MULTIDISCIPLINARY APPROACH TO THE TREATMENT OF HEART FAILURE: AN INTEGRATIVE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202409041528
Arthur Dutra Botelho1, Aline Costa Basílio2, Amanda Kaline Bezerra Gomes3, Ana Carolina Brito Alencar Alves4, Carlos Henrique Figueiredo Aquino5, Carlos Paulo da Silva6, Danilo Augusto Teles Gondim7, Fabiano Barros Moura8, Fernanda Figueira Serafim9, Fernando Forti10, Gabriel Faleiros Pivetta11, José Mario Incutto Junior12, Karla Simone de Brito Brock13, Leandro Uchoa Braz14, Maria Andréia Catânio Buffalo15
RESUMO
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição prevalente e de alto impacto, tanto em termos de mortalidade quanto de morbidade, representando um desafio significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo. A abordagem multidisciplinar tem emergido como uma estratégia crucial para o manejo eficaz da IC, integrando diferentes especialidades e intervenções com o objetivo de melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes. Este estudo teve como objetivo revisar a literatura existente sobre o impacto das abordagens multidisciplinares no tratamento da insuficiência cardíaca, com ênfase nas intervenções mais eficazes e nas práticas clínicas recomendadas. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, incluindo artigos publicados nas principais bases de dados entre 2000 e 2023. Os critérios de inclusão abrangeram estudos que examinaram a eficácia de equipes multidisciplinares, reabilitação cardíaca, uso de tecnologias e dispositivos médicos, e estratégias de educação do paciente no manejo da IC. Foram excluídos artigos que não abordavam diretamente a IC ou que não incluíam uma perspectiva multidisciplinar. Os resultados desta revisão demonstram que a abordagem multidisciplinar, incluindo o uso de tecnologias de monitoramento remoto e programas de reabilitação cardíaca, está associada a uma redução significativa nas hospitalizações e na mortalidade entre pacientes com IC. Além disso, evidenciou-se que a educação contínua dos pacientes e a colaboração entre cardiologistas, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde são essenciais para o sucesso do tratamento a longo prazo. Conclui-se que a implementação de equipes multidisciplinares no manejo da insuficiência cardíaca deve ser considerada uma prática padrão, dadas as suas múltiplas vantagens em termos de desfechos clínicos e econômicos. Esta revisão sugere a necessidade de políticas de saúde que incentivem a adoção de tais abordagens, bem como a realização de novos estudos que explorem os benefícios adicionais do uso de tecnologias emergentes no acompanhamento desses pacientes.
Palavras-chave: Insuficiência cardíaca; abordagem multidisciplinar; reabilitação cardíaca; equipe multidisciplinar; tecnologia em saúde.
ABSTRACT
Hart failure (HF) is a prevalent condition with a significant impact on both mortality and morbidity, posing a substantial challenge to healthcare systems worldwide. The multidisciplinary approach has emerged as a crucial strategy for the effective management of HF, integrating various specialties and interventions to improve clinical outcomes and patient quality of life. This study aimed to review the existing literature on the impact of multidisciplinary approaches in the treatment of heart failure, with an emphasis on the most effective interventions and recommended clinical practices. An integrative review of the literature was conducted, including articles published in major databases from 2000 to 2023. The inclusion criteria covered studies that examined the effectiveness of multidisciplinary teams, cardiac rehabilitation, the use of technologies and medical devices, and patient education strategies in the management of HF. Articles that did not directly address HF or that did not include a multidisciplinary perspective were excluded. The results of this review demonstrate that the multidisciplinary approach, including the use of remote monitoring technologies and cardiac rehabilitation programs, is associated with a significant reduction in hospitalizations and mortality among patients with HF. Furthermore, it was evident that continuous patient education and collaboration among cardiologists, nurses, physiotherapists, and other healthcare professionals are essential for long-term treatment success. It is concluded that the implementation of multidisciplinary teams in the management of heart failure should be considered a standard practice, given its multiple advantages in terms of clinical and economic outcomes. This review suggests the need for health policies that encourage the adoption of such approaches, as well as further studies exploring the additional benefits of emerging technologies in the monitoring of these patients.
Keywords: Heart Failure; Multidisciplinary Approach; Cardiac Rehabilitation; Multidisciplinary Team; Health Technology.
1 INTRODUÇÃO
A insuficiência cardíaca (IC) representa um dos principais desafios de saúde pública a nível global, com uma prevalência crescente e um impacto significativo tanto em termos de mortalidade quanto de morbidade. Segundo o estudo de Ponikowski et al. (2014), a IC é uma condição prevalente que exige estratégias de prevenção eficazes para reduzir a carga da doença e evitar mortes prematuras. Em Portugal, conforme reportado pela Direção-Geral da Saúde (2015), as doenças cerebrovasculares e cardiovasculares continuam a ser as principais causas de morte, evidenciando a necessidade de abordagens mais eficazes e integradas no manejo da IC.
O tratamento da IC é complexo e multifacetado, envolvendo intervenções farmacológicas e não farmacológicas. No entanto, mesmo com os avanços na terapia medicamentosa, as taxas de hospitalização e mortalidade permanecem elevadas. Isso levanta questões sobre a eficácia dos modelos de cuidado tradicionais e destaca a necessidade de novas abordagens. A abordagem multidisciplinar tem se mostrado uma solução promissora, integrando diversos profissionais de saúde e utilizando intervenções complementares para otimizar o cuidado ao paciente com IC.
Apesar dos benefícios esperados, ainda existem lacunas na implementação e na efetividade das equipes multidisciplinares no manejo da IC. Estas lacunas incluem a falta de coordenação entre os profissionais de saúde, a limitada integração de tecnologias de monitoramento remoto e a necessidade de programas de educação contínua para pacientes e cuidadores. Portanto, este estudo propõe-se a revisar a literatura existente sobre o impacto das abordagens multidisciplinares no tratamento da IC, identificando as intervenções mais eficazes e as práticas clínicas recomendadas.
Os objetivos desta revisão integrativa incluem: (1) analisar a efetividade das equipes multidisciplinares na redução de hospitalizações e mortalidade em pacientes com IC; (2) avaliar o papel das tecnologias de monitoramento remoto e programas de reabilitação cardíaca; e (3) discutir as estratégias de educação continuada e suas contribuições para o manejo da IC.
2 EPIDEMIOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e sua prevalência está em ascensão, especialmente nas regiões mais desenvolvidas. De acordo com o estudo EPICA (Ceia et al., 2002), que investigou a prevalência da IC no sudoeste da Europa, estima-se que a IC afete entre 1% e 2% da população geral, com prevalência maior em idosos. Estes dados sublinham a importância da IC como um problema de saúde pública, particularmente em países com populações envelhecidas.
Em Portugal, a situação é igualmente preocupante. O estudo conduzido por Fonseca et al. (2018) apresenta estimativas atualizadas da prevalência de IC no país, sugerindo que a condição afeta cerca de 4,4% da população adulta, com uma maior concentração em indivíduos acima de 70 anos. Estes números evidenciam a carga significativa da IC no sistema de saúde português, e reforçam a necessidade de estratégias eficazes de prevenção e tratamento.
Além da prevalência atual, é crucial considerar as projeções futuras do impacto da IC. Segundo Gouveia et al. (2016), a carga da IC em Portugal está prevista para aumentar consideravelmente nas próximas décadas, devido ao envelhecimento da população e ao aumento da sobrevida de pacientes com doenças cardiovasculares. Este crescimento terá implicações profundas, tanto no custo econômico quanto na capacidade do sistema de saúde de oferecer cuidados adequados a todos os pacientes.
Desta forma, a seção de epidemiologia deste estudo visa proporcionar uma compreensão clara da magnitude da IC, tanto no presente quanto no futuro, destacando a urgência de intervenções efetivas e de uma abordagem multidisciplinar no tratamento desta condição. Estes dados epidemiológicos servirão como base para discutir a relevância de uma gestão integrada e coordenada no cuidado da insuficiência cardíaca.
3 FATORES DE RISCO E COMORBIDADES
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição complexa e multifatorial, frequentemente associada a uma série de fatores de risco e comorbidades que complicam o seu manejo e agravam o prognóstico dos pacientes. Identificar e gerenciar esses fatores é essencial para prevenir a progressão da doença e melhorar os resultados clínicos.
Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de IC é a hipertensão arterial, que, ao longo do tempo, leva à sobrecarga do coração e eventualmente à sua falência. Além disso, a doença arterial coronariana, muitas vezes resultante da aterosclerose, é outro fator crítico, uma vez que a isquemia crônica pode comprometer a função cardíaca. Diabetes mellitus também desempenha um papel importante, não só aumentando o risco de IC, mas também exacerbando as complicações associadas devido ao impacto nos vasos sanguíneos e na função miocárdica.
As comorbidades frequentemente associadas à IC, como a doença renal crônica, a obesidade e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), contribuem para o agravamento da condição e dificultam o manejo clínico. Essas condições coexistentes não apenas aumentam a complexidade do tratamento, mas também estão associadas a um pior prognóstico.
Além dos fatores de risco biológicos e comorbidades, o impacto econômico da IC também não pode ser ignorado. Estudos como os de Lee et al. (2004) e Cook et al. (2014) destacam a enorme carga econômica da IC, tanto em termos de custos diretos (hospitalizações, medicamentos) quanto indiretos (perda de produtividade, incapacidades). A IC representa uma das maiores causas de hospitalização e re-hospitalização, o que reflete o peso econômico da condição, tanto para os pacientes quanto para os sistemas de saúde.
Esses aspectos ressaltam a importância de uma abordagem preventiva e de gestão integrada, que leve em consideração os múltiplos fatores de risco e comorbidades associados à IC. O controle rigoroso desses fatores é fundamental para reduzir a incidência e a progressão da IC, além de mitigar seu impacto econômico e social.
4 TRATAMENTO E INTERVENÇÕES MULTIDISCIPLINARES
O tratamento da insuficiência cardíaca (IC) é um desafio complexo que requer uma abordagem abrangente e coordenada, envolvendo uma equipe multidisciplinar para abordar as múltiplas facetas da doença. Essa abordagem tem mostrado melhorar significativamente os resultados clínicos, reduzindo as taxas de hospitalização e mortalidade, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
a) Estratégias Multidisciplinares no Manejo da Insuficiência Cardíaca: O estudo de McAlister et al. (2004) destaca a eficácia das estratégias multidisciplinares no manejo de pacientes com IC em alto risco de hospitalização. A integração de diferentes especialidades, como cardiologia, enfermagem especializada, nutrição, e reabilitação física, permite um acompanhamento mais rigoroso e personalizado, o que pode levar a uma redução significativa nas readmissões hospitalares.
b) Clínicas Especializadas e Redução de Admissões de Emergência: Thomas et al. (2013) demonstram a importância das clínicas especializadas no manejo de IC para reduzir as admissões de emergência. Essas clínicas oferecem um monitoramento contínuo e ajustes no tratamento, o que é fundamental para prevenir exacerbações agudas da doença.
c) Abordagem de Casos Avançados: Para pacientes com IC avançada, Crespo-Leiro et al. (2018) enfatizam a necessidade de uma abordagem ainda mais especializada dentro da equipe multidisciplinar, envolvendo cardiologistas com expertise em IC avançada, especialistas em cuidados paliativos, e outros profissionais de saúde. Esta abordagem é essencial para otimizar o tratamento e o manejo de sintomas, além de planejar intervenções mais complexas, como transplante cardíaco ou dispositivos de assistência ventricular.
d) Intervenções Telemédicas: Koehler et al. (2018) abordam a eficácia das intervenções telemédicas no manejo da IC, como demonstrado no estudo TIM-HF2. A telemedicina oferece uma solução viável para o monitoramento remoto de pacientes, permitindo uma detecção precoce de descompensações e intervenções rápidas, o que pode reduzir significativamente a necessidade de hospitalizações.
e) Viabilidade de Programas de Manejo em Diferentes Contextos: O estudo de Hebert et al. (2011) explora a viabilidade de programas de manejo de IC em contextos diversos, como o da Geórgia, na Europa Oriental. A implementação de programas de manejo, adaptados às realidades locais, demonstra que é possível obter melhorias nos cuidados mesmo em contextos com recursos limitados.
A combinação dessas abordagens dentro de uma equipe multidisciplinar é crucial para o sucesso no manejo da IC. Ao integrar especialistas de diferentes áreas e utilizar tecnologias inovadoras, como a telemedicina, é possível não apenas melhorar a sobrevida dos pacientes, mas também proporcionar uma melhor qualidade de vida, reduzindo o ônus da doença tanto para os pacientes quanto para os sistemas de saúde.
5 REABILITAÇÃO CARDÍACA
Arcoverde et al. (2014) investigaram a eficácia do treinamento em esteira como uma intervenção complementar no tratamento de pacientes com Alzheimer, revelando resultados promissores. O estudo demonstrou que a prática regular de caminhada em esteira pode contribuir para a manutenção e até a melhora das funções cognitivas em indivíduos com Alzheimer, oferecendo suporte à neuroplasticidade e promovendo a integridade das vias neuronais. Esses achados sugerem que a atividade física estruturada, como o treinamento em esteira, pode desempenhar um papel crucial na reabilitação neurológica, atuando como uma estratégia terapêutica valiosa para retardar o avanço da doença e preservar a qualidade de vida dos pacientes.
A reabilitação cardíaca é uma componente essencial no tratamento da insuficiência cardíaca (IC), oferecendo um conjunto estruturado de intervenções para melhorar a saúde cardiovascular e a qualidade de vida dos pacientes. Essa abordagem geralmente inclui exercícios físicos supervisionados, educação sobre saúde cardíaca, e apoio psicológico.
a) Implementação de Programas de Reabilitação Cardíaca: O estudo de Silveira e Abreu (2016) fornece uma visão detalhada sobre a reabilitação cardíaca em Portugal, baseado no inquérito realizado entre 2013 e 2014. Este estudo destaca a implementação de programas de reabilitação cardíaca, explorando as práticas atuais, desafios enfrentados e os resultados observados. A pesquisa demonstra que, apesar dos benefícios comprovados da reabilitação cardíaca, a adesão e a disponibilidade dos programas podem ser limitadas por fatores como a falta de recursos, a necessidade de maior integração com os serviços de saúde e a capacitação profissional.
b) Benefícios da Reabilitação Cardíaca: A reabilitação cardíaca tem mostrado benefícios significativos na redução de sintomas e melhoria da capacidade funcional dos pacientes com IC. Ela ajuda a promover mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma dieta saudável e a prática regular de exercícios, além de fornecer suporte psicológico que é crucial para a adesão ao tratamento e a gestão do estresse associado à doença.
c) Desafios e Barreiras: Apesar dos benefícios, a implementação e a expansão de programas de reabilitação cardíaca enfrentam vários desafios. Estes podem incluir a falta de infraestrutura adequada, a resistência dos pacientes em adotar mudanças de estilo de vida e a necessidade de uma maior coordenação entre os profissionais de saúde para garantir um tratamento integrado.
d) Integração com Outras Intervenções: A reabilitação cardíaca deve ser considerada como parte de uma abordagem multidisciplinar para o manejo da IC. Integrar a reabilitação cardíaca com outros componentes do tratamento, como estratégias farmacológicas e intervenções telemédicas, pode maximizar os benefícios para os pacientes e melhorar os resultados clínicos gerais.
A reabilitação cardíaca é uma estratégia vital para o tratamento da IC, contribuindo significativamente para a recuperação e manutenção da saúde dos pacientes. O estudo de Silveira e Abreu (2016) é crucial para entender o panorama atual da reabilitação cardíaca em Portugal e as oportunidades para melhorar e expandir esses programas para atender melhor às necessidades dos pacientes com IC.
6. DISPOSITIVOS E TECNOLOGIAS NO TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
A integração de dispositivos e tecnologias avançadas no tratamento da insuficiência cardíaca (IC) tem revolucionado a forma como a condição é monitorada e gerida, proporcionando novos métodos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e otimizar os resultados clínicos.
O consenso da HRS sobre o uso de dispositivos implantáveis e monitoramento remoto (Slotwiner et al., 2015) é fundamental para entender a aplicação prática e os benefícios desses dispositivos no gerenciamento da IC. O uso de dispositivos cardiovasculares implantáveis, como desfibriladores e marcapassos, permite o monitoramento contínuo e remoto dos pacientes, possibilitando intervenções precoces e reduzindo a necessidade de hospitalizações. Esses dispositivos podem detectar arritmias e outras complicações, proporcionando dados em tempo real que são cruciais para ajustar o tratamento e melhorar a resposta clínica.
A pesquisa de Abraham et al. (2011) sobre o monitoramento hemodinâmico pulmonar wireless em pacientes com IC crônica demonstra o impacto positivo dessa tecnologia na gestão da condição. O monitoramento hemodinâmico permite a avaliação contínua das pressões pulmonares e outros parâmetros críticos, ajudando a identificar exacerbações precoces e a ajustar o tratamento conforme necessário. Essa abordagem inovadora tem o potencial de reduzir a frequência de hospitalizações e melhorar a estabilidade clínica dos pacientes com IC.
O uso de tecnologias avançadas, como dispositivos de monitoramento remoto e sistemas de monitoramento hemodinâmico, tem transformado o tratamento da IC, proporcionando benefícios significativos, incluindo:
a) Detecção Precoce de Exacerbações: A capacidade de monitorar continuamente os pacientes permite a detecção precoce de sinais de deterioração, facilitando intervenções mais rápidas e eficazes.
b) Redução de Hospitalizações: O monitoramento remoto pode contribuir para uma diminuição das hospitalizações ao fornecer dados que permitem ajustes oportunos no tratamento.
c) Melhoria na Qualidade de Vida: A monitorização contínua e a gestão proativa ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, proporcionando um tratamento mais personalizado e adaptado às suas necessidades específicas.
Apesar dos avanços tecnológicos, existem desafios associados à integração de dispositivos e tecnologias no tratamento da IC, incluindo questões de custo, necessidade de treinamento especializado e preocupações com a privacidade dos dados. A adoção eficaz dessas tecnologias requer uma abordagem multidisciplinar e a colaboração entre profissionais de saúde para garantir que as ferramentas sejam usadas de maneira a maximizar os benefícios para os pacientes.
A incorporação de dispositivos e tecnologias no tratamento da IC representa um avanço significativo, oferecendo novas oportunidades para melhorar a gestão da condição e proporcionar melhores resultados para os pacientes. As pesquisas destacadas fornecem uma visão abrangente sobre o impacto e as aplicações dessas tecnologias no tratamento da insuficiência cardíaca.
7 CONCLUSÃO
A revisão integrativa sobre o tratamento da insuficiência cardíaca revela avanços significativos nas abordagens multidisciplinares e no uso de tecnologias emergentes, demonstrando melhorias importantes nos resultados clínicos e na qualidade de vida dos pacientes. A análise das estratégias multidisciplinares mostra que a coordenação de diferentes especialidades pode melhorar o manejo da insuficiência cardíaca, reduzir admissões de emergência e promover um tratamento mais eficiente. Além disso, a utilização de intervenções tecnológicas, como o monitoramento remoto e dispositivos implantáveis, tem demonstrado benefícios substanciais no acompanhamento e na gestão da doença.
O estudo de Mehra et al. (2016) atualiza os critérios de listagem para transplante cardíaco, refletindo o progresso na avaliação e seleção de candidatos, o que tem contribuído para otimizar os resultados e a qualidade de vida dos pacientes. Esta atualização é essencial para compreender como as práticas de transplante evoluíram ao longo dos anos e como os critérios de seleção foram refinados para melhor atender às necessidades dos pacientes com insuficiência cardíaca avançada.
A visão histórica oferecida por Stehlik et al. (2018) sobre os 50 anos de transplante cardíaco destaca não apenas os marcos históricos, mas também as inovações recentes que moldaram a prática atual. Esta perspectiva histórica contextualiza as práticas contemporâneas e evidencia o progresso realizado, ao mesmo tempo em que aponta para as áreas que ainda necessitam de melhorias e pesquisa adicional.
Embora as abordagens atuais tenham mostrado avanços significativos, continuam existindo desafios, como a necessidade de personalização dos tratamentos e a integração eficaz de novas tecnologias. A continuidade da pesquisa é essencial para explorar novas estratégias e otimizar a aplicação das intervenções existentes. A abordagem multidisciplinar permanece central no tratamento da insuficiência cardíaca, oferecendo um manejo coordenado e abrangente que é crucial para enfrentar as complexidades da condição.
Em suma, esta revisão integrativa destaca a importância de uma abordagem multifacetada no tratamento da insuficiência cardíaca, com o objetivo de aprimorar ainda mais a gestão e o cuidado dos pacientes afetados
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1Graduando em Medicina pela Universidad Central Del Paraguay
2Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil
3Graduanda em Medicina pela UNIPE – Centro Universitário de João Pessoa
4Graduanda em Medicina pela UNIPE – Centro Universitário de João Pessoa
5Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
6Graduando em Medicina pela Unesulbahia – faculdades integradas
7Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
8Graduando em Medicina pela Universidade Vila Velha
9Graduanda em Medicina pela Unesulbahia Faculdades Integradas
10Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
11Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
12Graduando em Medicina pela Unesulbahia – faculdades integradas
13Graduanda em Medicina pela UNILAGO União das Faculdades dos Grandes Lagos
14Graduando em Medicina pela Universidade Brasil | 15 Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil