Burnout Syndrome Among Healthcare Workers in the Post-Pandemic Scenario
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202502171405
Emylly Mendonça dos Santos
Thamiris Linhares Marques
Geraldo Assis Cardoso
RESUMO
Este estudo analisa a presença da síndrome de burnout entre profissionais da saúde e busca identificar quais são os principais fatores que contribuem para a manifestação desse transtorno, bem como quais medidas são adotadas para combatê-lo. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que analisa artigos publicados entre 2022 e setembro de 2024 nas bases de dados Lilacs e SciELO sobre a temática estudada. Dentro disso, cinco artigos foram selecionados por serem de extrema relevância para a construção deste estudo. Esses estudos mostraram que o burnout está associado ao esgotamento emocional, distúrbios do sono, ansiedade e depressão. Os principais fatores de risco identificados foram a carga horária excessiva e os múltiplos empregos, sendo as mulheres as mais acometidas. Além disso, condições de trabalho inadequadas e falta de apoio organizacional também se apresentaram como determinantes. Medidas de intervenções educativas e melhorias nas condições laborais mostraram-se essenciais para mitigar os efeitos da síndrome, destacando a necessidade de mais pesquisas para desenvolver estratégias preventivas e intervenções eficazes, promovendo um ambiente de trabalho saudável e assegurando o bem-estar dos profissionais e a qualidade do atendimento aos pacientes.
Palavras-chave: burnout; profissionais da saúde; esgotamento profissional; saúde do trabalhador.
ABSTRACT
This study analyzes the presence of burnout syndrome among healthcare professionals and seeks to identify the main factors contributing to the manifestation of this disorder, as well as the measures adopted to combat it. It is an integrative literature review that examines articles published between 2022 and September 2024 in the Lilacs and SciELO databases on the studied topic. Within this context, five articles were selected for being highly relevant to the construction of this study. These studies showed that burnout is associated with emotional exhaustion, sleep disturbances, anxiety, and depression. The main identified risk factors were excessive working hours and multiple jobs, with women being the most affected. Additionally, inadequate working conditions and a lack of organizational support also emerged as determinants. Measures for educational interventions and improvements in working conditions have proven essential in mitigating the effects of the syndrome, highlighting the need for more research to develop preventive strategies and effective interventions, promoting a healthy work environment and ensuring the well-being of professionals and the quality of patient care.
Keywords: burnout; health personnel; burnout, professional; occupational health.
RESUMEN
Este estudio analiza la presencia del síndrome de burnout entre profesionales de la salud y busca identificar cuáles son los principales factores que contribuyen a la manifestación de este trastorno, así como las medidas adoptadas para combatirlo. Se trata de una revisión integrativa de la literatura que examina artículos publicados entre 2022 y septiembre de 2024 en las bases de datos Lilacs y SciELO sobre la temática estudiada. Dentro de este contexto, se seleccionaron cinco artículos por ser de extrema relevancia para la construcción de este estudio. Estos estudios mostraron que el burnout está asociado con el agotamiento emocional, los trastornos del sueño, la ansiedad y la depresión. Los principales factores de riesgo identificados fueron la carga horaria excesiva y los múltiples empleos, siendo las mujeres las más afectadas. Además, las condiciones de trabajo inadecuadas y la falta de apoyo organizacional también se presentaron como determinantes. Las medidas de intervenciones educativas y mejoras en las condiciones laborales se han demostrado esenciales para mitigar los efectos del síndrome, destacando la necesidad de más investigaciones para desarrollar estrategias preventivas e intervenciones efectivas, promoviendo un ambiente de trabajo saludable y asegurando el bienestar de los profesionales y la calidad de la atención a los pacientes.
Palabras-clave: burnout; personal de salud; agotamiento profesional; salud ocupacional.
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o início da pandemia confluiu com um aumento de 40% nos acidentes de trabalho graves e um aumento de 30% no total de auxílios-doença para depressão, ansiedade, estresse e outros transtornos mentais. Ademais, o número de afastamentos dos postos de trabalho foi de 224 mil em 2019, para 289 mil em 2020 (Marinho, 2021).
Durante a pandemia da COVID-19, muitos médicos e profissionais da saúde se depararam com um aumento repentino da demanda por assistência à saúde num sistema muito fragilizado, principalmente o setor público. Essa conjuntura levou muitos profissionais a viverem situações complexas e jornadas exaustivas para acolher a população (Moura; Gobbo; Pedro, 2022).
Nesse contexto, a saúde mental dos trabalhadores passou a ser um tema amplamente discutido. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a síndrome do esgotamento profissional como uma doença ocupacional caracterizada como transtorno emocional provocado por situações de estresse e exaustão provenientes do trabalho (Modesto, 2022).
O trabalhador com diagnóstico de síndrome do esgotamento profissional tem garantido os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários de outras doenças ocupacionais e de acidentes do trabalho. Quando determinada a necessidade de afastamento das funções laborais, a empresa deverá pagar por até 15 dias o salário integral do funcionário e posteriormente o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) irá garantir o benefício previdenciário mensal (Modesto, 2022).
O cenário atual convive com o aumento significativo de trabalhadores em situação de esgotamento, principalmente profissionais da saúde (Moura; Gobbo; Pedro, 2022). A pandemia da COVID-19 aumentou muito a sobrecarga de trabalho do sistema de saúde, sendo esse um marco importante na discussão do desenvolvimento do esgotamento profissional, sendo esse sinônimo de burnout (Soares et al., 2022).
Em 1974, o psicólogo Herbert Freudenberger usou a expressão burnout para definir o quadro de sintomas mentais provenientes do trabalho exaustivo. Esse termo foi descrito a partir da observação de desgaste na motivação e no ânimo de profissionais que trabalhavam diretamente com pessoas. A expressão resultou da junção de “burn” e “out”, que retrata o momento que o trabalhador exaure fisicamente e psicologicamente, com manifestações de prostração, comportamento ofensivo e impaciente (Moraes, 2014)
Burnout é um transtorno superior ao estresse, sendo esse associado diretamente ao contexto laboral que ocorre pelo processo permanente do estresse no ambiente de trabalho. Está associado a sintomatologia de despersonalização da pessoa, que é caracterizada por insensibilidade emocional do profissional. A despersonalização é um aspecto fundamental para o diagnóstico de burnout (Benevides-Pereira, 2002).
O trabalho é um importante determinador de saúde e bem-estar de uma sociedade, ele promove a geração de renda e a inclusão social do trabalhador. Porém, o trabalho realizado de maneira imprudente pode trazer malefícios ao homem, conduzindo a situações de sofrimento, adoecimento e até a morte (Ministério Da Saúde, 2018). Dessa forma, se faz necessário a implementação de leis e regulamentos para proteger a vida e a saúde desses trabalhadores.
De acordo com a Lei n° 8213, uma doença ocupacional ou profissional é aquela produzida ou desencadeada diretamente pela execução de uma determinada atividade de trabalho, sendo essas enfermidades presentes na relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e pela Previdência Social (Brasil, 1991). Consoante, a Lei n° 8.080 determina que a saúde do trabalhador seja promovida e protegida por meio de um conjunto de atividades realizadas por ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária (Brasil, 1990).
Pela Portaria n° 1.823, a Política Nacional de Segurança do Trabalhador (PNST) deve definir os princípios, as diretrizes e as estratégias para desenvolver a atenção integral à saúde do trabalhador, com a pretensão de atender a Lei n° 8.080, e reduzir a morbimortalidade decorrente dos processos produtivos (Ministério Da Saúde, 2012).
As ações da PNST são de responsabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e as doenças provenientes do trabalho surgem como demanda, principalmente, na Atenção Básica (AB) e nas urgências e emergências do sistema de saúde. Portanto, no cotidiano do atendimento aos trabalhadores é fundamental associar as condições de saúde-doença ao trabalho executado ao longo da vida do paciente (Ministério Da Saúde, 2018).
As intensas jornadas de trabalho, o comprometimento do padrão de sono e vigília, a baixa remuneração e a adesão a mais de um vínculo empregatício estão entre os motivos que favorecem o surgimento de diversos transtornos mentais associados ao trabalho (Fernandes; Sores; Silva, 2018).
O número de registros técnico-científicos de estresse laboral crônico vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Esse estresse crônico pode levar ao surgimento da síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional, que é caracterizada pela exaustão emocional, a despersonalização e a baixa realização profissional (Ministério Da Saúde, 2018).
Em janeiro de 2022, a OMS reconheceu a síndrome do esgotamento profissional como uma doença ocupacional, por meio da 11ª revisão da Classificação Internacional de Doença (CID-11). Essa doença foi descrita como uma síndrome resultante do estresse crônico mal gerenciado no ambiente de trabalho (Costa, 2022).
O esgotamento profissional é uma doença ocupacional que causa danos emocionais, econômicos e sociais para o trabalhador e para sua família. Somado a isso, os transtornos mentais associados ao trabalho reduzem a produtividade organizacional e afeta diretamente o sistema de saúde (Prado, 2016).
O estresse ocupacional é um problema generalizado que afeta o ser humano, o ambiente de trabalho e toda a sociedade. Portanto, reduzir os fatores de estresses associados as atividades trabalhistas é uma demanda progressiva, que torna fundamental a capacitação para gestão das emoções desses funcionários (Prado, 2016). É fundamental que gestores e empregadores tenham uma atenção mais qualificada para a formulação de políticas mais efetivas que promovam a saúde mental e bem-estar dos trabalhadores (Fernandes; Sores; Silva, 2018).
Nesse contexto, nota-se a necessidade de estudos que abordem sobre a saúde mental dos trabalhadores e que compreendam melhor as causas e consequências do esgotamento profissional. A partir disso, torna-se possível a elaboração de estratégias de promoção e intervenções em saúde que visem melhorar a qualidade de vida dessa classe trabalhadora.
Dessarte, o objetivo deste artigo constitui em analisar o atual cenário, pós pandemia, do esgotamento profissional dos trabalhadores da saúde e identificar os principais fatores que favorecem o surgimento desse transtorno. Com isso, compreender as medidas tomadas para reverter esse contexto e fornecer informações e conhecimento para outros profissionais e estudantes sobre essa temática.
2. METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão integrativa da literatura sobre o cenário atual do esgotamento de profissionais da saúde no cenário pós pandemia.
A revisão integrativa é uma excelente ferramenta para sintetizar estudos disponíveis sobre determinado tema, além disso direciona o conhecimento científico para a aplicabilidade prática, sendo relevante para utilização no campo da saúde (Souza; Silva; Carvalho, 2010). Para construção desse estudo foram seguidas as seguintes etapas:
A pergunta norteadora deste estudo consiste em analisar como está sendo abordada a temática da saúde mental entre médicos e enfermeiros no período pós pandemia e quais são os principais fatores que contribuem para o esgotamento mental desses profissionais.
Para isso foi feita a identificação de amostras na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde. Foram analisadas as bases de dados Scielo e Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Utilizou-se os descritores listados nos Descritores de Ciências em Saúde (DeCS), sendo eles: “burnout” ou “burnout, professional” e “health personnel” ou “occupational health” associados por meio dos operadores booleanos AND e OR. Destaca-se, que a coleta de dados foi realizada em setembro de 2024, sendo os critérios de inclusão: publicações entre 2022 e 2024.
Esse estudo utilizou do modelo PRISMA (Principais Itens para Relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises) para auxiliar os autores no relato desta revisão integrativa. Esse modelo cobre os conceitos e tópicos mais relevantes para construção de uma revisão sistemática (Galvão, Pansani & Harrad, 2015). A Figura 1 mostra como foi realizada a seleção dos artigos para elaboração desta revisão integrativa, de acordo com critérios de inclusão e exclusão, através do fluxograma PRISMA.
Figura 1 – Fluxograma do processo de seleção dos artigos para construção da revisão integrativa sobre o esgotamento profissional no cenário pós pandemia.
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Fonte: Galvão, Pansani & Harrad (2015).
Foram encontrados 108 artigos na LILACS e 30 artigos na Scielo, sendo excluídos 28 artigos que estavam duplicados nas duas bases de dados e um trabalho de conclusão de curso. Depois disso, foi feita a leitura dos títulos e foram excluídos 20 artigos que abordavam temas diferentes do objetivo de estudo, 8 artigos que abordavam trabalhadores fora do setor da saúde, 49 artigos que relacionavam o burnout ao período da pandemia.
Foi feita a leitura dos resumos dos 32 artigos e foram selecionados somente os materiais que analisavam o burnout a partir do ano de 2022, quando houve uma redução significativa do número de hospitalizações provenientes da Covid-19. Essa etapa resultou com cinco artigos para leitura completa, interpretação e discussão dos resultados e construção final desta revisão integrativa.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados foram coletados de forma independente pelos autores e os resultados foram comparados para garantir maior confiabilidade. Não foi empregada nenhuma ferramenta para a seleção e extração dos dados. Após essa etapa, o corpus foi classificado de acordo com autor e ano, revista que foi publicado, profissionais estudados, local de atuação e resultados e conclusões dos estudos, como mostra o Quadro 1.
Quadro 1 – Publicações de estudos sobre o burnout em profissionais da saúde fora do cenário da pandemia da Covid-19, estudos entre 2022 e setembro de 2024.
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Fonte: base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde.
Dentro dos cinco artigos selecionados, três focaram especificamente na atuação de enfermeiros, um concentrou-se em médicos residentes e outro abrangeu profissionais da saúde em geral. Esses enfoques evidenciam a necessidade de realizar mais estudos que incluam uma gama maior de profissões na área da saúde, uma vez que ainda são escassos os trabalhos que fundamentam o burnout como uma doença ocupacional nesse setor. Além disso, é importante ressaltar que o estresse gerado no ambiente de trabalho deve ser analisado em diferentes contextos de atuação desses profissionais, como clínicas, serviços de emergência, unidades de terapia intensiva e outros ambientes.
Todos os estudos analisados em sua totalidade revelaram uma interconexão significativa entre o trabalho excessivo, o burnout e a saúde mental dos profissionais investigados. Isso indica que todos os profissionais da saúde estão suscetíveis a esses transtornos mentais e ocupacionais. A prevalência do vício do trabalho entre enfermeiros variou entre 14% e 37%, com consequências diretas para a saúde mental, incluindo o surgimento de sintomas de ansiedade e depressão (Barbosa et al., 2024). O burnout também foi considerado prevalente, especialmente entre as mulheres (Muniz et al., 2023) e entre aqueles que mantêm múltiplos vínculos empregatícios, correlacionando-se com a carga horária excessiva (Alves et al., 2023). É fundamental enfatizar que, no cenário da saúde, muitos médicos atuam de forma autônoma e nem sempre respeitam uma carga horária de trabalho saudável, tornando-se ainda mais vulneráveis ao esgotamento profissional.
Quanto à metodologia empregada nos estudos, dos cinco artigos incluídos, três utilizaram uma abordagem quantitativa, um adotou uma metodologia qualitativa e um realizou uma revisão narrativa. Entre os estudos quantitativos, dois focaram na aplicação de questionários validados para avaliar os níveis de burnout e workaholism entre os profissionais da saúde. O Maslach Burnout Inventory (MBI) foi o instrumento mais utilizado para medir o burnout, devido à sua ampla aceitação como ferramenta de mensuração, o que facilita a comparação de resultados entre diferentes estudos. No entanto, é importante notar que essa abordagem pode restringir a análise ao foco das perguntas predefinidas, limitando a compreensão mais abrangente do impacto emocional e psicossocial da síndrome.
Quatro desses estudos foram conduzidos em ambientes hospitalares, enquanto apenas um estudo abordou a atenção primária. O foco nos hospitais pode ser explicado pela sobrecarga de trabalho e pelo estresse emocional enfrentados por esses profissionais, o que os torna mais propensos a desenvolver burnout (Barbosa et al., 2024; Alves et al., 2023; Muniz et al., 2023; Alcaraz Britez et al., 2023). Contudo, investigações futuras deveriam explorar outros cenários de atuação, como ambulatórios e unidades de pronto atendimento, que não foram contemplados nos estudos analisados.
Condições de trabalho inadequadas, ambientes estressantes e a falta de apoio organizacional foram identificados como fatores que contribuem significativamente para a exaustão física e mental dos profissionais da saúde (Muniz et al., 2023; Alcaraz Britez et al., 2023). Além disso, foi observado que as mulheres que atuam nesse contexto apresentam um impacto maior em sua saúde mental. Essa informação abre lacunas para o desenvolvimento de estudos que busquem compreender de maneira mais esclarecedora os motivos que tornam as mulheres mais suscetíveis ao burnout, possibilitando, assim, a elaboração de medidas eficazes para prevenir tais acometimentos.
O excesso de trabalho também foi associado a problemas de sono, estresse crônico e doenças físicas, como problemas cardiovasculares e uso excessivo de substâncias (Barbosa et al., 2024). A combinação de burnout e workaholism resulta em baixa eficácia profissional, aumento do absenteísmo e erros no atendimento ao paciente (Alves et al., 2023). Nesse contexto, é importante destacar que os profissionais da saúde desempenham diversas atividades que exigem habilidades, atenção e cuidado. Portanto, o uso excessivo de substâncias e os erros no atendimento podem causar danos imensuráveis à vida humana. Diante disso, torna-se fundamental a implementação de medidas que eliminem esses indicadores preocupantes.
Intervenções educativas e a implementação de protocolos claros para lidar com a violência no trabalho são essenciais para proteger a saúde mental dos profissionais de saúde (Díaz et al., 2023). Melhorias nas condições de trabalho e a criação de programas voltados à saúde mental são indispensáveis para mitigar o impacto do burnout (Alves et al., 2023; Muniz et al., 2023). Assim, o ciclo vicioso entre o workaholism e o burnout exige uma atenção especial dos gestores da saúde, com ênfase na promoção de um equilíbrio saudável entre a vida profissional e pessoal.
Portanto, a identificação de fatores de risco, como carga horária excessiva e múltiplos vínculos, é crucial para o desenvolvimento de intervenções eficazes. Fatores protetores, como suporte familiar e intervenções educativas, devem ser valorizados e promovidos para melhorar a saúde mental dos profissionais. A interdisciplinaridade nas intervenções é necessária para abordar o burnout, a fim de trazer novas perspectivas e abordagens para o enfrentamento desse desafio.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se, que apesar das importantes contribuições dos estudos, algumas lacunas foram identificadas. A escassez de pesquisas longitudinais e a necessidade de metodologias mais robustas dificultam a compreensão do impacto temporal do burnout e workaholism na saúde dos profissionais. Novas investigações são urgentes para entender melhor as dinâmicas desses fenômenos e desenvolver estratégias preventivas e intervenções eficazes para promover um ambiente de trabalho saudável e equilibrado. Essas medidas são fundamentais para garantir o bem-estar dos profissionais e a qualidade do atendimento aos pacientes.
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