ABORDAGEM CIRÚRGICA DE HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS: RELATO DE CASO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10251213


Raynna Prado Araújo1
Coautores:
Rayssa Moraes do Nascimento1
Gabriel Guedes Farias de Carvalho1
Lara Beatriz Leal Deusdará Araújo1
Judimilla Almeida Pinheiro2
Orientador: Eduardo Gomes Meneses de Santana II1


RESUMO: 

INTRODUÇÃO: Histiocitose de células de Langerhans (HCL) é associada a alterações genéticas na via da proteína quinase ativada por mitógeno, que podem levar a diversos tipos de câncer. Tem incidência de 5–10 casos/milhão de crianças/ano. Requer anamnese e exame físico detalhados, pois HCL pode afetar qualquer órgão. Diagnóstico definitivo requer biópsia. Decisões relativas ao tratamento baseiam-se em manifestações clínicas, tamanho e localização da lesão. Por ser rara e grave, esse trabalho busca trazer à luz essa patologia, para que a sociedade médica em geral saiba manejá-la de forma a alcançar o melhor prognóstico para o paciente. RELATO DE CASO: Paciente feminino de 2 anos procurou cirurgia pediátrica para avaliação de lesão nodular em couro cabeludo associada a dermatite seborreica. Nódulo teve crescimento progressivo e repercussão sistêmica: septicemia com necessidade de antibioticoterapia. Hipótese inicial foi de lesão dérmica infectada. Houve tratamento dermatológico, sem efeito na lesão nodular. Ultrassonografia de partes moles sugeriu lesão com aspecto de hematoma. Indicado tratamento cirúrgico para drenar coleção e realizar biópsia diagnóstica. No ato operatório, notou-se que a lesão era infiltrativa, localizando-se desde epiderme até calota craniana na região interparietal. Realizada osteotomia e desbridamento da lesão (suspeita de osteomielite). Após o procedimento, foi realizada tomografia de crânio que mostrou osteotomia com preservação da tábua óssea interna da calota, sem abscessos ou lesões intracranianas. Paciente transferida para neurocirurgia, permanecendo internada até recuperação total. Exame microbiológico: ausência de crescimento bacteriano; histopatológico: HCL. Paciente em bom estado geral e sem novas intercorrências, encaminhada para seguimento com oncologia/hematologia pediátrica. CONCLUSÃO: Apesar de tratar-se de processo clonal, a maioria dos autores consideram HCL como doença reativa e não-neoplásica, que pode ser tratada por via cirúrgica, como no caso apresentado. Ademais, por ser uma enfermidade imprevisível, o paciente deve ser reavaliado periodicamente para acompanhamento, devido risco de recidiva, e realizar tratamento adequado.  

Palavras-chave: Histiocitose de Células de Langerhans; Cirurgia Geral; Criança. 

REFERÊNCIAS:  

  1. ABLA, O.; ROLLINS, B.; LADISCH, S. Histiocitose de células de Langerhans: avanços e controvérsias. British Journal of Haematology, v. 187, ed. 5, p. 559-562, 2019. DOI https://doi.org/10.1111/bjh.16099. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/bjh.16099?sid=nlm%3Apubmed. Acesso em: 12 set. 2023.  
  2. ASTIGARRAGA, I. et al. Histiocitose de células de Langerhans: Avanços na patogênese e na prática clínica. Anales de Pediatría: English Edition, v. 97, ed. 2, 2022. DOI https://doi.org/10.1016/j.anpede.2022.05.005. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S234128792200148X?via%3Dihub. 
    Acesso em: 6 set. 2023.  
  3. GULATI, N.; ALLEN, C. E. Histiocitose de células de Langerhans: versão 2021. Hematological Oncology, v. 39, n. 1, p. 15-23, 2021. DOI 10.1002/hon.2857. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9150752/. Acesso em: 6 set. 2023

Centro Universitário UNINOVAFAPI
Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba (IESVAP)