ABORDAGENS MULTIDISCIPLINARES NO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

MULTIDISCIPLINARY APPROACHES IN URGENT AND EMERGENCY CARE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248291156


Mauro Sávio Sarmento Pinheiro[1]
Amanda Almeida Mendes[2]
Daiane Sabrina Neves Oliveira[3]
Brena Carolina Batista Andrade[4]
Valéria Moraes do Carmo[5]
Maison Sá Serrão[6]
Benedita Sieni de Aquino Moraes[7]
Juliana Santos Alves[8]
Vanessa Suely Loureiro Valadares[9]
Josiane de Jesus da Silva Nascimento[10]
Gabryela Cardoso Moraes[11]
Aline Fernanda Oliveira Pinto Martins[12]
Samea Rafaelly de Sousa de Oliveira[13]


RESUMO

Introdução: No contexto do sistema de saúde, o atendimento de urgência e emergência desempenha um papel crucial na preservação da vida e na minimização das consequências de agravos à saúde. Esses serviços são a porta de entrada para pacientes em situações críticas, exigindo respostas rápidas e eficazes. Objetivos: Analisar a importância e a eficácia das abordagens multidisciplinares no atendimento de urgência e emergência, destacando como a integração de diferentes áreas da saúde contribui para a melhoria dos resultados clínicos e para a humanização do cuidado, além de identificar os principais desafios e estratégias para a implementação eficaz dessas abordagens. Metodologia: Este artigo utiliza uma abordagem qualitativa, baseada em uma revisão integrativa da literatura, para explorar e analisar a importância e a eficácia das abordagens multidisciplinares no atendimento de urgência e emergência. A revisão integrativa é uma metodologia que permite a síntese do conhecimento existente sobre um tema específico, combinando estudos teóricos e empíricos para fornecer uma visão abrangente e aprofundada. Referencial Teórico: A colaboração interdisciplinar no atendimento de urgência e emergência é fundamental para garantir um cuidado integral e centrado no paciente. Esse tipo de abordagem permite que diferentes profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e farmacêuticos, trabalhem em conjunto para criar um plano de tratamento abrangente. Cada profissional traz sua expertise específica, o que resulta em um diagnóstico mais preciso e um cuidado mais adequado às necessidades do paciente. Considerações Finais: Os benefícios das abordagens multidisciplinares são evidentes: a integração de conhecimentos e habilidades diversas permite uma avaliação mais abrangente e um manejo mais eficaz das condições complexas apresentadas pelos pacientes em situações de urgência e emergência. A sinergia entre médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e outros especialistas contribui para a otimização do cuidado, reduzindo o tempo de resposta e promovendo uma abordagem holística que considera tanto as necessidades físicas quanto emocionais dos pacientes.

Palavras chave: Abordagens multidisciplinares; Equipe de saúde; Urgência e emergência.

INTRODUÇÃO

No contexto do sistema de saúde, o atendimento de urgência e emergência desempenha um papel crucial na preservação da vida e na minimização das consequências de agravos à saúde. Esses serviços são a porta de entrada para pacientes em situações críticas, exigindo respostas rápidas e eficazes. A complexidade das condições apresentadas pelos pacientes nesses cenários demanda uma coordenação eficiente e uma interação dinâmica entre diferentes profissionais de saúde, cada um com seu conhecimento e habilidades específicas. Assim, o modelo de atendimento baseado em abordagens multidisciplinares se torna essencial para assegurar um cuidado integral e de qualidade (Tofani et al., 2024).

A abordagem multidisciplinar envolve a colaboração de profissionais de diversas áreas, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, entre outros. Cada um contribui com sua expertise para uma compreensão mais abrangente das necessidades do paciente. Essa sinergia é fundamental em situações de urgência e emergência, onde decisões rápidas e precisas podem ser a diferença entre a vida e a morte. A integração dessas diferentes perspectivas permite uma avaliação mais completa e intervenções mais eficazes, aumentando as chances de recuperação dos pacientes (Matos; Pires; Campos, 2009).

Além disso, a abordagem multidisciplinar no atendimento de urgência e emergência também se alinha com o princípio de humanização do cuidado, que valoriza a individualidade do paciente e suas necessidades específicas. A atuação conjunta dos profissionais não apenas melhora os resultados clínicos, mas também promove um ambiente de cuidado mais acolhedor e respeitoso. Isso é particularmente importante em momentos de vulnerabilidade, onde o apoio emocional e o cuidado centrado no paciente desempenham um papel significativo na experiência de recuperação (Sousa et al., 2019).

Por fim, é fundamental destacar que a implementação efetiva das abordagens multidisciplinares enfrenta desafios significativos, como a necessidade de comunicação eficiente entre os membros da equipe e a superação de barreiras institucionais e culturais. Entretanto, os benefícios superam os obstáculos, tornando-se imperativo investir na formação de equipes integradas e capacitadas para atuar em situações de urgência e emergência (Peduzzi, 2001). Este artigo visa explorar essas dinâmicas, destacando os principais aspectos e implicações das abordagens multidisciplinares nesse contexto crítico.

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Analisar a importância e a eficácia das abordagens multidisciplinares no atendimento de urgência e emergência, destacando como a integração de diferentes áreas da saúde contribui para a melhoria dos resultados clínicos e para a humanização do cuidado, além de identificar os principais desafios e estratégias para a implementação eficaz dessas abordagens.

Objetivos Específicos

  • Identificar os principais componentes e profissionais envolvidos nas abordagens multidisciplinares no atendimento de urgência e emergência.
  • Explorar os benefícios clínicos e humanos proporcionados pela integração multidisciplinar no cuidado de urgência e emergência.
  • Analisar os desafios enfrentados pelas equipes multidisciplinares no atendimento de urgência e emergência, incluindo questões de comunicação, sobrecarga de trabalho e barreiras institucionais.

METODOLOGIA

Este artigo utiliza uma abordagem qualitativa, baseada em uma revisão integrativa da literatura, para explorar e analisar a importância e a eficácia das abordagens multidisciplinares no atendimento de urgência e emergência. A revisão integrativa é uma metodologia que permite a síntese do conhecimento existente sobre um tema específico, combinando estudos teóricos e empíricos para fornecer uma visão abrangente e aprofundada.

Seleção das Fontes

A seleção das fontes foi realizada a partir de bases de dados reconhecidas na área da saúde, como PubMed, Scielo, LILACS, entre outras. Foram utilizados descritores como “abordagens multidisciplinares”, “urgência e emergência” e “equipes de saúde”, tanto em português quanto em inglês, com o objetivo de abranger a maior quantidade de estudos relevantes. A busca incluiu publicações dos últimos 05 anos, para garantir a atualidade das informações.

Critérios de Inclusão e Exclusão

Os critérios de inclusão foram definidos como: artigos publicados em periódicos científicos revisados por pares, estudos de caso, revisões de literatura e diretrizes de prática clínica que abordassem diretamente as abordagens multidisciplinares no contexto de urgência e emergência. Foram excluídos artigos que não estavam disponíveis em texto completo, publicações em idiomas que não português ou inglês, e estudos que não apresentavam evidências claras sobre os resultados das abordagens multidisciplinares.

Análise dos Dados

A análise dos dados foi conduzida por meio de uma leitura crítica e interpretativa dos estudos selecionados. Os resultados foram categorizados em temas principais, como componentes e profissionais envolvidos, benefícios das abordagens multidisciplinares, e desafios enfrentados pelas equipes de saúde. A partir dessa categorização, foi realizada uma discussão comparativa, buscando identificar padrões, divergências e implicações para a prática clínica.

Limitações da Pesquisa

Embora a revisão integrativa permita uma visão ampla do tema, ela possui limitações, como a possibilidade de viés na seleção dos estudos e a dependência das informações disponíveis na literatura. Além disso, o foco em estudos publicados pode excluir experiências e práticas não documentadas, o que pode limitar a abrangência das conclusões.

REFERENCIAL TEÓRICO

Diferença entre urgência e emergência

A diferenciação entre urgência e emergência é fundamental no contexto dos serviços de saúde. Emergência é caracterizada por situações que envolvem risco iminente de morte ou de lesões irreversíveis, demandando intervenção médica imediata. Exemplos incluem infartos e acidentes vasculares cerebrais. Já a urgência refere-se a situações que, embora não representem um risco imediato de vida, requerem assistência médica rápida para evitar complicações graves, como fraturas ou crises de hipertensão (Tofanni et al., 2023).

No Brasil, a Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) foi estruturada para atender a essas diferentes demandas, integrando serviços de saúde que variam desde a atenção primária até unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais de alta complexidade. Esta rede busca garantir que os pacientes recebam o tratamento adequado no tempo certo, reduzindo mortalidade e complicações associadas às condições de urgência e emergência (Tofanni et al., 2022)​.

A temporalidade no atendimento é outro aspecto crucial, pois cada minuto pode ser determinante para a sobrevivência ou a qualidade de vida do paciente. A efetividade da resposta a essas situações depende da coordenação eficiente entre os diversos níveis de atenção à saúde, incluindo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que desempenha um papel central na triagem e no transporte dos pacientes para os serviços apropriados (Romero et al., 2018).

Abordagens Multidisciplinares na Saúde

A colaboração interdisciplinar no atendimento de urgência e emergência é fundamental para garantir um cuidado integral e centrado no paciente. Esse tipo de abordagem permite que diferentes profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e farmacêuticos, trabalhem em conjunto para criar um plano de tratamento abrangente. Cada profissional traz sua expertise específica, o que resulta em um diagnóstico mais preciso e um cuidado mais adequado às necessidades do paciente (Tofani et al., 2024).

Um dos principais benefícios dessa abordagem é a melhoria na comunicação entre os membros da equipe, o que reduz a ocorrência de erros e aumenta a eficiência do atendimento. Além disso, a troca constante de informações e a tomada de decisões colaborativas contribuem para a personalização do cuidado, adaptando-se às mudanças no estado do paciente de forma mais ágil​ (Nogueira; Rodrigues, 2015).

Outro aspecto importante é a humanização do atendimento, que é favorecida pela presença de uma equipe interdisciplinar. A integração de diferentes especialidades permite um suporte emocional mais efetivo, ajudando os pacientes a lidarem com o estresse e a ansiedade comuns em situações de urgência e emergência. A abordagem multidisciplinar também promove uma visão mais holística da saúde, considerando não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais e sociais do paciente​ (Machado et al., 2021)​.

Para implementar com sucesso uma abordagem interdisciplinar, é essencial que haja uma gestão participativa e um protagonismo dos profissionais envolvidos. Isso implica na criação de mecanismos de coordenação que favoreçam a cooperação e o compartilhamento de responsabilidades, garantindo que todos os membros da equipe estejam alinhados com os objetivos de cuidado​s (Farias et al., 2018).

Benefícios das Abordagens Multidisciplinares

As abordagens multidisciplinares no atendimento de urgência e emergência oferecem uma série de benefícios significativos que impactam positivamente tanto os resultados clínicos quanto a experiência do paciente. Uma das principais vantagens é a melhoria na coordenação do cuidado. Quando uma equipe diversificada de profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e fisioterapeutas, trabalha em conjunto, a comunicação e a troca de informações são otimizadas. Essa colaboração integrada permite uma avaliação mais completa das necessidades do paciente e a elaboração de planos de tratamento mais abrangentes e personalizados (Araújo et al., 2023).

Além disso, as abordagens multidisciplinares contribuem para a redução do tempo de resposta e a eficácia no manejo de condições complexas. Cada membro da equipe traz uma perspectiva única e especializada, o que facilita a identificação e a abordagem de múltiplos aspectos do problema de saúde. Em situações de urgência e emergência, onde o tempo é crítico, a sinergia entre diferentes áreas do conhecimento pode acelerar o diagnóstico e a intervenção, resultando em melhores desfechos clínicos e menores taxas de complicações (Cardoso; Hennington, 2011).

Outro benefício importante é a promoção da humanização do cuidado, a integração de diversas especialidades permite uma abordagem mais holística e centrada no paciente (Chernichard; Freitas; Ferreira, 2013), levando em consideração não apenas as necessidades físicas, mas também as emocionais e psicossociais. Por exemplo, a presença de um psicólogo na equipe pode ajudar a abordar o estresse e a ansiedade do paciente e de seus familiares, proporcionando suporte emocional durante momentos críticos. Isso não só melhora a experiência geral do paciente, mas também contribui para uma recuperação mais rápida e eficaz (Goulart; Chiari, 2010).

Por fim, as abordagens multidisciplinares podem promover o desenvolvimento profissional contínuo e a satisfação da equipe. A colaboração entre diferentes disciplinas oferece oportunidades para o aprendizado mútuo e o aprimoramento das habilidades, enriquecendo o conhecimento e a prática de cada membro da equipe. Esse ambiente colaborativo também pode aumentar a motivação e o engajamento dos profissionais, resultando em uma equipe mais coesa e comprometida com a qualidade do atendimento (Peduzzi et al., 2020).

Desafios e Barreiras das Abordagens Multidisciplinares

Embora as abordagens multidisciplinares ofereçam muitos benefícios, a sua implementação no atendimento de urgência e emergência pode enfrentar diversos desafios e barreiras. Um dos principais obstáculos é a comunicação eficaz entre os membros da equipe (Nascimento; Marques, 2019). A presença de profissionais de diferentes especialidades pode resultar em estilos de comunicação variados e até mesmo conflitos de linguagem técnica, o que pode dificultar a troca de informações e a coordenação do cuidado. Para superar esse desafio, é fundamental estabelecer canais de comunicação claros e promover o uso de um vocabulário comum, além de fomentar uma cultura de colaboração e respeito mútuo (Nogueira; Rodrigues, 2015).

Outro desafio significativo é a sobrecarga de trabalho e a gestão do tempo. Em ambientes de urgência e emergência, onde a demanda por atendimento é alta e os recursos são frequentemente limitados, os profissionais podem enfrentar dificuldades em coordenar e integrar suas atividades. A sobrecarga de trabalho pode levar ao estresse e ao burnout, o que compromete a eficácia da equipe multidisciplinar e pode afetar negativamente a qualidade do cuidado. Implementar estratégias de gestão eficiente e otimizar processos podem ajudar a mitigar esses problemas, mas exigem planejamento e recursos adequados (Hirschle; Gondim, 2020).

Além disso, barreiras institucionais e organizacionais também podem dificultar a implementação de abordagens multidisciplinares, questões como a falta de suporte institucional, a ausência de políticas e protocolos claros, e a resistência à mudança podem representar desafios significativos. As instituições de saúde devem criar um ambiente que apoie a colaboração interdisciplinar, desenvolvendo políticas que incentivem o trabalho em equipe e promovam a integração de diferentes serviços. A formação e o treinamento contínuos são essenciais para garantir que todos os membros da equipe estejam alinhados com os objetivos e as práticas da abordagem multidisciplinar (Conte; Habowski, 2021).

Desse modo, a integração de diferentes áreas do conhecimento pode encontrar resistência devido a diferenças culturais e de prática entre as profissões. Cada especialidade tem suas próprias normas, práticas e valores, que podem entrar em conflito durante a colaboração. Superar essas diferenças requer um esforço consciente para criar uma visão compartilhada e estabelecer objetivos comuns. Incentivar a compreensão e o respeito pelas diferentes perspectivas e competências é crucial para a eficácia da equipe multidisciplinar e para a superação dessas barreiras (Peduzzi et al., 2020).

Modelos Teóricos e Práticos de Abordagens Multidisciplinares

Os modelos teóricos e práticos de abordagens multidisciplinares fornecem uma base essencial para a implementação bem-sucedida de estratégias integradas no atendimento de urgência e emergência. Entre os modelos teóricos mais influentes, destaca-se o Modelo de Cuidados Integrados. Este modelo enfatiza a coordenação entre diferentes especialistas para oferecer um cuidado contínuo e coordenado ao paciente. Baseado na premissa de que a colaboração entre profissionais melhora a qualidade do atendimento, o Modelo de Cuidados Integrados promove a criação de equipes multifuncionais que compartilham responsabilidades e informações para alcançar melhores resultados clínicos e uma experiência mais coesa para o paciente (Ayres, 2009).

Outro modelo teórico relevante é o Modelo de Equipe Interprofissional, que foca na integração de diferentes profissões para otimizar o atendimento ao paciente. Esse modelo é fundamentado na ideia de que a colaboração entre profissionais de saúde com competências complementares pode resolver problemas complexos de maneira mais eficaz do que qualquer disciplina isoladamente. O Modelo de Equipe Interprofissional promove a formação de equipes onde os membros trabalham juntos, respeitando e utilizando as competências e conhecimentos específicos de cada um para formular e implementar planos de cuidado integrados (Peduzzi et al., 2013).

Na prática, diversos modelos foram desenvolvidos para operacionalizar essas teorias. Um exemplo é o Modelo de Atenção Integral aplicado em hospitais e centros de emergência. Esse modelo organiza as atividades de cuidado em torno das necessidades do paciente e facilita a colaboração entre diferentes serviços e especialidades. No contexto do atendimento de urgência e emergência, isso se traduz na formação de unidades de atendimento que incluem profissionais de várias áreas, como médicos de emergência, enfermeiros, farmacêuticos e psicólogos, que trabalham juntos para oferecer um cuidado abrangente e coordenado (Nunes, 2008); (Ayres, 2009).

Assim sendo, outro exemplo prático é o Modelo de Atendimento Baseado em Equipes de Urgência, que é utilizado para gerenciar e resolver situações críticas de forma eficiente. Esse modelo enfatiza a importância de uma resposta rápida e coordenada, onde a equipe é composta por membros com habilidades específicas que se complementam. A utilização de protocolos padronizados e sistemas de comunicação integrados são aspectos cruciais desse modelo, facilitando a colaboração e a tomada de decisões rápidas e informadas durante situações de emergência (Fertonani et al., 2015).

Para Fertonani et al. (2015) esses modelos teóricos e práticos ilustram diferentes abordagens para a implementação de estratégias multidisciplinares no atendimento de urgência e emergência, oferecendo uma base sólida para a criação de equipes eficazes e integradas que podem melhorar significativamente os resultados clínicos e a experiência do paciente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O atendimento de urgência e emergência, com sua natureza crítica e dinâmica, demanda uma abordagem eficiente e coordenada para garantir a melhor recuperação possível para os pacientes. Este artigo explorou a importância das abordagens multidisciplinares nesse contexto, destacando como a colaboração entre diferentes profissionais de saúde pode melhorar significativamente os resultados clínicos e a humanização do cuidado.

Os benefícios das abordagens multidisciplinares são evidentes: a integração de conhecimentos e habilidades diversas permite uma avaliação mais abrangente e um manejo mais eficaz das condições complexas apresentadas pelos pacientes em situações de urgência e emergência. A sinergia entre médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e outros especialistas contribui para a otimização do cuidado, reduzindo o tempo de resposta e promovendo uma abordagem holística que considera tanto as necessidades físicas quanto emocionais dos pacientes.

No entanto, a implementação dessas abordagens enfrenta desafios significativos, como problemas de comunicação, sobrecarga de trabalho e barreiras institucionais e culturais. Superar esses obstáculos exige uma gestão eficiente e uma cultura organizacional que apoie e valorize o trabalho em equipe. Investir na formação contínua e no desenvolvimento de estratégias para melhorar a colaboração interdisciplinar é essencial para enfrentar esses desafios e garantir a eficácia das abordagens multidisciplinares.

Os modelos teóricos e práticos discutidos fornecem uma base sólida para a aplicação dessas estratégias no atendimento de urgência e emergência. A adaptação e a aplicação desses modelos em diferentes contextos podem proporcionar melhorias adicionais na qualidade do cuidado e na eficiência dos serviços de saúde.

Finalmente, é crucial que a pesquisa e a prática continuem evoluindo para enfrentar os desafios emergentes e adaptar as abordagens multidisciplinares às novas demandas do sistema de saúde. Estudos futuros poderiam focar em avaliar a eficácia de diferentes modelos de colaboração interdisciplinar, investigar estratégias para superar barreiras institucionais e culturais, e explorar o impacto dessas abordagens em diferentes contextos e populações.

A integração eficaz de equipes multidisciplinares no atendimento de urgência e emergência é um passo fundamental para a melhoria contínua da qualidade do cuidado e para a promoção de uma experiência de atendimento mais humana e eficiente. Através do desenvolvimento e da implementação de estratégias colaborativas, podemos avançar na prestação de cuidados que realmente atendam às complexas necessidades dos pacientes em momentos críticos.

REFERÊNCIAS

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[1] Enfermeiro. Coordenador do Curso de Enfermagem – UNIESAMAZ, Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva, Belém/PA. e-mail: saviopinheiroenf@gmail.com

[2] Acadêmica de Enfermagem. Centro Universitário da Amazônia, Belém/PA e-mail: amandamacedomendes@hotmail.com  

[3] Enfermeira. Especialista em Auditoria em Serviços de Saúde, Belém/PA, e-mail: daianeoliveiraenf@gmail.com   

[4] Enfermeira. Centro Universitário da Amazônia, Belém/PA, e-mail: brenabsampaio@gmail.com

[5] Enfermeira. Centro Universitário da Amazônia, Belém/PA, e-mail: silvaugusto898@gmail.com 

[6] Enfermeiro. Universidade Paulista polo Cametá, Cametá/PA, e-mail: ssmailsonsa@gmail.com 

[7] Acadêmica de Enfermagem. Universidade Paulista polo Cametá, Belém/PA, e-mail: sienimoraes@hotmail.com 

[8] Acadêmica de Enfermagem. Centro Universitário da Amazônia, Belém/PA, e-mail: alvs.juliana3@gmail.com 

[9] Acadêmica de Enfermagem. Centro Universitário da Amazônia, Belém/PA e-mail: vanessavaladares480@gmail.com

[10] Acadêmica de Enfermagem. Centro Universitário da Amazônia,Belém/PA, e-mail: anne_josi@outlook.com

[11] Acadêmica de Enfermagem. Centro Universitário da Amazônia, Belém/PA, e-mail: gabryelamoraes95@gmail.com 

[12] Acadêmica de Enfermagem. Centro Universitário da Amazônia, Belém/PA, e-mail: afernanda023@gmail.com 

[13] Enfermeira. Universidade do Estado do Pará, Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva, Belém/PA, e-mail: samearafaelly@hotmail.com