ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO EM PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE: ESTUDO DE CASO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6621058


Autores:
Artemiza Carvalho dos Santos1
Orientador:
Marcos Diego Pereira da Silva2


RESUMO

A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença incurável, que impacta de forma significante a vida do paciente. O objetivo desse artigo é realizar acompanhamento farmacoterapêutico em um paciente com artrite reumatoide. Para alcançarmos esse objetivo precisamos identificar PRM aplicando o método SOAP, acompanhar a adesão medicamentosa evitando o uso incorreto dos medicamentos, propor as intervenções farmacêutica para a paciente, e apresentar quadro clínico de acompanhamento da paciente. O trabalho presente caracteriza-se por um estudo de caso, de caráter qualitativo e exploratório. Durante o estudo realizou-se uma consulta farmacêutica direcionada pelo método SOAP, método esse que direcionou todo o seguimento farmacoterapêutico, na anamnese farmacêutica, interpretação de dados e planos intervenções. Nimelt® x hidroclorotiazida, a nimesulida pode diminuir os efeitos anti-hipertensivo da hidroclorotiazida. Intervenção proposta: Observar detalhes do monitoramento PA. Hidroclorotiazida x alginac®/iIbupril®, podem aumentar o risco de nefropatia aguda. Intervenção proposta: Exame de TFG. Tecnomet® x maxalgina®/ibupril®, pode resultar em toxicidade do metotrexato pelo uso concomitante de dipirona e metotrexato. Intervenção proposta: Suspensão dos medicamentos maxalgina® e ibupril®. Diamicron MR® x ibupril®/renalapril® pode baixar os níveis de açúcares no sangue, efeitos hipoglicêmicos da gliclazida podem ocorrer quando administrado concomitante com ibupril® ou renalapril®. Intervenção proposta: Observar detalhes do monitoramento da glicemia. Prednisona não é recomendado para tratamento de longo prazo, podendo perder seus efeitos terapêuticos. Intervenção proposta: Retornar ao médico e solicitar a substituição do medicamento. Também propomos medidas não farmacológicas como, acompanhamento por um profissional fisioterapeuta e orientação sobre o uso racional dos medicamentos. Além de concluir os objetivos atribuídos, destaca-se no estudo presente a realização do serviço farmacêutico atribuído a clínica e a importância dessa pesquisa a pacientes e profissionais voltados ao tratamento. Assegurando o paciente e os profissionais, na farmacoterapia e uso racional dos medicamentos.

Palavras-chave: Reumatismo; Diabetes; Hipertensão.

ABSTRACT

Rheumatoid Arthritis (RA) is an incurable disease that significantly impacts the patient’s life. The aim of this article is to perform pharmacotherapeutic follow-up in a patient with rheumatoid arthritis. To achieve this goal, we need to identify the PRM through the application of the SOAP method, monitor medication adherence, avoid medication misuse, propose pharmaceutical interventions for the patient and present the patient’s clinical picture. The present work is characterized by a qualitative and exploratory case study. During the study, a pharmaceutical consultation was carried out, guided by the SOAP method, a method that directed the entire pharmacotherapeutic follow-up, in the pharmaceutical anamnesis, data interpretation and intervention plans. Nimelt® x hydrochlorothiazide, nimesulide may decrease the antihypertensive effects of hydrochlorothiazide. Proposed Intervention: Note the details of BP monitoring. Hydrochlorothiazide x alginac®/iIbupril®, may increase the risk of acute nephropathy. Proposed intervention: GFR exam. Tecnomet® x maxalgina®/ibupril®, may result in methotrexate toxicity from the concomitant use of dipyrone and methotrexate. Proposed intervention: Suspension of maxalgina® and ibupril® drugs. Diamicron MR® x ibupril®/renalapril® may decrease blood sugar levels and hypoglycemic effects of gliclazide may occur when co-administered with ibupril and renalapril. Proposed intervention: Observe details of blood glucose monitoring. Prednisone is not recommended for long-term treatment and may lose its therapeutic effects. Proposed Intervention: Return to the doctor and request the replacement of the drug. We also propose non-pharmacological measures such as monitoring by a professional physical therapist and guidance on the rational use of medicines. In addition to completing the proposed objectives, the present study highlights the performance of the pharmaceutical service assigned to the clinic and the importance of this research for patients and professionals focused on the interest of prioritized knowledge of rheumatoid arthritis and the factors that influence its treatment. To assure the patient and the professionals, in the pharmacotherapy and in the rational use of the medicines.

Keywords: Rheumatism; Diabetes; Hypertension.

1. INTRODUÇÃO

A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença incurável, que impacta de forma significante a vida do paciente. Tornando-se indispensável a atuação do farmacêutico no tratamento multidisciplinar, já que, o cuidado farmacêutico prioriza o paciente, visando o bem-estar diante as condições clinicas apresentadas.

As atividades farmacêuticas realizadas através do farmacêutico profissional da saúde, podem ser direcionadas ao medicamento (processo de aquisição, momento de recebimento, devido processo de armazenamento, método de estocagem, e sua conservação, garantia no controle da qualidade, dentre outros) e ao usuário (atenção básica farmacêutica, dispensação farmacêutica, devido acompanhamento e cuidado farmacoterapêutico, busca e notificação de adversas reações a medicamentos, promoção de educação em saúde, dentre outros), porém é na assistência farmacêutica que esse profissional tem uma comunicação maior com o usuário os deixando mais bem informados e motivados aos processos de prevenção e tratamento de doenças (BRASIL, 2013).

Paciente com AR precisa de tratamento farmacêutico?

Conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêutica – Artrite Reumatoide (PCDT- AR), “Revisões periódicas para avaliação de efetividade e segurança do tratamento devem fazer parte do tratamento dos pacientes com AR”. A isto, o PCDT-AR chama de “monitorização”. Esse processo é perfeitamente compatível com o que, no Brasil, chamamos de “acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico”:

processo no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do usuário relacionadas ao medicamento, por meio da detecção, prevenção e resolução de Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM), de forma sistemática, contínua e documentada, com o objetivo de alcançar resultados definidos, buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário (OPAS/OMS, 2002).

O atendimento farmacêutico tem por base o cuidado voltado para o paciente, o que exige o desenvolvimento de competências clínicas, visando na detecção de necessidades e a execução de intervenções que contribuam para o bem-estar dos pacientes.

Neste sentido, considerou-se que a utilização do método SOAP auxiliaria para uma melhor conduta durante o atendimento farmacêutico, e em conformidade com o PCDT-AR, a execução do acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes com AR, poderia melhorar a realização deste serviço.

Segundo a Associação Brasileira de Reumatologia, Artrite Reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica que pode afetar as membranas das articulações e de órgãos internos. A causa é desconhecida e acomete duas vezes superior as mulheres, que os homens. Inicia-se geralmente entre 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade. Com o progresso da doença, o paciente sofre dores e limitações nos movimentos.

O farmacêutico tem sua importância no tratamento de AR, pois muitos acabam tomando medicamentos por conta própria como analgésicos e anti-inflamatórios, para alivio dos sintomas. O que pode vir a ser prejudicial à saúde.

Entretanto, é importante o paciente conhecer a doença e a função dos medicamentos. Com necessidade de assistência de profissionais da saúde e, seguir o tratamento com eficiência para reduzir o processo inflamatório e controlar a doença.

No acompanhamento farmacoterapêutico o paciente e/ou cuidador é informado sobre a função de cada um dos fármacos e quando eles podem ser administrados, enfatizando a adesão dos medicamentos que são modificadores do curso da doença que previnem danos e retêm a integridade e a função das articulações, e são para uso contínuo. Na farmacoterapia pode envolver a troca e/ou diversos tipos de medicamentos, os pacientes podem desenvolver reações adversas como problemas gástrico, cardiovascular, empático, osteoporose, elevação da pressão arterial e da glicemia. Frente desses fatores de risco, é relevante a assistência de uma equipe multifuncional e o monitoramento por um farmacêutico (CFF, 2019).

A Liga Europeia Contra o Reumatismo – Eular, recomenda que tanto o paciente quanto os profissionais de saúde que o cercam devem estar atentos com finalidade de controlar as outras comorbidades, explicando que algumas delas também afetam e dificultam o controle da própria artrite. Citou o caso do diabetes, que é uma doença inflamatória que dificulta o tratamento da AR e pode causar danos muito graves para o paciente. Eular, é referência mundial na área de artrites reumatoide e de outras doenças reumáticas (CFF, 2019). O objetivo desse artigo é realizar acompanhamento farmacoterapêutico em um paciente com artrite reumatoide. Para alcançarmos esse objetivo precisamos identificar Problemas Relacionados ao Medicamentos (PRM) aplicando o método SOAP, acompanhar a adesão medicamentosa evitando o uso incorreto dos medicamentos, propor as intervenções farmacêutica ao paciente, ou mesmo juntamente ao médico prescritor (quando necessário) e apresentar quadro clínico de acompanhamento da paciente.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Artrite Reumatoide

2.1.1 Definição e Quadro Clínico

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória sistêmica, crônica e progressiva, crônica e progressiva em que o principal alvo da resposta autoimune é a membrana sinovial, levando à destruição de osso e cartilagem (MOTA et al, 2011; PEREIRA et al, 2012).

Segundo Goeldner (2011), a causa dessa patologia é considerada complexa e ainda não esclarecida, contudo, estudos apontam a influência de fatores genéticos. O autor também observou que as doenças autoimunes se desenvolvem sob a influência de fatores hormonais, ambientais e imunológicos que atuam em populações geneticamente        predispostas (GOELDNER, 2011).

Além das manifestações articulares, a AR pode cursar com alterações de múltiplos órgãos e reduzir a expectativa de vida, sendo o aumento de mortalidade consequente a doenças cardiovasculares, infecções e neoplasias. As consequências da AR são: piora as condições de saúde, incapacidade funcional, perda de produtividade e altos custos para a sociedade (CONITEC, 2020).

Na AR, células imunes ativadas, como os linfócitos B e T e os macrófagos, se acumulam no líquido sinovial. Além disso, diferentes citocinas envolvidas no processo inflamatório, como o fator de necrose tumoral (TNF) e as interleucinas (IL), são produzidas, influenciando o comportamento celular e tecidual. A inflamação resulta em aumento do fluxo sanguíneo para as articulações (produzindo calor e rubor), proliferação da membrana sinovial, aumento da produção de líquido sinovial (edema) e dor [devido ao alongamento dos receptores de dor nos tecidos e ossos que formam a articulação (BRATS, 2019)].

A prevalência mundial de AR varia de 0,3% a 1,0%. A prevalência parece ser menor nos países em desenvolvimento, o que pode estar relacionado ao menor número de estudos nesses países, às diferenças na distribuição etária entre as populações estudadas, ou à ausência de diagnóstico pela dificuldade de acesso às unidades de saúde. Em mulheres a prevalência é duas vezes maior do que em homens, e a incidência aumenta com a idade, sendo o pico de incidência entre 30 e 70 anos (BRATS, 2019).

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, os sintomas eventualmente comuns da artrite (dor, edema, calor e vermelhidão) em qualquer articulação do corpo sobretudo mãos e punhos. O comprometimento da coluna lombar e dorsal é raro, mas a coluna cervical é frequentemente envolvida. As articulações inflamadas provocam rigidez matinal, fadiga e com a progressão da doença, há destruição da cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver deformidades e incapacidade para realização de suas atividades tanto de vida diária como profissional. As deformidades mais comuns ocorrem em articulações periféricas como os dedos em pescoço de cisne, dedos em botoeira, desvio ulnar e hálux valgo (joanete).

2.1.2 Farmacologia da artrite reumatoide

A medicação é a principal terapia para a ambiência. Este tipo de terapia visa alcançar a remissão clínica e prevenir a progressão do dano articular. A resposta à terapia varia de acordo com o paciente e a intensidade da doença e a maioria dos pacientes chega ao ponto de precisar usar uma combinação de medicamentos (BOLETIM GPUIM, 2011).

A primeira linha de tratamento para a ambiência é o uso de anti-inflamatórios e antirreumáticos modificadores da doença – DMARDs (BRATS, 2019).

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são usados para tratar o processo inflamatório em desenvolvimento, pois os medicamentos que modificam o curso da doença não têm efeito imediato (MOTO et al, 2012).

Os corticosteroides são usados para tratar a ambiência em aproximadamente 60 % dos pacientes. Os efeitos dessas drogas são rápidos e perceptíveis, vale ressaltar que podem retardar o aparecimento de novas erosões ósseos. Pode ser administrado para certas manifestações graves da doença bem como durante períodos de intensa atividade inflamatória (KATZUNG, 2007).

Drogas modificadoras da doença ou DMARDs, são drogas artificiais que previnem danos e retêm a integridade e a função das articulações. Entre eles estão: metotrexato, ciclosporina, antimaláricos, leflunomida e sulfassalazina (BRATS, 2012; SUBIDA et al, 2014). Para pacientes que não respondem ao tratamento de primeira linha Imunoterapia direcionada baseada em modificadores de resposta biológica. Os agentes biológicos, também conhecidos como biológicos, são identificados e as terapias que os utilizam são consideradas tratamentos de segunda linha. Dentro deste grupo, existe um fator de necrose tumoral bloqueador, as anticitocinas (BRATS, 2019; VENSON et al, 2011). Dentre esses agentes, infliximabe, adalimumabe e etanercept estão disponíveis no Sistema Único de Saúde.

Os alvos dessas substâncias biológicas são citocinas envolvidas em processos inflamatórios ou até mesmo células do sistema imunológico (BRATS, 2019).

Adalimumab e infliximab são anticorpos monoclonais alfa-ligantes de tumores malignos, que os impedem de interagir com os receptores. O etanercept, por sua vez, consiste em uma proteína resultante da fusão de um recetor de TNF com a região Fc de uma IgG humana, com essa estrutura atua como recetor de TNF, inibindo a interação desta citocina com receptores de superfície celular, reduzindo assim o processo inflamatório (ARYA et al, 2006).

Atualmente, o tratamento da ambiência é um processo constante e complexo que requer monitoramento contínuo do paciente, avaliação da atividade da doença e aparecimento de reações adversas aos medicamentos aplicados, bem como a função óssea e cartilaginosa do paciente (GOELDNER, 2011).

De acordo com as diretrizes de tratamento da associação Brasileira de Reumatologia. Um arsenal de tratamentos como guia principal, incluindo:

◉ Uso de DMARDs sintéticos convencionais modificadores da doença com metotrexato de primeira linha;
◉ Os medicamentos biológicos (oito opções disponíveis) devem ser adotados quando o paciente não responde ao tratamento inicial (podem ser usados em monoterapia ou em combinação com o MTX, sempre levando em consideração o objetivo do tratamento, o perfil clínico de cada paciente e a grau de atividade da doença;
◉ Novas recomendações de tratamento para SBR incluem uma nova droga em uma nova classe, inibidor de JAK, uma proteína que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da ambiência que pode ser usada após a falha de drogas artificiais ou biológicos convencionais.

2.2 Cuidado farmacêutico

2.2.1 Definição e importância

Cuidado farmacêutico é um modelo de prática que orienta a provisão de uma variedade de serviços farmacêuticos ao paciente, sua família e comunidade, por meio da ação integrada do farmacêutico com a equipe multiprofissional de saúde. Centrado no usuário, esse modelo visa a promoção, proteção, recuperação da saúde e prevenção de agravos; bem como a resolução de problemas da farmacoterapia e o uso racional dos medicamentos (BRASIL, 2004).

Os farmacêuticos que assumem o cuidado como seu modelo de prática profissional têm a responsabilidade de atuar para atender a todas as necessidades de saúde do paciente no seu âmbito profissional. O processo de realização do cuidado se dá por determinadas etapas, de abordagem lógica e sistemática, aplicável a diferentes cenários, níveis de atenção e perfis de pacientes (BRASIL, 2004).

A primeira etapa corresponde ao acolhimento do paciente ou identificação da demanda. A porta de entrada do paciente pode se dar por encaminhamento de outro profissional de saúde, pela busca pelo paciente através de contato telefônico, por solicitação do próprio paciente, entre outras formas. Na etapa seguinte, o farmacêutico faz a identificação das necessidades de saúde; o que exigirá uma coleta de dados por meio da realização de anamnese farmacêutica e verificação de parâmetros clínicos, quando necessário. Na terceira etapa há o delineamento e a implantação de um plano de cuidado com a participação do paciente, que inclui as intervenções e condutas para a resolução dos problemas elencados. Após a implantação do plano de cuidado, é necessário avaliar os resultados e evolução do quadro clínico em uma consulta de retorno ou contato com o paciente (BRASIL, 2004).

As práticas relacionadas os cuidados farmacêuticos são aplicados aos pacientes por meio dos serviços farmacêuticos. De acordo com Conselho Federal de Farmácia (2016), esses serviços podem ser tanto com o objetivo de educar e fazer rastreamento em saúde, quanto realizar a dispensação de medicamentos e manejo de problemas de saúde autolimitados. Além disso, devido à expertise dos profissionais em identificar, prevenir e resolver problemas relacionados à farmacoterapia (PRM) podem ser prestados serviços como a conciliação de medicamentos, monitorização terapêutica de medicamentos, revisão da farmacoterapia, gestão da condição de saúde e acompanhamento farmacoterapêutico; todos de acordo com as necessidades de saúde do paciente.

2.2.2 Relevância do Acompanhamento Farmacoterapêutico

O valor do trabalho do farmacêutico na área clínica, do ponto de vista dos pacientes e dos demais profissionais da saúde que colaboram com estes serviços, é inequívoco. O valor social agregado pelo farmacêutico no cuidado dos pacientes e seus benefícios para o sistema de saúde é facilmente perceptível. No entanto, considerando a inovação representada por estas novas práticas e o paradigma vigente da saúde baseada em evidências, é essencial que o impacto dos serviços farmacêuticos possa ser demonstrado, a partir da realização de estudos clínicos e econômicos bem conduzidos (EL DIB, 2007).

Há evidências de que o farmacêutico integrado à equipe de atenção primária à saúde (APS) pode disponibilizar o serviço de revisão da farmacoterapia com melhora nos desfechos positivos de saúde para os pacientes (MARUSIC et al., 2013; FREEMAN et al., 2013).

Estudos de revisão sistemática indicam que serviços providos por farmacêuticos, como a revisão da farmacoterapia, simplificação do regime terapêutico e auxílio para a administração de medicamentos, são úteis para reduzir a prescrição inadequada, evitar a subutilização de medicamentos ou o uso de medicamentos potencialmente perigosos, e também para prevenir interações de medicamentos que propiciem insegurança aos pacientes (TOPINKOVÁ et al., 2012).

Da mesma forma, existem evidências de alcance de resultados positivos com a provisão de acompanhamento farmacoterapêutico. Desde 1998, 15.000 pacientes, integrantes de um plano de saúde americano (Fairview Health Services), apresentaram melhora expressiva dos parâmetros clínicos (indicando o controle dos problemas de saúde) e demonstraram a economia para o plano de saúde, na medida em que, para cada dólar investido neste serviço, o sistema recebe entre 2,5 e 12 dólares de retorno (RAMALHO DE OLIVEIRA, 2011; BRUMEL, A. R, MILLER, 2010).

O impacto positivo do papel do farmacêutico na gestão de condições clínicas específicas também tem sido demonstrado em vários estudos. Em um deles, foi evidenciado que os pacientes em uso de terapia anticoagulante acompanhados pelo farmacêutico alcançaram o RNI (relação normatizada internacional) desejado de forma mais frequente, quando comparados àqueles submetidos ao cuidado usual, sem intervenção farmacêutica1 (p < 0,002). Adicionalmente, apresentaram menos eventos hemorrágicos (p < 0,01) (JACKSON et al., 2004).

No Estado de Minas Gerais, as consultas farmacêuticas iniciaram em setembro de 2018 nos NAFs de Belo Horizonte, Governador Valadares e Pouso Alegre; e em outubro de 2018 no NAF de São João Del Rei. Em aproximadamente seis meses de implantação do cuidado farmacêutico nas quatro farmácias do CEAF que participam do projeto piloto do Ministério da Saúde, foram atendidos 111 pacientes e realizadas 208 consultas farmacêuticas; sendo 109 pacientes de artrite reumatoide, que totalizaram 204 consultas. Os pacientes incluídos no projeto piloto foram majoritariamente usuários do PCDT da artrite reumatoide com processo ativo no CEAF de Belo Horizonte, Governador Valadares, Pouso Alegre e São João del Rei (BRASIL, 2019).

Nas 204 consultas de acompanhamento farmacoterapêutico aos pacientes com artrite, foram identificados 285 problemas relacionados a medicamentos. Do total de PRM identificados nos primeiros seis meses de projeto, foram resolvidos 92 (32,3%). De maneira proativa os apoiadores passaram a visitar os prescritores para apresentação dos farmacêuticos, objetivos do projeto e discussão de casos. Ao longo dos seis primeiros meses do

acompanhamento farmacoterapêutico, foram documentadas um total de 820 intervenções farmacêuticas, gerando uma média de 7,7 intervenções por paciente. Destaca-se a importância do atendimento longitudinal dos pacientes bem como a articulação deste serviço com os demais pontos da rede de atenção à saúde (BRASIL, 2019).

O tratamento dos pacientes com artrite reumatoide representa uma porcentagem significativa do orçamento do CEAF nas regionais de saúde onde são desenvolvidas as ações do projeto. Garantir o uso racional de medicamentos, a melhora da saúde dos pacientes e o alcance dos objetivos terapêuticos, resulta além da redução dos gastos a nível de gestão, em uma porcentagem maior de pacientes com o controle adequado da doença, considerando o uso de medicamentos realmente indicados, efetivos, seguros e convenientes para sua condição de saúde (BRASIL, 2019).

2.2.3 Cuidado farmacêutico no paciente com artrite reumatoide

O farmacêutico exerce sua função centrada no paciente e se responsabiliza por analisar todos os medicamentos de um paciente (prescritos e/ou de automedicação) considerando o cotidiano de utilização. Para tanto, o farmacêutico emprega um método sistemático de avaliação. A utilização do método auxilia o farmacêutico a identificar, prevenir e resolver problemas que o paciente pode vivenciar com o uso de medicamentos [PRM (BRASIL, 2019)].

Dessa forma, estrutura-se um raciocínio para analisar se o paciente faz uso somente dos medicamentos necessários para suas condições de saúde, que realmente estejam auxiliando no alcance dos objetivos pretendidos, e que sejam seguros para uso em conjunto, conforme as peculiaridades de cada paciente. Além disso, pretende-se que esse paciente compreenda o tratamento, tenha comodidade para o acesso e utilização em sua rotina (BRASIL, 2019).

Nesse serviço, o farmacêutico documenta e acompanha os resultados de suas intervenções a cada encontro, sendo que a elaboração do plano de cuidado pode envolver propostas que demandam encaminhamento para avaliação do médico (ajuste de dose, substituição, suspensão ou inclusão de medicamentos, por exemplo), além de intervenções não farmacológicas e promoção do letramento em saúde (BRASIL, 2019).

Ressalta-se ainda, que o método deve ser empregado dentro de uma perspectiva de cuidado centrado no paciente. As propostas de intervenção devem levar em conta o contexto do paciente, sua experiência subjetiva com as doenças e com os medicamentos. É imprescindível para o farmacêutico desse serviço o emprego de diferentes estratégias de comunicação e o desenvolvimento de habilidades para incentivar os pacientes a participarem das decisões sobre as possibilidades de solução dos problemas identificados (BRASIL, 2019).

2.3 Método SOAP

É um método muito utilizado por outros profissionais de saúde de diversas especialidades por ser de fácil entendimento. Por conta disso, facilita a análise da evolução das consultas realizadas por todos os profissionais envolvidos no cuidado do paciente (CORRÊA, 2009).

O método segue o acrônimo SOAP, onde cada letra refere-se a uma etapa que faz parte do processo de atendimento do paciente, no qual: S = informações subjetivas (são informações obtidas do usuário ou cuidador, como: queixa principal, histórico da atual doença, histórico médico, social e familiar e uso anterior de medicamentos.), O = informações objetivas do paciente (sinais vitais, resultados de exames de patologia clínica, achados de testes laboratoriais e de exame físico realizado pelo profissional habilitado para tal.), A = Avaliação do problema (com base nas informações subjetivas e objetivas, o farmacêutico busca identificar as suspeitas de PRM’s) e P = plano de atenção (etapa em que são propostas medidas educacionais, intervenções necessárias e recomendações ao paciente) (ROVERS et al., 2003).

Pode-se dizer que o SOAP é uma versão abreviada de seguimento farmacoterapêutico, em que são fornecidas apenas as informações pertinentes para o plano de cuidado farmacêutico (FERREIRA, 2014).

Neste tópico o(s) autor(es) irá explicitar seu trabalho, baseado na observação do caso analisado. Este método é o modo de registro mais comum no Brasil (CORRER; OTUKI, 2011).

3. METODOLOGIA

O trabalho presente caracteriza-se por um estudo de caso, de caráter qualitativo e exploratório. Com realização de acompanhamento farmacoterapêutico com o paciente em estudo. Ellram (1996), relata a possibilidade de utilizar estudos de casos para, analisando ocorrências passadas em casos similares, realizar previsões.

Durante o estudo realizou-se uma consulta farmacêutica direcionada pelo método SOAP, método esse que direcionou todo o seguimento farmacoterapêutico, na anamnese farmacêutica, interpretação de dados e planos intervenções.

A pesquisa teve como base um paciente alvo, do sexo feminino, com quadro de Artrite Reumatoide, localizada na cidade de Imperatriz – MA. A paciente aceitou participar da pesquisa mediante assinatura do termo de consentimento livre esclarecido (Anexo A).

A consulta foi realizada a domicílio, respeitando o espaço e os horários da paciente. Os dados foram coletados a partir de uma consulta realizada dia 18 de março de 2022, às 18 horas. Onde foi aplicando o método SOAP, capitando o máximo de informações possível para o desenvolvimento do caso.

O método é presente por um formulário padronizado (Anexo C), com questionários de finalidade clínica, constituído por dados primários. Conduzir as perguntas presente no questionário e as mesmas foram respondidas pela paciente, como; perfil do paciente, história social, acesso aos medicamentos, percepção geral de saúde, qualidade de vida, farmacoterapia atual, adesão ao tratamento, medicamentos que incomodam a paciente, sintomas sentidos nos últimos meses, problemas que têm com medicamentos em uso, terapias alternativas/complementares e alergias.

A paciente trouxe todos os medicamentos administrados por ela, para colher e fazer algumas observações dos medicamentos em utilização, como; laboratório industrial, validade, miligrama do medicamento, composição.

Após a coleta de dados fez-se a avalição dos dados relatados no formulário. Diante dos dados expostos foram analisados sobre os possíveis problema relacionados a farmacoterapia e os medicamentos envolvidos, tais como; problema envolvendo seleção e prescrição, administração e adesão do paciente ao tratamento, erro de dispensação ou manipulação, discrepâncias entre níveis de atenção à saúde, problemas na qualidade do medicamento, monitoramento, tratamento não efetivo, reação adversa a medicamento, e intoxicação por medicamentos.

Foram avaliados todos esses seguimentos, para depois traçarmos o plano de intervenção (intervenção proposta) e observações necessárias. As intervenções farmacêuticas cabíveis são; informação e aconselhamento, alteração ou sugestão de alteração na terapia, monitoramento, encaminhamento e provisão de material. Tais como outras intervenções possíveis, compactuadas com a paciente.

De acordo com as intervenções realizadas, que serão analisados os resultados na consulta de retorno, para acompanharmos a evolução do caso, assim como as mudanças desde a última consulta. Se houver a necessidade ou aparecimento de novas queixas, o formulário será aplicado novamente para melhorar as condições clínicas da paciente. Entretanto, nesta parte formulário foram adicionadas intervenções propostas (Tabela 01), com expectativas de resultados esperados sem execução das propostas.

Em consideração aos aspectos éticos, seguimos de acordo com a resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 466/2012, o projeto foi submetido ao comitê de ética e aprovado (Anexo B) pela Faculdade de Imperatriz Facimp Wyden, atendendo desta forma todos os fundamentos éticos e científicos exigidos. A participante da pesquisa foi instruída e recebeu o termo de consentimento livre e esclarecido para a utilização de seus dados na pesquisa (Anexo A).

A seguir no quadro 01 apresenta a descrição do caso da paciente com base no seguimento SOAP.

QUADRO 1 – INFORMAÇÕES ADQUIRIDAS NA CONSULTA

DESCRIÇÃO DO CASO
Identificação do paciente: Paciente M.C.P.A de 60 anos de idade do sexo feminino, solteira, ocupação cabeleira, mora com seus dois netos e uma prima na cidade de Imperatriz – MA.
Queixa principal: Paciente se queixa de dores frequentes nas articulações dos ombros, joelhos, punhos, dedos e tornozelos. Piora quando exerce atividades físicas e domesticas.
História da doença atual: A paciente M.C.P.A relatou ter uma qualidade de vida regular, pois há 2 anos foi diagnosticada com Artrite Reumatoide (AR) e agora apresenta uma piora parcial no quadro clinico, sente muitas dores articulares e que só alivia quando se automedica com nimelit®. Pois a prednisona passada pelo médico, alega que não faz mais efeito e deixou de tomar por conta própria. A paciente tem diagnóstico de diabetes há 1 ano e hipertensão há 4 anos, mas relatou que ambos estão controlados. Não tem problemas com os medicamentos, apenas o Tecnomet® que à deixa com náusea. Destacou que faz uso de bebida alcoólica em pouca quantidade e com pouca frequência e não faz uso de cigarro há 10 anos.
Farmacoterapia atual (com prescrição):
– Diamicron MR (gliclazida 30 mg) – 1-0-0. Tempo de uso: 1 ano
– Alginac 1000mcg (cianocobalamina 1000 mcg, cloridrato de piridoxina 50mg, cloridrato de tiamina 50mg, diclofenaco de sódio 50mg) – 1-0-0. Tempo de uso: 2 meses
– Hidroclorotiazida 25 mg – 1-0-0. Tempo de uso: 4 anos
– Tecnomet (metotrexato 2,5 mg) – 1-0-1 (segunda e terça). Tempo de uso: 2 anos
– Renalapril (enalapril 20 mg) – 1-0-0. Tempo de uso: 3 anos
– Prednisona 20 mg – 1-0-0 (dias alternados). Tempo de uso: 2 anos
– Maxalgina (dipirona monoidratada 1g) – quando houver necessidade. Tempo de uso: 1 ano
Automedicação:
– Nimelit (nimesulida 100mg) – 1-0-1. Tempo de uso: 5 meses
– Ibupril (ibuprofeno 600 mg) – quando houver necessidade. Tempo de uso: 1 mês
Diagnóstico Clínico:
– Artrite Reumatoide: 2 anos
– Hipertensão: 4 anos
– Diabetes: 1 ano

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em análise do caso clinico da paciente M.C.P.A encontramos Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM’s), e propomos algumas intervenções cabíveis. Como mostra na tabela 01 abaixo:

Ao observar que a nimesulida pode diminuir os efeitos anti-hipertensivo da hidroclorotiazida, a interversão proposta é observar os níveis da Pressão Arterial (PA) no monitoramento. E através do monitoramento é possível avaliar se o tratamento da hipertensão está sendo efetivo, com proposta de gerar mais segurança no tratamento, pois na visita com a paciente foi ressaltado a importância de monitorar e observar nos níveis da PA. Segundo a paciente, tem feito a monitoração. Porém avisar sobre os riscos, a deixa mais atenta no controle e observações de alterações dos níveis.

Visto que a paciente já apresenta diagnostico de diabetes que é um dos quadros que apresenta maior risco de nefropatia, se faz necessário o monitoramento de filtração glomerular em pacientes que fazem uso da hidroclorotiazida e alginac®/ ibupril®, pois em suas composições contém diclofenaco (alginac®) e ibuprofeno (ibupril®). A Interação entre eles pode aumentar o risco de nefropatia aguda. Com a realização do exame de taxa de filtração glomerular (TFG) que é considerado padrão para avaliação da função renal, é possível medir substância que é filtrada pelos glomérulos, sem sofrer reabsorção ou secreção tubular.

Com os valores obtidos do TFG calculados usando equações de predição são estimativas da função renal, que permitem saber o risco que a paciente está exposta, com resposta necessária para o encaminhamento, indicação de ajuste da dose ou suspensão do medicamento da paciente. O uso concomitante de maxalgina® ou ibulpril®, com tecnomet®, pode resultar em toxicidade do metotrexato, diante dessa possibilidade de exposição do paciente e da anamnésia realizada, que propomos a suspensão dos medicamentos maxalgina® e ibulpril®. A paciente alegou não sentir efeito desses medicamentos mesmo fazendo uso correto, levando em consideração o risco/benefício que foi iniciada a proposta de intervenção, em prol de resultar a segurança do uso do tecnomet® que tem efeito terapêutico bom conforme o relato da entrevistada.

A interação dos medicamentos, diamicron MR® e ibupril®/Renalapril®, podem causar efeitos hipoglicêmicos da gliclazida, ocasionando sinais de baixo nível de açúcar no sangue com o uso concomitantes desses medicamentos. Em vista que ela já faz o monitoramento, observar se as dosagens da glicemia estão com variação que indica quadro de hipoglicemia, mesmo a paciente apresentando diabetes controlada ainda pode haver risco no decorrer do tempo com a exposição a esses medicamento e outros fatores que possam conjugar com medicação, tais como alimentos ou remédio caseiro.

Outro PRM encontrado foi o uso discrepante da prednisona. Esse medicamento não é recomendado para tratamento de longo prazo, podendo perder seus efeitos terapêuticos. A paciente destacou ter parado de tomar o medicamento por não sentir eficácia terapêutica do fármaco, até o momento não tinha retornado ao médico avisar da suspensão do medicamento e para solicitar uma troca do medicamento. A intervenção proposta é que o medicamento seja trocado pelo médico, por outro corticoide com função imunossupressora, pois tem uma grande influência no tratamento de AR.

Outras intervenções propostas não farmacológicas cabíveis ao caso é a indicação de acompanhamento pelo profissional fisioterapeuta, com sessões de terapia ocupacional podemos ter melhoras na qualidade de vida da paciente, melhorando a execução nas atividades funcionais diária, pois a paciente tem queixas de muitas dores ao realizar atividades de movimentação física até mesmo para abrir os medicamentos. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia o tratamento multidisciplinar (incluindo o fisioterapeuta) contribui de forma significante no tratamento da AR. Faz-se importante também, a orientação em saúde sobre o uso racional dos medicamentos, uma vez que, até mesmo os medicamentos ausentes de prescrição podem trazer complicações a saúde.

5. CONCLUSÃO

O acompanhamento farmacoterapêutico é essencial para o paciente com artrite reumatoide. E abordar esse tema é importante para se ter um conhecimento dos sintomas e de como funciona o tratamento. Quando se tem um conhecimento previu facilita o automonitoramento de possíveis diagnósticos, que quanto, mas cedo é diagnosticado, melhor resultado se tem no tratamento. E saber que pode contar com um tratamento multidisciplinar, com acompanhamento farmacoterapêutico otimizando o tratamento, possibilitando o uso seguro dos medicamentos e gerando uma melhor qualidade de vida, é de grande relevância para a saúde comunitária.

Os principais problemas encontrados na farmacoterapia da paciente, foram PRM’s de medicamento com medicamento, ligados ao tratamento de outras comorbidades como, interações medicamentosas entre fármacos utilizados no tratamento da AR, da diabetes e hipertensão como: hidroclorotiazida, alginac® e/ou ibupril®; tecnomet®, maxalgina® e/ou ibulpril®; diamicron MR®, ibupril® e/ou renalapril®; nimelit® e hidroclorotiazida.

Acompanhando a farmacologia da paciente foi observado que a paciente parou de tomar a prednisona por perceber a falta de efetividade do medicamento, mas os demais medicamentos prescritos pelo médico mantiveram em adesão no tratamento.

Conclui-se, com as intervenções propostas com expectativas de resultados positivos, que só agregam eficiência e segurança no tratamento da AR, tais como: monitoramento e observações nos níveis da PA, exame de taxa de filtração glomerular (TFG), suspensão dos medicamentos maxalgina® e ibulpril® levando em consideração risco/beneficio, monitoramento e observações nas dosagens de glicemia, troca da prednisona (pelo médico) por outro corticoide com função imunossupressora, indicação de um profissional fisioterapeuta e a orientação em saúde sobre o uso racional dos medicamentos.

Através do método SOAP foi possível obter uma anamnese que ajudou na correlação dos PRM’s encontrados e na obtenção de informações para apresentação da descrição do caso da paciente, que ajudou na conclusão do acompanhamento farmacoterapêutico.

Além de concluir os objetivos atribuídos, destaca-se no estudo presente a realização do serviço farmacêutico atribuído a clínica e a importância dessa pesquisa a pacientes e profissionais voltados ao interesse de conhecimento priorizados da artrite reumatoide e fatores que influenciam em seu tratamento. Assegurando o paciente e os profissionais, na farmacoterapia e uso racional dos medicamentos.

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1Acadêmica do 10º período do curso de Farmácia da Faculdade de Imperatriz – FACIMP.
E-mail: artemiza_karvalho23@gmail.com
2Especialista em Farmacologia Clínica e Hospitalar. Diretor da Faculdade de Medicina de Açailândia – FAMEAC. E-mail: mdsilva@fameac.com.br