ABORDAGEM CLÍNICA DA NEUTROPENIA FEBRIL E DA SEPSE EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8188191


Raquel Araújo Lucas Novacki1; Mariana Guimarães Rodrigues2; Mábio Guerra Braga3; Jêmina Norâmy Neves Palheta4; Bruna Luiza Caldeira Tosta5; Pâmela Carolini Thomas Pies6; Isabella Candida Vargas7; Dyenifer Aline Bólico8; Lara Ferreira Gomes9; Lorena Machado Freire de Carvalho10; Debora Caroline Silva Penna11; Narielly Cristina Rezende Viana12; Gabriel Cruvinel Carvalho13; Douglas Anese14; Martha Eliana Waltermann15


RESUMO 

Introdução: A neutropenia febril e a sepse são complicações clínicas de grande relevância na oncologia pediátrica e representam desafios significativos para os profissionais de saúde que cuidam de crianças com câncer ou outros problemas de saúde infantil. A neutropenia febril é uma condição caracterizada por uma diminuição acentuada no número de neutrófilos, um tipo de glóbulo branco essencial para o sistema imunológico. Frente ao exposto, a realização desta pesquisa, justifica-se pela sua relevância acadêmica, científica e social, cujo intuito incide em proporcionar um conhecimento atualizado referente às complicações e abordagem clínica da neutropenia febril e sepse. Objetivo: Evidenciar, através da literatura científica, o manejo clínico neutropenia febril e sepse. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa realizado por meio de um levantamento de dados nas bases LILACS e SCIELO. Resultados e Discussões: A abordagem clínica dessas complicações em oncologia pediátrica requer uma equipe multidisciplinar, incluindo oncologistas, hematologistas, infectologistas e profissionais de cuidados intensivos. A tomada de decisão compartilhada e o trabalho em equipe são essenciais para garantir o melhor cuidado possível a esses pacientes vulneráveis. Além disso, o suporte emocional aos pacientes e suas famílias é igualmente importante, pois enfrentar complicações graves como a neutropenia febril e a sepse pode ser altamente estressante e impactante para todos os envolvidos. Conclusão: A conscientização sobre a importância da neutropenia febril e da sepse em oncologia pediátrica é essencial para que os profissionais de saúde estejam preparados para lidar com essas situações desafiadoras. Através do conhecimento atualizado e do comprometimento com a excelência no cuidado, é possível melhorar os resultados clínicos e oferecer uma esperança renovada para as crianças que lutam contra o câncer.

INTRODUÇÃO 

A neutropenia febril e a sepse são complicações clínicas de grande relevância na oncologia pediátrica e representam desafios significativos para os profissionais de saúde que cuidam de crianças com câncer ou outros problemas de saúde infantil. A neutropenia febril é uma condição caracterizada por uma diminuição acentuada no número de neutrófilos, um tipo de glóbulo branco essencial para o sistema imunológico  (Negrete et al., 2021).

Pacientes submetidos a quimioterapia intensiva ou transplantes de medula óssea geralmente desenvolvem neutropenia febril e são altamente suscetíveis a infecções graves. Quando um paciente neutropênico desenvolve febre, isso é uma grande preocupação, pois pode ser o primeiro sinal de uma infecção potencialmente fatal, como sepse. A sepse é a resposta inflamatória sistêmica do corpo à infecção, resultando na disfunção de órgãos e sistemas vitais (Cipriani et al., 2022). 

Na oncologia pediátrica, a sepse é uma preocupação particular porque crianças com sistema imunológico enfraquecido correm maior risco de desenvolver sepse, que progride rapidamente para choque séptico. Assim, a neutropenia febril e sepse são emergências médicas que requerem abordagens clínicas rápidas, precisas e multidisciplinares  (Negrete et al., 2021).

Dada a complexidade do tratamento e a gravidade potencial dessas complicações, uma equipe multidisciplinar de oncologistas pediátricos, hematologistas, especialistas em doenças infecciosas e médicos pediátricos intensivos trabalha em conjunto para oferecer aos pacientes o melhor cuidado possível (Oliveira et al., 2019). 

Além disso, lidar com esses sintomas pode ser muito estressante e mudar a vida de todos os envolvidos, por isso é importante fornecer apoio emocional não apenas ao paciente, mas também a seus familiares. Frente ao exposto, a realização desta pesquisa, justifica-se pela sua relevância acadêmica, científica e social, cujo intuito incide em proporcionar um conhecimento atualizado referente às complicações e abordagem clínica da neutropenia febril e sepse. 

OBJETIVO 

Evidenciar, através da literatura científica, o manejo clínico neutropenia febril e sepse. 

METODOLOGIA 

Este estudo, trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura, do tipo integrativa, realizada entre o mês de Julho de 2023. Este tipo de estudo, permite reconstruir redes de pensamentos e conceitos que articulem o conhecimento de uma variedade de fontes para revisar a produção científica disponível e traçar um rumo na direção do objetivo desejado. 

Todas as etapas desenvolvidas nesta revisão foram de maneira independente, realizadas pelos autores da pesquisa. Cujo intuito, foi responder a seguinte pergunta norteadora: Qual o manejo clínico neutropenia febril e sepse?

Para que a pergunta de pesquisa fosse respondida, seguiu-se os seguintes métodos: levantamento de dados, seleção, extração de informações, análise e apresentação dos resultados. Por tratar-se de uma revisão integrativa, não houve necessidade de encaminhar o projeto para apreciação do Comitê de Ética (CEP). 

O levantamento de dados ocorreu por meio de buscas nas bases científicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO) por meio da aplicabilidade dos Descritores em Ciências da Saúde (DEcS): Neutropenia febril, Sepse e Oncologia intermediados pelo operador booleano AND.

Para garantir a elegibilidade dos resultados apresentados, os artigos selecionados seguiram os seguintes critérios de inclusão: Trabalhos gratuitos, disponíveis na íntegra, no idioma português, publicados nos últimos 5 anos e que atenderam ao objetivo proposto. Já os critérios de exclusão definidos foram: Artigos incompletos, duplicados em mais de uma base de dados, monografias e dissertações e teses.

Para garantir a elegibilidade dos estudos selecionados, de primeira instância, mediante análise dos títulos, foram excluídos de maneira manual, os artigos que não se relacionavam com o tema. Por conseguinte, mediante a leitura dos resumos, foram excluídos os estudos que não atenderam aos critérios de elegibilidade definidos. Com a leitura na íntegra, realizou-se novas exclusões, selecionando apenas os estudos com resultados relevantes e que respondessem ao problema de pesquisa. 

Com o levantamento de dados, emergiram na literatura 44 resultados, respectivamente: 32 na SCIELO e 12 na LILACS, destes, com a leitura dos resumos e aplicabilidade dos critérios definidos, este número reduziu para 28 ficando 17 na SCIELO e 11 na LILACS, com a leitura na íntegra, selecionou-se 6 estudos para compor a amostra final. 

RESULTADOS E DISCUSSÕES 

A abordagem clínica da neutropenia febril e da sepse em oncologia pediátrica representa um desafio significativo para os profissionais de saúde que lidam com pacientes em tratamento contra o câncer. A neutropenia febril é uma complicação comum em crianças submetidas à quimioterapia ou transplante de medula óssea, resultando em uma contagem reduzida de neutrófilos, células essenciais para o sistema imunológico. A ocorrência de febre em pacientes neutropênicos é uma situação crítica, pois pode indicar uma infecção grave, frequentemente associada à sepse, uma síndrome com altas taxas de morbidade e mortalidade (Oliveira et al., 2019). 

O tratamento oncológico intensivo enfraquece o sistema imunológico, tornando as crianças mais suscetíveis a infecções oportunistas. Por isso, a neutropenia febril é uma complicação de grande preocupação, uma vez que uma resposta clínica rápida e adequada é essencial para garantir a sobrevivência dos pacientes. A identificação precoce da causa da febre e o início imediato de terapia antimicrobiana adequada são fundamentais para melhorar os resultados desses pacientes vulneráveis  (Cipriani et al., 2022). 

A abordagem clínica da neutropenia febril e da sepse em oncologia pediátrica inclui uma avaliação minuciosa do estado clínico do paciente, histórico de tratamentos anteriores, possíveis fontes de infecção e exames laboratoriais para identificar o agente infeccioso. A administração empírica de antibióticos de amplo espectro é prática comum para cobrir um amplo espectro de microrganismos, enquanto os resultados dos exames são aguardados. No entanto, o uso racional de antibióticos é crucial para evitar resistência e outros efeitos adversos (Silva et al., 2021).

Em pacientes oncológicos pediátricos, a sepse pode progredir rapidamente para um estado de choque séptico, exigindo intervenção médica imediata e suporte intensivo. Nesses casos, a equipe de saúde deve estar preparada para conduzir tratamentos de suporte, como administração de fluidos, suporte respiratório e monitoramento hemodinâmico contínuo  (Maza, 2022).

A abordagem clínica dessas complicações em oncologia pediátrica requer uma equipe multidisciplinar, incluindo oncologistas, hematologistas, infectologistas e profissionais de cuidados intensivos. A tomada de decisão compartilhada e o trabalho em equipe são essenciais para garantir o melhor cuidado possível a esses pacientes vulneráveis. Além disso, o suporte emocional aos pacientes e suas famílias é igualmente importante, pois enfrentar complicações graves como a neutropenia febril e a sepse pode ser altamente estressante e impactante para todos os envolvidos (Cerqueira et al., 2023).

A identificação precoce da causa da febre e o início imediato da terapia antimicrobiana apropriada são essenciais para aumentar as chances de sobrevivência desses pacientes vulneráveis. A administração empírica de antibióticos de amplo espectro é comum no manejo inicial de neutropenia febril e sepse em oncologia pediátrica e destina-se a cobrir uma ampla gama de agentes infecciosos (Negrete et al., 2021). 

No entanto, o uso racional de antibióticos é fundamental para prevenir o desenvolvimento de resistência bacteriana e minimizar efeitos colaterais indesejados. Além disso, a abordagem clínica deve incluir suporte de cuidados intensivos para estabilizar os sinais vitais do paciente e garantir o tratamento adequado  (Cipriani et al., 2022). 

Assim, compreender essas complexidades e aprimorar a qualidade dos cuidados oferecidos a esses pacientes é essencial para melhorar os desfechos clínicos e a qualidade de vida de crianças enfrentando o câncer e suas complicações (Maza, 2022).

CONCLUSÃO 

Evidenciou-se nesta pesquisa que o manejo clínico da neutropenia febril e da sepse em oncologia pediátrica deve ser conduzido por uma equipe especializada e colaborativa, incluindo oncologistas, hematologistas, infectologistas e intensivistas pediátricos. A abordagem individualizada de cada paciente é essencial para garantir o melhor cuidado possível, adaptando o tratamento às necessidades e peculiaridades de cada caso.

Avanços contínuos em pesquisas e tecnologias médicas são essenciais para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida das crianças que enfrentam a neutropenia febril e a sepse em oncologia pediátrica. Novas abordagens terapêuticas, aprimoramento no diagnóstico precoce e medidas preventivas são fundamentais para reduzir a incidência e o impacto dessas complicações.

Portanto, a conscientização sobre a importância da neutropenia febril e da sepse em oncologia pediátrica é essencial para que os profissionais de saúde estejam preparados para lidar com essas situações desafiadoras. Através do conhecimento atualizado e do comprometimento com a excelência no cuidado, é possível melhorar os resultados clínicos e oferecer uma esperança renovada para as crianças que lutam contra o câncer.

REFERÊNCIAS

CERQUEIRA, João Pedro Franco et al. Uma análise sobre as características da neutropenia febril: revisão de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 15, n. 3, p. e9869-e9869, 2022.

CIPRIANI, Marina; DA SILVA SIMÕES, Ana Carolina; PEREIRA, Eduardo Manoel. Retrospective epidemiological and clinical study of antineoplastic-induced febrile neutropenia in pediatric and juvenile patients. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 1, p. 808-828, 2022.

MAZA, Lariza. Análise de custo efetividade do tratamento antifúngico empírico de pacientes oncológicos com neutropenia febril. Revista Renome. 2022.

NEGRETE, Elsa Lissette Hernández et al. Neutropenia febril en pacientes oncológicos pediátricos. RECIAMUC, v. 5, n. 1, p. 130-139, 2021.

OLIVEIRA, Patrícia Peres et al. Cuidados de enfermagem para pacientes oncológicos neutropênicos: scoping review. Revista Renome, v. 8, n. 2, p. 17-28, 2019.

SILVA, Miriam Maria Mota; OLIVEIRA-FIGUEIREDO, Danielle Samara Tavares de; CAVALCANTI, Adilma da Cunha. Prevalência e fatores associados à sepse e choque séptico em pacientes oncológicos em terapia intensiva. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 75, 2021.


1Medicina pela Faculdade Morgana Potrich – FAMP, Mineiros, GO. E-mail: raquelalnovacki@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0004-9523-1983
2Medicina pela UNIVAG, Várzea Grande – MT. E-mail: mariana-guimaraess@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0008-6307-453X
3Medicina pela Universidade de Rio Verde, Goianésia, GO. E-mail: mabio_guerra@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0007-6060-7938
4Medicina pelo Centro Universitário de Mineiros, Mineiros, GO. E-mail: jeminaneves@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0003-3884-2502
5Medicina pela Faculdade Morgana Potrich – FAMP, Mineiros, GO. E-mail: brunacaldeira.tosta@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0001-7424-242X
6Médica pela Universidade de Várzea Grande (UNIVAG), Várzea Grande, Mato Grosso E-mail: pamela_pies@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0005-4413-9391
7Medicina pelo Centro Universitário de Mineiros, UNIFIMES, GO E-mail: isabellacandida18@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0055-7936
8Médica pelo Centro Universitário de Mineiros, UNIFIMES, GO. E-mail: dyeni_bolico@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0000-4630-2037
9Farmácia pela Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO. E-mail: larafgomess@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0001-4270-9259
10Médica pela Unifamaz, Belém, PA. E-mail: Lorenacarvalhofreirec@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3397-105X
11Farmácia pela Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO. E-mail: deboracarolyne@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0006-5062-9765
12Farmácia pela Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO. E-mail: nariellycristina01@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0005-6510-3582
13Farmácia pela Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO. E-mail: gabrielcruvinel456@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0002-5018-543X
14Medicina pela Universidade de Cuiabá, MT. E-mail: Douglas.unic.anese@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0009-0005-5940-4231
15Mestra em Promoção da Saúde, Desenvolvimento Humano e Sociedade, Universidade  Luterana do Brasil. E-mail: martha.waltermann@ulbra.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1780-8888