A VALORAÇÃO DE OBRAS LITERÁRIAS E OS CLÁSSICOS E A IMPORTÂNCIA DA LEITURA COM ATIVIDADES DIALÉTICAS NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8308332


Quitéria Paiva Villela Santos1


RESUMO:  Esse artigo tem como finalidade levar o leitor a perceber que o trabalho de sala de aula pode ser direcionado pela perspectiva da pedagogia histórico-crítica, e, para isso precisa-se situar-se no trabalho com o método materialista histórico-dialético, para que o encaminhamento das atividades sirvam de instrumento de transformação social. O tema sobre a leitura e a escrita surgiu da necessidade de se trabalhar com temas sociais, utilizando atividades mais significativas, partindo da leitura de obras literárias e os clássicos, desenvolvendo através deles, um cidadão crítico-reflexivo, ou seja, promovendo o conhecimento do homem. Mas ao mesmo tempo mostrar, que através do desenvolvimento de atividades, como estas, que podem ser direcionadas pelo professor, com vários outros temas. Tendo como ponto de partida, os conhecimentos científicos articulados com as questões sociais. Sendo ela, então, parte de um elemento estimulador da capacidade criadora de professores e alunos. Voltando-se sempre, a obras literárias e aos clássicos, onde são, e sempre serão, materiais riquíssimos, para desenvolvimento do cidadão-leitor crítico.

Palavras-chave: Valoração; obras literárias; leitura; atividades dialéticas;  histórico-crítica. 

ABSTRACT: The purpose of this article is to make the reader realize that classroom work can be directed from the perspective of historical-critical pedagogy, and, for that, it is necessary to place oneself in the work with the historical-dialectical materialist method, so that the forwarding of activities serve as an instrument of social transformation. The issue of reading and writing arose from the need to work with social issues, using more meaningful activities, starting with the reading of literary works and the classics, developing through them a critical-reflective citizen, that is, promoting knowledge of the man. But at the same time to show, that through the development of activities, like these, that can be directed by the teacher, with several other themes. Taking as a starting point, scientific knowledge articulated with social issues. Therefore, it is part of an element that stimulates the creative capacity of teachers and students. Always turning to literary works and the classics, where they are, and always will be, very rich materials, for the development of the critical citizen-reader.

Keywords:  Valuation; literary works; reading; dialectical activities; historical-critical.

INTRODUÇÃO 

Esse trabalho surgiu da necessidade de se desenvolver um trabalho voltado à leitura de obras literárias e de clássicos, na área de Língua Portuguesa, com conteúdo de relevância e com diversidade de temas sociais. Visto que o aluno está inserido em uma sociedade e expor isso a ele, é ser contribuinte dela. Compreender as dinâmicas sociais é fator imprescindível para a reflexão sobre a realidade, para que se tenha uma ação. Estamos em constante transformações sociais, e nos deparamos em pleno século XXI, com escolas utilizando métodos da Escola Nova e com moldes tecnicistas, o qual não adentrarmos na questão, por não ser assunto central desse artigo. A questão é: que alunos queremos formar com esses moldes?

Diante da resposta, este artigo está buscando resgatar, através do desenvolvimento de atividades de leitura e escrita, mais elaboradas, desenvolver esse conhecimento teórico-crítico dentro de sala de aula. Hoje, com conteúdos tão técnicos e superficiais, temos como consequência, alunos desinteressados pelos estudos, e estamos, por fim, presenciando o esvaziamento das universidades em todas as áreas do conhecimento. Tal desinteresse e superficialidade dos conteúdos e suas consequências, apenas foram apontados nesse artigo, como justificativa para mudanças na elaboração do trabalho escolar realizado dentro de sala de aula. E porque não utilizar o livro didático, ofertado pelo PNLD? Vemos que diante a esses modelos de ensino ofertados e direcionados pelo governo atual, o livro didático não contempla esses temas necessários ao desenvolvimento histórico-crítico do educando. Ele já tem sido alvo de várias análises críticas por outros autores, a qual, apresentam-se as mais variadas teses sobre. A culminância que podemos chegar a respeito, é que ele deve ser visto, apenas, como suporte ou material de apoio, para as atividades em sala de aula, se o objetivo real for formar um cidadão crítico-reflexivo.

[…]Como usar meios velhos em função de objetivos novos? Em outros termos, trata-se de explorar as possíveis aberturas da lei no sentido de dotar as atividades de maior consistência, enriquecendo, através do livro didático, os conteúdos de aprendizagem. Com isto se estaria, dialeticamente, contrariando a partir da própria lei a tendência geral nela contida, isto é, a tendência de uma rarefação da educação é um empobrecimento dos conteúdos de aprendizagem.

                                                                                                        (Saviani,1996, p.114)

Conhecimento, tão urgente para os alunos. Compreender a realidade, compreender as grandes transformações da história e das sociedades humanas, percebendo que essa mesma realidade não é imutável e absoluta, mas resultado de um movimento constante de nos dias de hoje diante dos empobrecimentos dos conteúdos é algo impreterível.

Com efeito, educar tendo em vista os objetivos propostos (subsistência, libertação comunicação e transformação) exigiria instituições educacionais diferentes daquelas que possuímos, com uma organização curricular também diferente. No entanto, não nos é dado criar as instituições, independentemente das atuais. Nós temos que atuar nas instituições existentes, impulsionando-as dialeticamente na direção dos novos objetivos. Do contrário, ficaremos inutilmente sonhando com instituições ideais. Problemas desse tipo fazem com que, a par de uma sólida fundamentação científica, o educador necessita também aprofundar se na linha da reflexão filosófica. É isto que justifica a existência de cursos de educação em nível superior. Com efeito, a passagem de uma educação assistemática (guiada pelo senso comum) para uma educação sistematizada (alçada ao nível da consciência filosófica) é condição indispensável para se desenvolver uma ação pedagógica coerente e eficaz. (Saviani, 1996, p.50)

Diante desses pressupostos apresentados por Saviani em sua obra “Educação: Do senso comum à Consciência Filosófica” (1996), podemos identificar o quanto é importante reformularmos a nossa prática pedagógica, para conseguirmos atingir o objetivo da formação do homem. Não podemos utilizar o livro didático como único suporte, para desempenhar esse papel, será necessário buscar outros meios, e , então, o resgate da leitura e dos estudos das obras literárias e os clássicos será fonte inspiradora e criadora de um material riquíssimo para elaboração de atividades mais significativas, dentro do contexto sociocultural na sala de aula.  

O método utilizado será o materialista histórico-dialético, onde o aluno é levado constantemente a pensar sobre o contexto social e a realidade que o cerca, nisso as obras literárias e os clássicos entram como um papel essencial e imprescindível, onde através da leitura, leva o aluno a analisar e a participar das diversas experiências dentro de diversos campos sociais. Para demonstrar que todo esse trabalho é possível em sala de aula, o presente artigo, se sobressai de seus moldes, também tradicionalistas, e demonstra ao leitor, através de uma lista de várias atividades desenvolvidas, oriundas da leitura de uma obra da literatura infantojuvenil, que é possível, através de uma leitura significativa, em sala de aula, capaz de desenvolver várias habilidades nos educandos, formando realmente indivíduos críticos e reflexivos dentro do contexto social. 

DESENVOLVIMENTO 

Para desenvolvimentos das atividades, a leitura dialética, o texto, objeto de análise e abstração, tem função de provocar a interação entre leitor-texto-autor e responder às questões levantadas pelo leitor. As palavras, as frases e os parágrafos assumem o papel de realizar a interação e de despertar a construção da generalização no pensamento da criança, isto é, o texto indicará como o processo de interpretação irá ocorrer, promovendo, então, desenvolvimento do pensamento.

No modelo de leitura dialética, três níveis de conhecimentos são necessários para o ato de ler, ou seja, o pequeno leitor deverá ter conhecimento textual (situação comunicativa), conhecimento linguístico (paralinguísticos, relações grafofônicas, morfológica, sintática, semântica, coesão, coerência) e conhecimento de mundo ou prévio (significados internalizados em outras leituras). Nesse modelo de leitura é constante a utilização de estratégias metacognitivas e cognitivas. A segunda diz respeito aos atos realizados automaticamente pelo leitor adulto e que são responsáveis pela interpretação. 

Ativar o conhecimento prévio, realizar inferência, identificar o tema e a ideia principal é elaborar resumo sobre o que entendeu, são estratégias cognitivas. As metacognitivas são estratégias que o leitor tem consciência, isto é, corresponde aos objetivos de leitura e a elaboração de hipóteses (quais são as respostas que o texto trará para as perguntas do leitor), pois na leitura dialética a objetividade e monitoração do conhecimento prévio com o conhecimento novo (o texto) são atos planejados, previamente, pelo leitor. As estratégias cognitivas e metacognitivas são possíveis de serem ensinadas ao pequeno leitor durante o ato de leitura, pois o modelo interativo de leitura considera o leitor um ser que interage com o texto.

Então dentro desses parâmetros de leitura dialética, foram elaboradas atividades utilizando o livro com a fábula “A Eleição na Selva” da autora Sandrine Dumas Roy, São Paulo: Editora Melhoramentos, 2019.

Atividades elaboradas a partir da leitura do livro “A Eleição na Selva”

Imagem digital fictícia de personagem de desenho animado
Descrição gerada automaticamente com confiança baixa

Questões de Pré-leitura

– Você se sente seguro na escola?
– Como você se sente quando se está seguro?
– Com quais pessoas você se sente seguro?

Questões na oralidade

Qual é o título da história?
Quem escreveu essa história?
Quem ilustrou a história?
Qual é a editora que publicou o livro?
Por que será que essa história tem esse nome?
O que você acha que se trata essa história?
O que vemos na capa do livro?
O que os animais estão fazendo?
Qual o sentimento que os animais apresentam pelas expressões faciais?
Qual a linguagem predominante na capa do livro?

Questões textuais e inferenciais 

1) Que gênero textual é esse?
2) Qual o significado da palavra “selva” empregada no título da obra?
3) Relacione o título do livro com a imagem. O que essa relação sugere?
4) O que são os envelopes que aparecem na capa do livro?
5) No título “A eleição na selva”, a palavra em destaque expressa que marca?
6) Os votos estão sendo depositados onde?

Intertextualidade (conhecendo os escritores)

Eles conheceram Sandrine Dumas Roy, autora de livros infantis
Quarta-feira, 17 de novembro, jovens e idosos conheceram um autor de literatura infantil na biblioteca municipal. Le Dauphiné Libéré – 18 de novembro de 2021 às 19h47 – Tempo de leitura: 2 min

Guillestre. Ils ont rencontré Sandrine Dumas Roy, autrice d'albums jeunesse

“A literatura infantil não me permite viver”, explica Sandrine Dumas Roy, mas continua sendo um hobby bastante exigente do qual não abro mão. Nas residências de autores, minha motivação número um é conhecer as crianças. »

Imagem da autora francesa: Sandrine Dumas-Roy.
https://www.ledauphine.com/culture-loisirs/2021/11/18/ils-ont-rencontre-sandrine-dumas-roy-autrice-d-albums-jeunesse, acessado em 02/06/2023

Tradução do livro:
Luciano Vieira Machado
Nasceu em Aracaju, SE, em 1950. Licenciado em letras pela Universidade de Brasília, atuou como tradutor na Administração Central dos Correios. Trabalhou no jornal Movimento e na Editora Ática. Colaborou com resenhas, artigos assinados e traduções para a revista Escrita, o jornal Folha de S. Paulo e a revista Leia. Recebeu onze prêmios nacionais por traduções de obras do inglês, alemão, francês e espanhol.
https://www.companhiadasletras.com.br/colaborador/00618/luciano-vieira-machado. Acesso em 02/06/2023.

7) Os dois textos apresentam em comum
(A) escritores famosos de cinema.
(B)escritores de teatro infantil.
(C)escritores de jornais.
(D) escritores de livros.

8)Conclui-se que os textos apresentados acima (notícia e biografia)
(A)tem a sua estrutura composicional e finalidade iguais.
(B) tem a sua estrutura composicional diferentes e finalidade iguais.
(C) tem a sua estrutura composicional diferentes e finalidade diferentes.
(D)tem a sua estrutura composicional iguais e finalidade iguais.

Leitura do livro todo (por cenas)

9)Elencar:
Gênero Textual: fábula.
Personagem principal (protagonista): Gil (o elefante).
Personagem secundário (antagonista): Jim (o crocodilo).
Espaço: selva, rio, lagoa real, lago Norte, debaixo do Baobá, fronteira.
Tempo: durante o dia, mês após mês, grande dia, primeiro dia de reinado, dia inteiro, na época da seca, no dia seguinte, noite, jantar, arbusto, um minuto.
Conflito: o crocodilo Jim ser eleito (pág. 8).
Resolução: o elefante Gil dá a ideia de intoxicar a família do crocodilo (pág. 24).
Tema: A segurança dos animais da selva.
Assunto: segurança.
Finalidade: a finalidade dessa fábula é narrar a história do crocodilo Jim que é eleito como rei da selva garantindo a seus eleitores segurança a todos, porém no período de seca ele não atende a necessidades de todos os animais por água e o elefante Gil dá ideia de intoxicá-lo sendo nomeado como o novo rei da selva.

10) Agora que você já aprendeu sobre o G e J, retorne a leitura do conto “A ELEIÇÃO NA SELVA” e retire dele palavras com g e j.
Resposta pessoal

11) Pesquise o verbete da palavra VOTO, e anote no caderno.
Releitura do livro (de trechos das páginas 18 a 21)

Questões objetivas

12) Qual a consequência para a ação apresentada no trecho “Acabou-se a água”
(A) Vamos ter de ir para a lagoa do rei.
(B) Vamos ter que atravessar a fronteira.
(C) Vamos ter de retirar o crocodilo da lagoa.
(D) Vamos morrer de sede.

13) O que Jim estava fazendo quando o pequeno grupo foi protestar junto a ele?
(A) Cuidando de banho em seus filhotes.
(B) Cuidando da educação dos seus filhotes.
(C) Cuidando da temperatura do lago.
(D) Cuidando da proposta de solução.

14) Qual foi o preço pago pelos animais pela segurança dada pelo rei?
(A) Ficar sem espaço.
(B) Ficar sem seus filhotes.
(C) Ficar sem água.
(D) Ficar sem alimentos.

15) Quando Jim dá uma gargalhada os animais se enchem de
(A) alegria.
(B) medo.
(C) tristeza.
(D) esperança.

16) No trecho “Quando cai a noite, alguns imprudentes tentam atravessar a fronteira”, os trechos destacados representam, respectivamente, marcas de 
(A) tempo e personagem.
(B) personagem e tempo.
(C) espaço e ambiente.
(D)tempo e espaço.

17) Nesse mesmo trecho “Quando cai a noite, alguns imprudentes tentam atravessar a fronteira”, os trechos destacados poderiam ser substituídos, sem perder o sentido por
(A) alguns familiares.
(B) alguns crocodilos.
(C) alguns animais.
(D) alguns filhotes.

18) Na expressão “com patas de veludo” significa que 
(A) os animais andaram rapidamente.
(B) os animais andaram vagarosamente.
(C) os animais andaram ligeiro.
(D) os animais andaram velozmente.

19) Qual a consequência de a gazela ter chegado perto da fronteira?
(A) Foi devorada pelo Jim.
(B) Conseguiu fugir.
(C) Atravessou a fronteira para beber água.
(D) Os crocodilos-soldados a devoraram.

20) No dia seguinte, logo bem cedinho, o que os animais têm que preparar?
(A) Um café da manhã.
(B) Um funeral.
(C) Uma revolução.
(D) Um jantar.

21) Na frase “…para derrubar esse rei desalmado”, refere-se ao personagem
(A) Gil.
(B) Jim.
(C) Janete.
(D) Jô.

22)Nessa mesma frase “…para derrubar esse rei desalmado”, a palavra em destaque tem o mesmo sentido de 
(A) corajoso.
(B) cruel.
(C) piedoso.
(D) amado.

23) Essa mesma palavra em destaque, da atividade anterior, tem a função de 
(A) substantivo.
(B) pronome.
(C) artigo.
(D) adjetivo.

Intertextualidade (Reportagem)

Animais escolhem seus líderes com critérios que variam de força bruta à democracia

Em tempos de eleição, descubra como elefantes, abelhas e outros bichos mantêm suas sociedades organizadas.

Por Brian Hand Werk, publicado 26 de out. de 2020, 17:00 brt, atualizado 5 de nov. de 2020, 01:56 brt
Um grupo de chimpanzés é avistado em Uganda. Alguns machos-alfa governam com punho de ferro, enquanto outros assumem uma abordagem de liderança mais pacífica.
FOTO: DE RONAN DONOVANNAT GEO IMAGE COLLECTION 

ABELHAS, golfinhos, elefantes e muitos outros animais selvagens vivem em grupos cooperativos governados por um único líder. E, assim como ocorre em sociedades humanas, esses governantes seguem diferentes caminhos para chegar ao poder. De acordo com seu tamanho e personalidade, os chimpanzés usam força bruta ou formam coalizões para se promover. Já os líderes canídeos de algumas espécies, como hienas-pintadas, são determinados pelo sexo ou por sua linhagem, da mesma forma que os soberanos sobem ao trono em uma monarquia. Os peixes esgana-gatas simplesmente seguem o mais belo do cardume. E embora os humanos às vezes considerem a idade avançada de líderes como um ponto fraco — ao menos no caso de presidentes dos Estados Unidos — algumas espécies de animais preferem os mais velhos, afirma Jennifer Smith, ecologista comportamental da Faculdade Mills, na Califórnia. “Muitas vezes os mamíferos não hesitam em seguir um animal com mais conhecimento e experiência acumulados ao longo de sua vida”, afirma Smith, que ressalta que o fenômeno é bastante comum com fêmeas mais velhas.

Matriarcas no comando
Entre os elefantes-africanos, a líder é a fêmea mais velha da manada. Essas grandes damas, que podem viver 60 anos, são mais hábeis em reconhecer rugidos de leões perigosos e proteger seus parentes de ataques, segundo um estudo no Parque Nacional Amboseli, no Quênia. Elas também utilizam suas famosas memórias para mapear a paisagem e guiar a manada até recursos essenciais, como alimento e água. “É uma liderança baseada em prestígio e realizações”, conta Smith. (…)

Regras de dominância
As fêmeas-alfa também lideram alcateias de hienas-pintadas na África, que podem comportar até 130 membros. Cada fêmea é classificada desde o nascimento em uma hierarquia social inflexível, como panelinhas do ensino médio, mas que nunca se desmancham. “A rainha da sociedade das hienas-pintadas herda sua posição de acordo com sua mãe. Assim, há uma transferência social de conhecimento e poder”, explica Smith. 

Força bruta
Sociedades de chimpanzés são lideradas por um macho-alfa… Esses chefes chimpanzés mantêm a paz, contendo disputas no grupo e controlando recursos como alimentos. Como consequência, muitos líderes chimpanzés são “brutamontes egoístas”, que se empenham “arduamente para manter o elevado status aterrorizando todos os demais”, explica Michael Wilson, ecologista da Universidade de Minnesota que estuda relacionamentos de grupos entre os grandes símios.

Formação de coalizões
Mas nem sempre é assim. Curiosamente, alguns chimpanzés — sobretudo os menores e menos agressivos — tornam-se líderes por meio de uma estratégia totalmente diferente: a formação de coalizões. No Parque Nacional Gombe Stream, na Tanzânia, Wilson estudou um chimpanzé-alfa batizado de Freud pelos pesquisadores. Esse macho permaneceu no poder formando alianças com seus companheiros, afagando e limpando seus pelos e interagindo mais tempo com eles. 

Liderando pela maioria
Cientistas políticos investigaram até que ponto humanos escolhem líderes com base em sua atratividade — um critério também válido em reinos não humanos. O esgana-gata, um pequeno peixe nativo do Hemisfério Norte, analisa a atração física — mas não busca apenas uma beleza sem conteúdo. A espécie seleciona líderes gordos e com a pele lisa (e, portanto, sem doenças), pois esses fatores indicam robustas habilidades de sobrevivência e saúde. Esse estudo também constatou que, após um peixe do cardume identificar e começar a seguir um líder atraente, o restante do grupo acompanha a maioria.

A dança da democracia
As abelhas-rainhas tomam seu trono de forma decididamente violenta. As abelhas-operárias criam cerca de uma dezena de possíveis rainhas alimentando as operárias comuns com uma dieta especial. Depois as operárias se afastam e deixam as candidatas à rainha lutarem em duplas e cada luta termina em vitória ou em uma ferroada mortal. (…)
https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2020/10/animais-escolhem-seus-lideres-com-criterios-que-variam-de-forca-bruta-a-democracia, acessado 02/06/2023.

Questões objetivas

24) Esse gênero textual é um(a)
(A) reportagem.
(B) conto.
(C) notícia.
(D) poema.

25) Esse gênero textual tem o objetivo(finalidade) de
(A) vender.
(B) informar.
(C) anunciar.
(D) ocultar.

26) Trata do tema sobre 
(A) como os animais se abrigam.
(B) como os animais se protegem de seus líderes.
(C) como os animais escolhem seus líderes.
(D) como os animais mantêm sua sociedade desorganizada.

27) No trecho da reportagem: “Muitas vezes os mamíferos não hesitam em seguir um animal com mais conhecimento e experiência acumulados ao longo de sua vida”, afirma Smith, a palavra em destaque pode ser substituída sem perder o seu sentido por
(A) descordam.           
(B) afirmam.
(C) concordam.  
(D) duvidam.

28) No trecho da reportagem: “E embora os humanos às vezes considerem a idade avançada de líderes como um ponto fraco — ao menos no caso de presidentes dos Estados Unidos — algumas espécies de animais preferem os mais velhos, afirma Jennifer Smith, ecologista comportamental da Faculdade Mills, na Califórnia.”, temos 
(A) um fato de Jennifer Smith.
(B) um questionamento de Jennifer Smith.
(C) uma opinião de Jennifer Smith.
(D) uma situação de Jennifer Smith.

Produção textual:

29) Após a leitura da reportagem, escolha um dos fatores pesquisados por Jeniffer Smith, ecologista comportamental da faculdade Mills, na Califórnia, de como são eleitos os líderes no mundo animal e explique. 
Resposta pessoal

Questões objetivas

30) De acordo com o trecho da reportagem: “E embora os humanos às vezes considerem a idade avançada de líderes como um ponto fraco …”, a palavra em destaque é um(a)
(A) preposição.
(B) artigo.
(C) verbo.
(D) conjunção.

31) Essa mesma palavra(e), na frase, tem a função de
(A) dar característica a uma pessoa.
(B) desligar uma oração da outra.
(C) ligar uma oração a outra.
(D) indicar uma ação na oração.

32) Ela poderia ser substituída, sem perder o seu sentido por
(A) …apesar de.
(B) … porém.
(C) … contudo.
(D) …nem. 

33) Nesse mesmo trecho, essa conjunção apresenta sentido de
(A) oposição.
(B) alternância.
(C) indignação.
(D) adição.

34) “Animais escolhem seus líderes com critérios que variam de força bruta à democracia” O trecho citado faz parte da reportagem e ele é conhecido como
(A) a manchete.
(B) o subtítulo.
(C) o corpo.
(D) a lide. 

35) No trecho: “E, assim como ocorre em sociedades humanas, esses governantes seguem diferentes caminhos para chegar ao poder…” As palavras grifadas introduzem, respectivamente uma
(A) oposição e comparação.
(B) alternância e comparação.
(C) adição e comparação.
(D) conclusão e adição.

Intertextualidade com a fábula “A Eleição na Selva”

36) E na fábula lida “A Eleição na Selva” como foi a forma de escolha do rei?
(A) De forma democrática através de uma eleição.
(B) De forma obrigatória, onde os animais foram obrigados a escolherem o rei.
(C) De forma partidária, onde os principais animais somente podiam votar.
(D) De forma monárquica, o trono do reinado passou de pai para filho.

37) Compreendo um pouco dos comportamentos dos animais na reportagem, e com a leitura da fábula, por qual motivo os animais escolheram a eleição?
(A) Porque tanto no mundo animal quanto dos seres humanos, não escolhemos os nossos líderes.
(B) Porque no mundo animal, eles não escolhem ninguém para liderar.
(C) Porque através da eleição, não entraram em acordo para a escolha do rei.
(D) Porque através desse ato elegeram aquele que fosse capaz de conduzir o bando.

Produção textual:

38) Leitura o trecho e faça a análise: “Aborrecido o pequeno grupo foi protestar junto ao rei” – Fábula. Explique, qual ação os animais fizeram? 
Resposta pessoal

39) Nesses mesmos trechos: “Aborrecido o pequeno grupo foi protestar junto ao rei” – Fábula, a palavra em destaque tem o sentido de
(A) conjunto parcial de pessoas.
(B) conjunto restrito de pessoas.
(C) conjunto individual de pessoas.
(D) conjunto de pessoas ou coisas.

Releitura do livro- trecho da página 22 

40) Como está a fisionomia dos animais de acordo com essa página?
(A) Esperançosos.
(B) Bravos.
(C) Fracos.
(D) Fortes.

41) Qual o ditado popular que aparece nessa página?
(A) Não se deve acreditar nos animais!
(B) Não se deve acreditar na política!
(C) Não se deve acreditar em gente mentirosa!
(D) Não se deve acreditar em eleições!

42) O hipopótamo foi aos tanques de reserva, mas nem pôde chegar perto porque
(A) eles estavam sendo limpos.
(B) os tanques estavam sendo preparados.
(C) eles estavam sendo liberados.
(D) os tanques estavam sendo vigiados.

43) No trecho
“E uma girafinha, desidratada
nem consegue se levantar,
não tem força para nada…, a palavra em destaque poderia ser substituída sem alterar o sentido por:
(A) hidratada.
(B) com falta de exercícios físicos.
(C) com falta de alimentação.
(D) com falta de água.

Releitura do livro – páginas 28 a 30

44) Como os crocodilos deixaram o reino?
(A) Pularam em um precipício.
(B) Pularam do barranco para o rio.
(C) Pularam na lagoa real.
(D) Pularam a montanha.

45) No trecho “Em pouco tempo não havia nenhum crocodilo para contar história”, essa expressão significa que
(A) ainda ficaram os filhotes dos crocodilos.
(B) Os filhotes ficaram para trás para contar histórias.
(C) não ficou nenhum crocodilo para trás.
(D) sobrou só o crocodilo rei para governar o seu reinado.

46) O que se ecoa no ar?
(A) Gritos de socorro.
(B) Gritos de protesto.
(C) Gritos de tristeza.
(D)Gritos de alegria.

47) Qual a conclusão que os animais chegam, depois de verem os crocodilos irem embora?
(A) Da próxima vez, discutiremos em quem votar.
(B )Da próxima vez, ficaremos em casa.
(C) Da próxima vez, saberemos em quem votar.
(D) Da próxima vez, não votaremos mais.

48) Quem é carregado em triunfo?
(A) Jim, o crocodilo.
(B) Gil, o elefante.
(C) Janete, a girafa.
(D) Jô, o leão.

49)Observe o final do conto: “E a vida recomeça. Como antes. Ou quase…”, o uso de reticências no final do conto indica
(A) que a história finaliza com o elefante tomando posse. 
(B) que a história acabou com o reinado do elefante.
(C )que a história se encerrou com o reinado do elefante.
(D) que a história tem continuidade.

Produção textual
50) Agora o que poderia ter acontecido depois desse desfecho? Use a criatividade e escreva o que poderia ter acontecido logo após o reinado do elefante.

“E a vida recomeça. Como antes. Ou quase…”
Resposta pessoal

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A educação se destina a promoção do homem, caracterizando se como uma comunicação entre pessoas livres e graus diferentes de maturação humana, numa situação histórica determinada. Dentro desse contexto, o processo ensino-aprendizagem é organizado intencionalmente de modo a se atingir adequada, eficaz e eficientemente o objetivo fundamental da educação: a promoção do homem. (Saviani, 1996, p.105)

Do que foi dito acima, vimos que a organização do livro didático não está atingindo este objetivo da educação. Daí a reflexão, de buscar por outros meios, para que os alcance de alguma forma. Percebemos que as avaliações externas cobram indivíduos pensantes, críticos, reflexivos, que tenham habilidades e que sejam competentes em desempenhar tarefas que lhe são ofertadas, porém, o livro didático, até hoje, não dispõe de uma organização sequencial ou estrutural que desenvolva isso no educando. Podemos ver, então, a importância de desenvolver um trabalho organizado através de atividades dialéticas. Que sejam, mais dinâmicas e relevantes, para que o aluno avance em todos os sentidos da sua área acadêmica, visto que, este trabalho não está pensando apenas em avaliações externas, mas na formação e na promoção do homem. Tais conhecimentos, objetos de reflexão, mostrados neste artigo, são necessários ao educador, pois terá que descobrir os instrumentos capazes de tornar a mensagem educativa mais assimilativa para o educando. 

Este artigo vem de encontro a práxis educacional, onde vai contra a um conjunto de enunciados fechados, conclusivos, com tendência a uma rarefação da educação e um empobrecimento dos conteúdos de aprendizagem, como ocorre tradicionalmente. Deixamos aqui para o leitor apenas um exemplo e esperamos que isso incentive e motive outros, no sentido de dotar atividades com mais consistência, enriquecendo as aulas através de leituras de obras literárias e de clássicos, que despertem uma consciência crítica, indo de encontro real e dinâmico ao processo de ensino-aprendizagem, na direção do objetivo fundamental da educação, explicitada várias vezes anteriormente por ser fundamental a este artigo, a promoção do homem.

REFERÊNCIAS 

COLOMER, Teresa e CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2002. 

DUMAS-ROY, Sandrine, A Eleição na Selva; São Paulo: Editora Melhoramentos, 2019.

FOUCAMBERT, Jean. Modos de ser leitor: Aprendizagem e ensino da leitura no ensino fundamental. Tradução Lucia P. Cherem e Suzete P. Bornatto. Curitiba: UFPR, 2008

SAVIANI, Dermeval. Escola e saber objetivo na perspectiva histórico-crítica. In: SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica. 9. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

SAVIANI, Dermeval. Introdução. In: Educação: do senso comum à consciência filosófica. 11. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1996.

Eles conheceram Sandrine Dumas Roy, autora de livros infantis, https://www.ledauphine.com/culture-loisirs/2021/11/18/ils-ont-rencontre-sandrine-dumas-roy-autrice-d-albums-jeunesse, acessado em 02/06/2023

Machado, Luciano Vieira https://www.companhiadasletras.com.br/colaborador/00618/luciano-vieira-machado. Acesso em 02/06/2023.

Animais escolhem seus líderes com critérios que variam de força bruta à democracia, https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2020/10/animais-escolhem-seus-lideres-com-criterios-que-variam-de-forca-bruta-a-democracia, acessado 02/06/2023.


1Quitéria Paiva Villela Santos, formada em Letras (Unespar) e em Pedagogia pela (Fapi), Especialização em Gestão Escolar. Instituto de Educação São Braz, IESB, Curitiba, Brasil. Aluna não regular do Mestrado em Ensino, (Unespar), Campus Paranavaí, Paraná. Professora da rede Municipal e Estadual de Educação. (quiteria.paiva@hotmail.com)