ADOLESCENCE AND MOTHERHOOD: RISK FACTORS AND PROTECTION STRATEGIES FOR CHILD DEVELOPMENT
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202410171008
Luana Silva de Borba1;
Nadia Cristina Valentini2
RESUMO
A gravidez na adolescência é considerada um fator de risco de atrasos no desenvolvimento infantil. Devido à imaturidade da mãe combinado com fatores de risco como o menor poder econômico e menor educação formal, o cuidado a proteção e a estimulação da criança pode não ser adequado, contribuindo para atrasos no desenvolvimento. Esta revisão de literatura descreve os principais fatores de risco contextuais associados gravidez na adolescência e suas repercussões no desenvolvimento infantil. Método: Realizou-se uma busca online nas bases Medline, LILACS, Google Scholar, PubMed e SciELO, abrangendo publicações de 2000 a 2024. Selecionaram-se 95 artigos. Esta revisão narrativa aborda os seguintes tópicos: (1) Fatores de risco contextuais associados a gravidez na adolescência e o desenvolvimento infantil e (2) O contexto ambiental, as práticas maternas e o desenvolvimento infantil. Para minimizar impacto adverso no desenvolvimento infantil é essencial identificar precocemente os fatores de risco para a gravidez na adolescência e adotar medidas preventivas eficientes, além de propiciar o suporte adequado as jovens mães e seus filhos. A maternidade na adolescência é um fenômeno multifatorial e complexo, e, portanto, requer uma análise que transcenda a influência materna. É essencial considerar o papel significativo de todos os indivíduos que cercam a criança, bem como as oportunidades que lhe são oferecidas nos contextos familiar e escolar.
Palavras-chave: Maternidade na adolescência. Fatores de risco. Desenvolvimento da criança. Desenvolvimento infantil.
ABSTRACT
Teenage pregnancy is considered a risk factor for delays in child development. Due to the mother’s immaturity combined with risk factors such as lower economic power and less formal education, child care, protection, and stimulation may not be adequate, contributing to developmental delays. This literature review describes the main contextual risk factors associated with teenage pregnancy and their repercussions on child development. Method: An online search was carried out in the Medline, LILACS, Google Scholar, PubMed, and SciELO databases, covering publications from 2000 to 2024. 95 articles were selected. This narrative review addresses the following topics: (1) Contextual risk factors associated with teenage pregnancy and child development and (2) The environmental context, maternal practices, and child development. To minimize adverse impacts on child development, it is essential to identify risk factors for teenage pregnancy early and adopt efficient preventive measures, in addition to providing adequate support to young mothers and their children. Motherhood in adolescence is a multifactorial and complex phenomenon, and therefore requires an analysis that transcends maternal influence. It is essential to consider the significant role of all individuals surrounding the child, as well as the opportunities offered to them in the family and school contexts.
Keywords: Motherhood in adolescence. Risk factors. Child development. Child development.
INTRODUÇÃO
No estudo do desenvolvimento infantil é essencial compreender as múltiplas conexões na qual a criança está inserida e os inúmeros fatores que podem estar interagindo na trajetória do desenvolvimento (PILZ, SCHERMANN 2007). As influências ambientais, por exemplo, são fatores importantes para o crescimento e desenvolvimento infantil, sendo relevantes como agentes primários destes processos (GABBARD, CAÇOLA, RODRIGUES 2008). Fatores socioeconômicos, como menor acesso a alimentação adequada, condições precárias sanitárias de moradia, menor acesso a educação, e oportunidades limitas de estimulação no lar são considerados fatores de risco ao desenvolvimento infantil (LORDELO et. al., 2006; GANTHAM-McGREGOR et. al., 2007). Contextos com poucas oportunidades de desenvolvimento quando combinados a fatores de risco biológico ou desfechos clínicos adversos no nascimento, podem alterar a trajetória de desenvolvimento e limitar as possibilidades de aprendizado da criança (SILVA, SANTOS, GONÇALVES 2006; BARROS et. al., 2003).
Em contrapartida, um contexto rico em oportunidades de movimento, mediado por um adulto que possibilite a exploração e a descoberta, potencializa o desenvolvimento infantil compensando muitas vezes os efeitos de riscos prévios que a criança foi exposta. Na organização da estrutura do ambiente físico familiar o papel de agentes mediadores que promova a exploração é crítico ao processo de desenvolvimento da criança (NOBRE et. al., 2009), especialmente de quem exerce a função maternal. As práticas maternas podem influenciar o desenvolvimento cognitivo, motor e de linguagem da criança, potencializando o desenvolvimento através da ação das experiências sensório-motoras em tarefas e contextos adequados (ANDRADE et. al., 2005; SILVA, SANTOS, GONÇALVES 2006; VIEIRA et. al., 2007; ZAMBERLAN 2002). Ainda mais, as práticas maternas, que correspondem às necessidades do desenvolvimento, têm impacto positivo no desenvolvimento não somente na infância, mas ao longo da vida adulta (BURCHINAL et al., 2000; HANE et. al., 2010).
As práticas maternais sofrem a influência de diferentes fatores, que envolvem desde as crenças pessoais até as oportunidades que educação dos pais. Um dos fatores que tem recebido atenção constante na literatura é a idade da mãe em decorrência do aumento das taxas de gravidez na adolescência cada vez mais precoce (Ministério da Saúde, 2020); muitas vezes ocorrendo fora de uma relação conjugal estável. Nas famílias de menos favorecidas socioeconomicamente a gravidez na adolescência tem sido considerada um problema social mais grave por estar associada a vários riscos contextuais, como por exemplo a baixa escolaridade materna (ARKAN, et.al. 2010), falta de suporte familiar e do companheiro (HARRISON et. al., 2021; WILSON-MITCHEL, BENNETT, STENNETT, 2014), a exclusão social (HEILBORN et al., 2002), e falta de conhecimento sobre o desenvolvimento do bebê (BIGRAS, PAQUETE 2007). A estes riscos contextuais unem-se riscos biológicos os quais são potencializados, gerando risco para a saúde e desenvolvimento da criança (BRASIL 2000; MICHELAZZO et. al., 2004; RIBEIRO et al., 2000).
A maternidade precoce, um problema de saúde publica, além dos riscos que a mãe está exposta, tem sido considerada como um fator de risco para atrasos no crescimento (VIEIRA et al., 2007) e no desenvolvimento criança (BARROS et. al., 2008). Ainda mais, mães adolescentes são frequentemente consideradas pouco capazes de cuidar de seus filhos (FIRK et. al., 2018; HALPERN, GIUGLIAN, VICTORA, 2000; GAMA, et.al. 2001; SANTOS, et.al. 2009; SARTORI, VALENTINI, SACCANI, 2010). Apesar da condição de filho de mãe adolescente ser vista como um critério de risco para morbimortalidade infantil, a idade materna não tem sido considerada como um fator responsável isoladamente por resultados desfavoráveis para o desenvolvimento da criança (GOULART et. al., 2003). Na maioria das vezes, o maior risco da gravidez na adolescência ocorre pelo fato de as mães estarem mais expostas a situações socioambientais desprivilegiadas, como por exemplo a falta de apoio parental (HARRISON et. al., 2021; WILSON-MITCHEL, BENNETT, STENNETT, 2014), a evasão escolar (WILSON-MITCHEL, BENNETT, STENNETT, 2014) e a falta de trabalho regular (HEILBORN et al., 2002). Portanto, de forma geral há pouco consenso na literatura quanto as possíveis repercussões negativas da maternidade na adolescência no desenvolvimento e as consequências futuras para a criança.
No Brasil as poucas iniciativas têm se mostrado eficazes na diminuição dos índices de ocorrência de gravidez precoce e dos riscos para o desenvolvimento infantil (RIOS et al., 2007), bem como para a detecção de atrasos no desenvolvimento nos dois primeiros anos de vida de vida da criança (SACCANI, VALENTINI 2010). Isso revela a importância da implantação e adesão de programas de prevenção da gravidez na adolescência e de programas específicos de avaliação, acompanhamento e intervenção em crianças de risco no sistema público de saúde e de educação, bem como do rastreamento das dificuldades motoras apresentadas nos primeiros anos de vida para que estes bebês possam ser encaminhados a práticas apropriadas que visem compensar atrasos e potencializar desenvolvimento. Portanto esta revisão tem como descreve os principais fatores de risco contextuais associados gravidez na adolescência e suas repercussões no desenvolvimento infantil.
DESENVOLVIMENTO
Estudo de revisão narrativa da literatura publicada nas bases de dados eletrônicos Medline, LILACS, Google Scholar, PubMed e SciELO, abrangendo publicações de 2000 a 2024. Foram selecionados 95 artigos para a presente revisão narrativa, que aborda os seguintes tópicos: (1) Gravidez na adolescência e o desenvolvimento infantil, (2) O contexto, as práticas maternas e o desenvolvimento infantil, (3) Desenvolvimento motor infantil e as oportunidades no contexto de desenvolvimento, (4) Desenvolvimento cognitivo infantil e as oportunidades no contexto.
Fatores de risco contextuais associados a gravidez na adolescência e o desenvolvimento infantil
No Brasil nascem por ano mais de 434,5 mil bebês filhos de mães adolescentes, a cada hora nascem 48 bebês, filhos de mães adolescentes um em cada sete bebês é filho de mãe adolescente segundo dados do Ministério da Saúde (Ministério da Saúde, 2020). O Brasil registra taxa de 68,4 nascimentos para cada mil adolescentes e jovens mulheres entre 15 e 19 anos, sendo considerado um elevado índice se comparado à taxa mundial de 46 nascimentos. Outro dado extremamente preocupante é o número adolescentes mães de até 14 anos (entre 10 e 14 anos), um nascimento a cada 30 minutos; foram reportados 19.330 nascimentos somente no ano de 2019 (Ministério da Saúde, 2020). Ainda, os maiores riscos da gravidez na adolescência se concentram nas idades maternas de 13 a 17 anos (GOULART, et.al. 2003), embora se observem o crescimento de taxas em adolescentes mais jovens (Ministério da Saúde, 2020).
A gravidez na adolescência esta associada aos riscos biológicos da imaturidade da adolescente, bem como aos riscos ambientais, os quais são potencializados e geram risco para a saúde e o desenvolvimento infantil (BRASIL 2020; MICHELAZZO et. al., 2004; RIBEIRO et al., 2000), tornando-se um problema de saúde pública pela fragilidade dessas famílias (MICHELAZZO et al., 2004; RIBEIRO et al., 2000). A maternidade na adolescência é considerada como um fator de risco biológico para as adolescentes e seus filhos, tendo em vista que estas mães têm mais chances de sofrerem intercorrências como abortos, anemia, desnutrição, sobrepeso, hipertensão e depressão pós-parto (BELARMINO, et.al. 2009; FREITAS, BOTEGA, 2002; FURLAN, et.al. 2003; MICHELAZZO, et.al. 2004; SILVEIRA, OLIVEIRA, FERNANDES, 2004; YZALLE, et.al. 2002). Para as crianças nascidas de mães adolescentes observa-se maior incidência de prematuridade, baixo peso ao nascer (HARRISON et. al., 2021; ARKAN, et.al. 2010; CHALEM, et.al. 2007), morte perinatal, epilepsia, transtornos do desenvolvimento, e maior prevalência de deficiência (AQUINO-CUNHA, et.al. 2002; GAMA, et.al. 2001). Os filhos prematuros e com baixo peso ao nascer de mães adolescentes, tem um risco aumentado de mortalidade infantil, podendo este fato estar associado à imaturidade biológica desta jovem mãe (SIMÕES et. al. 2003).
Combinado a imaturidade biológica da mãe adolescente, soma-se os riscos contextuais. Grande parte das adolescentes gestantes encontra-se em situação socioeconômica e demográfica menos favorável (CHALEM, et.al. 2007), com número elevado das mesmas vivendo na pobreza (LUND et al., 2018) e com falta de condições adequadas de alimentação, habitação e saúde (FIGUEIREDO, PACHECO, MAGARINHO, 2005). Além disso, as mães adolescentes, tendem a interromper a educação formal e, portanto, apresentam um baixo nível de escolaridades (ARKAN, et.al. 2010), o qual pode se perpetuar. Essa situação desfavorável em que geralmente se encontra a jovem mãe pode ser o principal fator relacionado com a maior ocorrência de riscos para as adolescentes e seus filhos (KASSAR, et.al. 2006; ARKAN, et.al. 2010). Nas famílias de menor poder socioeconômico, a gravidez na adolescência é considerada um problema social mais grave por estar também associada a falta de suporte familiar e do companheiro (HARRISON et. al., 2021), a exclusão social (HEILBORN et. al., 2002), e a falta de conhecimento sobre o desenvolvimento do bebê (BIGRAS, PAQUETE 2007).
Mães adolescentes demonstram mais insegurança e dificuldade na habilidade de exercerem seu papel materno, além do pouco conhecimento acerca do desenvolvimento infantil, podendo caracterizar um cenário de risco para o desenvolvimento da criança. As interações mãe-bebê tendem a ser aquém ou além das necessidades da criança (BIGRAS, PAQUETTE 2007) e as mesmas tendem a proporcionar estimulação inadequada ao seu filho (CRUGNOLA et al., 2014; OLIVEIRA, CHIQUETTI, SANTOS, 2013; CHALEM et. al., 2007; GAMA, LEAL 2002). Mães adolescentes se percebem pouco preparadas para os cuidados com a criança (FIRK et. al., 2018; HALPERN, GIUGLIAN, VICTORA, 2000; GAMA, et.al. 2001; ZAJONZ, MÜLLER, VALENTINI, 2008; SANTOS, et.al. 2009; SARTORI, VALENTINI, SACCANI, 2010), demonstram dificuldades com cuidados de saúde antes e depois do nascimento (GAMA et. al., 2001; GAMA, LEAL 2002), incluindo o consumo mais frequente de drogas durante a gestação (CHALEM et. al., 2007). Ainda, as jovens mães podem estar mais suscetíveis também a desenvolver depressão (HARRISON et. al., 2021; GAMA et al., 2001).
Os bebês de mães adolescentes podem também apresentar maior prevalência de atrasos no crescimento (VIEIRA et. al., 2007), no desenvolvimento motor (BARROS et. al., 2008; SARTORI, VALENTINI, SACCANI, 2010) e cognitivo (STEVENTON et. al., 2023) quando comparado aos bebês de mães adultas. Mães adolescentes, em decorrência do pouco conhecimento ou imaturidade, tendem propiciam a criança menor qualidade de cuidado materno, incluindo menor tendência a tocar, chamar, sorrir e aceitar as emoções de seus filhos (FIRK et al., 2018). Ainda, essas mães são menos sensíveis às necessidades de seus filhos, fornecem menos estimulação verbal e brincam menos com seus bebês (CRUGNOLA et al., 2014). Todos estes fatores podem acarretar em alterações no desenvolvimento cognitivo e motor destas crianças.
Problemas comportamentais na infância (LEE et al., 2020; MORINIS et al., 2013), os quais podem permanecer na adolescência e vida adulta (SHAW et al., 2006; JAFFEE et al., 2001) são mais frequentes entre crianças filhos de mães adolescentes. A predisposição a transtornos sistêmicos e de saúde mental, dependência de assistência social, menor renda e maior envolvimento em criminalidade tem sido reportada entre filhos de mães adolescentes (SHAW et al., 2006; JAFFEE et al., 2001). Um fator que contribui para este desfecho são as condições do contexto familiar em que essas adolescentes vivem, uma vez que na maioria das vezes esta gestação é inesperada, as residências de famílias de mães adolescentes apresentam pouca baixa oportunidade para o desenvolvimento pleno da criança (OLIVEIRA, CHIQUETTI, SANTOS, 2013). A prevalência maior desses riscos da gravidez na adolescência ocorre pelo fato de as mães estarem mais expostas a situações socioambientais desprivilegiadas, como por exemplo a falta de apoio parental (WILSON-MITCHEL, BENNETT, STENNETT, 2014), a evasão escolar (WILSON-MITCHEL, BENNETT, STENNETT, 2014) e falta de trabalho regular (HEILBORN et. al., 2002).
É importante ressaltar, que algumas vezes a maternidade precoce pode representar um fator de proteção para a mãe adolescente que se encontra em contexto de vulnerabilidade social, ao engravidar na adolescência muitas algumas mulheres protegendo-a de riscos ambientais como a violência e as drogas (WILSON-MITCHEL, BENNETT, STENNETT, 2014; OLIVEIRA-MONTEIRO 2010). Ainda mais, muitas vezes a falta de trabalho regular da mãe adolescente pode possibilitar maior tempo disponível para o cuidado diária fortalecendo a interação mãe-filho, o que é muito benéfico para o desenvolvimento da criança (VIEIRA et. al., 2007). Ao receber suporte familiar, e ao vivenciar diariamente o cuidado do filho ao assumir as responsabilidades integrais pela criança, mães adolescentes se mostram afetuosas e alegres em relação aos filhos, atendendo com competência as necessidades da criança de higiene, alimentação e afeto (BERGAMASCHI, PRAÇA 2008). O desenvolvimento adequado da criança depende da qualidade de suas experiências vividas e dos vínculos por ela estabelecidos (SILVA 2002; SILVA, SANTOS, GONÇALVES 2006). Destaca-se também que as condições negativas associadas com a maternidade na adolescência, tanto para a jovem mãe como para seu bebê, tendem a diminuir consideravelmente quando controladas as variáveis socioeconômicas (HARRISON et. al., 2021).
O apoio da família tem papel importante no suporte para a jovem gestante em sua nova etapa de vida, propiciando segurança e facilitando a relação entre mãe-pai-filho (HARRISON et. al., 2021; OLIVEIRA, CHIQUETTI, SANTOS, 2013; BERGAMASCHI, PRAÇA 2008). Além do apoio familiar, frequentar escolas infantis esta associada à melhora da parentalidade adolescente e ao melhor desenvolvimento infantil ao longo do tempo (ALBERS, RIKSEN-WALRAVEN, DE WEERTH 2010; CLUVER et. al., 2024). Níveis mais elevados de estimulação em instituições de educação infantil quando comparadas ao lar, especificamente de famílias vivendo em vulnerabilidade socioeconômica, tendem a promover de maneira efetiva o desenvolvimento, sendo, portanto, uma estratégia socio governamental eficiente para promover o desenvolvimento da criança e apoiar a mãe adolescente a continuar o seu processo de formação educacional.
Portanto, a idade materna embora seja um fator de risco para atrasos no desenvolvimento na infância, as interações de outros fatores risco como a prematuridade e o baixo peso ao nascer (COSTA et al., 2005; CHALEM et al., 2007; STRATHEARN, GRAY, WOOD 2001), a ausência paterna (SANTOS et al., 2008), o menor poder socioeconômico familiar (BORBA; PEREIRA; VALENTINI, 2017; DEFILIPO et al., 2012; LIN; HSU; CHANG, 2020; LINSELL et al., 2015; ROCHA NEVES et al., 2016; SILVA et al., 2011; SANTOS, et. al. 2009; ZAJONZ, MÜLLER, VALENTINI, 2008; SACCANI et al 2013; SIMÕES et. al., 2003), a menor escolaridade maternal (ANDRADE, et.al. 2005; COSTA et al., 2005; KOLOBE, 2004; LORDELO et. al., 2007; NISHIMURA et al., 2016; RAMOS; DUMITH; CÉSAR, 2015; ROCHA NEVES et al., 2016; STRATHEARN, GRAY, WOOD 2001; WALKER et al., 2011), o desemprego e o consumo de drogas (FIGUEIREDO, PACHECO e MAGARINHO 2005; SARTORI, VALENTINI, SACCANI 2010), o vínculo deficiente estabelecido entre mãe e bebê, a negligência materna, a falta de interesse e de cuidados adequados com o bebê (GAMA et al., 2002; CHALEM et al., 2007), menor qualidade de interações no contexto (ROCHA NEVES et al., 2016) potencializam os riscos para o desenvolvimento da criança. Uma vez que estes fatores estão associados a gestação na adolescência, a combinação de múltiplos fatores de risco um problema muito de âmbito social maior do que biológico (GAMA et al., 2002).
A idade materna não deve ser considera um fator de risco isolado para a vulnerabilidade e atrasos no desenvolvimento motor da criança, diferentes fatores contextuais podem contribuir positiva e negativamente para o desenvolvimento motor e cognitivo adequado da criança (ANDRADE et al., 2005; GAMA, 2002; SANTOS et al., 2008; SIMÕES, et. al. 2003; GOULART, 2003; COSTA, et.al. 2005; VIEIRA et.al. 2007).
O contexto ambiental, as práticas maternas e o desenvolvimento infantil
A complexa e dinâmica interação entre as características do indivíduo em desenvolvimento e as restrições do contexto ocorre ao longo do tempo (BRONFENBRENNER 2011). As crianças apresentam variações em seu desenvolvimento global ao longo do tempo, no entanto, estas variações não ocorrem apenas devido às influências maturacionais e genéticas. Há influência de outros fatores, como o contexto em que a criança está inserida, a relação entre as características corporais e a tarefa em que a criança está envolvida (RODRIGUES, GABBARD 2007). Os elementos necessários para o desenvolvimento motor da criança como cuidados e estímulos são oferecidos pela família no contexto da casa durante a infância (ANDRADE et. al., 2005). O contexto em que a criança está inserida é o que fornece estímulos e oportunidades para exploração, encorajando a aquisição precoce de padrões motores rudimentares, e promovendo, nessas experiencias, a interação com outros e o desenvolvimento comunicativo e cognitivo (BORBA; VALENTINI, 2015; PEREIRA, SACCANI, VALENTINI, 2016; ROCHA NEVES et al., 2016; RONFANI et al., 2015; SACCANI; VALENTINI, 2016).
As condições da estimulação e do contexto oportunizadas na infância podem, portanto, restringir ou potencializar o desenvolvimento de uma criança. As experiências vivenciadas pela criança nos primeiros anos de vida proporcionam uma ampliação das conexões neurais, contribuindo para a maturação do sistema nervoso (STOKE 2000), e a qualidade do contexto doméstico onde a criança está inserida impactam a aquisição de novas habilidades (ALMEIDA, VALENTINI, LEMOS, 2006; ALMEIDA, VALENITNI, 2010; GOYEN, LUI 2002; MATTIELLO et al., 2018; PANCERI, PEREIRA, VALENTINI, 2017; SILVEIRA et al., 2024; VALENTINI, ALMEIDA, SMITH, 2020), incluindo o apoio familiar de outros membros da família no cuidado da criança (ABBOTT et al., 2000).
Nos primeiros anos de vida, a criança se depara com um ambiente complexo, com obstáculos como as mobílias de sua casa, os degraus e outros objetos. Estes fatores de restrição do contexto levam a criança a estar em constante adaptação no seu meio para realizar as tarefas motoras exigidas (JOH, ADOLPH 2006; HOLT et. al., 2007), gerando oportunidades de potencialização do desenvolvimento infantil (HIELKEMA et al., 2010; MORAIS; CARVALHO; MAGALHÃES, 2016). O contexto familiar, contemplando o espaço físico e as características parentais, é um forte contribuinte para o bem-estar físico infantil, impactando o desenvolvimento atual (SILVEIRA et al., 2024; VALENTINI, ALMEIDA, SMITH, 2020) e futuro escolar desta criança (SON; MORRISON, 2010). Este contexto é de relevância crítica para as crianças expostas a fatores de risco, sendo que a diversidade e qualidade das experiências motoras, cognitivas e sociais vivenciadas neste ambiente determinam em grande parte suas trajetórias de desenvolvimento (HIELKEMA et al., 2010).
As interações no contexto são mediadoras de aquisição de novas habilidades. Entretanto, quando as condições socioeconômicas são desfavoráveis, os pais possuem baixa educação formal, o reconhecimento de que essas oportunidades são essenciais pode e não efetivo e as e oportunidades motoras de exploração do ambiente e a interação da criança com outros se tornam limitadas, repercutindo em atrasos no desenvolvimento (BARROS et. al., 2003; SANTOS et. al., 2009; SANTOS et. al., 2009; ZAJONZ, MÜLLER, VALENTINI, 2008), as crianças podem apresentar atrasos no desenvolvimento. Ainda mais, observa-se que a ausência paterna, a utilização inadequada de brinquedos para a idade, e a falta de orientações pedagógicas e de socialização extrafamiliar precoce também restringem oportunidades de desenvolvimento nos anos iniciais, e expõem a criança a vulnerabilidade contextual e privação social repercutindo em atraso (ALMEIDA, VALENTINI, LEMOS, 2006; ALMEIDA, VALENITNI, 2010; BARROS et. al., 2003; VALENTINI, ALMEIDA, SMITH, 2020; ZAJONZ, MÜLLER, VALENTINI, 2008;).
A identificação das características da infraestrutura física do contexto, da ação dos adultos e crianças mediadores na estimulação da criança, e a disponibilidade de recursos materiais são fatores essenciais para a promoção do desenvolvimento uma vez que ao serem alterados, com estratégias simples e sem necessidade de recursos econômicos, podem influenciar positivamente o desenvolvimento da criança vulnerável (ALMEIDA, VALENTINI, LEMOS, 2006; ALMEIDA, VALENITNI, 2010; MATTIELLO et al., 2018. PANCERI, PEREIRA, VALENTINI, 2017; SILVEIRA et al., 2024; VALENTINI, ALMEIDA, SMITH, 2020; ZAJONZ, MÜLLER, VALENTINI, 2008). Ainda mais, a qualidade da interação mãe-criança nos anos iniciais são críticas ao desenvolvimento atual e futuro da criança. As interações estabelecidas, permeadas pela necessidade de cuidar, educar e promover o desenvolvimento das crianças, na rotina e nos cuidados primários diários oferece oportunidades imprescindíveis para a o desenvolvimento sensório-motor (BORBA; VALENTINI, 2015; PEREIRA; VALENTINI; SACCANI, 2016; RIBEIRO et al., 2018; SILVA, SANTOS, GONÇALVES 2006; SILVEIRA et al., 2024; VALENTINI, ALMEIDA, SMITH, 2020), cognitiva (BURCHINAL et. al., 2000; HADDERS-ALGRA, 2016; PEREIRA; VALENTINI; SACCANI, 2016; RICHARDS et al., 2016; SACCANI et. al., 2013; SILVEIRA et al., 2024; MACARINI et. al., 2010; ZAMBERLAN, 2002) e de linguagem (HADDERS-ALGRA, 2016; RICHARDS et al., 2016; SILVEIRA et al., 2024); afetando positivamente também o desenvolvimento social da criança, desde a infância até a fase adulta (HANE et al., 2010).
Em contrapartida, limitada exposição a experiencias estimulantes e um ambiente físico restrito, muitas vezes decorrentes de menor poder socioeconômico, podem impactar negativamente o desenvolvimento cognitivo na infância (SANTOS et. al., 2008) perdurando o impacto negativo muitas vezes ao longo dos anos escolares (SANTOS, et.al. 2008; WELSH, et.al. 2010) e na vida adulta (KOBROSLY et. al., 2011). Por exemplo, oportunidades pobres de práticas maternas, como a limitação de interações e oportunidades de movimento em posturas de maior demanda de controle motor, levam crianças a apresentarem atraso no equilíbrio (AMORIM et al., 2009), locomotores (MAJNEMER, BARR, 2005), e de manipulativos (FETTERS, HUANG, 2007). A pouca qualidade de interação no cuidado diário é um preditor para o desenvolvimento cognitivo e da linguagem de crianças em vulnerabilidade socioeconômico nos três primeiros anos de vida (BURCHINAL et. al., 2000). Ainda mais, crianças quando mantidas em condições de pouca movimentação e mais restritas a carrinhos e cadeiras podem sofrer prejuízos no aprendizado e na utilização dos mecanismos para a aquisição das habilidades motoras (SILVA, SANTOS, GONÇALVES 2006).
Portanto, a identificação das práticas maternas realizadas e de sua influência sobre o desenvolvimento da criança é uma ferramenta valiosa para a promoção do desenvolvimento infantil (BURCHINAL et. al., 2000; SILVA, SANTOS, GONÇALVES 2006; HANE et. al., 2010) e para que o cuidado dado à criança nos primeiros anos de vida seja de qualidade (BELSKY et. al., 2007), especialmente para crianças vulneráveis filhas de mães adolescentes. O suporte a mãe adolescente e a deteção e encaminhamento de seus filhos com atrasos motores na primeira infância para intervenções que potencializem o desenvolvimento, oferecendo oportunidades não disponíveis no contexto familiar, deve ser prioritário em uma sociedade que protege o desenvolvimento de crianças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A literatura sobre maternidade na adolescência frequentemente centra-se nas experiências da jovem mãe e nas repercussões da gravidez em sua vida. Embora essa abordagem seja indiscutivelmente importante, é fundamental ampliar a perspectiva para incluir o cuidado e a proteção da criança em desenvolvimento. Um acompanhamento longitudinal que abranja as trajetórias motora, cognitiva e de linguagem dessas crianças é imprescindível.
A maternidade na adolescência é um fenômeno multifatorial e complexo, e, portanto, requer uma análise que transcenda a influência materna. É essencial considerar o papel significativo de todos os indivíduos que cercam a criança, bem como as oportunidades que lhe são oferecidas nos contextos familiar e escolar. Embora existam fatores biológicos e contextuais desafiadores, a implementação de estratégias que promovam o desenvolvimento infantil em situações de risco pode servir como um mecanismo de proteção. Apoios familiares e do cônjuge, por exemplo, podem ser decisivos para a criação de um ambiente enriquecedor, capaz de estimular o desenvolvimento infantil.
É crucial reconhecer que o desenvolvimento da criança é influenciado por uma confluência de fatores, e que nenhum elemento isolado pode determinar seus resultados motores, de linguagem ou cognitivos na primeira infância. Assim, as políticas públicas devem focar na prevenção de riscos para essas populações vulneráveis, promovendo ações que proporcionem a todas as mães, sejam adolescentes ou adultas, acesso a informações e práticas adequadas para o desenvolvimento saudável de seus filhos. Tais investimentos têm potencial para gerar consequências positivas no comportamento e bem-estar das crianças, contribuindo para um futuro mais promissor.
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1Fisioterapeuta e Doutora em Ciências do Movimento Humano na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora titular no Centro Universitário Ritter dos Reis – UniRitter;
2Ph.D. Health and Human Performance. Professora titular da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul