REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505271650
Ana Mayra Macedo Santos Almeida
Giovanni Araújo da Silva Oliveira
Lucas Menezes Oliveira de Jesus
Manoel de Oliveira Lins Neto
Orientadora: Profa. Renata Bahia Bittencourt
Coorientadora: Emily Almeida Pereira
RESUMO
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que compromete a interação social, a comunicação e o comportamento. Crianças com TEA frequentemente apresentam dificuldades motoras, como problemas de coordenação, equilíbrio e controle postural, impactando sua autonomia. A fisioterapia surge como um recurso fundamental no apoio ao desenvolvimento motor e na melhoria da qualidade de vida dessas crianças. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura entre os anos de 2010 a 2025, utilizando bases científicas como SciELO, PUBMED, LILACS, entre outras. Foram analisados 121 artigos, dos quais 7 atenderam aos critérios de inclusão, focando em intervenções fisioterapêuticas aplicadas ao desenvolvimento motor de crianças com TEA. Resultados: Os estudos selecionados demonstraram que a fisioterapia contribui significativamente para o avanço da coordenação motora, do equilíbrio postural e da interação social em crianças com TEA. Técnicas como terapia sensório motora, neuromotora, hidroterapia e equoterapia mostraram-se eficazes.Conclusão: A fisioterapia desempenha papel essencial na promoção do desenvolvimento integral de crianças com TEA. Recomenda-se a realização de novas pesquisas com rigor metodológico, utilizando a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) e desenvolvendo programas de intervenção precoce e integrados, visando à autonomia, inclusão e melhoria da qualidade de vida dessas crianças e de suas famílias.
Palavras-chaves: Fisioterapia, Transtorno do Espectro Autista, Desenvolvimento motor.
SUMMARY
Introduction: Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental condition that affects social interaction, communication, and behavior. Children with ASD often present motor difficulties, such as problems with coordination, balance, and postural control, which impact their autonomy. Physical therapy emerges as a fundamental resource in supporting motor development and improving the quality of life of these children. Methodology: A literature review was conducted covering the years 2010 to 2025, using scientific databases such as SciELO, PUBMED, LILACS, among others. A total of 121 articles were analyzed, of which 7 met the inclusion criteria, focusing on physiotherapeutic interventions applied to the motor development of children with ASD. Results: The selected studies demonstrated that physical therapy significantly contributes to improvements in motor coordination, postural balance, and social interaction in children with ASD. Techniques such as sensorimotor therapy, neuromotor therapy, hydrotherapy, and hippotherapy proved to be effective. Conclusion: Physical therapy plays an essential role in promoting the holistic development of children with ASD. Further research with strong methodological rigor is recommended, incorporating the International Classification of Functioning (ICF) and developing early and integrated intervention programs aimed at fostering autonomy, inclusion, and improving the quality of life for these children and their families.
Keywords: Physiotherapy, Autism Spectrum Disorder, Motor Development.
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, tem crescido o interesse científico e social em compreender o Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição multifacetada do neurodesenvolvimento que se caracteriza por alterações significativas na interação social, na comunicação e nos padrões comportamentais dos indivíduos. Desde os primeiros anos de vida, as crianças podem apresentar sinais que indicam dificuldades em socializar, se comunicar e participar de atividades cotidianas. A atuação da Fisioterapia ressalta a importância de uma compreensão aprofundada das particularidades do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a fim de capacitar as famílias para oferecer um suporte mais sensível e eficaz. Tal compreensão contribui não apenas para a redução do estresse cotidiano, mas também para a construção de um ambiente mais acolhedor e adaptado às necessidades da criança (SILVA et al., 2021). As manifestações clínicas do TEA apresentam-se de forma heterogênea, abrangendo desde atrasos no desenvolvimento da linguagem até dificuldades em estabelecer vínculos afetivos e interações com o meio. Segundo Magagnin et al. (2019), essas limitações podem comprometer significativamente a capacidade da criança autista de compartilhar experiências e expressar emoções, o que impacta diretamente sua integração social e seu processo de desenvolvimento relacional.
Nesse cenário, a fisioterapia destaca-se como um recurso terapêutico indispensável no estímulo ao desenvolvimento motor de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Sua atuação vai além da promoção da autonomia nas atividades da vida diária, contribuindo de maneira significativa para a melhoria da coordenação motora, do equilíbrio postural e do autocontrole corporal. Estratégias terapêuticas de caráter lúdico como o uso de bolas, jogos interativos e dinâmicas de grupo mostram-se eficazes no fortalecimento da motricidade fina e no aprimoramento das competências sociais, favorecendo a inserção da criança em contextos coletivos de forma mais integrada (SEGURA et al. 2011).
Além das dificuldades comportamentais e cognitivas, crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente apresentam comprometimentos motores relevantes, que se manifestam por meio de alterações na coordenação motora, no equilíbrio, na marcha e no controle postural (KAUR; SRINIVASAN, 2018). Tais limitações podem comprometer de forma significativa a autonomia funcional, evidenciando a necessidade de uma abordagem terapêutica multidisciplinar que inclua a fisioterapia como elemento essencial. Nesse contexto, a atuação fisioterapêutica ultrapassa os limites da intervenção motora convencional, abrangendo dimensões sensoriais, sociais e comunicativas por meio de atividades terapêuticas estruturadas e lúdicas, voltadas ao desenvolvimento global da criança (KAUR; SRINIVASAN, 2018; FERREIRA et al, 2016; ROBIN et al, 2016).
Este estudo propõe-se a investigar a interface entre a fisioterapia e o desenvolvimento motor no contexto do Transtorno do Espectro Autista (TEA), com o intuito de ampliar as possibilidades de compreensão dessa relação e fomentar novas direções para pesquisas futuras. Além disso, almeja-se contribuir de forma significativa para o enriquecimento dos debates acadêmicos e sociais em torno de uma temática ainda carente de aprofundamento na literatura científica. Através da análise dos métodos utilizados na pesquisa sobre o desenvolvimento motor de crianças autistas, pretende-se ampliar a compreensão sobre a relevância da fisioterapia nesse processo, destacando sua importância na promoção de um desenvolvimento mais integral e harmonioso dessas crianças.
2. METODOLOGIA
Este estudo foi realizado por meio de uma revisão de literatura, com o objetivo de identificar, descrever e analisar as principais alterações motoras presentes em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), bem como as estratégias fisioterapêuticas aplicáveis a esse público.
Visando reunir evidências científicas recentes sobre a atuação da fisioterapia em crianças com Transtorno do Espectro Autisa (TEA). A coleta de dados foi realizada por bases de dados científicas reconhecidas como, EBSCO, PEPSIC, SciELO, PUBMED, BVS, RUNA e LILACS, conduzindo e abrangendo uma busca sistemática entre os períodos de 2010 a 2025 de 121 artigos utilizando descritores relacionados ao tema, como “Transtorno do Espectro Autista”, “Fisioterapia”, “Desenvolvimento Motor” utilizando como critério de exclusão fuga do tema, ano da publicação e duplicidade foram utilizados 7 artigos.
Como critério de inclusão foram consultados artigos que abordam a intervenção motora no transtorno do espectro autista, nos idiomas inglês e português, com restrição nos últimos 15 anos, a fim de abranger a maior quantidade possível de estudos pertinentes.
3. FLUXOGRAMA DA SELEÇÃO DE ARTIGOS

4. RESULTADOS:
Conforme o fluxograma acima, foram selecionados 121 artigos que estavam de acordo com os critérios de inclusão. Dentre eles uma quantidade de 7 estudos encontrados contribuíram para a análise sobre as abordagens fisioterapêuticas no desenvolvimento motor de crianças com transtorno do espectro autista mostrando domínio total sobre o tema pesquisado.
TABELA DE RESULTADOS:
Autor / Ano | Objetivo | Conclusão |
MARTINS, Amanda Zelioli et al. (2019) | Mensurar a eficácia da fisioterapia no tratamento pré e pós de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com ênfase nas abordagens lúdicas e na psicomotricidade, visando favorecer o desenvolvimento psicomotor dos pacientes. Scribd | Esse estudo denota a relevância da fisioterapia atuando na promoção da independência, coordenação motora e correção postural em crianças com TEA. As intervenções fisioterapêuticas, especialmente aquelas que incorporam atividades lúdicas e psicomotoras, demonstraram eficácia no aprimoramento do desenvolvimento psicomotor desses pacientes. |
SANTOS, Gislainne Thaice da Silva; MASCARENHAS, Millena Santana; OLIVEIRA, Erik Cunha de (2021) | Analisar os efeitos da fisioterapia no desenvolvimento motor de crianças com TEA. A fisioterapia tem um impacto positivo no desenvolvimento motor de crianças com TEA, promovendo aumento da força muscular e melhorando a postura e mobilidade. | A fisioterapia contribui de maneira efetiva no desenvolvimento motor de crianças com TEA, auxiliando na melhora da funcionalidade e integração com o ambiente. |
CUNHA, Jessica Rayanne da Silva Nascimento; IBIAPINA, Larissa Wanzeler; CANTO, Rodrigo Moreira (2022) | Avaliar a eficácia da fisioterapia nos déficits motores de crianças com TEA. A fisioterapia é eficaz no tratamento de déficits motores em crianças com TEA, com destaque para melhorias no equilíbrio, força muscular e coordenação. | A atuação do fisioterapeuta contribui significativamente para a promoção do desenvolvimento motor e funcional das crianças com TEA. |
GAIA, Beatriz Lemos de Souza; FREITAS, Fabiana Góes Barbosa de (2022) | Investigar, por meio de revisão de literatura, o papel da fisioterapia no TEA. A revisão de literatura indicou que a fisioterapia desempenha papel importante na melhoria da motricidade, interação social e aspectos comportamentais em crianças com TEA. | A fisioterapia é essencial no tratamento multidisciplinar de crianças com TEA, melhorando aspectos motores e psicossociais, o que facilita a integração social. |
MACEDO et al. (2023) | Avaliar, por meio de revisão sistemática, os benefícios da fisioterapia para crianças com TEA. A revisão sistemática revela que a fisioterapia oferece benefícios no desenvolvimento motor de crianças com TEA, especialmente na coordenação motora e no equilíbrio. | A fisioterapia é uma intervenção fundamental no suporte ao desenvolvimento motor e à qualidade de vida de crianças com TEA, melhorando a funcionalidade e interação. |
PINHEIRO et al, (2023) | Identificar os efeitos das intervenções fisioterapêuticas nas habilidades motoras em crianças com TEA. A revisão de literatura aponta que as intervenções fisioterapêuticas contribuem para a melhoria de habilidades motoras finas e grossas em crianças com TEA. | As intervenções fisioterapêuticas desempenham um papel crucial na melhoria das habilidades motoras de crianças com TEA, facilitando seu desenvolvimento físico e social. |
COSTA, Amanda Ribeiro da; MORAES, Felipe Souza; LIMA, Juliana Alves (2023) | Explorar a contribuição da fisioterapia no estímulo sensório-motor de crianças com TEA. A fisioterapia mostrou impactos positivos na integração sensorial e na melhora do planejamento motor. | A intervenção fisioterapêutica amplia as possibilidades de desenvolvimento sensório-motor e contribui para maior autonomia funcional. |
5. DISCUSSÃO:
O TEA é caracterizado por alterações severas e precoces nas áreas de socialização, comunicação e cognição, podendo também afetar o planejamento e sequenciamento motor. As alterações motoras e sensoriais são frequentemente observadas desde os primeiros meses de vida, o que resulta na falta de exploração e interação no ambiente em que a criança está inserida. Diante disso, a fisioterapia, ao integrar atividades lúdicas e psicomotoras, contribui significativamente para o desenvolvimento motor e funcional das crianças com TEA (MARTINS, et .al ,2019).
CUNHA et al. (2022), discorre que as características do TEA em crianças são o atraso cognitivo e o déficit motor, afetando de maneira direta a qualidade de vida, sendo assim se evidenciando a essencialidade da fisioterapia e do cuidado multidisciplinar, durante o processo de desenvolvimento das suas habilidades psicomotoras, para que assim as crianças possam usufruir de qualidade de vida. Esses dados se alinham com a revisão realizada por GAIA et al. (2022) que destaca a relevância da estimulação precoce, permitindo assim ao indivíduo melhores respostas adaptativas ao seu ambiente.
Ainda em conformidade com Cunha et al. (2022), os prejuízos nas esferas cognitiva e motora, frequentemente observados em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), exercem impacto significativo sobre sua qualidade de vida. Diante desse panorama, torna-se notória a importância da fisioterapia, preferencialmente inserida em um contexto de cuidado interdisciplinar, com o propósito de estimular o desenvolvimento das competências psicomotoras e fomentar uma maior autonomia. Nessa mesma linha, Gaia et al. (2022) ressaltam que intervenções iniciadas precocemente ampliam as possibilidades de adaptação ao ambiente, contribuindo para a maximização dos resultados terapêuticos.
De forma semelhante, Macedo et al. (2023) destacam que a adaptação do ambiente e das intervenções é de suma importância, uma vez que, essas crianças têm como característica a hiper ou hiporreatividade e o hiperfoco a objetos e/ou características presentes no ambiente, podendo diminuir a efetividade e a aplicação das intervenções. Logo, há evidências de que crianças com TEA melhoram os seus comportamentos quando o ambiente inclui os seus interesses individuais. Complementado por Pinheiro et al. (2023) que enfatizam resultados evidenciados pelos estudos demonstram que tais intervenções têm contribuído para alívio da dor; o estímulo à maior autonomia e independência destes pacientes em suas rotinas diárias; a melhoria no processo de socialização destes indivíduos no controle da irritabilidade e hiperatividade; dentre outros.
Com a inserção da fisioterapia consegue-se aprimorar a interação interpessoal e da comunicação social, ao mesmo tempo em que se estimulam funções cognitivas e se previnem possíveis comprometimentos funcionais(SANTOS et al. 2021). Além disso, é importante mencionar que a fisioterapia pode incluir atividades lúdicas e exercícios específicos que promovem não apenas o desenvolvimento motor, mas também habilidades sociais e emocionais, essenciais para a interação dessas crianças com o mundo ao seu redor, essas abordagens lúdicas são fundamentais, pois tornam o processo de reabilitação mais envolvente, ajudando as crianças a se sentirem mais motivadas e focadas em suas habilidades. Os profissionais também podem estimular a comunicação e o trabalho em equipe, habilidades valiosas que contribuem para o desenvolvimento integral da criança. É indispensável uma atuação interdisciplinar, onde faz-se necessário as abordagens terapêuticas estarem associadas a fonoaudiologia e psicologia, para uma conduta mais individualizada e integrada.
Conforme salientam Santos et al. (2021), os recursos utilizados pela fisioterapia vão além da prática convencional, incluindo propostas lúdicas e atividades direcionadas que estimulam não apenas o controle motor, mas também aspectos emocionais e relacionais indispensáveis à inclusão no convívio diário. Nesse contexto, a efetividade dessas abordagens é potencializada quando inseridas em um modelo de atenção interdisciplinar, que articula saberes da fonoaudiologia, psicologia e demais áreas da saúde, permitindo uma atuação mais precisa e centrada nas particularidades de cada criança (SANTOS et al. 2021).
De acordo com os estudos analisados nesta revisão de literatura, foi possível reforçar ainda mais o papel fundamental da fisioterapia no desempenho motor de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Visto que mediante os estudos analisados a fisioterapia evidencia benefícios na manutenção da qualidade de vida dos pacientes, destacando a necessidade de tratamentos individualizados, ambientalizados e baseados em evidências científicas.
6. CONCLUSÃO
Concluímos que a fisioterapia tem papel relevante no desenvolvimento motor de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), dando ênfase em intervenções bem articuladas promovendo avanços em relação a coordenação motora, equilíbrio postural, funcionalidade e interação social. Com o avanço das pesquisas, espera-se o desenvolvimento de práticas clínicas mais eficazes e individualizadas, melhorando o nível de inclusão, autonomia e qualidade de vida para crianças com transtorno do espectro autista.
7. REFERÊNCIAS:
1 – FERREIRA, J. P. et al. Intervenção fisioterapêutica em crianças com transtorno do espectro autista: revisão de literatura. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 6, n. 2, p. 134-140, 2016.
2- GONZÁLEZ, V. M.; CANALS, J. Intervenção precoce em crianças com transtorno do espectro autista: impacto no desenvolvimento motor e social. Revista Española de Pedagogía, v. 72, n. 258, p. 399-413, 2014.
3– KAUR, M.; SRINIVASAN, S. Motor impairments in children with autism spectrum disorders: a review of the literature. Pediatric Physical Therapy, v. 30, n. 3, p. 197-206, 2018.
4– MAGAGNIN, K. et al. Aspectos do desenvolvimento socioemocional em crianças com autismo: revisão de literatura. Revista de Psicologia da Criança e do Adolescente, v. 10, n. 1, p. 53-66, 2019.
5– MARTINS, A. Z. et al. Atuação do fisioterapeuta frente ao desenvolvimento no Transtorno Espectro do Autismo – (TEA). 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Faculdades Integradas de Fernandópolis, Fernandópolis, SP, 2019. Disponível em: https://fef.br/upload_arquivos/geral/arq_60f7033bd184f.pdf. Acesso em: 15 maio 2025.
6- ROBIN, L. et al. Physical therapy and motor skills in autism spectrum disorders: clinical implications. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 46, n. 4, p. 1234–1245, 2016.
7- SEGURA, M. T. C. et al. A importância da fisioterapia no processo de reabilitação de crianças autistas. Revista Neurociências, v. 19, n. 3, p. 501-508, 2011.
8- SILVA, M. A. et al. Transtorno do espectro autista: impactos familiares e contribuições da fisioterapia. Revista Saúde e Desenvolvimento, v. 15, n. 27, p. 76-89, 2021.