AGENESIA DENTÁRIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

DENTAL AGENESIS: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11582822


Aline de Aquino Gomes1
Isla Joane Marques1
Angélica Rocha1


RESUMO

A agenesia dentária caracteriza-se como a redução e ausência de elementos dentários. Considerada a anomalia com maior prevalência nos seres humanos, sendo resultado de alterações ocorridas durante a odontogênese, embora não haja consenso referente a etiologia. Não obstante, destaca-se que a agenesia dentária possui uma variedade de terapêuticas que podem ser empregadas em sua tratativa. Dessa maneira, objetiva-se a realização de uma pesquisa de revisão integrativa a respeito da temática, assim como destacar a prevalência e incidência, etiologia, diagnóstico e as terapêuticas envolvidas na tratativa da anomalia. O material selecionado para compor a revisão fora encontrada nas bases de dados SciELO e LILACS pela aplicação de operadores booleanos, juntamente com Descritores de Ciência da Saúde – DECS obtidos na Biblioteca Virtual de Saúde. As pesquisas encontradas passaram por critérios de inclusão e exclusão e leitura minuciosa das redações, sendo ao fim selecionados 10 pesquisas para compor esta pesquisa. Observou-se nos estudos analisados um consenso a respeito de uma maior incidência de agenesia dentária em indivíduos do sexo feminino, bem como um destaque para fatores genéticos associados à questão, além do fato que a tratativa não envolve apenas uma especificidade da odontologia, mas uma integração multiprofissional e multidisciplinar. Além disso, apesar da divergência a respeito de qual elemento dentário tem mais prevalência a ser afetado, diversos autores afirmam que excetuando-se os terceiros molares, os elementos mais acometidos são os incisivos laterais superiores esquerdos e os segundos pré-molares. Concluiu-se desta pesquisa, que há uma busca crescente por meios menos invasivos para correção da agenesia, de modo a devolver ao paciente uma qualidade de vida, autoestima e um padrão estético agradável, bem como uma explicação adequada da etiologia.  

Palavraschave: Agenesia dentária. Etiologia. Terapêutica. Odontogênese.

ABSTRACT

Dental agenesis is characterized by the reduction and absence of dental elements. It is considered the most prevalent anomaly in humans, resulting from alterations occurring during odontogenesis, although there is no consensus regarding its etiology. Nevertheless, it is noteworthy that dental agenesis has a variety of therapeutic approaches that can be employed in its treatment. Therefore, the objective is to conduct an integrative review research on the subject, highlighting the prevalence and incidence, etiology, diagnosis, and therapies involved in the treatment of the anomaly. The material selected for this review was found in the SciELO and LILACS databases using Boolean operators, along with Health Sciences Descriptors (DECS) obtained from the Virtual Health Library. The selected research went through inclusion and exclusion criteria and thorough reading of the articles, ultimately selecting 10 studies to compose this research. The analyzed studies showed a consensus regarding a higher incidence of dental agenesis in females, as well as a highlight on genetic factors associated with the condition. Additionally, it was noted that the treatment involves not only a specificity of dentistry but also a multiprofessional and multidisciplinary integration. Moreover, despite the divergence regarding which dental element is most commonly affected, several authors state that excluding third molars, the most affected elements are the upper left lateral incisors and the second premolars. This research concluded that there is a growing search for less invasive means to correct agenesis, in order to restore the patient’s quality of life, self-esteem, and an aesthetically pleasing appearance, as well as to provide an adequate explanation of the etiology.

Keywords: Dental Agenesis. Etiology. Therapeutics. Odontogenesis.

INTRODUÇÃO

Segundo Azuma (2023) é ímpar o desafio realização do diagnóstico referente a má oclusão, sobretudo em fase de crescimento, visto que a evolução da mandíbula perpetua até o último surto de crescimento. Em pessoas do sexo masculino, que tem um início mais tardio, sendo aos 12 anos, corriqueiramente, atingindo ápice aos 14 anos e encerrando-se aos 17 anos. Uma vez que as maloclusões podem ser conceituadas como quaisquer alterações na oclusão, que ocorre devido às anomalias na forma e função dos tecidos moles, bases ósseas, dentes e articulação temporomandibular, sobretudo à má oclusão Classe III, que pode ser agravada com a presença de algumas agenesias assimétricas.

No cotidiano da clínica odontológica, é comum o Cirurgião-Dentista encontrar situações que demandam maior atenção durante o exame clínico, como as alterações que ocorrem no desenvolvimento da dentição, conhecidas como anomalias dos órgãos dentários. Essas anomalias podem se manifestar de diversas formas, desde o atraso na cronologia de erupção até a ausência completa do germe dentário, chamada de agenesia dentária (RIBAS, 2014).

Apesar de ser uma das anomalias dentárias mais comuns entre os humanos, a agenesia ainda é pouco conhecida pela maioria das pessoas. Considerada uma anomalia no desenvolvimento craniofacial, a agenesia dentária resulta na redução do número de dentes e pode ocorrer isoladamente ou estar associada a síndromes como Displasia Ectodérmica, Fissuras Palatinas ou Síndrome de Down (RIBAS, 2014).

A Agenesia Dentária (AD) é uma anomalia que afeta o desenvolvimento normal dos dentes, caracterizada pela ausência permanente deles. Essa condição pode ocorrer tanto na dentição de leite quanto na dentição permanente. A AD é classificada em três categorias: hipodontia, que se refere à ausência de um a seis dentes, excluindo os terceiros molares; oligodontia, que se caracteriza pela falta de mais de seis dentes; e anodontia, a qual é a ausência completa de todos os dentes. Essa condição pode levar a alterações na forma ou no tamanho dos dentes que deveriam substituir os ausentes, bem como nos dentes homólogos (AMORIM, 2023).

Neste sentindo, Amorim (2023) destaca que a presença de AD pode ser verificada com exames radiográficos e clínicos. Dentro daquelas, a panorâmica apresenta maior vantagem, por possibilitar todo o registro do complexo maxilomandibular em uma única tomada e menor incidência de radiação, comparativamente as periapicais de todos os dentes. Em outra perspectiva, a terapêutica busca o fechamento ou abertura dos espaços, almejando o restabelecimento da estética, fonética e função mastigatória do paciente. Fato, esse que necessita da participação multidisciplinar de diversas especialidades odontológicas.

Na perspectiva de Cordeiro et al. (2023), a terapêutica a ser utilizada na correção da agenesia dentária depende do número de elementos perdidos, bem como qual grupo dentário está envolvendo, devendo, o assistido ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar e multiprofissional. No que concerne a odontologia, os autores destacam que a terapêutica escolhida corriqueiramente faz-se uso de mantenedores removíveis, confeccionados em material acrílico que podem conter dentes artificiais para manutenção das funções e estética.

Dessa maneira, o presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura a respeito da agenesia dentária, bem como destacar a prevalência e incidência, etiologia, diagnóstico e as terapêuticas envolvidas na tratativa da anomalia. Haja visto que, conforme exposto a agenesia dentária configura-se como a anomalia que tem maior incidência na população, visto que pode ser desenvolvida por diversos fatores, sendo ambientais, genéticos, hereditários e afins.

METODOLOGIA

O presente estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa da literatura, que segundo Souza, Silva e Carvalho (2010), dentre os tipos de revisão literária, a integrativa tem maior alcance, visto que enquadra em seu escopo pesquisas experimentais e não experimentais, buscando a compreensão aprofundada do fenômeno pesquisado. Sendo que o delineamento da pesquisa concatena bases teóricas e empíricas, contemplando diversos propósitos, como definição de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de um tópico particular. E, assim, gera um panorama consistente das propostas e conceitos complexos e teorias relevantes à área da saúde por meio de uma questão indubitavelmente formulada.

Dessa maneira, a pesquisa seguirá a abordagem realizada por Souza, Silva e Carvalho (2010) que dividem as fases da pesquisa em seis, a saber:

1ª fase: elaboração da pergunta norteadora; 2ª fase: busca ou amostragem da literatura; 3ª fase: coleta de dados; 4ª fase: análise crítica dos estudos incluídos; 5ª fase: discussão dos resultados e; 6ª fase: apresentação da revisão integrativa (Souza, Silva e Carvalho, p. 104–5, 2010).

Seguindo o proposto, o material fora selecionado a partir da pesquisa na base de dados Scientific Electronic Library Online — SciELO e LILACS — Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. Sendo efetuado pelos operadores booleanos “and”, “not” e “or”, por intermédio dos Descritores de Ciências da Saúde — DECS, encontrados na Biblioteca Virtual de Saúde — BVS, os quais são: agenesia dentária, anodontia total e parcial, hipodontia e oligodontia.

Os materiais encontrados nas bases supracitadas passaram pela aplicação de critérios de inclusão e exclusão, haja vista a quantidade de material encontrado e a discrepância temporal para o período atual. Neste sentido, consideraram-se como critérios de inclusão os materiais em língua vernácula e estrangeira moderna – inglês, disponibilizassem open acess — acesso livre e não duplicados nas bases pesquisadas. Adotou-se como critério de exclusão os materiais que não abordassem diretamente sobre a temática.

Os materiais encontrados nas respectivas bases citadas, estão dispostos no Figura 1, que relata a quantidade de materiais encontrados, bem como o acervo após aplicado os critérios.

Figura 1 Fluxograma de pesquisa

Fonte: Autoras, 2024.

Dessa forma, os pré-selecionados pelos critérios de inclusão e exclusão passaram por leitura minuciosa e sistemática, a fim de analisar as ponderações de cada autor, reaplicando o critério de inclusão de abordagem da temática, visto a leitura realizada e a identificação da divergência a respeito do assunto. O material selecionado fora destacado conforme o Quadro 1 anexo do trabalho realizado por Souza, Silva e Oliveira (2010).

Assim, prosseguiu a redação da discussão dos resultados encontrados, no qual se fez por meio da elaboração de um quadro sistematizado contendo o título da pesquisa, autores, objetivos da pesquisa, resultados, bem como recomendações/limitações/conclusões. Sendo assim, a redação da revisão integrativa, fora efetuada descritivamente, possibilitando aos leitores a avaliação da aplicabilidade desse viés de pesquisa, bem como a identificação das possíveis divergências e convergências a respeito do assunto em questão, para atingir o objetivo ante exposto.

RESULTADOS

Diante dos artigos encontrados na busca nas bases de dados, selecionou-se 12, dentre os quais nove em língua vernácula e um em língua estrangeira moderna — inglês. Desses, no Quadro 1 destaca-se a metodologia empregada em cada estudo, bem como uma sistemática dos estudos analisados, no qual contém título do artigo, autores e ano, objetivos, resultados e conclusões.

Quadro 1 Sistematização das pesquisas utilizadas na revisão integrativa

TítuloAutores/Ano/ MetodologiaObjetivosResultadosConclusões
Abordagem multidisciplinar no tratamento de paciente com agenesia dentária: caso clínico com 10 anos de acompanhamentoMALER, Gustavo Lopes. 2023 – Relato de casoReanatomização da coroa clínica de um primeiro pré-molar superior direito, autotransplantado em um paciente jovem com agenesia dentária do incisivo central e lateral superior esquerdo.Evidenciou-se que o autotransplante dentário é uma opção viável a ser aplicada no tratamento em pacientes jovens em que há rizogênese incompleta do dente autotransplantado. A substituição dos incisivos permanentes causados pela agenesia dentária, por intermédio de AD, representa uma boa relação custo-efetividade a longo prazo.O tratamento e acompanhamento do caso, necessitou de envolvimento multidisciplinar de diferentes áreas, como odontopediatria, cirurgia, dentística e ortodontia. Notou-se que reanatomização coronária é uma opção viável pelo viés biológico, econômico e reabilitador em novel, sobretudo naqueles com rizogênese incompleta de dente autotransplantado.
Reabilitação oral estética com implante estreito em paciente com agenesia dentária: Relato de casoCOSTA, Alana Victória dos Santos et al. 2023 – Relato de casoRelatar o caso clínico de uma reabilitação estética e funcional por meio de coroa unitária sobre implante de diâmetro estreito em região anterior.A ausência de um dente pode ocorrer por diversas razões, podendo ser adquirida ou congênita, caso de agenesia dentária. Na maioria — 20% dos casos, congenitamente são de incisivos laterais superiores e desconsiderando os 3º molares, os segundos pré-molares inferiores são os de maior prevalência. As terapêuticas mais aplicadas no caso de agenesia dentária incluem fechamento de espaço ortodôntico ou abertura, para substituição ou implante.No presente estudo, constatou-se que o tratamento reabilitador por meio de prótese fixa sobre implante de diâmetro estreito, fora o mais indiciado para o caso clínico analisado, especialmente devido às limitações envolvendo diâmetro para implante convencional. Apesar disso, elucida-se que o tratamento, apesar de contribuir positivamente para a área de estudo, ainda requer pesquisas que se aprofundem da temática.
Avaliação agenesia dentáriaAMORIM, Adriana Vanderlei do. 2023 – Estudo epidemiológico transversal e retrospectivo.Avaliar a prevalência de agenesias dentárias em pacientes de um município no interior da Bahia.Constata-se uma associação significativa entre raça e a presença de agenesia dentária (p<0,05), bem como significância estatística entre o padrão facial e agenesia (p<0,05). Ratifica-se que a agenesia é alteração em que há maior frequência nos seres humanos, especialmente em dentes permanentes. Ergue-se que apesar de a agenesia ser influenciada por fatores ambientais, o caráter genético tem maior determinação.Há uma pequena discrepância entre os pacientes com agenesias entre o sexo feminino e masculino, sendo maior incidência no gênero feminino. E, ratifica que os dentes com maior incidência são os incisivos laterais superiores esquerdos, prosseguindo com incisivos laterais superiores direitos e 2º pré-molar inferior esquerdo.
Alterações epigenéticas associadas a agenesia dentária não sindrômica: uma revisão sistemáticaALMEIDA, Maria Eduarda de Oliveira; ABREU, Lucas Guimarães. 2024 – Revisão sistemáticaAvaliar a associação de alterações epigenéticas com a ocorrência da agenesia dentária não sindrômica.Avaliou-se 1325 indivíduos com agenesia e 1867 sem agenesia. Sendo estudado os fatores genéticos na associação com a agenesia dentária, havendo maior incidência em incisivos laterais superiores (p=0.046), incisivos inferiores (p=0,049) e caninos superiores (p=0,0016). A presença de agenesia associa-se a condições familiar sem está atrelada a síndrome ou síndrome genética, sendo que ambas são causadas por mutações nos genes, em que 80% são devidas as alterações no desenvolvimento do crânio facial e dentário e 20% em fatores exógenos.Pondera que a agenesia dentária não sindrômica culmina na ausência de dentes, sendo que sua etiologia envolve fatores genéticos e ambientais. Destaca-se que pode haver associações em alterações epigenéticas como RNA não codificante, modificação de histonas e alterações da quantidade de metilação do DNA com a presença de agenesia não sindrômica.
Agenesia dentária: Revisão de LiteraturaRIBAS, Ágata Gonçalves. 2014 – Pesquisa bibliográficaRevisar na literatura os principais aspectos relacionados à Agenesia Dentária.Agenesia é anomalia de desenvolvimento dentário com maior incidência nos seres humanos. Frequentemente em indivíduos com agenesia, há concomitantemente a presença de outras alterações, tal como impacções dentárias, discrepância no tamanho dos dentes, dentes conoides e/ou girovertidos, encurtamento anormal de raízes etc. Não há consenso na etiologia da agenesia, embora diversos pesquisadores considerem ser multifatorial.Constata-se não haver consenso quanto a etiologia da agenesia, sendo comumente associada a fatores genéticos, adquiridos ou hereditários. Diagnóstico precoce permite mais opções de tratativa, bem como um menor tempo de tratamento. Nota-se a presença significativa de agenesia nos incisivos laterais superiores e 2º pré-molares inferiores.
Tratamento com agenesias assimétricas em paciente Classe IIIAZUMA, Fernanda Yuriko. 2023 – Caso clínicoDescrever um caso clínico de um paciente na dentadura permanente em fase de crescimento. Classe III com agenesia assimétrica, tratado com uma abordagem com abertura de espaço para implante dentário.Acompanhamento durante 5 anos a cada 8 meses, havendo recidiva da má oclusão, fato que necessitou reaplicação de elásticos intermaxilares 3/16. Após término do tratamento, observou-se a estabilização da oclusão, sorriso e estruturas ósseas, culminando em uma harmonização facial pós-crescimento.Constata-se que a melhor terapêutica para pacientes com agenesias assimétricas com má oclusão Classe III, dá-se pela abertura de espaço para a realização de implantes. Embora, haja necessidade de avaliação individualizada para cada assistido.
Agenesia Dental e seu manejo em pacientes pediátricos: uma revisão de literaturaCORDEIRO, Wellington Arevalo et al. 2023 – Pesquisa bibliográficaRevisar a literatura acerca das melhores alternativas de reabilitação para pacientes com agenesias em odontopediatria.Notou-se uma presença significativa de estudos que abordam os procedimentos terapêuticos a serem implementados em pacientes sindrômicos com agenesia dentária.  E, nos estudos analisados, observou-se como terapêutica ortodontia, prótese, prótese, ortodontia, multiprofissional e afins.Ratifica-se que a agenesia dentária se caracteriza como uma anomalia do desenvolvimento da dentição, cuja etiologia é incerta, sendo desencadeada por fatores ambientais e genéticos que impactam negativamente a qualidade de vida do acometido. No manejo com pacientes pediátricos, a terapêutica mais utilizada para tratativa do germe dentário, fora a prótese associada, ou não, com outras especialidades, a fim de fechar os espaços edêntulos.
Uma nova possibilidade para o tratamento de agenesia dental: relato de um caso clínicoSANTOS, Bárbara Medrado et al. 2020 – Caso clínicoApresentar um caso clínico de um procedimento visto como uma nova possibilidade para o tratamento da agenesia dental, em uma paciente que não queria se submeter a procedimentos invasivos.Os procedimentos terapêuticos a serem utilizados na tratativa agenesia, são diversas vezes multidisciplinares. Sendo que a tratativa deve ser perspectivada, considerando não somente o ausente, mas também o comprimento do arco, posição e lábios, bem como o perfil estético. No caso analisado, fez-se valia laminados cerâmicos com invasão mínima, que apresentou resultados funcionais e estéticos significativos.A tratativa utilizando laminados cerâmicos ultrafinos foi uma possibilidade real e conservadora, pois a valia dessa tratativa realiza desgaste mínimo da estrutural dental. Além disso, empregou-se uma ponte adesiva associada aos laminados que devolveu os aspectos ao paciente, embora sendo necessário o acompanhamento ao longo prazo para proservação do caso clínico.
Agenesias dentárias atípicas: relato de caso clínicoMACHADO, Karolyna Furtado. 2022 – Caso clínicoRelatar um caso clínico de agenesias dentárias atípicas, envolvendo um primeiro molar e um canino permanente.A agenesia pode ocorrer de maneira isolada em pacientes considerados saudáveis, sendo fruto da hereditariedade e evolução humana – caso dos terceiros molares, embora possa apresentar-se em outros elementos. Constatou-se na literatura analisada uma maior disposição das mulheres em desenvolverem agenesia, sendo maior prevalência no arco superior. A agenesia pode causar desde aspectos negativos relacionados a estética, há problemas graves referentes a oclusão.É imprescindível o diagnóstico precoce da agenesia, necessitando do traçado do planejamento terapêutico a ser desenvolvido, especialmente devido a tal anomalia nos dentes estáveis e impactos no arco dentário, que pode por sua vez comprometer a mastigação, oclusão, fonação e os aspectos estéticos facial.
Agenesia dentária: importância deste conceito pelo Cirurgião-DentistaFERREIRA, Rosana Fátima; FRANZIN, Lucimara Cheles da Silva. 2014 – Revisão bibliográficaAbordar o tema agenesia dentária, por meio de uma revisão da literatura.Havia duas hipóteses para ausência de elementos dentários, uma relacionada a evolução humana e outra atrelada a fusão dos processos faciais embrionários. Há maior prevalência na diminuição de dentes na sociedade contemporânea, sendo fruto da evolução humana, sendo os mais afetados os terceiros molares – 9-37%, enquanto no segundo lugar está o incisivo lateral superior e segundo pré-molar inferior.Não há consenso em relação ao agente responsável por causa a agenesia, embora seja importante o estudo a respeito da temática, haja vista a frequência em que há ocorrência nos consultórios odontológicos. Sendo importante uma intervenção orientada ao diagnóstico precoce e coeso, bem como uma terapêutica condizente a condição, visando a minimização das sequelas e recuperação do padrão estético do paciente.
Interação perio-prótese implante para correção de agenesia de incisivos laterais superiores e inferiores e incisivos centrais inferiores: relato de casoTurini, Nayra Kawana et al. 2021 – Relato de casoApresentar um caso clínico de agenesia dentária de incisivos laterais superiores e incisivos centrais e laterais inferiores e o envolvimento multiprofissional das diversas especialidades para elaboração e execução do plano de tratamento adequado.A valia da manutenção do espaço para reabilitação protética, bem como o fechamento, seguido de reanatomização dos dentes, são procedimentos eficazes a serem empregados. Autores consideram que há resultados mais adequados e vantajosos quando os diastemas são fechados por reposicionamento dos caninos. Enquanto, há outra vertente que considera pacientes mais graves, a terapêutica adequada seria a abertura do espaço e substituição com próteses fixas ou implantes. Na ausência de incisivos laterais superiores, uma das questões erguidas pelos pacientes é a necessidade de satisfação estética.A relação entre as diversas especialidades odontológicas é fundamental para o desenvolvimento de um plano de tratamento condizente a realidade do paciente. Considerando, portanto, as queixas e solicitações desse, assim traçando prognóstico adequado com tais questionamento, reestabelecendo as funções e aumentando a autoestima e qualidade de vida do paciente por meio de um procedimento adequado.

Fonte: Autoras, 2024.

DISCUSSÕES

Conforme Ferreira e Franzin (2014), a agenesia dental é caracterizada pela ausência de um ou mais elementos dentários, que podem estar associados a fatores genéticos e/ou associados. A agenesia dentaria consta com uma leve diferenciação a depender de quantos elementos dentários deixaram de ser desenvolvidos, chama-se de hipodontia a ausência de um a seis dentes, oligodontia ausência de seis ou mais elementos dentários, e anodontia a falta de todos os dentes.

Corroborando ao exposto pelos autores acima, Ribas (2014), Santos et al. (2020) e Amorim (2023) trazem que a agenesia dentária é caracterizada pela ausência de elementos dentais decíduos ou permanentes, ou ambos. Sendo relativamente comum nos seres humanos, sobretudo nos elementos permanentes, que podem ter causas genéticas ou estar associada a fatores exógenos.

Na perspectiva de Ferreira e Franzin (2014) a agenesia dentaria é mais comum em dentes permanentes, sendo o grupo mais afetado terceiros molares, pré-molares inferiores, e incisivos laterais superiores, o gênero feminino possui mais casos documentados, dessa forma sendo mais afetados. No estudo elaborado por Amorim (2023), relatou a presença de agenesia dentária em uma amostra de 1002 pacientes com faixa etária de 05 a 55 anos, dessas 615 pessoas (61,4%) eram do sexo feminino e dessa 48 indivíduos do sexo feminino possuíam agenesia, em contrapartida, do restante apenas 26 dos 386 do sexo masculino possuíam a presença da anomalia.

De modo análogo, Ribas (2014) destaca que é consenso na literatura que há maior incidência de agenesia dentária em pacientes do sexo feminino. E, também Machado et al. (2022) no caso clínico analisado por esse e com base na literatura pesquisada, demonstra que o sexo feminino tem maior disposição no desenvolvimento de agenesia dentária, fato que ratifica o relatado por Ferreira e Franzin (2014).

Em relação aos elementos dentais ausentes, Ribas (2014) aborda que desconsiderando os terceiros molares, não há consenso em relação ao segundo elemento mais afetado, embora haja destaque como sendo os segundos pré-molares inferiores e/ou incisivo lateral superior o denta mais acometido. Análogo ao evidenciado, Santos et al. (2020) revela que na literatura os elementos mais afetados são os segundos pré-molares inferiores, prosseguindo com incisivo lateral superior e segundo pré-molar superior.

No estudo feito por Amorim (2023), nos 74 pacientes com agenesia, notou-se a ausência de um a quatro elementos. Sendo os mais afetados o elemento 22 (incisivo lateral superior esquerdo) com 18 acometidos, seguido pelo elemento 12 (incisivo lateral superior direito) com 17 acometidos, elemento 35 com 13 (canino superior direito) acometidos, elemento 45 (segundo pré-molar inferior direito) com 10 acometidos e sucessivamente. Nota-se, diante do exposto, que a incidência de elementos ausentes, vai ao encontro do abordado na literatura por Ribas (2014), Ferreira e Franzin (2014) e Santos (2020).

Na pesquisa realizado por Woodworth et al. (1985), em 43 pacientes portadores de agenesia dentaria foi constatado que comprimento normal da arcada dentária, largura da arcada, sobressaliência e sobre mordida, enquanto discrepâncias significativas no tamanho dos dentes foram encontradas em vários dentes anteriores e posteriores. Os desvios craniofaciais do normal incluíram menor comprimento maxilar, menor comprimento mandibular, menor base anterior do crânio e osso nasal. As dimensões faciais verticais, tanto anteriores quanto posteriores, foram significativamente menores, assim como o ângulo do plano mandibular.

O exame de partes moles revelou um ângulo nasolabial 10 graus maiores, aumentado em mais 5 graus como resultado de uma retração média dos incisivos de 1,5 mm durante o fechamento do espaço. As anomalias craniofaciais observadas na presente amostra foram semelhantes àquelas observadas em pessoas com fissuras, podem refletir uma etiologia comum relacionada a um distúrbio do desenvolvimento durante a fusão dos processos faciais no útero. (WOODWORTH et al. 1985).

No tratamento de pacientes com ausência congênita bilateral de incisivos superiores, recomenda-se a mecanoterapia visando abrir o plano mandibular, aumentar a dimensão vertical e mover os dentes posteriores superiores para frente, a fim de evitar o agravamento da tendência de Classe III e minimizar a retração dos incisivos superiores e do lábio superior. A maioria dos casos necessitará de redução mesiodistal significativa no tamanho do dente para se obter uma oclusão ideal. (WOODWORTH et al. 1985).

Estudos realizados em humanos e animais apontam que a hereditariedade está diretamente ligada a falta de elementos dentais. Os genes responsáveis por tais alterações são, PAXS e MXS, outros fatores relacionados são, radiação, mudança na evolução humana, traumas, e doenças infecciosas acometidas antes do início da formação dos germes dentais (FERREIRA; FRANZIN, 2014).

No estudo de revisão sistemática feito por Almeida e Abreu (2024) a respeito das alterações epigenéticas atreladas à agenesia dentária não sindrômica, evidenciou que algumas alterações nos genes podem resultar em agenesia dentária. Destacam que as alterações no gene Rs2043556 tem associação com a incidência de agenesia nos incisivos laterais superiores, incisivos inferiores e caninos superiores. Enquanto variações no PAX9 e MSX1 estavam estatisticamente associadas a pacientes com agenesia dentária, e alterações no SNPs de miRNA tem relações significativas com agenesia não sindrômica.

Estudos apontam que as alterações no gene MXS cromossomos 4 mostra uma vasta variação em familiares, sendo assim este grupo apresentou falta de terceiros molares e dos segundos pré-molares, e quando a agenesia acometia terceiros molares aumentou 13 vezes mais em outros elementos dentários, ou seja, aquele paciente que apresenta a falta de três ou mais elementos dentários pode apresentar modificação nesse gene. Já o gene PAXS apresenta alteração no cromossomo 14 responsável pela formação do embrião. (FERREIRA; FRANZIN, 2014).

A herança genética contribui para a maior ou menor discrepância sagital, sendo assim a má oclusão poderá ser resolvida com tratamento ortodôntico, com o próprio crescimento do paciente, de maneira cirúrgica, protética ou com implantes. A prevalência da agenesia dentaria varia a depender da etnia, sendo assim cerca de 1,5 a 3% caucasianos são portadores de agenesia, como 7,7% dos casos são afro-americanos, 6,1% suecos, 6 a 9,2% orientais e 4,6% israelitas (AZUMA,2023).

No entanto, a inexistência de tais elementos dentários causa algumas injúrias ao paciente, são elas a fonética uma vez que possa ter dificuldade no pronunciamento de algumas palavras, má oclusão que pode acarretar o pronunciamento de algumas palavras erradas, autoestima prejudicada pelo perfil estético modificado, dores na ATM e músculos mastigatórios. Essas alterações têm grande impacto na vida cotidiana do paciente e em sua autoestima e alto confiança.

A falta de dentes também provoca a reabsorção alveolar (tecidos de suporte dental), assim tendo a reabsorção óssea que pode acarretar a compensação oclusal pôr os outros elementos dentários estarem se lateralizando, como os caninos superiores pela possível falta dos incisivos laterais, e a reabsorção das raízes dos incisivos laterais decíduos pelos caninos. A presença de espaço pode levar a sobre-erupção dos dentes adjacentes ou antagonistas. Quando há ausência congênita de elementos dentários posteriores, a atrofia funcional em altura óssea é rapidamente perceptível. (FERREIRA; FRANZIN, 2014).

Na perspectiva de Ferreira e Franzin (2014) para realizar o diagnóstico de agenesia, torna-se necessário o uso de exames complementares radiográficos que irão facilitar a identificação da patologia uma vez que poderá ser observado as estruturas ósseas da cavidade bucal, São elas panorâmica, e tomografia, o diagnóstico precoce possibilita a intervenção ortodôntica para o início do tratamento da condição.

Na maioria das vezes a agenesia dental é descoberta mediante um exame radiográfico panorâmico, uma vez que o cirurgião dentista observa os germes dentários em formação, os dentes erupcionados e os dentes decíduos, assim identificando a falta de um ou mais elementos na dentição mista, o qual o paciente pode ter feito o exame panorâmico para analisar os elementos dentários e suas erupções ou para outros tratamentos. (FERREIRA; FRANZIN, 2014).

No que concerne aos procedimentos terapêuticos, Santos (2020) no caso clínico analisado, abordou como terapêutica a confecção dos sistemas cerâmicos pela moldagem inicial, trançando um planejamento para o caso, este consiste em passar o modelo de gesso para o ASA — Articulador Semi ajustável, para posteriormente realizar o enceramento dos dentes.

A forma de tratamento varia da idade do paciente, quanto mais novo for diagnosticado, maior o leque de tratamento (RIBAS,2014). Os métodos mais utilizados são, o fechamento de espaços vazios nos dentes (diastemas) e a recriação de espaços nos locais atingidos pela agenesia visando a movimentação dental pela má oclusão por meio de aparelho ortodôntico. Posteriormente o ortodontista encaminha o paciente para um implantodontista ou para um cirurgião dentista que trabalha com próteses parciais removíveis (PPR), para a colocação de implantes ou PPR nas áreas afetadas, devolvendo a oclusão ideal o permitindo voltar a mastigar da maneira correta, aliviando possíveis dores, e melhorando a autoestima, de tal forma devolvendo convívio social (AZUMA,2023).

Ratificando ao elucidado pelo autor, Costa (2023) aponta como terapêutica a ser utilizada no tratamento de agenesia dentária, está o fechamento de espaços ou abertura para posterior substituição por próteses ou implantes. Sendo aconselhável por Hortz (1974, apud COSTA, 2023) a valia de tratamento ortodôntico para fechamento de espaços. Enquanto no segmento frontal, atestam ser mais eficiente mesializar um canino no incisivo lateral ausente, visto que é menos invasivo. Por outro lado, abordam que em casos de dentes intermediários, a valia de implante está bem consolidada como terapêutica, pois protege os remanescentes, não transmitindo força oclusal e não há necessidade de desgaste.

De acordo com Azuma (2023) a má formação tem causas de heranças genéticas, logo quando há sinais de agenesia dentaria nos pais e/ou avós, predisposição ao desenvolvimento de agenesias nos descendentes. No seu estudo, relata o tratamento de agenesia dentaria assimétrica, o qual está em falta somente o elemento 12 em um paciente Classe III, cujo possui 9 anos, do sexo masculino, assim o reabilitando na totalidade por meio de aparelho ortodôntico e conexão de howley com dentes de estoque com finalidade estética.

No caso clínico analisado por Turini et al. (2021), constatou-se agenesia dos incisivo laterais superiores, inferiores, incisivos centrais inferiores, caninos conoides e presença de um incisivo central inferior decíduo. Sendo necessário efetuar exodontia do elemento 81 e implantes nos elementos 12, 22 e 42, com aguardo de tempo de osseointegração de 3 meses. No plano de tratamento inicial, notou-se que haveria perda da harmonia do sorriso, necessitando elaborar novo plano, sendo assim, a reabilitação do paciente fora efetuado por meio de desgastes mínimos não invasivos, com posterior moldagens dos preparos e implantes, cujos foram modelados em cerâmica pura e submetidos à prova, para eliminar discrepâncias entre as próteses sobre implante e os laminados.

Em concordância com Ferreira e Franzin (2014), abordam que a agenesia dentaria é um problema de saúde pública, diretamente ligada com a herdabilidade genética, visando que um estudo em seres humanos e animais demonstrou que genes em comum demonstravam uma leve modificação, cujo pode acarretar agenesia dental, tendo em vista a correlação com outros fatores, como traumáticos, infecciosos, radiações, nutricionais e evolução humana (nos casos de terceiros molares).

Em vista disso, ambos os artigos se complementam, uma vez que (FERREIRA; FRANZIN, 2014) traçou uma revisão de literatura onde engloba grande parte dos conhecimentos adquiridos até o momento acerca de agenesia dental. Posteriormente Azuma (2023) elaborou um estudo de caso, o qual relata o tratamento utilizado de um paciente que não possuía somente agenesia dental, dessa forma trazendo para a realidade do consultório odontológico, visto que o cirurgião dentista terá que tratar o paciente na totalidade fazendo o uso da interdisciplinaridade, tendo uma visão mais criteriosa, uma vez que terá que reestabelecer estética e função de modo geral, e não somente executar um caso isolado no paciente.

De acordo com Woodworth (1985) os comprimentos faciais são relativamente diferentes em pacientes portadores de agenesia dentária de tal forma que a uma diferenciação no tamanho das arcadas e no comprimento e largura dos dentes. Para o tratamento dessa condição é preconizado na literatura a mecanoterapia a fim de fechar os espaços deixados pela agenesia dental mesializando os dentes posteriores, de tal forma que se faz necessário o desgaste dos elementos dentais mesiodistal para uma melhor estética e função, se baseando sempre na máxima intercuspidação habitual e lateralidade, minimizando o agravo em pacientes classe III.

Já em Azuma (2023) foi preconizado a utilização de um aparelho ortodôntico a fim de aumentar o espaço deixado pela agenesia dental, para posteriormente colocar uma conexão de Howley, assim permitindo menores desgastes de estruturas hígidas dentarias, preconizando o tratamento minimamente invasivo, por ser diagnosticado ainda criança, ele pode ter uma maior gama de opções de tratamento para um paciente Classe III portador de agenesia dental.

Nesta perspectiva é observado que ambos os artigos trazem planos de tratamentos semelhantes para pacientes, classe III, visto que possuem 18 anos de distância em suas publicações, percebe-se que não existe somente uma forma de tratamento para agenesia dental, que quanto mais prévio o diagnosticado, maiores as possibilidades de ter-se um tratamento minimamente invasivo, podendo conter uma vasta gama de opções que vão além das relatadas em ambos os artigos.

Segundo Ribas (2014) existem duas formas de reabilitar os espaços deixados pela agenesia dentaria, sendo elas a mesialização dos elementos dentários, e posteriormente reanatomização dos elementos posteriores que foram mesialisados para o fechamento dos espaços, assim fazendo com que os dentes posteriores tomem a forma dos anteriores atingidos pela agenesia dental, devolvendo estética e função para o paciente. A segunda forma de pacientes portadores de agenesia dental é se necessário a abertura ou manutenção dos espaços com o uso de aparelhos ortodônticos para posteriormente ser fechado com elementos protéticos ou implantes.

No estudo de Santos (2020) aborda-se uma nova possibilidade de reabilitar pacientes com agenesia dental, a qual se refere a confeccionar uma ponte adesiva para o fechamento do espaço deixado pela falta dental. Tratando-se de ponte com uma fina camada de cerâmica de 0,5 mm na vestibular dos elementos 11, 12, 21 e 23, visto que o elemento 22 será elaborado totalmente de cerâmico. E, logo após a confecção, essa será cimentada nos elementos dentais, sendo uma possibilidade menos invasiva encontrada nas pesquisas. Fato que devolve de forma satisfatória a estética e a função. Desse modo, tendo em vista que ambos os artigos demonstram ser perceptíveis algumas formas de resolução dos casos de agenesia dental, possibilitando que o paciente tenha livre escolha de qual método de tratamento irá preferir, sendo necessário que o profissional instrua o assistido, visando sempre os valores.

Maler (2023) aborda em seu estudo a participação multidisciplinar na tratativa de agenesia dentária. Cujo procedimento terapêutico utilizado fora o autotransplante do pré-molar superior direito para incisivo central superior esquerdo, prosseguindo com a reanatomização da coroa do transplantado e tratamento ortodôntico em um paciente masculino de 9 anos de idade. Sendo realizado exodontia do dente decíduo com posterior preparo ósseo do alvéolo destinado a receber o transplante do pré-molar e, ao fim empregado contenção semirrígida para imobilizar, cujo reanatomização da coroa fora efetuada em duas sessões. O tratamento ortodôntico visou a correção dos diastemas e adequação da oclusão, embora decorridos 10 anos dos procedimentos efetuados, fora constatado reabsorção radicular do incisivo central superior direito, culminando na necessidade de tratamento endodôntico.

CONCLUSÃO

Atualmente, há uma crescente demanda por sorrisos estéticos, aumentando a expectativa e os padrões dos pacientes. Fato que culmina no desenvolvimento de materiais, como sistemas cerâmicos e novas técnicas para procedimentos menos invasivos.

Além disso, na presente pesquisa constatou-se que há diversos procedimentos terapêuticos a serem utilizados na tratativa de agenesias dentárias, sendo o escolhido aquele em que melhor atender ao caso clínico em questão. Denota-se pelo material utilizado na revisão que o procedimento terapêutico empregado na correção de agenesia dentária, não resume apenas em uma área específica, fato que muitas vezes necessita da cooperação de outras especialidades para um tratamento coeso, satisfatório e minimamente invasivo para o paciente.

Ratifica-se ante ao exposto, consenso na literatura que não há uma etiologia única para o desenvolvimento de agenesia dentária. Expõem-se que existam causas diversas, cuja maior prevalência está atrelada a fatores genéticos, embora condições ambientais também podem ocasionar tal anomalia. Observa-se também, pela análise realizada, que a maior incidência de agenesia está nos incisivos laterais superiores e segundos pré-molares, excetuando-se os terceiros molares, embora não haja consenso a respeito de tal constatação na literatura.

REFERÊNCIAS

AMORIM, Adriana Vanderlei do. Avaliação agenesia dentária. Orientador: Dr. Sisenando Itabaiana Sobrinho. 21f. Monografia (Especialista em Ortodontia). Vitória da Conquista – BA, FACSETE, 2023.

AZUMA, Fernanda Yuriko. Tratamento com agenesias assimétricas em paciente Classe III. Orientador: Dr. Fabrício Pinelli Valarelli. 21f. Monografia (Pós-graduação em Ortodontia). Bauru – SP, FACSETE, 2023.

CORDEIRO, Welliton Arevalo et al. Agenesia Dental e seu manejo em pacientes pediátricos: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v. 5, n. 5, p. 1731–1748, 2023.

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COSTA, Alana Victória dos Santos et al. Reabilitação oral estética com implante estreito em paciente com agenesia dentária: Relato de caso. Research, Society and Development, v. 12, n. 10, p. e79121043462-e79121043462, 2023.

SANTOS, Bárbara Medrado dos et al. Uma nova possibilidade para o tratamento da Agenesia dental: Relato de um caso clínico. Revista da Faculdade de Odontologia-UPF, v. 25, n. 1, p. 118–124, 2020.

FERREIRA, Rosana Fátima; FRANZIN, Lucimara Cheles da Silva. Agenesia dentária: importância deste conceito pelo cirurgião-dentista. Uningá Review, v. 19, n. 3, 2014.

MALER, Gustavo Lopes. Abordagem multidisciplinar no tratamento de paciente com agenesia dentária: caso clínico com 10 anos de acompanhamento. 26f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Odontologia). Londrina. Universidade Estadual de Londrina. 2023.

MACHADO, Karolyna Furtado et al. Agenesias dentárias atípicas: relato de caso clínico. Rev. Odontol. Araçatuba (Impr.), p. 57–61, 2022.

TURINI, Nayra Kawana. Interação perio-prótese-implante para correção de agenesia de incisivos laterais superiores e inferiores e incisivos centrais inferiores: relato de caso. Revista Mundi Saúde e Biológicas. v. 6, n. 1, 2021.

RIBAS, Agata et al. Agenesia dentaria: revisão de literatura. Orientador: Dr. Daltro Enéas Ritter. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Odontologia). Florianopólis. Universidade Federal de Santa Cataria. 2014.

WOODWORTH, D.A.; SINCLAIR, P.M.; ALEXANDER, R.G. Bilateral congenital absence of maxillary lateral incisors: A craniofacial and dental cast analysis. Am J Orthod, St. Louis, v.87, n.4, p.280–93, Apr, 1985.

SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), v. 8, p. 102-106, 2010.


1 Docente de odontologia do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos. Pós-graduada em Paciente com necessidades especiais, Estomatologia e Patologia Bucal.