que o nível de apoio social aumenta e as atitudes que impulsionam o comportamento de amamentação mudam positivamente
Cessação precoce da amamentação exclusiva e depressão pós- parto: avaliando o papel mediador e moderador do estresse materno e do apoio social



ISLAM, Md. Jahirul etal., 2021.

Explorar o risco comparativo da depressão pós-parto (DPP) entre novas mães que interromperam o aleitamento materno exclusivo (AME) antes da marca de 6 meses, em comparação com aquelas que não o fizeram; testar se o estresse materno e o suporte social operam para mediar e/ou moderar a relação entre AME e DPP

As evidências atuais sugerem que a triagem simultânea para dificuldades de AME e estresse materno são importantes sinais de alerta que podem sugerir complicações mesmo antes da triagem da mãe ser positiva para DPP. O apoio e o cuidado dos familiares podem auxiliar na superação desse problema.
A ansiedade persistente relacionada à gravidez reduz exclusividade e duração da amamentação: um estudo de coorte prospectivo



SHAO, Shanshan etal.,2022



Explorar a associação entre ansiedade relacionada a gravidez (PrA) e práticas de amamentação


A PrA persistente foi negativa- mente associada à exclusividade e duração do aleitamento materno. Abordar o PrA pode contribuir para melhorar as taxas de amamentação.
As associações de amamentação e experiências pós-parto com depressão pós-parto entre mãe de bebês hospitalizados em hospitais terciários.


MOHD SHUKRI, Nurul Husna etal.,2022.


Determinar a prevalência de sintomas depressivos entre mães durante o período pós-parto e sua associação com a amamentação e experiências pós-parto.
Emoções maternas, resultados do parto, problemas de amamentação e apoio social foram associados à de- pressão pós-parto. Esforços devem ser feitos para aumentar o apoio materno, e a triagem para depressão materna durante a internação infantil deve ser encorajada.

Eficácia de intervenções comportamentais para melhorar a saúde mental materna e os resultados da amamentação: uma revisão sistemática






PEZLEY, La- cey et al.,2022.




Revisar a literatura sobre a eficácia das intervenções comportamentais focadas na saúde mental materna e nos resultados da amamentação, examinando a interseção dos dois.
Intervenções que estendem o período perinatal e oferecem apoio individualizado de profissionais e colegas que colaboram por meio de um continuum de configurações (por exemplo, sistema de saúde, casa e comunidade) são mais bem- sucedidas em melhorar a saúde mental e os resultados da amamentação. Os benefícios de melhorar esses resultados garantem o desenvolvimento e a implementação contínuos de tais intervenções.
Ansiedade materna e sua interferência na auto eficácia para amamentaçãoABUCHAIM, Erika de Sá Vi- eira etal.,2023.Analisar a relação entre os sinto- mas de ansiedade materna com a auto eficácia para a amamentação e a duração do aleitamento materno exclusivo.As puérperas investigadas apresentaram elevada prevalência de sintomatologia ansiosa, com interferência significativa na percepção e confiança em sua capacidade e habilidade materna de amamentar com sucesso o bebê. Não houve associação entre os sintomas de ansiedade e o desmame precoce.

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.

3.1. ALEITAMENTO MATERNO E OS BENEFÍCIOS PARA A DÍADE MÃE-BEBÊ

Díaz et al., (2020) traz em seu artigo que o aleitamento materno exclusivo (AME) seja ofertado até os seis meses de idade, conforme preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS). Autoridades de saúde propõem que o aleitamento materno (AM) seja complementado com outras fontes de nutrientes propícias até pelo menos dois anos de idade (Pezley et al., 2022).

O aleitamento materno é uma ação que viabiliza diversos benefícios para o binômio mãe-bebê sendo importantes para o crescimento e desenvolvimento de forma saudável ao lactente. Assim, cita-se que os benefícios para o bebê são: redução da taxa de mortalidade infantil; baixo índice de ocorrência diarreica; infecções (respiratórias, ouvido etc.); diminuição do risco de dislipidemia; diabetes; hipertensão; obesidade infantil; doenças cardiovasculares; através do ato do reflexo de sucção permite o desenvolvimento crânio-mandibular e retém as chances de desenvolvimento de alergias alimentares (Melo, 2020; Miksic et al., 2020).

Ainda, Melo (2020) e Moraes et al., (2021), evidenciam que os benefícios da amamentação ofertados a saúde materna são: a minimização do estresse e irritabilidade devido a liberação da ocitocina; restringe a probabilidade de câncer de mama e ovário; propícia a contração uterina efetiva; reduz a possibilidade de hemorragia pós-parto e impacta positivamente na saúde mental da puérpera. Logo, o ato de amamentar reforça o vínculo de proteção, segurança e afeto entre mãe e bebê (Miksic et al., 2020).

A amamentação é relevante e reconhecida para a saúde do lactente, porém diversos países no mundo não alcançam a marca de 50% da taxa de amamentação indicada pela Organização Mundial da Saúde (Shao et al., 2022). De acordo com a escala dos indicadores do AME apresentado por Melo (2020) e preconizado pela OMS, considera-se como ruim a ocorrência da taxa do aleitamento materno exclusivo de zero a 11%; como razoável de 12% a 49%; como bom de 50% a 89% e como muito bom de 90% a 100%.

Melo (2020) aponta que o índice de amamentação que representa todas as regiões brasileiras evidenciou 45,7% do AME em crianças menores de seis meses. Assim, estudos afirmam que as taxas de amamentação das lactantes são comprometidas por vários aspectos, tais como condições sociodemográficas; fatores emocionais, sociais e de saúde mental; auto eficácia na amamentação; conduta e discernimento referente à amamentação (Mercan e Selcuk, 2021).

3.2. ASSOCIAÇÃO ENTRE SAÚDE MENTAL E AMAMENTAÇÃO

Miksic et al., (2020) discute a existência de uma interação de sentido duplo entre a saúde mental e a amamentação, onde os transtornos de saúde mental podem impossibilitar uma lactação positiva e o impasse/falta do aleitamento pode possibilitar a ocorrência da ansiedade e depressão pós-parto.

Em contrapartida, Díaz et al., (2020) corrobora abordando uma associação positiva entre a saúde mental e a amamentação exclusiva, resultando de determinantes sociais, biológicos e psicológicos. Ainda, evidencia que a rotina da lactação possui influência sobre a nutriz, diminuindo sua ansiedade e estresse.

Define-se a ansiedade como um comportamento inato e que se modifica, ocasionando reflexos fisiológicos, reações sentimentais e impactando nos hábitos do dia-dia. A ansiedade é considerada como uma doença quando existe uma desarmonia nas emoções na ocasião de um episódio desencadeador ou quando não existe motivo e/ou origem inerente a sua aparição (Melo et al., 2021).

Consideram-se ainda a existência de dois tipos de ansiedade, a ansiedade-traço e a ansiedade-estado. A primeira refere-se a uma ansiedade de característica individualista do ser humano, possui estabilidade e é invariável, apresenta sintomas gerais e por um tempo prolongado. Já a segunda, é caracterizada por um momento ou situação específica, pode ser restrita e momentânea a depender da ocasião, sendo conceituada, ainda, como inconstante (Moras et al., 2021; Melo et al., 2021).

Abuchaim et al., (2023), relata que as principais sintomatologias manifestadas pelas nutrizes são: pensamentos indesejados e recorrentes sobre alguma coisa negativa que possa ocorrer com o lactente, apreensão exagerada e prolongada, agitação, insatisfação, sentimento de culpabilidade, desinteresse e sono prejudicado. Tais manifestações podem afetar o relacionamento entre binômio mãe-bebê e uma baixa autoeficácia materna.

Os transtornos de saúde mental desencadeados na puérpera estão relacionados a um índice menor de amamentação. A ansiedade (pré-natal e pós-parto) e a depressão perinatal estão ligadas à diminuição da disposição de amamentar, do início, da exclusividade e o do período da amamentação (Pezley et al., 2022).

Moraes et al., (2021) colabora explicando que a gravidez e o período pós-parto são fases apontadas por mudanças físicas, hormonais, psíquicas e sociais, sendo capazes de afetar a saúde mental da puérpera, visto que, a ansiedade materna tem o potencial de interferir em diversos parâmetros do bem-estar do lactente, incluindo na amamentação.

Contribuindo com o supracitado, Melo et al., (2021), Melo (2020) e Shao et al., (2022) evidenciam que os indicadores de ansiedade no período pós-parto apresentam relação superior as possibilidades de não introduzir e não dar continuidade ao aleitamento materno. Indícios apontam que a conexão entre amamentação e ansiedade possuem duas direções; por um lado, a ansiedade elevada pode influenciar em taxas mais baixas e interrupção precoce da amamentação; por outro, as adversidades durante a amamentação podem ser um estímulo para o aparecimento sintomático da ansiedade (Abuchaim et al., 2023; Moraes et al., 2021).

Em um estudo realizado na China, foi identificado que de 3.033 gestantes entrevistadas, 9,26% (n= 281) apresentaram ansiedade (Shao et al., 2022). Já no Brasil, em São Paulo, evidenciou que de 83 puérperas investigadas, 35% (n≅ 29) apresentou ansiedade, o que foi considerado preocupante (Abuchaim et al. 2023). Moraes et al., (2021), em sua pesquisa realizada no Rio de Janeiro, entrevistou 185 mulheres, das quais 53% (n≅98) teve predomínio da sintomatologia da ansiedade-traço no começo da gravidez, e 29% (n≅ 54) teve o predomínio de ansiedade-estado no puerpério.

Melo et al., (2021) em seu estudo feito no interior de São Paulo, identificou que no período de 60 dias, de 186 mulheres entrevistadas, 55,4% (n=103) apresentaram baixo nível de ansiedade-traço e 5,9% (n=11) apresentou alto nível de ansiedade-traço. Em relação a ansiedade-estado das 186 puérperas entrevistadas durante 60 dias, 66,2% (n= 123) apresentaram baixo nível e 1,6% (n=3) apresentou alto nível. Durante 120 dias, 162 mulheres foram entrevistadas, considerando que 72,8% (n=118) apresentaram baixo nível para ansiedade-estado e 0,6% (n=1) apresentou alto nível. Em 180 dias, das 147 puérperas entrevistadas, 75,5% (n=111) apresentaram baixo nível de ansiedade-estado e 0,6% (n=1) apresentou alto nível.

Estudos apontam que os índices de ansiedade podem variar para alto ou baixo de acordo com os fatores característicos apresentados pelas puérperas como: idade, religião, escolaridade, etnia, trabalho remunerado fora de casa, renda familiar, apoio social, estado marital, transtorno mental preexistente e a prática do aleitamento materno exclusivo (Abuchaim et al., 2023; Melo et al., 2021).

Vieira et al., (2018) expõe que a depressão pós-parto é descrita como uma desarmonia do humor tendo como sintomatologia a irritabilidade, ausência de prazer, culpabilidade, ansiedade e apatia. Corroborando a citação, Mercan e Selcuk (2021) complementam os sintomas depressivos com: choro, ausência de concentração, cansaço, inapetência, sono prejudicado e inseguridade ao cuidar do bebê.

A sintomatologia depressiva nas puérperas pode prejudicar a interatividade com o lactente, podendo gerar uma adversidade e ineficiência na amamentação (Miksic et al., 2020). Em contrapartida, Vieira et al., (2018) destaca que as nutrizes que não apresentam sintomas depressivos e que possuem o desejo de amamentar durante a gestação exibem baixo risco de adquirir a depressão pós-parto quando atingem êxito no AM. Salienta ainda que a incapacidade de amamentar proporciona um aumento nas chances de desenvolver a DPP.

Viera et al., (2018) aponta que o transtorno mental, especificamente a depressão pós- parto, tem repercussão significativa na saúde da puérpera e do lactente. Nutrizes com sintomatologia depressiva são capazes de apresentar relação insatisfatória com o bebê; tornam- se impossibilitadas de enfrentar desafios na amamentação, o que pode ocasionar a interrupção precoce e como consequência uma possível desnutrição infantil (Miksic et al., 2020; Vieira et al., 2018).

Um estudo realizado por Mohd Shukri et al., (2022) evidenciou uma ligação entre o tempo da amamentação e a depressão da puérpera, não deixando esclarecido a principal causa; ou estar deprimida diminuiu o tempo da amamentação, ou o desmame precoce elevou os indícios depressivos. Miksic et al., (2020) corrobora ao demonstrar a existência de uma relação de duas vertentes paralelas entre a amamentação e a depressão pós-parto, de um lado a ausência de envolvimento na participação da amamentação pode ocasionar chances maiores de DPP; porém, de outro lado, é possível que a depressão pós-parto provoque a diminuição das taxas da amamentação e o aumento da probabilidade do desmame precoce.

Mohd Shukri et al., (2022), em seu estudo realizado na Ásia, entrevistou 219 puérperas e constatou que a predominância de depressão pós-parto foi de 30,1% (n=66) e as chances de desenvolver a depressão pós-parto foi de 12,8% (n=28) nas puérperas entrevistadas.

3.3. ASSOCIAÇÃO ENTE AUTOEFICÁCIA MATERNA E O DESMAME PRECOCE

Entende-se a autoeficácia materna como a confiança da puérpera sob a sua capacidade de praticar com excelência a amamentação. Ainda, evidencia que as nutrizes que acreditam em seu potencial perante a amamentação tendem a fazê-lo por um tempo maior quando igualadas às lactantes que não possuem esse autorreconhecimento (Melo et al., 2021).

Vieira et al., (2018) expressa que a convicção sob a competência da lactante em amamentar torna-se um fator de proteção relevante no ato do aleitamento materno exclusivo.

Mercan e Selcuk (2021) acrescenta que, uma mulher ao receber apoio social, familiar e profissional durante o decorrer da prática do aleitamento, obtém um efeito positivo sobre a autoeficácia da amamentação.

A auto eficácia estabelece se a nutriz optará em amamentar, se haverá constância e como ela irá reagir frente às adversidades emocionais na lactação (Miksic et al., 2020). Mercan e Selcuk (2021) ressaltam que a autoeficácia materna sofre influência não só pelo rendimento, mas pelo grau de saúde mental da nutriz, ou seja, pela ansiedade, depressão, apoio social e estresse a que esteja submetida. A ansiedade pós-parto relaciona-se ao comportamento materno negativo, como diminuição da autoconfiança da mãe, diminuição da habilidade de lidar com situações-problemas e de deduzir manifestações de sono, fome/saciedade e sentimento de ternura/carinho (Abuchaim et al., 2023).

Melo et al., (2021), afirmam que a ansiedade durante o pós-parto pode ser interpretada como uma condição preocupante, uma vez que afeta de forma negativa o vínculo afetuoso entre a díade mãe-filho, limitando o conhecimento materno em lidar com as mudanças pertinentes ao puerpério sendo capaz de afetar o desenvolvimento infantil.

Nutrizes com altos índices de ansiedade experimentam uma sensação de insegurança a respeito da socialização, envolvimento e reconhecimento dos indícios de saciedade do lactente, além da adversidade em manter a amamentação com outras demandas desempenhadas socialmente, principalmente pela carência de apoio familiar e pelo período necessário para realizar a rotina da lactação (Abuchaim et al., 2023). Em contrapartida, Melo et al. (2021) aponta que os baixos índices de ansiedade relacionam-se a elevados níveis de amamentação eficaz nos primeiros dois meses do pós-parto, circunstância que pode resultar em período prolongado do AME.

Islam et al., (2021), Vieira et al., (2018) e Miksic et al., (2020) explicam que a depressão pós-parto é capaz de provocar ações negativas na autoestima e nas percepções da mãe podendo cessar a pretensão da amamentação. Ainda, ressaltam que puérperas com sintomatologia depressiva são capazes de não optar em participar e interagir com seu filho, podendo ter o contato pele a pele diminuído, apresentando desinteresse em relação ao contato físico com o lactente, prejudicando a amamentação e podendo resultar na redução da produção do leite materno, elevando, assim, a sua ausência de autoconfiança na prática de amamentar.

Ao longo do puerpério, as lactantes que possuem menor índice de autoeficácia no aleitamento, além de adversidades nesse período (algia, incômodo, preocupação), são mais suscetíveis a manifestar sintomatologia depressiva (Mohd Shukri et al., 2022).

Em consonância, Mercan e Selcuk (2021) e Vieira et al., (2018), apontam que, nutrizes que obtiveram índices altos e/ou médios em relação a autoeficácia na amamentação, revelaram ter um tempo prolongado da oferta de leite materno, em contrapartida, as lactantes que adquiriram baixo nível de autoeficácia na amamentação, apresentaram impasse ao começar a lactação ou finalizaram antecipadamente o aleitamento.

Os resultados de um estudo apontam que, mães que perpassam de médio para elevado índice de autoeficácia diminuem em 80% as chances do desmame precoce, do mesmo modo, mulheres que perpassam de baixa para média autoeficácia na lactação conseguem reduzir em 48% os riscos de interromper o aleitamento. Assim, esses dados validam uma relação positiva entre níveis elevados de autoeficácia com o aleitamento materno exclusivo (Vieira et al., 2018).

A suspenção do aleitamento materno interfere de forma negativa tanto fisicamente quanto psicologicamente na saúde da puérpera (Díaz et al., 2020). Mohd Shukri et al., (2022) considera que a angústia psicológica da mãe durante o puerpério aparenta ser um obstáculo para uma amamentação eficaz.

Vieira et al., (2018) relata que mães não depressivas e com vontade de amamentar durante a gravidez manifestam baixos indícios de gerar sintomas depressivos no puerpério perante uma amamentação satisfatória. Logo, essas mulheres quando não conseguem obter resultados satisfatórios na amamentação, como o planejado, expõe-se as chances elevadas de desenvolver DPP.

Estudos comprovam que o desmame precoce está relacionado com o aumento da chance de a puérpera desenvolver depressão pós-parto. Em contrapartida, outros estudos indicam que a existência prévia da DPP pode levar ao desmame precoce (Islam et al., 2021; Vieira et al., 2018).

Islam et al., (2021), explica que as nutrizes que interromperam precocemente a lactação exclusiva e tiveram níveis de estresse elevados demonstraram ter mais chances de manifestar indícios depressivos em relação às lactantes que amamentaram de forma exclusiva e que apontaram menores índices de estresse materno. Evidencia ainda que, em relação às mulheres que não apresentam sinais depressivos, puérperas com a sintomatologia presente de DPP tem tendência em introduzir a fórmula suplementar precocemente.

Diversas mulheres que idealizam planos e optam por amamentar, anteriormente ao parto, obtém sucesso na inicialização do aleitamento, porém, a sintomatologia ansiosa durante o pré-natal pode impactar negativamente o planejamento de amamentar da gestante e pode ser um princípio de ocorrência para o desmame precoce (Moraes et al., 2021). Shao et al., (2022) indica que, gestantes com ansiedade pré-natal apresentam taxas reduzidas de aleitamento e possuem alta possibilidade de introduzir precocemente o leite artificial e abdicar o aleitamento materno exclusivo entre os dois primeiros meses.

Em seu estudo, Islam et al., (2021) entrevistou 426 puérperas e constatou que 58,5% (n=113) apresentavam maiores chances de depressão pós-parto por manterem o aleitamento misto, e 8,6% (n=16) menor risco de DPP por permanecerem no AME.

Miksic et al., (2020) afirma que as mulheres com ansiedade pós-parto praticam o aleitamento por um tempo menor e são menos suscetíveis a ofertar o aleitamento materno exclusivo. Pesquisas revelam que altas taxas de ansiedade no pós-parto exibem ligação aos riscos elevados de não introduzir/manter a amamentação exclusiva e de suplementar o aleitamento com fórmulas lácteas.

O início precoce da oferta de outras fontes alimentares, que não seja o AME, está correlacionado a uma quantidade elevada de ocorrências de diarreia e internação por patologias que acometem o sistema respiratório do bebe, além de um risco elevado de desnutrição caso os alimentos sejam menos nutritivos que o leite materno, baixa absorção dos nutrientes essenciais do leite da mãe e tempo reduzido da amamentação exclusiva (Moraes et al., 2021).

Díaz et al., (2020) aborda que um dos motivos que levam ao desmame precoce é a dificuldade em adaptar a rotina da maternidade com a volta ao trabalho e com a licença maternidade. Segundo um estudo realizado, foi comprovado que cerca de 1/3 das mulheres entrevistas relataram que a causa do desmame precoce do AME foi o retorno ao trabalho (Mercan e Selcuk, 2021).

As genitoras que regressam ao serviço, diminuem os índices de lactação de forma radical. Mulheres que possuem jornada de trabalho fora do comum são mais propícias a cessar o aleitamento materno exclusivo de forma precoce e costumam introduzir alimentos industrializados que podem prejudicar a saúde do lactente (Wu; Farley; Cui, 2021).

Díaz et al., (2020) evidencia que políticas de saúde são fundamentais para conceder que os genitores exerçam as preconizações de aderência ao AME, como licença maternidade por um período maior, além da adaptação da família e do trabalho parental, sem que a obrigação pelo cuidado com o lactente seja exclusivo da nutriz.

Mulheres que necessitam de suporte social possuem uma maior complexidade em enfrentar os obstáculos ligados ao aleitamento materno exclusivo, assim como esgotamento emocional relacionado à culpa e a desarmonia de sentimentos. Essas emoções são constantemente relativas à desistência prévia da rotina da lactação, aumentando o elo de estresse e sofrimento mental (Díaz et al., 2020; Islam et al., 2021).

Abuchaim et al., (2023) considera que os fatores para o desencadeamento da ansiedade no puerpério é a falta do apoio social, estresse e complicação no aleitamento. Além disso, Islam et al., (2021) mostra que os riscos de depressão puerperal são, consideravelmente, mais altos entre mulheres com suporte social restringido que cessam precocemente a lactação materna exclusiva.

A existência e o suporte familiar são fundamentais para que a nutriz obtenha sucesso no aleitamento materno, visto que mulheres que possuem rede de apoio desenvolvem uma maior autoeficácia materna, possuem um melhor estado psicológico e prolongam por mais tempo a amamentação (Melo, 2020).

Shukri et al., (2022) afirmam que é essencial o empenho para diminuir a ansiedade e a depressão no puerpério, além de aprimorar a experiência da lactação e do suporte social. Estudos propõem a precisão de apoio profissional de forma constante e personificada à amamentação após a alta hospitalar da puérpera. Ainda, acrescentam a necessidade de rastreio prévio e observação frequente, pelos profissionais de saúde, das perspectivas de complexidade elevada da lactante durante o período de lactação, visando executar ações individuais e adequadas que elevem a autoconfiança materna (Vieira et al., 2018; Wu, Farley, Cui, 2021; Mercan e Selcuk, 2021).

Empenhos devem ser realizados para minimizar os riscos de acontecimento da interrupção do aleitamento de forma precoce e aprimorar a saúde psicológica da materna durante o puerpério, colaborando com índices ideais para situações de vida da díade mãe-filho no progresso da lactação, ajudando na potencialização das vantagens do aleitamento que reflete na comunidade (Melo et al., 2021; Moraes et al., 2021).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O aleitamento materno é uma fonte rica de nutrientes adequados para proteger e saciar as necessidades do recém-nascido de forma exclusiva até os seis meses. Além de possuir diversos benefícios que abrangem o binômio mãe-bebê, como por exemplo fortalece o vínculo afetuoso, impacta positivamente na saúde mental da nutriz, reduz a probabilidade do câncer de mama e ovário, reduz a possibilidade de hemorragia pós-parto, propicia um desenvolvimento infantil adequado e previne patologias no bebê.

A associação entre a saúde mental da puérpera e a amamentação possui dois lados, por um lado os transtornos de saúde mental podem influenciar na amamentação e facilitar o acometimento do desmame precoce, e por outro o aleitamento ineficaz e o desmame precoce podem influenciar na saúde mental da mãe desencadeando ansiedade e/ou depressão. Em contrapartida, quando a nutriz pratica o aleitamento de forma exclusiva e eficaz, os índices de ansiedade e depressão diminuem.

Visto que a auto eficácia materna é definida como a confiança da mãe sob a sua capacidade de exercer a prática do aleitamento de forma eficaz, nutrizes que possuem baixa autoeficácia desempenham uma amamentação ineficaz e são mais propensas a desenvolver ansiedade e depressão, quando comparadas com as que possuem alta auto eficácia no aleitamento materno.

Os fatores característicos que podem influenciar em índices altos ou baixos de depressão e ansiedade apresentados pelas lactantes são: idade, religião, escolaridade, etnia, trabalho remunerado fora de casa, renda familiar, apoio social, estado marital, histórico prévio de transtorno mental e a prática do aleitamento exclusivo. Puérperas que apresentam sintomas ansiosos e depressivos não são capazes de manter uma relação satisfatória com o recém- nascido, são suscetíveis a interromper a amamentação de forma precoce, diminuem a habilidade de deduzir manifestações de sono, fome e saciedade do bebê, e prejudicam o vínculo afetivo entre mãe-bebê.

Dessa forma a atuação dos profissionais de saúde e o apoio familiar são indispensáveis para que a puérpera desempenhe um aleitamento materno exclusivo de excelência. Mulheres com rede de apoio presente e mais informadas sobre a amamentação, desenvolvem uma maior autoeficácia, apresentam um melhor estado psicológico e mantém por mais tempo o aleitamento.

A partir dessa revisão observou-se uma carência de estudos, nos últimos 5 anos, que explorem de forma minuciosa a associação entre a amamentação e a saúde mental da puérpera. Logo surge a necessidade de outros estudos que investiguem e definam com mais clareza essa ligação.

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1 Heloise Cantanhede Westphal de Oliveira do Curso Superior de Enfermagem do Instituto de Educação Superior de Brasília CampusLiliane Barbosa e-mail: heloisew4@gmail.com

1 Letícia dos Santos Lemos do Curso Superior de Enfermagem do Instituto de Educação Superior de Brasília Campus Liliane Barbosa e-mail: llemos.leticia@hotmail.com

2 Izabella Araújo Morais do Curso Superior de Enfermagem do Instituto de Educação Superior de Brasília CampusLiliane Barbosa. Mestre em Programa de Ciências e Tecnologias em Saúde (UNB). e-mail: bellamoraisiza@gmail.com