AGENTES PATOLÓGICOS EM CADÁVERES – REVISÃO PÓS PANDEMIA COVID 19

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10045722


Fabricio Alves Ferreira1
Amanda Akemi de Lima Maeda2
Iege Pinheiro3
Pedro Guilherme de Melo Gomes4
Rodrigo Otávio de Melo Gomes5
Cristiane Braga Fernandes6


RESUMO — Agentes patológicos em cadáveres referem-se aos organismos que podem causar doenças e infecções em corpos humanos após a morte. Esses agentes podem ser bacterianos, fúngicos ou virais e podem ser transmitidos por contato direto ou por meio de fluidos corporais. A compreensão dos eventuais riscos envolvidos durante a decomposição cadavérica é variável de acordo com o local e condições da morte. Durante a pandemia da COVID-19, eventuais riscos oferecidos pelos cadáveres acenderam novamente o interesse como fonte de infecção para os manipuladores. Para tanto, desenhamos o presente estudo com o objetivo de analisar a literatura em busca de trabalhos se referindo a essa condição. Ao total as três plataformas de busca contemplaram 33 trabalhos, no foco da presente revisão não foram encontrados artigos que tratavam especificamente do tema, porém encontramos 2 trabalhos que tratavam especificamente do enfermeiro e sua prática na estética. O pessoal que teve contato com restos humanos, incluindo aqueles que realizam autópsia e coleta ou manuseio de amostras, corre o risco de exposição a agentes infecciosos, como SARS-CoV-2, que podem estar presentes em tecidos, sangue e outros fluidos corporais da pessoa falecida. Além disso, o pessoal pode estar exposto a contaminação residual da superfície. O manuseio deve ser realizado usando medidas e procedimentos de biossegurança apropriados. Todas as instalações devem ter políticas de biossegurança por escrito, avaliações de risco específicas do local e procedimentos, e todo o pessoal participante deve receber treinamento prévio em políticas e procedimentos.

PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem, estética, flacidez abdominal.

1 INTRODUÇÃO

Agentes patológicos em cadáveres referem-se aos organismos que podem causar doenças e infecções em corpos humanos após a morte. Esses agentes podem ser bacterianos, fúngicos ou virais e podem ser transmitidos por contato direto ou por meio de fluidos corporais (PACHECO, 2020). 

A decomposição começa logo após a morte, com a quebra de tecidos e a liberação de bactérias que normalmente habitam o trato gastrointestinal. Essas bactérias são responsáveis pelo processo de putrefação e produzem compostos como gases e produtos químicos que podem ser tóxicos e prejudiciais à saúde humana. Além disso, a decomposição também pode atrair insetos e outros animais, que podem transportar ainda mais bactérias e patógenos (CARDOSO; COSTA; NAVARRO, 2012).

Algumas das bactérias comumente encontradas em cadáveres incluem Clostridium perfringens, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Essas bactérias podem causar infecções graves, como sepse e pneumonia, em pessoas que entram em contato com um cadáver infectado. Além disso, alguns patógenos, como o Mycobacterium tuberculosis, podem sobreviver por longos períodos de tempo em tecidos mortos e ainda serem capazes de causar doenças (PACHECO, 2020).

Além das bactérias, os fungos também podem ser encontrados em cadáveres e podem causar infecções fúngicas, como a aspergilose. A aspergilose é uma infecção pulmonar causada pelo fungo Aspergillus, que pode ser inalado quando o corpo é movido ou manipulado. Essa infecção pode ser especialmente perigosa para pessoas com sistema imunológico comprometido, como pacientes com câncer ou HIV (PACHECO, 2020).

Os vírus também podem ser encontrados em cadáveres, especialmente aqueles que foram infectados com doenças virais antes de sua morte. Algumas das doenças virais que podem ser transmitidas por meio de um cadáver incluem o HIV, o vírus da hepatite B e C e o vírus Ebola. O contato com sangue ou outros fluidos corporais de um cadáver infectado pode colocar as pessoas em risco de contrair essas doenças (PACHECO, 2020).

Para minimizar o risco de exposição a agentes patológicos em cadáveres, é importante seguir as precauções de segurança apropriadas ao lidar com corpos. Isso inclui usar equipamento de proteção individual, como luvas e máscaras, lavar as mãos regularmente e desinfetar todas as superfícies e equipamentos usados durante o manuseio do corpo (CARDOSO; COSTA; NAVARRO, 2012).

1.1 Período pós morte

O período post-mortem é um termo familiar descrito como o período após a morte, durante o qual um conjunto previsível de alterações ocorre no corpo. Embora, nesse contexto, assuma que a morte ocorra no momento único, essa pode não ser a maneira mais apropriada de conceituá-la; afinal, as células continuam mantendo o desaparecimento e a função mesmo após a cessação da atividade cardiovascular (GOMES, 2003). 

A morte talvez possa ser considerada mais adequada como um processo no qual um continuum de mudanças é visto no corpo, levando à cessação total de todas as funções biológicas vitais para a sobrevivência de um organismo. Devido ao seu aspecto linear da progressão, pode ser mais fácil descrever o processo de base de morte nas mudanças na ordem da aparência: mudanças imediatas, mudanças precoces e mudanças tardias (GOMES, 2003).

Mudanças imediatas no processo de morte relatam a morte somática (clínica). Morte somática refere -se à cessação de funções vitais, como respiração e circulação; Estes podem ser verificados mais facilmente por meio de um estetoscópio, enquanto o estetoscópio é colocado sobre os pulmões e o coração. É nesta fase que a morte clínica é frequentemente anunciada (GOMES, 2003).

As mudanças iniciais no processo de morte estão relacionadas à morte celular. Com a cessação das funções vitais, o corpo no nível celular não é mais fornecido com o calor, os nutrientes, o oxigênio e a remoção de resíduos necessários para sustentar a vida celular. Como resultado disso, os processos celulares básicos necessários para a sobrevivência celular, como a produção de trisfosfato de adenosina (ATP), começam a parar (GOMES, 2003). 

O ATP é necessário para o relaxamento muscular e sua ausência resulta na falha dos músculos em relaxar, resultando em extrema rigidez e dureza dos músculos, um estado conhecido como “rigor mortis”. Com a cessação da circulação, o calor não é mais transferido para dentro do corpo; isso, combinado com o início da morte celular e a falta de produção de calor, leva a uma diminuição da temperatura corporal, um processo conhecido como ‘Algor Mortis’ (GOMES, 2003).

Além disso, a perda de circulação leva ao parlamento de sangue nos tecidos corporais de elevação mais baixa, levando à coloração post mortem dessas regiões, um processo conhecido como ‘Livor Mortis’ (GOMES, 2003).

As mudanças tardias surgem e geralmente envolvem a quebra das células e tecidos e o crescimento da vida microbiana. A autólise é um processo pelo qual células e tecidos começam a quebrar como resultado da liberação de enzimas celulares intrínsecas responsáveis pela digestão. Após a morte, as células perdem sua capacidade de manter o equilíbrio homeostático do ambiente intracelular – as membranas das células se quebram, causando a liberação de enzimas autolíticas (ou seja, as encontradas no lisossomo e peroxissomo), resultando em autólise (GOMES, 2003). 

Além disso, à medida que a fisiologia do corpo começa a se deteriorar, o mesmo ocorre com sua capacidade de se defender contra patógenos e micróbios comensais, permitindo que esses micróbios cresçam desmarcados à medida que consomem as proteínas e carboidratos do corpo. Através de um processo chamado putrefação, esses patógenos e micróbios comensais causam a decomposição gradual do corpo (GOMES, 2003).

A putrefação possui vários sinais que incluem descoloração, odor, produção de gás e purga. O primeiro sinal de putrefação é frequentemente uma descoloração esverdeada da pele sobre a fossa ilíaca direita, a região que se sobrepõe ao ceco, espalhando -se pelo abdômen e depois para a cabeça, pescoço, ombros e membros (GOMES, 2003). 

A causa dessa descoloração é a reação do sulfeto de hidrogênio-um composto com um odor sujo de ovos podres e um subproduto de bactérias anaeróbicas que redutores de sulfato-com hemoglobina, formando o composto conhecido como sulfahemoglobina. À medida que a atividade bacteriana aumenta, ocorre o acúmulo de gases, causando inchaço, inchaço e expulsão de gases corporais, líquidos e semissólidos de orifícios – um processo conhecido como purga (GOMES, 2003).

1.2 Atividade microbiana post mortem

Conceitualmente, pode -se reconhecer que a integridade de barreiras do sistema imunológico inato (isto é, superfícies mucosas), bem como o funcionamento geral do sistema imunológico (isto é, o sistema imunológico inato, os fagócitos, os linfócitos do sistema imunológico adaptativo etc.) diminuirá após -Mortem; oferecendo a oportunidade de propagação microbiana. Esse processo é a base para as quatro maneiras pelas quais amostras bacterianas positivas ocorrem em amostras de autópsia: verdadeira propagação agonal, migração post-mortem e contaminação (GOMES, 2003).

As verdadeiras amostras bacterianas positivas representam bactérias que estavam presentes na vida e continuaram a colonizar, talvez em maior medida, após a morte. Normalmente, amostras positivas verdadeiras são puro crescimento de um único patógeno ou espécies florais normais (GOMES, 2003). 

Isso contrasta com as outras três rotas de colonização bacteriana, que variam no tempo de infecção durante o processo de morte e geralmente produzem amostras de crescimento misto. Na disseminação agonal, a colonização ocorre a partir da invasão bacteriana – normalmente do microambiente intestinal – durante o processo de morte devido à diminuição da integridade da mucosa (ou seja, durante a luta da morte ou durante a ressuscitação quando a circulação é um pouco mantida) (GOMES, 2003).

Na migração post mortem, a colonização ocorre semelhante à propagação agonal, mas após a circulação cessar e a putrefação começou. Finalmente, a contaminação ocorre por invasão bacteriana de fontes externas, como de técnicas de amostragem ou manuseio não esterilizado do corpo (GOMES, 2003).

Embora as bactérias compreendam uma grande parte da atividade microbiana post-mortem, elas não são o único microrganismo a colonizar os mortos. Uma variedade de táxons microbianos fúngicos e eucarióticos também demonstrou colonizar a pele humana durante a decomposição (GOMES, 2003). 

Agentes e príons infecciosos virais também não devem ser excluídos; Doenças e organismos que podem representar riscos particulares nos cadáveres incluem doença de Creutzfeldt-Jakob, hepatite viral, vírus da imunodeficiência humana (HIV), síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e febre hemorrágica viral (Lassa, Ebola) (GOMES, 2003).

1.3 COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus que podem causar doenças como o resfriado comum, a síndrome respiratória aguda grave (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Em 2019, um novo coronavírus foi identificado como causa de um surto de doença originado na China (1).

O vírus causou a síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2) e a doença foi chamada de doença coronavírus 2019 (COVID-19). Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto da COVID-19 como uma pandemia (LANA, et al., 2021). 

É possível infectar-se com COVID-19 duas ou mais vezes, mas isso é incomum. O vírus COVID-19 sofreu várias mutações e agora tem várias variantes que estão sendo monitoradas. A variante delta (B.1.617.2) é uma variante preocupante nos EUA e é mais contagiosa do que as variantes anteriores (LANA, et al., 2021). Os fatores de risco para COVID-19 parecem incluir o contato próximo (dentro de 6 pés ou 2 metros) com alguém que tem COVID-19 ou entrar em contato com a tosse ou espirro de uma pessoa infectada (BERLIN; GULICK; MARTINEZ, 2020).

Embora a maioria das pessoas com COVID-19 tenha sintomas leves a moderados, a doença pode causar complicações médicas graves e levar à morte em algumas pessoas. Adultos mais velhos ou pessoas com condições médicas pré-existentes correm maior risco de adoecer gravemente com COVID-19. As complicações podem incluir pneumonia e dificuldade para respirar, falência de vários órgãos e problemas cardíacos (BERLIN; GULICK; MARTINEZ, 2020).

A compreensão dos eventuais riscos envolvidos durante a decomposição cadavérica é variável de acordo com o local e condições da morte. Durante a pandemia da COVID-19, eventuais riscos oferecidos pelos cadáveres acenderam novamente o interesse como fonte de infecção para os manipuladores. Para tanto, desenhamos o presente estudo com o objetivo de analisar a literatura em busca de trabalhos se referindo a essa condição.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Nessa pesquisa a metodologia adotada tratou-se de uma revisão sistemática, diretrizes PRISMA (GALVÃO; PANSANI; HARRAD, 2015). Os dados foram coletados por acesso às bases de dados SCIELO, Portal Periódicos CAPES e Biblioteca Virtual em Saúde, sendo utilizados os seguintes descritores: cadáver AND risco AND biológico.

O critério de inclusão foi: publicações que abordaram o tema em parte ou em sua totalidade, artigos originais, estudos de casos, trabalhos de entrevistas, disponibilizados na íntegra, publicados no português publicados desde o ano de 2017 até 2022. Os critérios de exclusão foram, artigos de revisão, trabalhos em eventos, monografias, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses e cartas ao editor. O percurso de busca e seleção estão apresentados abaixo, na figura 1, adaptado de PRISMA (GALVÃO; PANSANI; HARRAD, 2015).

Figura 1. Fluxograma da seleção dos artigos incluídos no estudo, adaptado de GALVÃO, PANSANI e HARRAD (2015).

Quadro 1. Quadro sinóptico com a distribuição e organização dos artigos selecionados.

AutoresTítuloObjetivoConclusões
BRITO et al., 2021Managing funerary systems in the pandemic: lessons learned and an application of a scenario simulation in São Paulo City, Brazil.Apresentar as lições aprendidas e o desenvolvimento de um modelo de simulação de eventos discretos para apoiar a gestão do sistema funerário da cidade de São Paulo, Brasil, durante a pandemia de COVID-19.As lições aprendidas sobre a coordenação, gestão de estoque e outras características operacionais na logística funerária durante a pandemia são compartilhadas com um modelo, que quantifica a demanda de veículos, caixões, sepulturas e equipes nos cemitérios em diferentes cenários simulados.
NASCIMENTO, 2020Cemitério x novo coronavírus: impactos da COVID-19 na saúde pública e coletiva dos mortos e dos vivos.Discutir como os impactos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e da doença (covid-19) afetam na saúde pública e coletiva refletindo sobre o contágio dos profissionais em cemitérios, necrotérios e serviços funerários que lidam de frente com a pandemia que afeta todos os continentes.Devido às grandes ocorrências de casos a partir do novo coronavírus as autoridades científicas, o poder público e sociedade necessitem discutir e refletir sobre as questões socioambientais que envolvem a relação dos cemitérios e do sepultamento de cadáveres frente as pandemias.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao total as três plataformas de busca contemplaram 33 trabalhos, no foco da presente revisão não foram encontrados artigos que tratavam especificamente do tema, porém encontramos 2 trabalhos que trataram especificamente do enfermeiro e sua prática na estética (NASCIMENTO, 2020; BRITO et al., 2021). 

O material biológico refere-se a qualquer microrganismo (micróbio), proteína ou ácido nucleico, incluindo os materiais que os contêm como tecido corporal. Os patógenos são material biológico que tem potencial para causar doenças. Os seres humanos são naturalmente colonizados por micróbios não patogênicos- bactérias, vírus e fungos- e coletivamente, esses microrganismos são conhecidos como microflora normal. Os “pontos de acesso” para vida microbiana no corpo humano incluem a região nasal, a região oral, a pele da superfície, o trato gastrointestinal e o trato/região urogenital (SOUSA et al., 2017).

As estimativas indicam que o humano adulto é coberto com aproximadamente 2 m2 de pele, o que suporta aproximadamente 1012 bactérias isoladas; além disso, aproximadamente 1014 bactérias existem no trato gastrointestinal. Essa microflora normal desempenha papéis importantes no funcionamento humano normal, como prevenir a infecção e fornecer nutrientes (BRITO et al., 2021).

 Algumas floras normais têm o potencial de causar doenças se tiver a oportunidade (ou seja, diminuir a concorrência com outras espécies, alteração nas condições ambientais, interrupção no sistema imunológico ou barreiras do hospedeiro) e esses microrganismos são chamados de patógenos oportunistas (CARDOSO; VIEIRA, 2005). Alguns exemplos da microflora normal incluem: Candida albicans, um fungo normalmente encontrado no trato gastrointestinal; Staphylococcus aureus, um potencial patógeno bacteriano que também faz parte da microflora normal das narinas; e Escherichia coli bacteriana, encontrada em fezes. Os grupos de risco são escalados em um intervalo de 1 a 4, com o grupo de risco 1 significando o mais baixo risco de risco e risco 4, significando o maior risco individual e comunitário. 

Os patógenos do Grupo 2 de Risco representam um risco moderado para o risco individual e baixo para a saúde pública e incluem patógenos como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Listeria monocytogenes, Staphylococcus aureus, Candida albicans e hepatite B, C, D e E (SOUSA et al., 2017).

O risco é uma medida do provavelmente de um evento improvável e indesejado. Uma avaliação de risco é uma avaliação do risco associado a uma ação específica, patógeno ou toxina. Essas avaliações são concluídas por uma variedade de indivíduos com experiência variável e levam em consideração uma variedade de fatores de risco, incluindo patogenicidade (capacidade de causar doenças), via de infecção, dose infecciosa e impacto da liberação no meio ambiente (NASCIMENTO, 2020). 

A orientação pode ser usada por médicos legistas, legistas, patologistas, outros trabalhadores envolvidos na prestação de cuidados pós-morte e departamentos de saúde estaduais, tribais, locais e territoriais (ANVISA, 2021). No ambiente de saúde, o termo “aerossol” é usado em relação aos procedimentos de geração de aerossóis que produzem pequenas gotículas e partículas e requerem controles de engenharia distintos para prevenir a transmissão ocupacional de patógenos infecciosos como o SARS-CoV-2. As atividades post mortem devem ser conduzidas com foco em evitar geração de aerossóis e, se a geração de aerossóis for provável (por exemplo, ao usar uma serra oscilante), garantindo que controles de engenharia apropriados e equipamentos de proteção individual sejam usados.

4 CONCLUSÃO

O pessoal que teve contato com restos humanos, incluindo aqueles que realizam autópsia e coleta ou manuseio de amostras, corre o risco de exposição a agentes infecciosos, como SARS-CoV-2, que podem estar presentes em tecidos, sangue e outros fluidos corporais da pessoa falecida. Além disso, o pessoal pode estar exposto a contaminação residual da superfície. O manuseio deve ser realizado usando medidas e procedimentos de biossegurança apropriados. Todas as instalações devem ter políticas de biossegurança por escrito, avaliações de risco específicas do local e procedimentos, e todo o pessoal participante deve receber treinamento prévio em políticas e procedimentos.

5 REFERÊNCIAS

ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota técnica GVIMS/GGTES/ANVISA No 04/2020 orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/notas-tecnicas/2020/nota-tecnica-gvims_ggtes_anvisa-04_2020-25-02-para-o-site.pdf/@@download/file/nota%20tecnica%20gvims_ggtes_anvisa%2004_2020%20-%2025.02.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2023.

BERLIN, D. A.; GULICK, R. M.; MARTINEZ, F. J. Severe covid-19. The New England journal of medicine, [S. l.], v. 383, n. 25, p. 2451–2460, 2020. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1056/NEJMcp2009575>. Acesso em: 18 fev. 2023.

BRITO, I., Jr; et al. Managing funerary systems in the pandemic: lessons learned and an application of a scenario simulation in São Paulo City, Brazil. Journal of humanitarian logistics and supply chain management, [S. l.], v. 11, n. 3, p. 481–492, 2021. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/206128. Acesso em: 18 fev. 2023.

CARDOSO, T. A. O.; COSTA, F. G.; NAVARRO, M. B. M. A. Biossegurança e desastres: conceitos, prevenção, saúde pública e manejo de cadáveres. Physis, Rio de Janeiro, [S. l.], v. 22, n. 4, p. 1523–1542, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/mMkbtgFjnj6hskq6zZxVmQF/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 18 fev. 2023.

CARDOSO, T. A. O.; VIEIRA, D. N. Study of mortality from infectious diseases in Brazil from 2005 to 2010: risks involved in handling corpses. Ciência & saúde coletiva, [S. l.], v. 21, n. 2, p. 485–495, 2016. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/qYQc7TDXtBxGYzDyDZCxj3F/?lang=en&format=pdf>. Acesso em: 18 fev. 2023.

GALVÃO, T. F.; PANSANI, T. S. A.; HARRAD, D. Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiologia e serviços de saúde, [S. l.], v. 24, p. 335-342, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/TL99XM6YPx3Z4rxn5WmCNCF/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 18 fev. 2023.

Gomes H. Medicina Legal. 33º ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos; 2003.

LANA, R. M. et al. Identificação de grupos prioritários para a vacinação contra COVID-19 no Brasil. Cadernos de saúde pública, [S. l.], v. 37, n. 10, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/LNMHF8qcTVGtbmXL4KpSRhw/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 18 fev. 2023.

NASCIMENTO, F. L. Cemitério x novo coronavírus: impactos da COVID-19 na saúde pública e coletiva dos mortos e dos vivos. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 2, n. 4, p. 01–09, 2020. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/140. Acesso em: 18 fev. 2023.

PACHECO, P. C. Biossegurança nos necrotérios e no serviço de autópsia. Revista Multidisciplinar em Saúde, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 57, 2020. Disponível em: https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rems/article/view/244. Acesso em: 18 fev. 2023.

SOUSA, M. et al. Avaliação e controle de riscos profissionais em morgues hospitalares. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional, [S. l.], v. 4, p. 50–56, 2017. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/325113776_Avaliacao_e_controlo_de_riscos_profissionais_em_morgues_hospitalares. Acesso em: 18 fev. 2023.


1Auxiliar de Autópsia em Polícia Científica de Goiás
2Médica Intensivista Pediatra em Prefeitura Municipal de Alto Horizonte de Goiás
3Médico Legista em Polícia Científica de Goiás
4Papiloscopista Policial em Polícia Civil de Goiás
5Perito Criminal em Polícia Científica de Goiás
6Auxiliar de Autópsia em Polícia Científica de Goiás