A VIVÊNCIA DA MULHER NA DEPRESSÃO PÓS PARTO SOBRE O OLHAR HUMANIZADOR DA ENFERMAGEM

THE EXPERIENCE OF WOMEN IN POSTPARTUM DEPRESSION UNDER THE HUMANIZING VIEW OF NURSING 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8071377


Luanna Barros Vieira1
Jandson de Oliveira Soares2
Dra. Alessandra Nascimento Pontes3


RESUMO 

Introdução: O Brasil é o segundo maior país em casos de depressão na América, e durante a gravidez, a mulher passa por intensas modificações, o que faz com que o período gravídico-puerperal ofereça uma vulnerabilidade à depressão pós-parto (DPP).  Objetivo geral:. buscou revisar a literatura para abordar como a equipe de Enfermagem auxilia nesse período de depressão pós-parto Método:. foi a revisão integrativa da literatura. qual foi baseada na consulta de trabalhos publicados nos últimos 5 anos (2018 a 2023), utilizados como critérios de inclusão esta pesquisa, artigos com textos completos em português a partir de 2017, os quais foram utilizados como critérios de exclusão estudos que não apoiaram a questão norteadora. Resultados: encontraram 10 artigos acerca do tema, DPP no contexto da saúde da mulher e abordagem da equipe de saúde na DPP. Discussão: os fatores de proteção da DPP têm relação direta com os sintomas antes e durante a gravidez, tais sintomas, são associados aos fatores psicossociais que exercem influência sobre a manifestação da patologia, como o sentimento de despreparo, incapacidade antes a maternidade e a situação financeira. nos bancos de dados da LILACS- Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde, BDENF – Bases de Dados de Enfermagem e MEDLINE- Medical Literature Analysis and Retrieval System Online. Conclusão: a intervenção do profissional de enfermagem primariamente, esteve direcionada ao cuidado com o bebê, amamentação, mas que reconhecem a importância dos cuidados com as condições físicas e psicológicas da puérpera em todas as fases do pré-natal. 

Descritores: Enfermagem; depressão pós-parto; Cuidados. 

ABSTRACT 

Introduction: Brazil is the second largest country in cases of depression in America, and during pregnancy, women undergo intense changes, which makes the pregnancy-puerperal period vulnerable to postpartum depression (PPD). Objective:. sought to review the literature to address how the Nursing team assists in this period of postpartum depression Method:. was an integrative literature review. which was based on the consultation of works published in the last 5 years (2018 to 2023), used as inclusion criteria in this research, articles with full texts in Portuguese from 2017, which were used as exclusion criteria for studies that do not support the guiding question. Results: I found 10 articles on the subject, PPD in the context of women’s health and the health team’s approach to PPD. Discussion: the protective factors of PPD are directly related to the symptoms before and during pregnancy, such symptoms are associated with psychosocial factors that influence the manifestation of the pathology, such as the feeling of unpreparedness, incapacity before motherhood and the situation financial . in the databases of LILACS- Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences, BDENF – Databases for Nursing and MEDLINE- Medical Literature Analysis and Retrieval System Online. Conclusion: the intervention of the nursing professional was primarily directed to the care of the baby, breastfeeding, but who recognize the importance of caring for the physical and psychological conditions of the puerperal woman in all phases of prenatal care. 

Keywords:  Nursing; baby blues; Care. 

1 INTRODUÇÃO  

A depressão pós-parto (DPP) é conceituada como “Transtorno psíquico de moderado a severo com início insidioso” (BRASIL, 2012, p.267). Está associada tanto a um estado de tristeza, quanto a um sintoma, e segundo dados da OMS (2015), o Brasil é o segundo maior país em casos de depressão na América, o que totaliza 11,5 milhões de pessoas.  

Nos anos de 2005 e 2015 houve elevações no mundo de 18% no índice de depressão (OPAS/OMS, 2017). Segundo Santana et al. (2020) a depressão é o terceiro fator de morbidade no mundo, podendo chegar a ser o primeiro fator até 2030. No Brasil a depressão já atinge 5,8% da população (OPAS/OMS, 2017). 

Assim, a gestação é um acontecimento compreendido como biologicamente natural, caracterizado por uma fase de grande vulnerabilidade emocional, no qual inúmeros sentimentos são vividos (SAVIANI-ZEOTI; PEATAN, 2018).  

No período gestacional “a mulher passa por intensas alterações fisiológicas capazes de envolver tanto modificações hormonais quanto transformações corporais, psicológicas, sociais e ocupacionais”. Essas alterações podem tornar a mulher susceptível ao surgimento da DPP.  
(CARVALHO; BENINCASA, 2019, p.2). 

Nesse contexto, a prevenção e o cuidado, garante à mulher o direito à assistência sem danos posteriores, essa garantia é um dos principais pilares da equipe de enfermagem . Por isso, é cada vez mais importante o enfermeiro ter consciência da sua responsabilidade com o cuidado com a gestante (SILVA, et al., 2018). 

Silva et al (2018), defende que a compreensão dessa realidade terá que acontecer de forma conjunta, enfermeiro e indivíduo a ser cuidado, esta interação infundi a experiência de vida, a responsabilidade ética, moral e profissional do enfermeiro, atendendo os direitos legais, culturais e os princípios do paciente ser atendido de forma ampla. 

O pré-natal recebe a mulher a partir do início da gestação, sendo esse o fundamental objetivo da atenção pré-natal. Deste modo, comprometendo-se com o bem-estar da mulher e recém-nascido.  O dever do enfermeiro é realizar uma assistência através de consultas e intervenções (BRASIL, 2006). 

O enfermeiro deve ser capaz de conhecer a importância de uma atenção à gestante humanizada e com qualidade, a fim de garantir uma assistência excelente e resultados positivos durante e após a gravidez com a mãe e bebê saudáveis (BARBOSA; GOMES; DIAS, 2022). 

Assim, a justificativa para a elaboração dessa pesquisa se deu pela vivência com uma puérpera com depressão pós-parto no estágio curricular onde foi possível perceber a importância do profissional de saúde, na identificação de fatores característicos da depressão e assim poder prestar um apoio eficiente, principalmente no pré-natal.  

O objetivo dessa pesquisa foi, realizar uma revisão integrativa para identificar fatores associados à DPP e as ações humanizadas da equipe de enfermagem frente a esse diagnóstico.  

Por meio desse entendimento, surgiu a seguinte pergunta norteadora: Qual a importância da detecção da DPP no pré-natal e quais as ações adotadas pela equipe de enfermagem frente a este diagnóstico?  

2 METODOLOGIA 

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Para a realização do estudo é necessário seguir seis etapas: estabelecimento da hipótese ou questão da pesquisa, amostragem ou busca na literatura, categorização dos estudos, avaliação dos estudos incluídos na revista, interpretação dos resultados e apresentação da revisão integrativa (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019). 

Sendo assim, a coleta de dados foi realizada por meio de busca nas bases de periódicos da BVS (Biblioteca Virtual de Saúde), Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Bases de Dados de Enfermagem (BNENF). 

A pesquisa que sustentou o presente estudo pelo qual foi baseada na consulta de trabalhos publicados nos últimos 5 anos (2018 a 2023), foram utilizados como critérios de inclusão esta pesquisa, artigos com textos completos em português a partir de 2017, os quais foram utilizados como critérios de exclusão estudos que não apoiaram a questão norteadora. 

Para realizar a escolha dos artigos, se fez necessário encontrar os descritores. A Busca foi realizada aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Enfermagem; depressão pós-parto; Cuidados com os operadores AND e OR.  

3 RESULTADOS 

Foram selecionados 10 artigos nos bancos de dados da LILACS- Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (A1 – A3 e A6), BDENF – Bases de Dados de Enfermagem (A2 – A4 – A5 – A8 – A9 e A10) e MEDLINE- Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (A7). Dados dos artigos selecionados estão apresentados no quadro 2 e 3.  

Quadro 2- Ordenamento dos artigos conforme numeração, título, autores, periódico, ano, base de dados e objetivo do estudo.

Fonte: Dados da pesquisa, 2023

Com base em uma análise descritiva, foram encontradas (9) publicações em periódicos da enfermagem e (1) na psicologia. Tendo como autores profissionais dessas duas categorias da área da saúde, sendo (90%) enfermeiros e (10%) psicólogos. 

São pesquisas que se propuseram a investigar principalmente: os fatores psicossociais (A3 – A4 e A8); sintomas depressivos (A1 – A2 e A9); fatores de risco (A6 e A7); conhecimento dos profissionais (A5 e A10). 

4 DISCUSSÕES 

41. A DPP NO CONTEXTO DA SAÚDE DA MULHER 

Até a década de 60, as políticas públicas voltadas para a saúde da mulher eram de forma restrita, reducionista e fragmentada, pois visavam à mulher apenas no ciclo gravídico-puerperal (MOLL, et al., 2019). 

Na década de 70 é lançado o primeiro Programa de Saúde MaternoInfantil, que tinha por objeto aqui no Brasil, controlar as altas taxas de mortalidade feminina e infantil. Somente no ano de 1983 foi criado o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) que tinha em sua proposta descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, visando integralidade e a equidade da atenção (MOLL, et al., 2019). 

É necessário que a DPP seja estudada na atenção primária em saúde, que deve avaliar as condições sociodemográficas e o pessoal para determinar uma estratégia de atenção integral a começar do pré-natal, visando a prevenção desse frequente transtorno do puerpério (MOLL, et al., 2019). 

No pós-parto acontecem importantes modificações nas áreas sociais, fisiológicas e mentais da mulher. Essas mudanças são capazes de interferir também na sexualidade e exigem redirecionamento e reorganização na vida da puérpera. A redução do desejo sexual e a frequência das relações encontram se diminuídos até o terceiro mês do pós-parto, medo, insegurança com o corpo, insegurança com o cuidado com o recém-nascido são fatores que contribuem para a DPP (SUSSMANN; CURY; PEARSON, 2020). 

Tais vulnerabilidades dão espaços aos sintomas da DPP, sendo capaz de ocasionar tristeza profunda, a mulher se sentir sem utilidade, chorar sem motivos, diminuir autoestima, recusar a presença do bebê, se sentir inútil para atender as necessidades do bebê, não querer amamentar. Esses sintomas e outros mais podem aparecer no período da gestação ou no período puerperal (LEÔNIDAS; CAMBOIM, 2017). 

Souza et al (2018), caracteriza esse transtorno em sua maioria, como tudo aquilo que afeta o psicológico da mulher, tristeza, elevada demanda em relação ao recém-nascido e ansiedade. 

Segundo Harvey (2022) na fase da depressão baby blues estudos afirmam que ocorre pelas alterações hormonais, pois estão em índices elevados e de repente há diminuição dos mesmos com a saída do bebê. Essa fase ocorre em prazo curto de dias e some com duas semanas.  

Segundo Camacho et al, (2017) a psicose pós-parto é a formas mais graves desse transtorno e citam como os principais sintomas a presença de delírios e alucinações.  

A DPP é um estado crítico que pode ter início na primeira semana após o nascimento do bebê e pendurar até dois anos, precisando de assistência de psiquiatra e psicólogo por sua seriedade de manifestações, para se avaliar se será necessária a utilização medicamentosa no tratamento (IACONELLI, 2017). 

Lima et al (2017) que fez o estudo com 272 gestantes, no qual foi realizado na 20ª, 28ª e 36ª semanas gestacionais, respectivamente classificadas como etapas do estudo, a probabilidade de apresentar sintomas depressivos é de 21,6% (segunda etapa) e 21,5% (terceira etapa). No mesmo estudo o autor verificou que planejar a gravidez diminui a chance de apresentar sintomas depressivos durante a gestação: primeira etapa – 75,4%; segunda etapa – 91,4%; terceira etapa – 56,1%. 

Chama atenção a afirmação de Aloise, Ferreira e Lima (2019) que, mesmo que as puérperas apresentem sinais e sintomas de DPP, não há associação entre fatores socioeconômicos e clínico-obstétricos. Contrariando essas afirmações os autores Greinert e Milani (2017) afirmam que os fatores psicossociais exercem influência sobre a manifestação da patologia, destacando o sentimento de despreparo e de incapacidade ante a maternidade, a idealização da maternidade, a preocupação com a vida profissional e com a situação financeira. 

O estudo realizado pelos autores Boska, Wisniewski e Lentsck (2017), afirma que fatores como escolaridade e renda precisam ser considerados na hora da avaliação por estarem entre os principais fatores de risco de DPP. 

Moll et al (2019) apontam que é provável a DPP ser uma condição associada com os seguintes fatores: idade do bebê (dois meses ou entre cinco e seis meses), multiparidade (ter quatro ou mais filhos) e baixo nível de escolaridade. 

Por outro lado, Poles et al (2018) informam que, a prevalência de sintomas depressivos está associada ao uso de medicação antidepressiva, assim como, sofrer violência na gestação, ou o ato de evoluir o parto para cesariana, aumentam as chances de sintomas depressivos no puerpério imediato. 

Em relação às gestantes o Ministério da Saúde (2012) afirma que deve ser fornecida assistência psicológica e clínica uma vez que existe o risco de desencadear a DPP, sendo que a mesma deve ser encaminhada para uma equipe especializada ou para um serviço específico quando houver algum fator de risco acompanhado de algum sintoma característico. 

Hartmann, Mendoza-Sassi e Cesar (2017), apontam que os fatores como depressão anterior, tristeza no último trimestre da gravidez e história de depressão na família também são associados à DPP. O mesmo estudo afirma que o suporte social fornecido à gestante pela equipe de saúde é um fator de proteção, o que reduz em até 23% a razão da prevalência da puérpera desenvolver depressão. 

Vale ressaltar que, os sentimentos de culpa, ansiedade e ideias de fazer mal a si, sentimento de que não vale a pena viver, foram apontados por 72 puérperas do estudo de Cardillo et al (2017), mesmo apresentando esses sentimentos as participantes  não se reconheciam com depressão. 

Com base na literatura pesquisada, a DPP ocorre quando as mulheres passam por períodos estressantes durante a gestação e no início do puerpério. As diferenças culturais relacionadas aos costumes e ao papel de cada membro da família podem reduzir ou acentuar os sintomas depressivos no pós-parto (SANTOS; NETO, 2019). 

Ainda segundo os autores Santos e Neto, (2019) os psiquiatras alegam que são inúmeras as etiologias da síndrome pós-parto, como: aspectos hormonais/orgânicos; psicossociais e predisposição feminina, histórico de depressão pessoal e familiar. Outros fatores são: situação da saúde materna, personalidade antes da patologia, problemas na gravidez, parto de risco e apontam que existe uma relação da DPP com o estado civil, no contexto das mães solteiras sem apoio social. 

4.2 ABORDAGEM DA EQUIPE DE SAÚDE NA DPP E O FATOR HUMANIZAÇÃO 

Com base na análise dos dez artigos selecionados, compreende-se que muitas ações podem ser geradas pelos profissionais da saúde e os membros da equipe multiprofissional para melhoria da saúde da mulher, iniciando pela prevenção.  

Como uma das formas de prevenção, a mulher no período da gravidez e no puerpério precisa de apoio e suporte psicológico para reconhecer, prevenir e buscar orientação acerca dos fatores que interferem na sua saúde mental e promover o desenvolvimento saudável da relação mãe-bebê (GREINERT et al., 2018). 

Acompanhar a mulher no período pré-natal e pós-parto, implantação de tecnologias educacionais para as gestantes, como forma de ação educativa em todo período gestacional e garantir o cuidado à saúde da mãe e do bebê são outros exemplos citados (VIEIRA et al., 2019). 

Os artigos analisados confirmam os pontos positivos relacionados com o desenvolvimento da doença quando realizadas ações preventivas e interventivas, desenvolvendo ações em programa de prevenção, cuidado assistencial e social, cuidado integral no pré-natal. O enfermeiro e toda equipe de saúde devem assistir todas as fases gestacionais e demonstrar a importância do vínculo da mãe com o bebê (VIEIRA et al., 2019). 

A maior parte das participantes de um dos estudos admite a inexistência de profissionais especializados para acompanhamento e apresenta o médico da equipe como principal ator na identificação da doença (OLIVEIRA et al., 2017).  

Souza et al (2018), informa a importância de os enfermeiros enfatizarem os momentos de orientações para a puérpera e não apenas a amamentação, alimentação, mas sobretudo o estado emocional da mesma. Segundo o autor, na visão dos enfermeiros sobre a DPP, evidencia-se, um conhecimento superficial acerca da mesma. 

Há impasses na prevenção da depressão, sendo essas as dificuldades da equipe em relação às ações desenvolvidas no cuidado à puérperas, como a escassez de profissionais e a ausência de aceitação da população nas ações de intervenções de educação em saúde (SOUZA et al., 2018). 

O atendimento da enfermagem é bastante relevante na fase gestacional e puerperal. Na intervenção do pré-natal, o enfermeiro tem acesso consecutivo à mulher no decorrer de toda gestação, por isso o profissional deve ter empatia com a finalidade de entender, escutar e conversar com a gestante, identificando seus medos sobre a maternidade, assim será capaz de auxiliar a combater a DPP (LEÔNIDAS, CAMBOIM, 2017). 

Ainda segundo os mesmos, o diagnóstico da DPP é realizado pelo psiquiatra com a ajuda de um psicólogo. No entanto, a atuação do enfermeiro no decorrer do pré-natal pode ser bastante significativa para identificar uma série de fatores que levam a depressão pós-parto o tornando objeto primordial no diagnóstico prévio desse quadro (MARTINS et al., 2018). 

O profissional de enfermagem é uma pessoa de grande relevância na assistência do pré-natal ao puerpério, por ter a função de precaver, orientar e promover bem-estar à mulher. Para Martins et al (2018), pode-se considerar também que a assistência pré-natal pode colaborar de forma positiva com o diagnóstico e com o tratamento adequado das afecções, além de identificar fatores de risco que levam a complicações na saúde do bebê e da mulher. 

O ideal seria as equipes de saúde na atenção básica poderem contar com enfermeiro especialista em obstetrícia, pois é o enfermeiro na consulta que pode identificar sinais e sintomas DPP e promover ações preventivas. 

Por fim, Ribeiro, Cruz e Prucoli (2019) informam que, a importância da assistência de enfermagem à mulher durante o pré-natal e puerpério, contribui de forma positiva na qualidade de vida de mãe e filho, favorece um diagnóstico precoce a doença, com início do tratamento e rápida recuperação da mulher. 

5  CONCLUSÃO 

Diante da busca realizada foram encontradas referências sobre a atuação do enfermeiro para com as puérperas, baseada em ações como, programa de prevenção, cuidado assistencial e social, cuidado integral no pré-natal, como o enfermeiro e toda equipe de saúde deve assistir todas as fases gestacional e demonstrar a importância do vínculo da mãe com o bebê. 

As pesquisas selecionadas mostram que é necessário investir na promoção da saúde e investigar acerca da DPP no pré- natal. Entretanto, o atendimento e tratamento das puérperas são pouco resolutivos, existem fragilidades na atenção básica de saúde, local onde a mesma deve ser investigada acerca da doença, o tratamento da DPP e ainda é centralizado no profissional médico.  

A investigação de sinais e sintomas da DPP e a assistência individualizada devem estar presentes na prática clínica de todos os profissionais da atenção básica, dando ênfase ao papel do enfermeiro, pois é ele quem está presente na maioria das consultas do pré-natal, sendo capaz de criar vínculo com a gestante, ofertar uma escuta qualificada, identificar fatores de risco de DPP e promover ações preventivas. 

Dentro das falas de vários artigos traz que algumas puérperas por apresentarem maiores chances de desenvolver a patologia, precisam receber atenção integral das equipes de saúde de maternidade como as que fizeram uso de medicação antidepressiva, sofreram algum tipo de violência na gestação ou passaram por situações estressantes durante a gestação. Se os fatores emocionais na gestação e no puerpério forem considerados pelos profissionais da saúde, será possível diminuir a prevalência da DPP. 

A equipe de enfermagem, em sua conduta e aspectos humanizados deve ser capaz de identificar a DPP e prevenir oferecendo uma atenção integral, existe também a necessidade de investir em educação permanente e continuada para os profissionais das estratégias de saúde da família. 

Observou-se também que, a intervenção do profissional de enfermagem primariamente, esteve direcionada ao cuidado com o bebê, amamentação, mas que reconhecem a importância dos cuidados com as condições físicas e psicológicas da puérpera em todas as fases do pré-natal. 

Outros aspectos relevantes foram os cuidados antes do nascimento, possibilitando a prevenção da doença no pós-parto, enfatizando também a importância do contato entre o bebê e a mãe durante a gestação e no puerpério. 

Deste modo, uma assistência especializada apresenta resultados efetivos para as puérperas através da promoção de ações de saúde realizadas pela equipe multidisciplinar. Por fim, como sugestão da pesquisa, recomenda-se estudos acerca da temática para que possam ser ampliados com base em outras evidências. 

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1Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade Centro Universitário
Cesmac; luanabarrosvieira@hotmail.com

2Orientador: Prof. Mestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Centro
Universitário Cesmac; jadson.oliveira@cesmac.edu.br

3Professora Coorientadora.