ADMINISTRAÇÃO DE CICLOFOSFAMIDA, PELA ENFERMAGEM, EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA REDE EBSERH.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202408181335


Andréia Cristina da Silva Ribeiro1; Renata Sousa Campos2; Jordana Maria Freitas Alves3; Allana Karen Santos Serra4; Helen Rosy Gomes Ribeiro5; Luana Márcia Rocha Silva6; Luciany Barbosa da Silva Fernandes7; Suelen Pacheco Chaves8; Thays Luanny Santos Machado Barbosa9; Jocilene da Cruz Silva10.


RESUMO

A ciclofosfamida é uma medicação citotóxica, ou seja, capaz de destruir determinadas células, e imunossupressora, isto é, atua como um inibidor do sistema de defesa do corpo humano. Por essas ações a ciclofosfamida é  utilizada para tratamento de alguns tipos de câncer e para o tratamento de algumas formas de reumatismo onde o sistema imunológico está exageradamente ativado como lúpus, artrite, vasculite etc. É de extrema importância que todos os profissionais envolvidos no cuidado ao paciente que esteja submetido à ciclofosfamida sejam adequadamente informados, capacitados e supervisionados no cumprimento das medidas de proteção individual necessárias, pois a exposição pode produzir danos cumulativos à saúde dos trabalhadores. OBJETIVO: Descrever a administração de ciclofosfamida, pela enfermagem, em um hospital universitário da rede ebserh. METODOLOGIA: Descrição de uma rotina de infusão de ciclofosfamida para aumentar sua eficácia e minimizar as reações adversas, tornando o tratamento mais tolerável para o paciente. A administração é dividida em etapas para facilitar a compreensão da equipe da saúde. Os medicamentos da primeira etapa e da terceira etapa correspondem à administração de fármacos para prevenir as principais reações adversas provenientes da administração da ciclofosfamida, incluindo náusea, vômito e cistite hemorrágica. RESULTADOS: O plano de cuidados foi dividido em antes, durante e após a infusão endovenosa da ciclofosfamida. Faz-se necessários cursos de aperfeiçoamento e qualificação da assistência de enfermagem durante a administração da ciclofosfamida, com estudos sobre os cuidados de enfermagem na prática diária. Isso permitirá a validação dessa prática nas clínicas que realizam essa modalidade terapêutica. Assim como a realização de cursos rápidos de atualização para outros profissionais (farmácia, limpeza etc.). Esses cursos devem esclarecer a modalidade terapêutica e principalmente os riscos ocupacionais a que os profissionais estão expostos.

Palavras–chave: ciclofosfamida , Enfermagem, EBSERH. 

ABSTRACT

Cyclophosphamide is a cytotoxic medication, that is, capable of destroying certain cells, and immunosuppressive, that is, it acts as an inhibitor of the human body’s defense system. Due to these actions, cyclophosphamide is used to treat some types of cancer and to treat some forms of rheumatism where the immune system is exaggeratedly activated, such as lupus, arthritis, vasculitis, etc. It is extremely important that all professionals involved in the care of patients undergoing cyclophosphamide are adequately informed, trained and supervised in compliance with the necessary individual protection measures, as exposure can cause cumulative damage to workers’ health. OBJECTIVE: To describe the administration of cyclophosphamide, by nurses, in an ebserh network hospital university. METHODOLOGY: Description of a routine cyclophosphamide infusion to increase its effectiveness and minimize adverse reactions, making the treatment more tolerable for the patient. Administration is divided into steps to facilitate understanding by the healthcare team. The first and third stage medications correspond to the administration of drugs to prevent the main adverse reactions resulting from the administration of cyclophosphamide, including nausea, vomiting and hemorrhagic cystitis. RESULTS: The care plan was divided into before, during and after the intravenous infusion of cyclophosphamide. It is necessary to improve and qualify nursing care courses during the administration of cyclophosphamide, with studies on nursing care in daily practice. This will allow the validation of this practice in clinics that carry out this therapeutic modality. As well as providing quick refresher courses for other professionals (pharmacy, cleaning, etc.). These courses must clarify the therapeutic modality and especially the occupational risks to which professionals are exposed.

keywords: cyclophosphamide, nursing, ebserh.

1 INTRODUÇÃO:

A ciclofosfamida é uma medicação citotóxica, ou seja, capaz de destruir determinadas células, e imunossupressora, isto é, atua como um inibidor do sistema de defesa do corpo humano. Por essas ações a ciclofosfamida é  utilizada para tratamento de alguns tipos de câncer e para o tratamento de algumas formas de reumatismo onde o sistema imunológico está exageradamente ativado como lúpus, artrite, vasculite etc. (MACEDO e SOUTO, 2007). É metabolizada pelas enzimas oxidases de função mista dos microssomos hepáticos e excretada na urina. Apresenta uma vida média de 4 a 6,5 horas. A droga e seus metabólitos distribuem-se amplamente pelo organismo, atingindo inclusive o sistema nervoso central (BONASSA, 2000).

É apresentada na forma injetável de frasco-ampola contento substância liofilizada de cor branca, nas dosagens de 200 mg e de 1.000mg. Outra forma de apresentação é a oral com drágeas de cor branca, na dosagem de 50mg (BONASSA, 2000). A via usual de aplicação da ciclofosfamida é a endovenosa (EV), sob infusão contínua. Porém pode ser aplicada por via oral, intramuscular,intraperitoneal ou intrapleural (BONASSA, 2000).  A ciclofosfamida apresenta diversos efeitos colaterais: hematopoéticas, gastrointestinais, genitourinárias, toxicidade cardíaca, cutâneos, retenção inapropriada de água, cistite hemorrágica. (FERREIRA, 2007).

A ciclofosfamida é uma das causas importantes na exposição de patologias de cunho ocupacional nos profissionais atuantes no ambiente hospitalar (MONTEIRO et al, 1999). A exposição a ciclofosfamida pode causar desde efeitos simples, como cefaléia, vertigens, tonturas, vômitos, alopecia e hiperpigmentação cutânea, até os mais graves e complexos, tais como: carcinogênese, efeitos mutagênicos e teratogênicos, que podem ser observados em trabalhadores que preparam ou administram ciclofosfamida sem o uso de equipamentos de proteção coletiva ou individual, o que implica em absorção indevida e considerável dessas substâncias pelos profissionais de saúde. (MARTINS; ROSA e DELLA, 2009).

 É de extrema importância que todos os profissionais envolvidos no cuidado ao paciente que esteja submetido à ciclofosfamida sejam adequadamente informados, capacitados e supervisionados no cumprimento das medidas de proteção individual necessárias, pois a exposição pode produz danos cumulativos à saúde dos trabalhadores que podem ser irreversíveis. (MONTEIRO et al, 1999).

No Brasil, em 2004, foi publicado o Primeiro Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica, por meio da RDC 220/2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o qual teve como objetivo principal fixar requisitos mínimos exigidos para o funcionamento de tais serviços em âmbito público ou privado (BRASIL, 2004). Essa é uma regulamentação de extrema importância, pois é nela que estão contidas as normas de manipulação, transporte, administração e até o descarte do material.

Em 2005, foi publicada, por meio da Portaria nº 485 do Ministério do Trabalho e Emprego, a NR 32 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde, que aborda também os cuidados com a manipulação de quimioterápicos e afirma que a Instituição deve assegurar capacitação em biossegurança aos seus funcionários, bem como fornecer equipamentos de proteção individual específicos. Essas normas devem constar em um manual de procedimentos de quimioterapia, o qual deve estar disponível aos trabalhadores e à fiscalização do trabalho (BRASIL, 2004).

Conforme a NR 32, cabe ao empregador capacitar, inicialmente e de forma continuada, os trabalhadores envolvidos para a utilização segura de produtos  químicos. É importante ainda ressaltar que a resolução COFEN nº 210/1998 determina ao enfermeiro a responsabilidade legal pela administração de quimioterápicos, sendo que técnicos e auxiliares de enfermagem somente poderão assumir o controle de infusão do quimioterápico em apoio operacional ao enfermeiro, na indispensável presença deste (COFEN, 1998).

2 OBJETIVO:

Descrever a  administração de ciclofosfamida, pela enfermagem,  em um hospital universitário da rede ebserh. 

3 METODOLOGIA:

Descrição de uma rotina de infusão de ciclofosfamida para aumentar sua biodisponibilidade (eficácia) e minimizar as reações adversas e tornar o tratamento mais tolerável para o paciente. A administração é dividida em etapas para facilitar a compreensão da equipe da saúde. Os medicamentos da primeira etapa (pré-QT) e da terceira etapa (pós-QT) correspondem à administração de fármacos para prevenir as principais reações adversas provenientes da administração da ciclofosfamida (segunda fase), incluindo náusea, vômito e cistite hemorrágica. 

4 RESULTADOS:

Os cuidados de enfermagem na administração da ciclofosfamida foram divididos em antes, durante e após a infusão endovenosa. As ações realizadas não devem ser feitas de forma rotineira e mecânica, mas que sejam baseadas em evidências comprovadas em pesquisas anteriores.

4.1 MATERIAL NECESSÁRIO 

Prescrição médica;

Ciclofosfamida com equipo de bomba de infusão contínua;

Bandeja;

Algodão;

Gaze;

Álcool a 70%;

Luvas de procedimento;

Etiqueta para identificação;

Seringa de 5 ml;

Agulha 25×7;

Esparadrapo impermeável ou micropore;

Jelco (nº 22 ou 24);

Torneirinha 3 vias ou extensor dupla via;

Frasco de cloreto de sódio 0,9% 500 ml;

Frasco de cloreto de sódio 0,9% 100 ml;

Equipamentos de proteção individual;

Avental impermeável descartável;

Máscara com carvão ativado;

Óculos de proteção individual;

Propés e gorro;

Caixa de descarte de perfuro-cortantes;

Saco plástico.

4.2 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS:

# PRÉ-INFUSÃO 

Realizar a consulta de enfermagem; 

Orientar o cliente de forma clara e objetiva em relação às questões sobre a administração de ciclofosfamida, suas reações adversas, complicações potenciais, cuidados com as excretas após a infusão, esclarecendo dúvidas e observando o seu grau de compreensão; 

Investigar tratamento com quimioterápico anterior ou pulsoterapia e possíveis reações;  

Verificar sinais vitais: pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura e glicemia capilar (quando necessário) e anotar no prontuário; 

Puncionar acesso venoso periférico. evitar puncionar na região do punho ou da fossa antecubital;  caso já esteja puncionado acesso venoso periférico ou central, observar e avaliar se está adequado à administração da ciclofosfamida (tempo inferior a 96 horas de instalado; ausência de sinais de flebite como: hiperemia, edema, dor e calor; apresentando bom fluxo e refluxo; curativo sem sujidade aparente), caso não esteja, prepara material para novo acesso;  

Lavar as mãos;  

Organizar a bandeja com as pré-medicações seguindo a prescrição médica e as orientações do fabricante para conservação, diluição e incompatibilidade;

Orientar o paciente sobre o procedimento;  

Iniciar a infusão das pré-medicações, correr em média 15 minutos; 

Checar o início da infusão de cada medicação administrada na prescrição; 

# INFUSÃO DA CICLOFOSFAMIDA 

A solução preparada de Ciclofosfamida deverá ser transportada da farmácia central do Hospital Universitário ao setor, em recipiente fechado, em temperatura ambiente, para uso imediato; 

Somente infundir soluções em temperatura ambiente, com aspecto homogêneo, sem presença de grânulos ou depósito;. 

Avaliar se o sistema fechado (frasco de solução e equipo macrogotas) do medicamento recebido da Farmácia Central esteja íntegro e devidamente fechado;

Caso o frasco diluído da medicação Ciclofosfamida apresente qualquer alteração ou não tenha vindo com equipo conectado ao frasco, deve ser devolvido à Farmácia Central;. 

Lavar as mãos; 

Paramentar-se adequadamente com os EPI’s para administrar a ciclofosfamida ;

Programar a administração da Ciclofosfamida na bomba de infusão com a vazão de acordo com a prescrição médica;. 

Checar o início da infusão na prescrição;. 

Avaliar os SSVV antes, durante e após o término da infusão; 

Na ocorrência de reação anafilática (urticária, angioedema, eritema difuso, prurido, dificuldade respiratória, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, hipotensão, broncoespasmo, tonturas ou síncope), a administração de Ciclofosfamida deverá ser interrompida imediatamente e comunicar o médico plantonista; 

Desparamentar-se;

Higienizar as mãos. 

# PÓS-INFUSÃO 

Verificar sinais vitais ao término da infusão e registrar no prontuário; 

Registrar o estado geral do paciente; 

Paramentar-se adequadamente com os EPI’s ao manusear o circuito durante a retirada da medicação (gorro, luvas de procedimento, propés, avental impermeável descartável, óculos de proteção e máscara de carvão ativado);

Preparar bandeja para retirada do circuito e/ou acesso venosos;. 

Retirar o acesso venoso sem abrir o sistema (frasco de solução e equipo macrogotas) para evitar exposição.. 

Acondicionar, em saco plástico, todo o material utilizado (equipo, frasco de soro, luva, algodão) e desprezá-lo no lixo infectado em saco branco leitoso.

Assegurar que o paciente esteja confortável, e orientá-lo a comunicar qualquer alteração após a infusão.

# RECOMENDAÇÕES AOS PACIENTES NA CONSULTA DE ENFERMAGEM PRÉ-PULSOTERAPIA COM CICLOFOSFAMIDA 

 Cuidados com a alimentação – alimentar-se de forma saudável durante seu tratamento. 

Fazer de 5 a 6 refeições diárias, de 3 em 3 horas (desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia). 

Incluir diariamente frutas, verduras e legumes na refeição. 

Reduzir consumo de sal, gorduras e frituras. 

Beber pelo menos 2 litros (ou 8 copos) de líquidos por dia (a menos que não tenha indicação médica), esses líquidos podem ser ingeridos na forma de chás, suco natural, água e água de coco. 

Evitar bebidas alcóolicas. 

Orientar a prevenção da mucosite – orientar o paciente a escovar bem os dentes após as refeições, usar escovas macias e utilizar enxaguante bucal sem álcool após a escovação.  Evitar  cigarros e consumo excessivo de sal. 

Em caso de mucosite presente, preferir alimentos pastosos (pudins, mingaus, vitaminas, gelatina, sopas com carne, frango ou peixe), evitar alimentos ácidos e quentes. . 

Orientações em casos de enjoos e vômitos- tomar os remédios contra enjoos e vômitos conforme orientação médica;

Evitar alimentos e carnes gordurosos e condimentados (pimenta, cominho); alimentos frios ou em temperatura ambiente e bebidas gasosas são bem tolerados (sorvetes, gelatina); 

Procurar se alimentar mais vezes por dia e em pequenas quantidades; procurar se alimentar em ambiente calmo e tranquilo e livre de odores; mastigar bem os alimentos;  Não realizar esforços físicos após as refeições. 

Orientar o paciente sobre o risco de infecções e realização de cuidados para prevenção evitando lugares fechados, sem ventilação e com aglomeração de pessoas; 

Manter boa higiene corporal e bucal; 

Inspecionar regularmente a pele, a boca, o ouvido e o nariz à procura de alguma lesão e/ou manchas;

Proteger a pele de ferimentos ao se depilar, barbear, cortar as unhas e não espremer cravos e espinhas; 

Procurar ter um bom sono e repouso; 

Manter uma dieta saudável, rica em legumes, verduras, frutas, cereais e pobre em gorduras; 

Medir a temperatura sempre que perceber qualquer alteração.  

Orientar quanto a eliminação de urina e fezes – ao utilizar o vaso sanitário dar descarga três vezes com a tampa fechada no dia que tomar ciclofosfamida e dois dias depois. 

Caso outra pessoa seja responsável por limpar as excretas do paciente, utilizar luvas e máscara descartáveis. 

 Orientar sobre a interação com outras medicações e desencorajar o uso de medicamentos sem a prescrição médica. 

# INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM/OBSERVAÇÕES

A enfermagem deverá manter observação rigorosa durante toda a infusão da ciclofosfamida, procurando detectar precocemente extravasamentos, reações alérgicas ou alterações no quadro do paciente. Em caso de extravasamento, parar a infusão, monitorar o local e puncionar novo acesso para dar continuidade ao procedimento. Aspirar a medicação extravasada residual pela agulha quando possível. No local do extravasamento, aplicar compressa com água fria por 15 minutos, de 3 a 4 vezes ao dia, durante 24 a 48 horas. Aplicar corticóide tópico no local após a retirada do acesso venoso, disponibilizando uma bisnaga para que o paciente utilize em casa, após a higiene do local, três vezes ao dia. Diminuir a velocidade de infusão em caso de sintomas como coriza, lacrimejamento, espirros e congestão nasal. Orientar o paciente a urinar sempre que sentir vontade, evitando prender a urina na bexiga para prevenir complicações. Observar a presença de complicações locais associadas à administração de ciclofosfamida por veia periférica: flebite, urticária, vasoespasmo, dor, eritema, descoloração, hiperpigmentação venosa e necrose tecidual secundária ao extravasamento. Atentar para sinais e sintomas relacionados aos efeitos colaterais (náuseas, vômitos, reações alérgicas, etc.). Na vigência de qualquer evento adverso, comunicar ao médico plantonista e notificar ao VIGHOSP. Orientar os profissionais de limpeza sobre os cuidados com excretas dos pacientes por 48 horas após a última infusão de antineoplásico. Encaminhar roupas e lençóis contaminados para a lavanderia em saco plástico identificado para lavagem separada.

O paciente e o acompanhante devem ser orientados antes da infusão da droga quanto ao tratamento prescrito pelo médico, cuidado com acesso venoso periférico ou central, e monitorizações que serão realizadas. Estas medidas servem para avaliação do estado geral do paciente antes da infusão e como parâmetro de comparação para as aferições posteriores. Isso é necessário porque a infusão de altas doses de ciclofosfamida está relacionada ao maior risco de flebite e de infecção de corrente sanguínea devido à diminuição da reação inflamatória, imunossupressão, inibição da síntese proteica, retenção de líquidos, fragilidade cutânea, alteração da cascata de coagulação, atrofia do tecido subcutâneo, além de outros efeitos adversos relacionados particularmente à pele, como erupções cutâneas, rash cutâneo e urticária, que podem promover a entrada de microrganismos na corrente sanguínea (BORK, 2005).

5 CONSIDERAÇÕES GERAIS:

Diante do exposto, observou-se a necessidade de que os profissionais que instalam a ciclofosfamida sejam treinados continuamente, de forma a se tornarem profissionais competentes e habilidosos. Visto que o conhecimento técnico-científico deles permite o delineamento de medidas e atividades que objetivam melhorar, manter e promover a qualidade da assistência prestada e, consequentemente, a melhoria de vida do paciente.

Assim faz-se necessários cursos de aperfeiçoamento e qualificação da assistência de enfermagem durante a administração da ciclofosfamida, com estudos sobre os cuidados de enfermagem na prática diária. Isso permitirá a validação dessa prática nas clínicas que realizam essa modalidade terapêutica. Assim como a realização de cursos rápidos de atualização aos outros profissionais como farmácia, limpeza; esses cursos devem esclarecer a modalidade terapêutica e principalmente os riscos ocupacionais a que os profissionais estão expostos.

REFERÊNCIAS

BONASSA, Edva Moreno Aguilar. Enfermagem em terapia oncológica. São Paulo: Editora Atheneu, 2000.

BORK, A.M.T. Enfermagem baseada em evidências. São Paulo: Guanabara Koogam, 2005.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n.5. De 5 de agosto de 2004. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 1993. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Lei Cofen nº 7.498/86. Regulamentação do exercício de enfermagem, 1988.

FERREIRA, A. R. A. Condição de Trabalho e Riscos para a Saúde dos Trabalhadores que preparam e administram quimioterápicos. 2000. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000.

FERREIRA, Carlos. Protocolo Clínico Ciclofosfamida 50mg. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, 2007.

MACEDO, C. G., & SOUTO, L. B. Tratamento de lúpus eritematoso sistêmico. Temas de Reumatologia Clínica, vol. 8, n. 01, março 2007.

MARTINS, I., ROSA, H. V. D., & DELLA, H. C. Considerações toxicológicas da exposição ocupacional aos fármacos antineoplásicos. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, 2009.

MONTEIRO, A. B. C., NICOLETE, M. G. P., MARZIALE, M. H. P., & ROBAZZI, M. L. C. C. Manuseio e preparo de quimioterápicos: uma colaboração ao processo reflexivo da conduta da enfermagem. Rev Lat Am Enfermagem, 1999.

MONTEIRO, A. B. C. Biossegurança no preparo, administração e descarte de agentes antineoplásicos injetáveis pela equipe de enfermagem. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, Ribeirão Preto, 2001.


¹Enfermeira. Mestre em Enfermagem.
e-mail: andreia.cristina@ebserh.gov.br
²Enfermeira. Pós-graduada em Saúde Materno Infantil.
e-mail: renata.campos@ebserh.gov.br
³Enfermeira. Mestre em Enfermagem.
e-mail: jordana.alves@ebserh.gov.br
⁴Enfermeira. Especialista em Urgência e Emergência.
e-mail: allana.serra@ebserh.gov.br
⁵Enfermeira. Especialista em Enfermagem do Trabalho.
e-mail: helen.ribeiro@ebserh.gov.br
⁶Enfermeira. Pós-graduada em Epidemiologia.
e-mail: luana.silva@ebserh.gov.br
⁷Enfermeira. Pós-graduada em Saúde da Família.
e-mail: luciany.fernandes@ebserh.gov.br
⁸Enfermeira. Especialista em Clínicas Médica e Cirúrgica.
e-mail: suelen.pacheco@ebserh.gov.br
⁹Enfermeira. Pós-graduada em Saúde do Adulto.
e-mail: thays.barbosa@ebserh.gov.br
¹⁰Enfermeira. Pós-graduada em Enfermagem do Trabalho e Saúde Coletiva.
e-mail: jocilene.silva@ebserh.gov.br