ABORDAGEM HUMANIZADA NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM  

PRESTADAS À SAÚDE DA MULHER NO PUERPÉRIO 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10216788


Cassyane De Oliveira Lucena1;
Maina De Souza Carvalho1;
Fabiana Lopes Pinto1;Silvani Vieira Cardoso2;
Ginarajadaça Ferreira Dos Santos Oliveira2


RESUMO 

Introdução:A enfermagem obstetra representa mais da metade de 3,5 milhões de trabalhadores na área da saúde, sendo uma das principais categorias que são responsáveis pelos cuidados na  promoção, prevenção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde. Objetivo:Analisar a partir de  literaturas já produzidas a importância da humanização na assistência de enfermagem prestadas à  saúde da mulher no puerpério. Metodologia: Desenvolveu-se uma pesquisa descritiva, com  abordagem qualitativa, onde o levantamento bibliográfico foi realizado em um recorte de tempo,  mediante a pesquisas já produzidas em livros e artigos científicos nos períodos 2017 a  2023. Resultados:Os resultados deste artigo mostraram que os enfermeiros obstetras desempenham  um papel relevante na promoção da saúde e do bem-estar durante a gravidez, após o parto e o pós  parto, buscando garantir uma experiência segura, respeitosa e centrada na paciente/cliente.  Conclusão:Ao concluir este estudo, constatou-se, que a enfermagem humanizada a saúde da  mulher no puerpério contribui para que ela se sinta acolhida, respeitada e assistida em suas  necessidades. Essa ideia, promove não apenas a sua recuperação física, mas também, fortalece o  vínculo com o seu bebê contribuindo assim para a promoção de uma maternidade saudável e  satisfatória. 

Palavras Chave: “Humanização”; “Enfermagem”; “Puerpério”.

Introduction: Obstetric nursing represents more than half of 3.5 million health workers, being one of  the main categories that is responsible for care in the promotion, prevention, protection, recovery and  rehabilitation of health. Objective: To analyze, based on already produced literature, the importance  of humanization in nursing care provided to women’s health in the postpartum period. Methodology: A  descriptive research was developed, with a qualitative approach, where the bibliographic survey was  carried out in a time frame, through research already produced and books between the periods 2017 to 2023. Results: The results showed that obstetric nurses play a crucial role in promoting health and  well-being during pregnancy, childbirth and the postpartum period by ensuring a safe, respectful and  woman-centred experience. Conclusion: Upon completion of this study, it was found that humanized  nursing, women’s health in the puerperium contributes to making them feel welcome, respected and  assisted in their needs. This idea promotes not only your physical recovery, but also strengthens the  bond with your baby, contributing to the promotion of a healthy and satisfying motherhood. 

Keywords:“Humanization”; “Nursing”; “Puerperium”. 

1. INTRODUÇÃO 

A temática humanização da enfermagem, na obra “Procedimentos de  enfermagem e o cuidado centrado no paciente e na família” da autoria de Costa  (2021) discute que nas últimas décadas, tem havido uma crescente preocupação em  promover a humanização de enfermagem. 

A enfermagem e o puerpério são dois temas intimamente relacionados, pois,  a enfermagem desempenha um papel fundamental nos cuidados e na assistência  durante esse período pós-parto. O puerpério é o período que se inicia após o parto e  se estende até cerca de 6 a 8 semanas. Durante esse tempo a mulher passa por  diversas mudanças físicas e emocionais e é nesse momento que a enfermagem tem  um papel essencial (GOMES, SANTOS, 2017). 

Refletindo assim, os autores Lima, de Jesus, Silva (2018) explicaram que a  humanização é um tema recorrente tanto nos serviços públicos, quanto nos serviços  privados de saúde. Em 2003, foi lançada pelo Ministério da Saúde a Política  Nacional de Humanização (PNH), tendo como objetivo efetivar os princípios do SUS,  proporcionando uma assistência de qualidade, por meio da tecnologia, comunicação  entre gestores, usuários e trabalhadores. 

A enfermagem obstetra,conforme os estudos de Costa (2021) representam mais da metade de 3,5 milhões de trabalhadores da saúde, sendo uma das  principais categorias que é responsável pelos cuidados na promoção, prevenção,  proteção, recuperação e reabilitação da saúde. Todavia, Sousa et al. (2019) em  seus estudos esclarecem que infelizmente a enfermagem ainda sofre por  desigualdade no ensino e nas qualificações de seus profissionais, remunerações muitas vezes abaixo das necessidades e sobrecarga de trabalhos. Sendo assim, a  luta da enfermagem vai além do reconhecimento e deve ser pautada por melhores  condições de trabalho e salário. 

Levando-se em consideração que as condições de trabalho na área da saúde,  envolvem vários aspectos, como o fortalecimento da gestão do conhecimento, o  diálogo e a integração das equipes multiprofissionais. A temática em questão é  importante porque tem como propósito promover o bem-estar físico, emocional e  social da mulher nesse período tão delicado. Além disso, a abordagem humanizada  na assistência de enfermagem contribui para a promoção da saúde, fortalece o  vínculo entre profissional e paciente, empodera a mulher e auxilia na prevenção e  identificação de complicações. 

É válido afirmar que a humanização no puerpério não é apenas  responsabilidade dos profissionais de saúde, mas também das organizações que  prestam serviços às pacientes. É importante que essas instituições reconheçam a  importância da humanização, invistam em recursos políticas adequadas, e se  comprometam em oferecer um atendimento de qualidade, respeitoso e centrado na  mulher. Por essa razão, levantou-se o seguinte questionamento: De que forma a abordagem humanizada na assistência de enfermagem pode promover o vínculo  entre o profissional e a paciente no puerpério? 

Este estudo justifica-se mediante a necessidade de compreender melhor  sobre a abordagem humanizada na assistência de enfermagem no puerpério, como  forma de garantir a qualidade dos cuidados prestados bem como contribuir para a  saúde e bem-estar da mulher nesse período tão especial. Além disso, espera-se que  esse estudo possa fornecer subsídios para a capacitação de profissionais de  enfermagem e para o aprimoramento das políticas de saúde voltadas para a saúde  da mulher no pós-parto. 

O objetivo deste estudo consiste em proporcionar informações sobre as  práticas da assistência de enfermagem para garantir a qualidade e segurança  durante os cuidados prestados no puerpério. 

2. REFERENCIAL TEÓRICO 

2.1.Cuidados de enfermagem no pré-natal 

A realização dos cuidados de enfermagem no pré-natal é primordial para  garantir uma gestação saudável e um bom desenvolvimento do feto. Esses cuidados  são essenciais para prevenir complicações durante a gestação, auxiliar no controle  de doenças crônicas pré-existentes e orientar a gestante sobre hábitos de vida  saudáveis (GOMES, SANTOS, 2017). 

Durante o puerpério é comum que a mulher tenha sintomas como dor, sangramento vaginal, alterações hormonais, emocionais entre outros. A enfermagem  tem o papel de avaliar e monitorar esses sintomas fornecendo orientações e  intervenções como: realizar o controle da dor por meio do uso de analgésicos e  técnicas não farmacológicas; monitoramento do sangramento vaginal; avaliação das  alterações hormonais; orientações sobre autocuidado; promoção do aleitamento  materno; suporte emocional, e outros para garantir o bem-estar da mulher  (PONTES, 2023). 

A enfermagem também desempenha um papel importante na promoção da  amamentação. Durante o puerpério a mulher está iniciando sua jornada na  maternidade e o aleitamento materno é uma parte essencial desse processo. Os  profissionais de enfermagem têm a responsabilidade de fornecer suporte e  orientações às mães auxiliando no estabelecimento e na manutenção da  amamentação (BARBOSA et al. 2018). 

Outro aspecto relevante descrito pelos autores é o cuidado com o recém nascido durante o puerpério. A enfermagem é responsável por realizar exames  físicos administrar vacinas orientar os cuidados com o bebê entre outras atividades.  Os enfermeiros são capacitados para identificar sinais de problemas de saúde no  recém-nascido e agir prontamente caso seja necessário (BARBOSA et al. 2018). 

Além do cuidado direto a enfermagem também exerce um papel educativo  durante o puerpério. Os profissionais de enfermagem têm a responsabilidade de  educar as mães sobre cuidados pós-parto higiene alimentação saudável prevenção  de doenças entre outros aspectos relevantes para a saúde da mulher e do bebê. 

2.2. Perspectivas sobre as práticas humanizadas pela enfermagem 

As práticas humanizadas pela enfermagem são abordagens que buscam  colocar o paciente no centro do cuidado respeitando suas necessidades individualidade e dignidade (SANTOS, 2017). Envolve a criação de um ambiente  acolhedor e empático onde o paciente se sinta seguro e confortável. Uma das perspectivas sobre a humanização da enfermagem, conforme  Santos (2017) é a valorização da comunicação efetiva entre enfermeiro e paciente.  Isso inclui ouvir atentamente as preocupações e necessidades do paciente explicar  os procedimentos de forma clara e adequada ao seu entendimento e mostrar  empatia e compreensão durante todo o processo de cuidado. 

Sousa et al. (2019) apresentam a conceituação de humanização é uma  questão importante para as pessoas que trabalham na área da saúde,  principalmente para a equipe de enfermagem devido a sua proximidade diária com  os pacientes, do qual deve estar integrada com o restante da equipe de  saúde. Porque o objeto principal é o ser humano com todas as suas necessidades  como: ajuda para se adaptar, companhia, esclarecimentos sobre sua situação de  saúde, incerteza sobre o futuro. 

Sobre as definições relacionadas a humanização de enfermagem, Michelan e  Spiri (2018) em seus estudos esclarecem que os profissionais de saúde devem ter o  objetivo de realizar os seus trabalhos com humanização, baseado no  reconhecimento da dignidade intrínseca do paciente e usuários, para que eles se  sintam o centro das atenções, valorizados como pessoa com todos os seus direitos. 

Considerando os estudos de Souza et al. (2020) a humanização nos cuidados  de enfermagem deve ser constituída por ações transpessoais e intersubjetivas para  proteger, melhorar e preservar a humanidade ajudando a pessoa a encontrar um  sentido para a doença, o sofrimento, a dor, a existência e ajudando o outro a adquirir  autocontrole, autoconhecimento e auto cura. 

Outra perspectiva é apresentada por Lima et al. (2017) é a inclusão da família  e dos cuidadores no processo de cuidado. Conforme os autores, é necessário  reconhecer a importância do apoio social e emocional fornecido pelos familiares e  cuidadores é fundamental para promover a humanização. Isso inclui garantir a  participação dos familiares nas decisões de cuidado fornecer informações e  orientações adequadas e oferecer suporte emocional durante todo o processo. 

Ao analisar a literatura científica sobre as práticas humanizadas no puerpério,  observamos que existem diversas abordagens e perspectivas de autores  especializados no assunto. Um autor amplamente reconhecido na área da  humanização do parto e do puerpério é Michel Odent, descrito nos estudos de Sant’anna (2021)conforme a autora, Odent defende a importância de um ambiente  tranquilo e acolhedor durante o puerpério, estimulando o contato pele a pele entre  mãe e bebê e promovendo a formação de um vínculo seguro. Ele destaca que a  presença contínua de um acompanhante durante o puerpério pode ser benéfica para  a mulher, proporcionando-lhe apoio emocional e auxiliando na adaptação aos  desafios da maternidade (SANT’ANNA, 2021). 

Outro autor relevante é o antropólogo Robbie Davis-Floyd, que enfatiza a  importância da atenção individualizada no puerpério. Ele ressalta que cada mulher  tem suas próprias necessidades e preferências, e é essencial que o cuidado pós parto seja personalizado para atender a essas necessidades. Davis-Floyd destaca a  importância da escuta ativa por parte dos profissionais de saúde, permitindo que a  mulher expresse suas preocupações e desejos, e colaborando para o  estabelecimento de uma parceria de cuidado (GOMES, 2019). 

Caroline Flint é outra autora que se destaca em seus estudos sobre  humanização no puerpério. A autora enfatiza a importância do apoio emocional e  psicológico durante o puerpério, destacando a necessidade de reconhecer os  desafios emocionais e psicológicos que podem surgir nesse período. Ela defende a  implementação de programas de suporte e acompanhamento pós-parto, visando à  promoção da saúde mental da mulher e prevenção da depressão pós-parto (NETO,  2021). 

Além desses autores, Neto (2021) explica que existem outros que contribuem  para a discussão sobre práticas humanizadas no puerpério, trazendo perspectivas  diferentes e enriquecedoras. Entre as temáticas abordadas, destacam-se a  promoção da amamentação, o estímulo ao cuidado respeitoso e não invasivo no  puerpério, a valorização da presença do acompanhante no processo de recuperação  pós-parto, entre outros aspectos. 

2.3.Práticas utilizadas no puerpério 

Nas últimas décadas, tem havido uma crescente preocupação em promover  práticas humanizadas durante o puerpério, com o objetivo de proporcionar às  mulheres uma experiência mais tranquila, acolhedora e respeitosa nesse período tão  sensível. Diante desse contexto, alguns estudos revelam que existem várias práticas humanizadas que podem ser adotadas durante o puerpério para promover o bem estar da mulher.  

Para Moira (2017) algumas dessas práticas incluem: Respeitar a privacidade  e a intimidade da mulher. Conforme os autores, durante o puerpério, a mulher  precisa de espaço e tranquilidade para se recuperar física e emocionalmente. É  importante que os profissionais de saúde respeitem sua privacidade e intimidade,  evitando realizar procedimentos invasivos sem a devida autorização. 

Oferecer suporte emocional: O puerpério é um período de intensas mudanças  hormonais e emocionais. É fundamental que os profissionais de saúde ofereçam  suporte emocional e estejam disponíveis para ouvir e acolher as angústias e dúvidas  das mulheres (NOGUEIRA, OLIVEIRA, 2017). 

Nos estudos de Farias et al. (2020) os autores incluem as práticas de  promoção a amamentação. Para os autores, a amamentação é uma das práticas  mais importantes durante o puerpério. Portanto, os profissionais de saúde devem  estar preparados para auxiliar as mulheres na amamentação, oferecendo  orientações e suporte adequados. 

Estimular o vínculo mãe-bebê: O puerpério é um momento importante para a  formação do vínculo afetivo entre a mãe e o bebê. Os profissionais de saúde podem  ajudar a promover esse vínculo, incentivando o contato pele a pele, o aleitamento  materno e a participação ativa da mãe nos cuidados com o bebê (FARIAS et al.  2020). 

Garantir uma recuperação física adequada: Durante o puerpério, a mulher  precisa de cuidados físicos especiais, como repouso, alimentação saudável e  exercícios adequados. Os profissionais de saúde devem fornecer as orientações  necessárias para garantir uma recuperação física adequada (FARIAS et al. 2020). 

Além dessas práticas, existem outras intervenções humanizadas que podem  ser adotadas durante o puerpério, como oferecer acompanhamento domiciliar,  disponibilizar informações sobre cuidados com o recém-nascido e propiciar  momentos de relaxamento e lazer para a mulher (FARIAS et al. 2020). 

2.4. Obstetrícia puerpério e a Legislação pré-natal 

Na enfermagem, a obstetrícia puerpério refere-se ao cuidado prestado às  mulheres no período pós-parto. Os enfermeiros obstetras desempenham um papel fundamental nesse período, fornecendo assistência e suporte às mulheres durante a  recuperação física e emocional após o parto (DANTAS et al. 2019). Durante o puerpério, os enfermeiros obstetras realizam avaliações regulares  da mãe, verificando sinais vitais, incisões cirúrgicas (no caso de cesariana), controle  de sangramento, avaliação da involução uterina, entre outros. Eles também  monitoram a amamentação, auxiliando as mães com técnicas de amamentação  adequadas e fornecendo orientações sobre cuidados com o recém-nascido  (CABRAL et al. 2018). 

Além disso, os enfermeiros obstetras também desempenham um papel  importante na educação e no suporte emocional às mães. Eles fornecem  informações sobre autocuidado, higiene perineal, contracepção pós-parto, sinais de  complicações e cuidados com o bebê. Também podem oferecer suporte emocional,  ajudando as mães a lidar com as mudanças físicas e emocionais que ocorrem  durante o puerpério (CABRAL et al. 2018). 

Os enfermeiros obstetras trabalham em conjunto com outros profissionais de  saúde, como médicos obstetras, pediatras e assistentes sociais, para garantir uma  assistência integrada e abrangente às mulheres no período pós-parto. Seu objetivo é  promover a saúde e o bem-estar da mãe e do bebê, prevenindo complicações e  garantindo uma transição suave para a maternidade (POLES et al. 2018). 

No Brasil, a legislação do pré-natal é regulamentada pela Lei nº 11.634/2007,  que estabelece a obrigatoriedade do acompanhamento pré-natal para todas as  gestantes. Essa lei garante o acesso gratuito ao pré-natal, incluindo consultas,  exames e vacinas, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é garantir a  saúde da mãe e do bebê, prevenindo complicações e reduzindo a mortalidade  materna e infantil. Além disso, a legislação trabalhista no Brasil também prevê  direitos específicos para as gestantes, como a estabilidade no emprego desde a  confirmação da gravidez até 5 meses após o parto, licença-maternidade de 120 dias,  garantia de retorno ao mesmo cargo ou equivalente após a licença, entre outros  benefícios (GOMES, 2019). 

Essas medidas visam proteger a saúde e os direitos das gestantes,  garantindo um acompanhamento adequado durante a gestação, parto e pós-parto,  além de assegurar condições favoráveis para a conciliação entre maternidade e  trabalho (GOMES, 2019). 

2.5.Desafios atuais da área de enfermagem para a efetivação de uma  assistência humanizada 

A enfermagem enfrenta vários desafios para efetivar uma assistência  humanizada aos pacientes. No que concerne a discutir alguns desafios atuais da  área de enfermagem para a efetivação de uma assistência humanizada, Martins e  Passos (2021) em seus estudos apontaram que os principais desafios são: o  relacionamento entre profissionais e usuários, a sobrecarga de trabalho dos  profissionais de saúde, a ausência de espaço adequado para reorganizar o processo  de trabalho as filas de espera. Tais fatores fragilizam a proposta do acolhimento e  coloca em risco a longitudinalidade no cuidado para os usuários da APS no Brasil. 

Nos estudos de Oliveira & Santos (2020) a ausência de recursos adequados está entre um dos maiores desafios encontrados na área de enfermagem. Conforme  os autores, a falta de recursos materiais e tecnológicos necessários para a  prestação de assistência pode dificultar a entrega de cuidados humanizados. Isso  inclui desde materiais básicos de enfermagem até equipamentos médicos de última  geração. 

Para os autores Rodrigues, Pereira, Ferreira (2020) a falta de envolvimento  do paciente na tomada de decisões sobre sua própria saúde e cuidados pode  dificultar a personalização da assistência e a promoção da autonomia do paciente.  Tendo em vista que, o envolvimento ativo do paciente no planejamento e execução  dos cuidados é essencial para uma assistência humanizada. 

Rocha e Spagnuolo (2016) explicaram em seus estudos explicam ser um  desafio na incorporação do acolhimento a exigência de produção, a imprevisibilidade  na procura pelo atendimento, o imediatismo na resolução dos problemas e recursos  humanos insuficientes. Este último fator afetando diretamente os primeiros. 

3. METODOLOGIA 

Para melhor compreensão sobre o assunto abordado, optou-se em realizar  uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, que teve como objetivo  proporcionar informações sobre as práticas da assistência de enfermagem para  garantir a qualidade e segurança durante os cuidados prestados no puerpério,  através de uma revisão integrativa de literatura, onde o levantamento bibliográfico foi  realizado em um recorte de tempo. 

Este estudo foi construído baseando-se no método de Mendes, Silveira e  Galvão (2008), cujas etapas foram: 

1. Seleção da pergunta de pesquisa: De que forma a abordagem humanizada  na assistência de enfermagem pode promover o vínculo entre o profissional e a  paciente no puerpério? 

2. Definição de critérios de inclusão dos estudos e seleção dos estudos:  Estudos publicados em periódicos científicos, dissertações, teses ou livros; Estudos  que abordem a assistência de enfermagem humanizada prestada à saúde da mulher  no puerpério; Estudos que tenham sido realizados em qualquer país ou contexto; 

Estudos que tenham sido publicados nos últimos 10 anos; Estudos que estejam  disponíveis em língua portuguesa, inglesa ou espanhola. 

3. Características representativas por meio de tabelas: Sobre os materiais  utilizados para a elaboração deste estudo, foi realizado uma revisão integrativa de  literatura com base no total de 9 artigos selecionados, que se adequavam ao tema  proposto. Abaixo estão as bases de dados, artigos encontrados, excluídos e  selecionados conforme critérios descritivos na metodologia (Quadro 1): 

Quadro 1: Base de Dados 

BASE DE DADOS ARTIGOS  ENCONTRADOSARTIGOS  EXCLUÍDOSARTIGOS  SELECIONADOS
Revista Brasileira de  Sexualidade Humana12 artigos 11 artigos 1 artigo
Repositório Institucional  da UFP7 artigos 6 artigos 1artigo
Revista Científica  Multidisciplinar Núcleo do  Conhecimento24 artigos 23 artigos 1 artigo
Repositório PUC Goiás 5 artigos 4 artigos 1 artigo
Revista Brasileira de  Enfermagem REBEn32 artigos 30 artigos 2 artigos
Revista Eletrônica Acervo  Saúde16 artigos 15 artigos 1 artigo
Repositório UFSC 9 artigos 7 artigos 2 artigos

A busca on-line por artigos originais nas bases de dados: Repositório Anima  Educação; SciELO; Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento;  Repositório PUC Goiás; Revista Brasileira de Enfermagem; Revista Eletrônica  Acervo Saúde; Repositório UFSC.Foi realizada a associação dos descritores  utilizando o booliano AND e OR, para refinamento dos estudos: PUERPÉRIO,  ENFERMAGEM; HUMANIZAÇÃO.  

Após coleta de dados, foi realizada uma leitura sistematizada interpretativa e  criteriosa de todos os textos selecionados, na íntegra, foi elaborado um roteiro com  as seguintes informações: Autores, título, período, tipo de estudo, sujeitos da  pesquisa, principais resultados e conclusões. Através desse roteiro, foi realizada  uma análise confrontando as opiniões distintas dos autores. Por se tratar de revisão  integrativa de literatura, o presente estudo não foi submetido a um comitê de ética. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

4.1. Resultados 

Na perspectiva de realizar a discussão, dividiu-se este estudo nos seguintes  tópicos: Conhecer na literatura a importância da assistência de enfermagem  humanizada prestados a puérpera; identificar os principais desafios enfrentados  pelas mulheres durante o puerpério; Descrever as práticas humanizadas pela  enfermagem no cuidado puerperal. Abaixo estão as obras selecionadas conforme  critérios descritivos na metodologia (Quadro 2). 

ANO TÍTULO AUTORES FONTE
2023 Sexualidade feminina após o parto  vaginal: relatos sobre o puerpério de  mulheres primíparas.MOURA,  GALVÃO.Revista Brasileira de  Sexualidade Humana
2023 Atuação da fisioterapia no puerpério: Uma  revisão de literatura.COUTINHO et al. Revista Científica  Multidisciplinar
2021 O papel do enfermeiro obstetra no  parto normal humanizado.SILVA, MENDONÇARevista Científica  Multidisciplinar Núcleo  do Conhecimento.
2021 Depressão pós-parto: doença que rouba  momentos entre mãe e filho.MENEZES. Repositório PUC Goiás.
2021 A importância da comunicação  interprofissional no trabalho do enfermeiro  em um ambiente hospitalar.OLIVEIRA, SOUSA,  SANTOS.Rev Bras Enferm.  REBEn
2020 Florence Nightingale: Legado, presente e  perspectivas em tempos de pandemia da  covid-19BREIGEIRON,  VACCARI, RIBEIRO.Rev Bras Enferm. REBEn
2020 Percepção de mulheres sobre o preparo  para o parto em tempos de pandemia:  análise fundamentada na teoria da  adaptação de Roy.PICKLER Repositório Institucional  UFSC
2018 Cuidado em saúde à luz da teoria de Jean  Watson: discurso de profissionais e  assistidos.COSTA Repositório Institucional  da UFP
2019 Percepção de mulheres sobre a  assistência ao parto realizada por  enfermeiras obstetras em uma  maternidade pública do sul do Brasil.RIBEIRO et al. Repositório UFSC

Fonte: Elaborado pelas autoras (2023). 

4.2 Discussão dos resultados 

A assistência de enfermagem humanizada prestada à puérpera, ou seja, a  mulher após o parto, é de extrema importância para garantir o cuidado de qualidade,  promovendo sua recuperação física e emocional. Nesse viés, Costa (2018)  baseando-se na “Teoria do Cuidado Transpessoal” de Jean Watson, enfatiza a  importância da interação entre o enfermeiro e o paciente, levando-se em  consideração as necessidades físicas, emocionais, mentais e espirituais do  indivíduo. Destacando assim, a importância de se criar um ambiente de confiança,  empatia e respeito para promover a cura. 

Por outro lado, os autores Breigeiron, Vaccari, Ribeiro (2020) baseando-se na  teoria de Florence Nightingale, que é considerada a “mãe da enfermagem moderna”  enfatizam a importância da higiene, alimentação adequada, conforto e cuidados  emocionais para a recuperação dos pacientes. Conforme os autores, esses  princípios se aplicam também a assistência de enfermagem prestada à puérpera. 

Para a autoraPickler (2020) baseando-se na Teoria da Adaptação de Callista  Roy, no qual se baseia na ideia de que o ser humano é um sistema adaptativo que  tenta manter o equilíbrio diante das mudanças ambientais, explica que a assistência  de enfermagem à puérpera deve ser holística, abordando todos os aspectos físicos,  emocionais e sociais do puerpério, buscando sempre promover a adaptação e o  bem-estar da puérpera nesse período importante da vida. 

No que concerne a identificar os principais desafios enfrentados pelas  mulheres durante o puerpério, os estudos de Menezes (2021) mostraram que a  depressão pós-parto. Isso ocorre pelo fato da depressão pós-parto, ser uma  condição mental que pode afetar as mulheres após o parto, resultando em  sedimentos persistentes de tristeza, desesperança, falta de energia e perda de  interesse nas atividades diárias. Esses sentimentos podem interferir no cuidado e no  vínculo com o bebê, além de afetar o bem-estar geral da mulher. 

Os estudos de Coutinho et al. (2023) mostraram que a amamentação também  é considerada um dos principais desafios enfrentados pelas mulheres no puerpério.  Tendo em vista que, a amamentação pode ser um processo complexo e desafiador  para muitas mulheres. Algumas delas podem encontrar dificuldades na pega correta  do bebê, dor ou desconforto durante a amamentação, problemas na produção de  leite e outros. 

Em contrapartida, nos estudos de Mourae Galvão (2023) constataram que  durante a gravidez, o corpo da mulher passa por diversas alterações para acomodar  o crescimento do bebê, com o aumento de peso, distensão abdominal, alterações  nos seios e alterações hormonais. Após o parto, essas mudanças continuam, mas  agora há também a adaptação para o retorno ao estado pré-gravidez. O corpo ainda  está se recuperando da gestação e parto, o que pode incluir a cicatrização do  períneo, recuperação muscular e volto do útero ao tamanho normal. Essas  mudanças físicas podem causar desconfortos, dores e inseguranças em relação ao  corpo. 

Referente a descrever as práticas humanizadas pela enfermagem no cuidado  puerperal, os autores Silva e Mendonça (2021) em seus estudos identificaram o  acolhimento e escuta, como práticas humanizadas que têm como objetivo promover  a saúde e a qualidade de vida da mãe e do bebê, além de proporcionar uma  experiência positiva e gratificante para a família nesse período pós-parto. 

Os autores Oliveira, Santos, Santos (2021) identificaram que a monitoração a  puerperal está entre uma das formas de atendimento humanizado realizado pelos enfermeiros durante o cuidado pós-parto. Conforme os autores, a monitoração  puerperal consiste na avaliação contínua dos sinais vitais da mulher no período pós parto, incluindo a verificação da pressão arterial, frequência cardíaca e temperatura  corporal. 

Nos estudos de Ribeiro et al. (2019) o cuidado pós-parto é descrito como uma  das formas pelas quais os enfermeiros obstetras devem realizar o atendimento.  Conforme a autora, após o parto, os enfermeiros obstetras continuam a fornecer  cuidados às mães e aos recém-nascidos monitorando sua saúde e oferecendo  suporte físico emocional e educacional. Eles auxiliam na adaptação da mulher às  mudanças pós-parto oferecendo orientações sobre autocuidado amamentação  planejamento familiar e prevenção de complicações pós-parto. 

Sobre as percepções descritas acima, chega-se ao entendimento de que  essas são apenas algumas das atuações dos enfermeiros obstetras no cuidado  humanizado à mulher no período pós-parto. Por essa razão, conclui-se que os  enfermeiros obstetras desempenham um papel crucial na promoção da saúde e do  bem-estar durante a gravidez parto e pós-parto garantindo uma experiência segura  respeitosa e centrada na mulher. 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A partir dos estudos apresentados, chegou-se ao entendimento de que tem  sido uma busca incansável definir qual é a verdadeira missão da humanização na  enfermagem. Ao observar uma vasta bibliografia a esse respeito, constatou-se  existir vários significados sobre a missão dos cuidados, seja no cuidado como  tratamento humano, no cuidado como um imperativo moral, no cuidado como  cuidado biológico e, por fim, no cuidado como ação terapêutica em que o paciente  percebe suas necessidades. 

No que concerne a conhecer na literatura a importância da assistência de  enfermagem humanizada prestados a puérpera, constatou-se que as abordagens  centradas nos cuidados, no respeito e na empatia são essenciais para promover o  bem-estar físico emocional e psicológico da mulher no pós-parto. Tendo em vista  que uma assistência humanizada ajuda a fortalecer a autoestima da mulher, reduzir  a ansiedade e o estresse, promover a confiança no processo de parto e fortalecer o  vínculo mãe-bebê 

Sobre identificar os principais desafios enfrentados pelas mulheres durante o  puerpério, constatou-se que a depressão pós-parto, está entre um dos maiores  desafios enfrentados por mulheres grávidas. Isso decorre pelo fato da depressão  pós-parto, ser uma condição comum que afeta muitas mulheres após o nascimento  do bebê. 

E por fim, referente a descrever as práticas humanizadas pela enfermagem  no cuidado puerperal, constatou-se que os cuidados de enfermagem devem ser  pautados em valores como ter ética, respeito, prudência, preocupação com as  pessoas, sensibilidade à vulnerabilidade das grávidas e compreensão do sofrimento  do paciente/usuário. 

Ao concluir este estudo, constatou-se que a abordagem humanizada na  assistência de enfermagem prestada à saúde da mulher no puerpério, poderá contribuir para que a paciente/cliente se sinta acolhida, respeitada e assistida em  suas necessidades. Essa ideia promove não apenas a sua recuperação física, mas  também fortalece o vínculo da paciente/cliente com o seu bebê, contribuindo assim,  para a promoção de uma maternidade saudável e satisfatória. Espera-se que mais  pesquisas acerca deste tema sejam desenvolvidas. 

REFERÊNCIAS 

BARBOSA, E.M., et al. Necessidades de autocuidado no período pós-parto  identificadas em grupos de puérperas e acompanhantes. Rev. Enferm.  AtençãoSaúde, p. 166, 2018. Disponível em:  https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-912706. Acesso em: 02 jun.  2023. 

BARRETO, M.S., et al. Sistematização da assistência de enfermagem: a práxis  do enfermeiro de hospital de pequeno porte.Esc Anna Nery. v. 24, n. 4, 2020.  Disponível em:  https://www.scielo.br/j/ean/a/hCMd9nm7tSRS7WzfdSBMFxF/?lang=pt. Acesso em:  23 mar. 2023. 

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1Acadêmica do Grupo Wyden Educacional na Faculdade Martha Falcão. Graduação em Enfermagem  pela Faculdade Martha Falcão. Contatos: (97) 998412-1967 E-mail: cassylucena88@gmail.com
1Acadêmica do Grupo Wyden Educacional na Faculdade Martha Falcão. Graduação em Enfermagem  pela Faculdade Martha Falcão. Contatos: (92) 99476-9351 E-mail: mainacarvalho2002@gmail.com ¹Acadêmica do Grupo Wyden Educacional na Faculdade Martha Falcão.Graduação em Enfermagem pela Faculdade Martha Falcão.Contatos: (92) 98469-6824 E-mail: fabianajkloppes@gmail.com
2Profa. Orientadora da Graduação de Enfermagem pelo Grupo Wyden Educacional na Faculdade  Martha Falcão. Pós-Graduação em Enfermagem em Terapia Intensiva – FACE. Pós-Graduação em  Transplante de Órgãos e Tecidos – FABRA. Mestrado em Enfermagem no Contexto Amazônico – UFAM. Contatos: (92) 99523-2911. E-mail: silvani.cardoso@professores.fmf.edu.br 2Profa. Orientadora da Graduação de Enfermagem pelo Grupo Wyden Educacional na Faculdade  Martha Falcão. Doutorado em Biotecnologia – UFAM. Contatos: (92) 99273-0792 E-mail:  ginarajadaca@yahoo.com.br