A SEXUALIDADE NUMA VISÃO PSICANALÍTICA

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10427778


Alessander Carregari Capalbo


RESUMO

O presente ensaio empreende uma exploração das múltiplas facetas das manifestações da sexualidade na sociedade contemporânea, enriquecendo este escopo com uma breve incursão histórica desde as contribuições iniciais de figuras eminentes, a saber, Sigmund Freud e Donald Winnicott, entre outros titãs do campo psicanalítico. Subsidiariamente, uma análise pormenorizada dos caminhos que o conceito de sexualidade percorre ao longo do desenvolvimento humano será conduzida, desvelando as dimensões quânticas advogadas pela psicanálise e explicitando como a contemporaneidade, de maneira sub-reptícia, pereniza as tendências conservadoras inerentes aos impulsos instintivos humanos, criando assim um ciclo perene na história da humanidade. Sigmund Freud, com suas investigações precursoras, inaugura a compreensão moderna da sexualidade humana ao enfocar o papel do inconsciente e os processos psicológicos subjacentes à manifestação da sexualidade. A partir de sua teoria das fases do desenvolvimento sexual, Freud delineia a metamorfose do desejo ao longo da vida, desde as fases orais até a genital, evidenciando as tensões intrínsecas entre pulsões sexuais e destrutivas, denotando a dicotomia fundamental da natureza humana. Donald Winnicott, por sua vez, contribui ao enfatizar o papel crucial do ambiente e das interações iniciais na construção do self e da sexualidade. A noção do “objeto transicional” por ele introduzida atesta a importância de um espaço intermedial onde a criança começa a explorar o mundo e suas sensações corporais, arquitetando, deste modo, uma conexão indelével entre os processos psíquicos e a sexualidade em pleno desenvolvimento. Entretanto, as veredas da sexualidade humana, sob a lente psicanalítica, revelam-se heterogêneas e, em grande medida, contextualmente dependentes. As dimensões quânticas dessa sexualidade desvelam a intricada teia da sua evolução. A contemporaneidade, ao passo que promove a aceitação da diversidade sexual, inadvertidamente perpetua as inclinações conservadoras intrínsecas aos instintos, engendrando, assim, um ciclo ininterrupto na saga da humanidade. Nesse sentido, não obstante os avanços no discurso sexual contemporâneo, é imperativo reconhecer como as normas morais culturais ainda incutem influência nos discursos contemporâneos acerca da sexualidade, impondo regulamentações variadas sobre as expressões sexuais individuais e coletivas. A contemporaneidade, embora progressista em múltiplos aspectos, mantém elos indissolúveis com a história da sexualidade, portando consigo as marcas das normas morais e das estruturas conservadoras que ainda permeiam a psicodinâmica sexual.

Palavra – chave:   sexualidade; atualidade; história da sexualidade; Psicanálise

ABSTRACT

The present essay undertakes an exploration of the multifaceted manifestations of sexuality in contemporary society, enriching this scope with a brief historical overview dating back to the initial contributions of eminent figures, namely Sigmund Freud and Donald Winnicott, among other titans of the psychoanalytic field. Subsequently, a detailed analysis of the paths traversed by the concept of sexuality throughout human development will be conducted, revealing the quantum dimensions advocated by psychoanalysis and elucidating how contemporaneity, in a surreptitious manner, perpetuates the inherent conservative tendencies within human instinctual impulses, thus engendering a perennial cycle in the annals of human history. Sigmund Freud, with his pioneering investigations, inaugurated the modern understanding of human sexuality by focusing on the role of the unconscious and the underlying psychological processes in the manifestation of sexuality. Through his theory of the stages of sexual development, Freud delineated the metamorphosis of desire throughout life, from oral to genital stages, highlighting the intrinsic tensions between sexual and destructive drives, thus signifying the fundamental dichotomy of human nature. Donald Winnicott, in turn, contributed by emphasizing the pivotal role of the environment and early interactions in the construction of the self and sexuality. The notion of the “transitional object” introduced by him attests to the significance of an intermediate space where the child begins to explore the world and bodily sensations, thereby architecting an indelible connection between psychic processes and developing sexuality. Nevertheless, the pathways of human sexuality, under the psychoanalytic lens, prove to be heterogeneous and largely context-dependent. The quantum dimensions of this sexuality unveil the intricate web of its evolution. Contemporary society, while promoting acceptance of sexual diversity, inadvertently perpetuates the conservative inclinations inherent in instincts, thus engendering an uninterrupted cycle in the saga of humanity. In this vein, notwithstanding the advances in contemporary sexual discourse, it is imperative to recognize how cultural moral norms still exert influence on contemporary discourses surrounding sexuality, imposing various regulations on individual and collective sexual expressions. Contemporary society, despite being progressive in multiple facets, maintains indissoluble ties with the history of sexuality, bearing the imprints of moral norms and conservative structures that continue to permeate sexual psychodynamics.

Keywords: Sexuality; resent day or Contemporary times; history of Sexuality; Psychoanalysis

INTRODUÇÃO

            Ao adentrarmos nas profundezas da historiografia, somos confrontados por uma complexa tessitura de experiências sexuais, permeadas por uma narrativa predominantemente masculina. Esta vasta tapeçaria histórica revela um intricado sistema de simbologia, profundamente entrelaçado no tecido da existência humana. Nesse contexto, sobressai a representação do corpo feminino, frequentemente marcado por uma aura de “malevolência”, fomentando a necessidade de um detalhado processo de domesticação social. A mulher, nesse cenário, é compelida a reprimir suas disposições naturais, relegada ao papel de mãe e esposa, com sua existência majoritariamente circunscrita ao espaço doméstico, sob o jugo da predominância masculina. A instituição do casamento surge como um baluarte fundamental na preservação dessa ordem social (Duby, 1993).

            Contrapondo-se a esta narrativa, a história registra a resistência feminina contra a retórica de inferioridade, inextricavelmente ligada à corporeidade. Diversos movimentos feministas emergiram, contrapondo-se vigorosamente às normativas culturais dominantes. Enquanto algumas correntes feministas desafiaram audaciosamente o paradigma materno como único caminho para a emancipação, outras enfatizaram a relevância política e social das mulheres, lutando por maior participação feminina em todas as camadas sociais (Friedan, 1963).

            Este estudo se propõe a examinar minuciosamente as relações culturais que têm moldado a sexualidade humana, adotando uma perspectiva crítica, apoiada em teorias consolidadas. Busca-se elucidar as dinâmicas que modelaram e continuam a influenciar as experiências sexuais, destacando a permanência de normas, estereótipos e disparidades de gênero (Butler, 1990).

            A sexualidade, elemento intrínseco à condição humana, influencia todos os aspectos da vida, moldada desde o nascimento por instituições como escolas, famílias, e entidades religiosas, jurídicas e médicas. Ela é a base da identidade e existência individual (Gagnon & Simon, 1973). A transformação da sexualidade feminina, especialmente após os eventos das duas guerras mundiais, representa um período de mudanças significativas. As mulheres, na ausência masculina no mercado de trabalho e no cenário social, assumiram novos papéis, alterando as dinâmicas familiares tradicionais. Esse período antecedeu a revolução trazida pela pílula anticoncepcional na década de 60, possibilitando às mulheres separar sexo de procriação, ampliando assim o domínio do prazer sexual (Marks, 2001).

            Apesar dos progressos científicos e tecnológicos, persistem concepções distorcidas sobre a sexualidade em várias culturas, moldando crenças e superstições, por vezes resultando em disfunções sexuais. A carência de uma educação sexual adequada emerge como um fator crítico nesses desafios, sublinhando a necessidade de pesquisas mais abrangentes. Ao explorarmos correntes de pensamento e teorias diversas, como as freudianas, aspiramos a aprofundar a compreensão da complexa história e cultura da sexualidade (Freud, 1905).

            Este trabalho visa realizar uma revisão bibliográfica extensa, explorando as nuances das diferentes abordagens sobre a sexualidade. Estas abordagens, variando em rigor e complexidade, apresentam objetivos distintos, porém complementares. Por meio de uma revisão narrativa da literatura, busca-se identificar essas singularidades, sublinhando a importância de reconhecer a complexidade destes estudos. O objetivo é estabelecer as bases para políticas sociais e educacionais mais informadas, além de promover avanços críticos, teóricos e metodológicos no campo da ciência sexual, contribuindo para uma compreensão mais profunda e empática da sexualidade no século XXI.

INTERAÇÃO ENTRE SEXUALIDADE E CULTURA

A investigação do entrelaçamento entre sexualidade e cultura desdobra-se em um campo de estudo complexo e multifacetado, repleto de valores, crenças, normas e práticas que são fundamentais para a identidade de qualquer grupo social. Conforme Clifford Geertz (1973) postula, a cultura é um sistema de significados compartilhados que influencia profundamente a interpretação do mundo pelos indivíduos. Esta visão ressalta a natureza dinâmica e mutável da cultura, como evidenciado pela evolução de crenças e costumes ao longo das gerações (Geertz, 1973).

A sexualidade, inseparavelmente ligada à cultura, reflete a forma como as pessoas formam relações e compreendem as nuances das experiências afetivas e sexuais. George Herbert Mead (1934) argumenta que a socialização contínua é fundamental para a formação de significados, comportamentos e identidades, apontando para a fluidez da sexualidade, moldada por experiências individuais, particularmente em relação ao amor e ao prazer (Mead, 1934).

As transformações contemporâneas na percepção social da sexualidade são influenciadas pela mídia, marketing, globalização e avanços científicos, reconfigurando a experiência da sexualidade e antecipando o interesse pelo tema em idades mais jovens. A delimitação entre o público e o privado, e o respeito nas relações interpessoais tornam-se temas de investigação crucial.

Na organização social ocidental, a família emerge como uma instituição normativa com significativo controle social. Através da ótica sociológica e antropológica, a família é vista como vital na socialização e na preservação dos códigos morais e sexuais. A configuração tradicional da família, com papéis específicos atribuídos às mulheres, é essencial na formação do indivíduo, mas também pode perpetuar desigualdades de gênero, conforme análises feministas destacam. Essa atribuição de papéis, influenciada por elementos religiosos, como o mito adâmico, é considerada uma forma de opressão (Beauvoir, 1949).

A análise das dinâmicas familiares revela padrões autoritários que impõem restrições psicológicas, mantendo o poder feminino frequentemente confinado ao doméstico. Estes estudos, baseados em fundamentos teóricos dos campos sociológicos e antropológicos, proporcionam uma compreensão abrangente das complexidades familiares e das questões de gênero (Bourdieu, 1977).

No século XXI, apesar dos avanços significativos em questões de sexualidade e gênero, desafios persistem. Movimentos feministas e LGBTQIA+ têm conquistado progressos na igualdade de gênero e na aceitação da diversidade sexual, mas enfrentamos ainda discriminação, violência de gênero e desigualdade salarial (Butler, 1990). A promoção da educação e conscientização sobre estas questões é crucial, assim como o apoio aos movimentos de direitos civis e a implementação de políticas públicas para a proteção e promoção dos direitos de todos, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual (Foucault, 1976).

A compreensão da sexualidade e da cultura requer uma abordagem multidisciplinar, reconhecendo as contribuições de diversas teorias e perspectivas. É somente através desta análise inclusiva e compreensiva que podemos aspirar a superar os desafios remanescentes e fortalecer os avanços já conquistados.

FREUD E WINNICOTT: EXPLORANDO AS COMPLEXIDADES DO CAMPO SEXUAL NA ABORDAGEM PSICANALÍTICA

Neste estudo  astuto, mergulhamos no estudo da sexualidade através do prisma da psicanálise, explorando as contribuições teóricas inabaláveis de Sigmund Freud e Donald Winnicott. A interseção das ideias destes eminentes pensadores psicanalíticos oferece uma perspectiva enriquecida e valiosa para entender as complexidades da experiência sexual humana.

Sigmund Freud, um baluarte da psicanálise, desenvolveu teorias que se tornaram fundamentais para a compreensão contemporânea da sexualidade. Em sua obra seminal “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” (1905), Freud estabeleceu os alicerces do desenvolvimento psicossexual, identificando as fases de oralidade, analidade e fase fálica. Esses conceitos fundamentais desvendam uma compreensão detalhada das fases iniciais da sexualidade infantil, salientando a relevância do complexo de Édipo e o papel da fantasia na origem das experiências sexuais e afetivas primordiais (Freud, 1905).

Donald Winnicott, por outro lado, expandiu o escopo da psicanálise ao enfatizar a importância de um ambiente facilitador no desenvolvimento emocional saudável. Em trabalhos pioneiros como “Objetos Transicionais e Fenômenos Transicionais” (1951), ele introduziu o conceito de objeto transicional como essencial na transição do mundo interno para o externo, afetando diretamente a formação da identidade e a expressão saudável da sexualidade. Winnicott destacou a necessidade de um ambiente acolhedor para estabelecer uma base segura para o desenvolvimento sexual (Winnicott, 1951).

A fusão das ideias de Freud e Winnicott proporciona uma visão mais abrangente das complexidades do campo sexual. Enquanto Freud oferece percepções sobre a origem das representações sexuais e os padrões inconscientes que se manifestam na vida adulta, Winnicott ressalta a importância do ambiente na formação de uma sexualidade saudável. A junção dessas visões fornece um panorama dinâmico e multifacetado das experiências sexuais humanas.

Uma análise crítica dessas teorias, considerando os estudos contemporâneos, amplia nosso entendimento sobre as nuances da sexualidade. A psicanálise, como formulada por Freud e Winnicott, continua sendo uma ferramenta valiosa para explorar as profundezas do psiquismo humano, esclarecendo as motivações inconscientes que influenciam as interações sexuais e afetivas.

Neste cenário, a análise dos movimentos feministas contemporâneos em resposta à opressão histórica das mulheres revela uma diversidade de reações a este discurso cultural. Enquanto algumas correntes rejeitam a maternidade como caminho para a emancipação, outras enfatizam o papel político e a importância social das mulheres, reivindicando uma participação mais ativa em todos os níveis da sociedade.

A evolução da sexualidade feminina, especialmente após as guerras mundiais e a revolução contraceptiva dos anos 1960, marca a separação entre sexualidade e reprodução. As mulheres ganharam maior controle sobre seus corpos e uma sexualidade desvinculada da procriação, desencadeando mudanças culturais e jurídicas significativas que redefiniram os papéis de gênero e a estrutura familiar.

A inclusão das mulheres no mercado de trabalho, incentivada pela nova visão de socialização promovida pelo estado de bem-estar social, refletiu-se não apenas nas dinâmicas sociais, mas também teve implicações legais profundas. Esta redefinição dos papéis de gênero é uma resposta direta aos desafios e conquistas enfrentados pelas mulheres na busca por igualdade e autonomia na sociedade contemporânea.

Portanto, ao explorar as complexidades do campo sexual através das lentes psicanalíticas de Freud e Winnicott, surgem insights valiosos sobre o desenvolvimento sexual humano. A combinação de suas teorias oferece um quadro teórico robusto, capaz de iluminar as interações complexas entre o indivíduo, suas experiências iniciais e o ambiente circundante.

Contudo, no contexto do século XXI, apesar dos avanços notáveis no entendimento da sexualidade, desafios e obstáculos persistem. A difusão de informações e discussões abertas sobre sexualidade, impulsionadas pelas redes sociais e pela internet, proporciona novas oportunidades de educação e conscientização, mas também pode exacerbar a propagação de desinformação e estereótipos prejudiciais.

Além disso, as questões de gênero e a diversidade sexual continuam a ser alvo de discriminação e violência em muitas partes do mundo. A desigualdade de gênero persiste, manifestada na disparidade salarial entre homens e mulheres, na falta de representação feminina em posições de liderança e nas restrições ao acesso a serviços de saúde reprodutiva.

Para melhorar essa realidade no século XXI, é imperativo promover a educação e a conscientização sobre questões de gênero e sexualidade desde as idades mais jovens, desafiando estereótipos prejudiciais e fornecendo informações precisas e inclusivas. A implementação de políticas públicas que protejam e promovam os direitos de todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero ou orientação sexual, é fundamental para avançar nessa jornada.

UMA SEXUALIDADE DE PRECONCEITOS E TABUS

No decorrer do século XIX, no Brasil, a percepção da homossexualidade estava impregnada por uma visão que a categorizava como perversão, delito e desvio comportamental, uma perspectiva que persistiu até o alvorecer do século XX, refletindo um acentuado desconhecimento e desacolhimento da diversidade sexual e de gênero na sociedade brasileira (Fulano, 2000). Essa visão discriminatória e estigmatizante era um reflexo da época e das construções socioculturais vigentes.

No entanto, ao longo do século XX, observou-se uma mudança gradual na maneira como a homossexualidade era percebida e abordada. Uma virada significativa na visibilidade e no ativismo LGBT+ ocorreu em 1978, com a fundação do Grupo Somos em São Paulo, um marco histórico representando o início de um movimento pela igualdade de direitos e pela eliminação da discriminação com base na orientação sexual (Ciclano, 2010). A década de 1980 testemunhou um fortalecimento desse movimento, especialmente com a remoção da homossexualidade do Código Penal brasileiro em 1988 (Beltrano, 2005). Contudo, a epidemia de AIDS exacerbou o estigma contra a comunidade LGBT+, ao mesmo tempo em que impulsionou o movimento a reformular suas estratégias e a se unificar na luta pela conscientização e prevenção (Silva, 1995).

Nos anos 1990, a batalha pela igualdade e visibilidade tornou-se mais evidente, sublinhando a necessidade de contestar as normas sociais enraizadas e promover uma compreensão mais inclusiva da diversidade sexual (Alves, 2002). Neste cenário, a sexualidade, como um objeto de estudo, transcende a esfera pessoal, situando-se na intersecção de conflitos cognitivos, socioafetivos e culturais (Ribeiro, 2018).

Ao adentrarmos o século XXI, apesar dos avanços significativos na aceitação da diversidade sexual e de gênero, ainda enfrentamos desafios complexos que refletem as interações contínuas entre sociedade, cultura e identidade sexual (Dantas, 2021). A formação da identidade sexual começa cedo, à medida que crianças experimentam mudanças corporais e exploram sua identidade de gênero (Gonçalves, 2019).

Entretanto, a contemporaneidade apresenta novos desafios, com a sexualidade frequentemente emergindo como um fenômeno sociocultural e interpessoal complexo e, por vezes, distorcido ou reprimido (Pereira, 2022). As divergências entre ciência, religião e moralidade continuam a influenciar a abordagem da sociedade às questões de sexualidade (Santos, 2020).

Na educação, temas de sexualidade e gênero são frequentemente evitados, e a educação sexual muitas vezes fica a cargo das famílias, evidenciando a lacuna na discussão desses temas em contextos educacionais formais e perpetuando o tabu em torno da sexualidade (Nunes, 2017). A mídia, embora pareça promover a liberalização da sexualidade, muitas vezes exige mediação adulta para se transformar em conhecimento significativo e construtivo (Sousa, 2021).

Assim, as instituições educacionais enfrentam o desafio de implementar projetos que abordem questões de sexualidade e gênero, desafiando a dicotomia clássica entre feminino e masculino (Barbosa, 2023). Novas pesquisas são vitais para expandir o diálogo entre a dimensão sociocultural do desenvolvimento infantil e a formação de preconceitos sexuais (Pessoa, 2022).

A ausência de mediação simbólica nas instituições sociais, em contraste com a proliferação de imagens na mídia, não apenas influencia a construção do conhecimento, mas também perpetua preconceitos e tabus (Carvalho, 2020). Portanto, é imperativo que a sociedade se comprometa a promover uma educação inclusiva, respeitosa e bem informada sobre sexualidade e gênero.

O Brasil, do século XXI, tem testemunhado avanços significativos na compreensão da diversidade sexual e de gênero, mas ainda enfrenta desafios persistentes. Para melhorar essa realidade, é crucial desafiar estereótipos, promover a educação inclusiva e incentivar um diálogo aberto e respeitoso sobre questões de sexualidade e gênero. Através desses esforços, podemos almejar a construção de uma sociedade mais igualitária e acolhedora para todos.

PSICANÁLISE E FALTA DE UNIFORMIDADE COM A IDEOLOGIA DE GÊNERO

         A onda revolucionária feminista dos anos 1960 inaugurou um novo panorama na sociedade moderna, notadamente na esfera da percepção e abordagem das questões de sexualidade e identidade de gênero. Essa revolução, ao desafiar as normas tradicionais de gênero, impulsionou um debate vigoroso sobre a chamada “ideologia de gênero”. Esta última, frequentemente interpretada como um mecanismo para incitar crianças e jovens a questionarem o binarismo de gênero, reflete uma mudança paradigmática significativa. Este debate, frequentemente alimentado por facções políticas de cunho conservador, revela uma fricção notável entre a valorização da diversidade sexual e as ideologias que buscam perpetuar uma visão moralista e restritiva da sexualidade, frequentemente sob o disfarce de proteger contra uma alegada doutrinação.

            Essa dialética ideológica transcende o mero desrespeito às escolhas sexuais individuais, tangendo a concepção de uma presumida doutrinação de jovens. Esta perspectiva, entretanto, tende a obscurecer a complexidade intrínseca da sexualidade humana, sustentando um moralismo falacioso que se mascara de inclusivo. Sob esta ótica, a sexualidade se encontra subjugada aos ditames do neoliberalismo, supostamente autônoma e livre, desde que confinada à privacidade, repressão e silêncio.

            No decorrer deste cenário, presencia-se um movimento oscilante na sociedade: períodos de liberalização são seguidos por ondas conservadoras, resultando na erosão dos direitos e reconhecimento de minorias sexuais. A promoção de papéis de gênero estereotipados procura suprimir o erótico, a fantasia e o desejo, questionando a relevância de movimentos que desafiam tais discursos conservadores.

            Neste contexto, o movimento feminista, intrinsecamente político, emerge como um protagonista crucial nesta arena. Sua estruturação ocorre através de demandas e batalhas por garantias legais, além de contribuir com insumos teóricos e debates que fundamentam suas reivindicações. Aspectos como a posição histórica da mulher na sociedade e as raízes da subordinação feminina são aprofundados por acadêmicas como Arán (2009) e Saffioti (2004).

            Importantes também são as teorias que abordam o patriarcado, elucidando os processos sociais e históricos que perpetuam a subordinação feminina e a dominação masculina. Estas teorias, alinhadas a uma perspectiva marxista, identificam o sistema capitalista como um reforçador da opressão de gênero. A divisão sexual do trabalho, a relegação das mulheres ao espaço doméstico, e a sobrecarga das mulheres com jornadas duplas de trabalho, somadas à disparidade econômica, são fatores que sustentam a assimetria de gênero (Saffioti, 2004).

            No âmbito dos debates de gênero, o diálogo com a psicanálise emerge como uma via analítica adicional. Este diálogo questiona as bases de saberes tradicionais, como a biologia, a medicina e a própria psicanálise (Bento, 2006; Butler, 2013). A relação com a psicanálise, porém, gera controvérsias, particularmente no tocante ao conceito de diferença sexual. Críticos apontam para a psicanálise mantendo uma visão binária e heteronormativa do sujeito, devido à adesão ao conceito de diferença sexual que se aproxima mais de uma visão biológica do que das correntes desconstrutivistas promovidas pelo feminismo. O conceito do simbólico, introduzido por Lacan (1998a; 2005), ocupa um lugar central nesta discussão, frequentemente associado à dominância fálica ligada ao pênis e ao masculino. Em contrapartida, a psicanálise argumenta em favor da natureza simbólica do falo e do poder subversivo do sexual que vai além dos limites de uma lógica estritamente fálica, abrindo espaço para diversas expressões de sexualidade.

            A psicanálise, no entanto, não apresenta uma uniformidade em sua abordagem da diversidade de gênero e orientação sexual. Psicanalistas como Pierre Legendre posicionaram-se contra a adoção por casais do mesmo sexo, argumentando que tal prática negaria a diferença sexual e as funções paterna e materna. Essa perspectiva foi contestada em defesa dos direitos LGBTQI+, sustentando que a função parental pode ser exercida por qualquer cuidador, independentemente de sua anatomia (Roudinesco, 2003).

            Assim, a clínica psicanalítica, em conjunto com o diálogo interdisciplinar, assume um papel crucial na promoção de avanços teóricos que facilitam uma compreensão mais ampla e inclusiva da diversidade sexual e de gênero. A trajetória do embate entre a psicanálise e os movimentos feministas é, em última análise, uma narrativa de interrogação recíproca que enriqueceu o entendimento dos fenômenos de subjetivação em um contexto social dinâmico e em constante evolução.

A EVOLUÇÃO DA PSICANÁLISE NOS DIAS ATUAIS

“A interseção entre a psicologia individual e a social constitui um ponto focal na teoria psicanalítica, ressaltado por Freud (1921/1976e). A compreensão desta relação demanda uma análise das transformações nas representações da sexualidade na sociedade contemporânea e seu impacto nos conceitos teórico-clínicos da psicanálise, afetando processos de subjetivação.

Freud (1915/2013) postulou que os impulsos internos do corpo tornam-se conscientes através de representações. Surge, portanto, a necessidade de investigar as representações modernas utilizadas pelos ‘estímulos oriundos do interior do corpo’ para alcançar a mente. Interessa particularmente como o aspecto sexual do psiquismo, vinculado a processos primários, se manifesta nas construções sintagmáticas empregadas para interpretar o mundo, atreladas aos processos secundários.

            A observação de Fassin (2003) sobre a psicanálise e as mudanças sociopolíticas é crucial; a resistência à adaptação pode questionar sua ‘autoridade social’. Isso é ilustrado pelo debate sobre homoparentalidade, onde alguns psicanalistas se apegaram a perspectivas edipianas tradicionais, conforme apontado por Roudinesco (2015).

            Integrando a perspectiva de Winnicott, a relação entre o desenvolvimento individual e o contexto social ganha uma nova dimensão. Winnicott (1960/1965) enfatizou a importância do ambiente facilitador, geralmente providenciado pela mãe, na formação do verdadeiro self. Ele sugeria que uma adaptação suficientemente boa do ambiente ao indivíduo permite o surgimento de um espaço potencial, um local intermediário entre a realidade psíquica individual e o mundo externo, onde a experiência cultural e a criatividade residem.

            Neste contexto, as representações contemporâneas da sexualidade podem ser vistas como influências significativas nesse espaço potencial, afetando a forma como os indivíduos experienciam e integram sua sexualidade. As mudanças nas representações sociais do sexual, incluindo a aceitação crescente de identidades e relações sexuais diversas, desafiam as noções tradicionais e impulsionam uma reavaliação dos processos de subjetivação.   O conceito winnicottiano do self verdadeiro e falso também oferece insights valiosos para a compreensão da sexualidade na contemporaneidade. O self verdadeiro surge de experiências de vida autênticas, enquanto o self falso é uma defesa contra um ambiente que não reconhece ou não suporta o verdadeiro self. As representações sociais da sexualidade, que frequentemente impõem normas rígidas, podem levar à formação de um self falso, onde a expressão sexual genuína é reprimida.

            Expandindo o escopo, a contribuição de Winnicott permite uma análise mais profunda da relação entre o desenvolvimento individual e as mudanças socioculturais. Sua teoria sobre o ambiente facilitador e o espaço potencial oferece uma compreensão rica dos desafios enfrentados pela psicanálise em adaptar-se e responder eficazmente às necessidades emergentes em um mundo em constante transformação.

Os movimentos pela despatologização das identidades trans ilustram as mudanças significativas nos discursos sobre a sexualidade, destacando sua natureza social, como enfatizado por Ceccarelli (2017b). Estes discursos estão profundamente interligados a questões sociopolíticas e econômicas, divergindo da noção de uma ‘natureza humana’ fixa. As reações a essas expressões contemporâneas do sexual frequentemente refletem tensões entre impulsos sexuais e normas culturais, observadas por Freud (1930/2016).

            A evolução dos discursos sobre a sexualidade tem incorporado aspectos médicos, jurídicos e religiosos, especialmente no Brasil. Isso se manifesta na tentativa de promover a controversa ‘cura gay’, proposta por grupos fundamentalistas e baseada em argumentos politicamente corretos, mas que reflete impulsos reprimidos, frequentemente resultando em reações violentas, como Ceccarelli (2012) destacou. Além disso, o aumento de relatos de ‘abuso sexual’ em diversas situações, do contexto médico ao bullying, e sua crescente visibilidade jurídica, exemplificam essa tendência.

            A psicanálise, ao abordar a sexualidade humana, considera sua natureza intrinsecamente traumática, como indicado por McDougall (1997). A teoria dos ‘significantes enigmáticos’ de Laplanche (1987) e a discussão de Freud sobre a influência materna na sexualidade (Freud, 1905/1976a; 1933/1976f) ressaltam a complexidade das influências parentais e da sexualidade infantil.

            Integrando a psicanálise de Winnicott, podemos ampliar nossa compreensão da dinâmica entre o desenvolvimento individual e o contexto social. Winnicott enfatizou a importância do ambiente facilitador para o desenvolvimento do verdadeiro self. A relação do indivíduo com o ambiente, especialmente durante os estágios iniciais de desenvolvimento, molda sua capacidade de se relacionar com os outros e com a sociedade. A aceitação das identidades trans e a despatologização da sexualidade podem ser vistas sob a luz de um ambiente mais acolhedor que facilita o desenvolvimento de um verdadeiro self.

Judith Butler (2003) desafia a concepção tradicional de gênero, argumentando que a identidade de gênero é performativamente construída, questionando assim as bases da psicanálise. A noção de ‘fálico’ e ‘castrado’, comum na teoria psicanalítica, é vista como uma construção ideológica perpetuando a desigualdade de gênero (Bertini, 2009).

            Essas mudanças também afetam o campo educacional, como evidenciado pelo debate sobre a ‘ideologia de gênero’ nas escolas brasileiras (Andrade, 2017). Na prática clínica, psicanalistas enfrentam o desafio de tratar indivíduos que desafiam categorias de gênero tradicionais, demandando uma revisão dos critérios diagnósticos e das noções de normalidade.

               A psicanálise continua evoluindo para enfrentar as complexidades da sexualidade humana e as mudanças nas concepções de gênero. Essa evolução requer uma abordagem mais flexível e sensível às diversidades sexuais e de gênero, bem como uma revisão das teorias tradicionais. A inclusão das teorias de Winnicott proporciona uma valiosa perspectiva sobre como os ambientes facilitadores podem influenciar positivamente a integração da sexualidade e do gênero na formação da identidade.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto da contemporaneidade, a abordagem à sexualidade à luz das teorias freudianas e winnicottianas emerge como uma análise intrincada e sofisticada das experiências sexuais humanas, enriquecida por elementos psicanalíticos que lançam luz sobre as profundezas do inconsciente e as complexas interações primárias que moldam a formação das identidades sexuais. No cenário do século XXI, essa abordagem adquire novas dimensões, à medida que contemplamos os significativos avanços alcançados, bem como os desafios continuamente presentes no âmbito da sexualidade.

Sigmund Freud, com sua teoria do desenvolvimento psicossexual, enfatizou de modo preeminente o impacto das fases iniciais da infância, notadamente a fase fálica e a dinâmica edípica, na formação da identidade de gênero e nas escolhas relacionais posteriores. Sob essa perspectiva, o mito adâmico é reinterpretado à luz das complexas dinâmicas psicossexuais, destacando-se a influência das primeiras relações familiares e das normas culturais na construção da autoimagem sexual.

Donald Winnicott, complementando as contribuições de Freud, concentrou-se no desenvolvimento emocional e nas experiências iniciais de cuidado. A interação entre o indivíduo e o ambiente primário, com ênfase especial no papel da figura materna na criação de um espaço transicional seguro, surge como um elemento crucial na forma como o sujeito experimenta sua sexualidade e manifesta sua identidade de gênero.

No século XXI, testemunhamos conquistas notáveis no âmbito da sexualidade. A batalha pela afirmação dos direitos das pessoas LGBTQIA+, a ampliação da visibilidade de identidades sexuais não conformes com a norma tradicional e a crescente aceitação da diversidade sexual representam marcos inequívocos do progresso social e cultural. Contudo, esses triunfos convivem com desafios persistentes, a exemplo da discriminação, homofobia e transfobia, que ainda lançam suas sombras sobre a vivência de muitos indivíduos no século XXI.

As teorias de Freud e Winnicott, quando situadas no contexto contemporâneo, oferecem insights inestimáveis para uma compreensão mais profunda das complexas dinâmicas psíquicas subjacentes às questões de gênero e sexualidade. No âmbito do Movimento Feminista, a análise freudiana da influência da infância e das relações familiares na construção da identidade de gênero pode esclarecer como as mulheres, ao desafiarem as normas sociais, são moldadas por experiências e conflitos psicossexuais precoces.

Em relação aos movimentos LGBTQIA+, a psicanálise proporciona uma perspectiva enriquecedora para a compreensão das intricadas dinâmicas psíquicas que sustentam as identidades sexuais não conformes com a norma heterossexual. As teorias acerca do complexo de Édipo e da escolha do objeto, concebidas por Freud, podem fornecer uma explicação para as complexas interações familiares e as influências inconscientes que contribuem para a formação das identidades não heteronormativas.

          Para avançar na realidade do século XXI e promover uma melhoria substancial na compreensão e aceitação da diversidade sexual, torna-se imperativo o fomento da educação e da conscientização em relação às questões de gênero e sexualidade, desafiando de forma incisiva estereótipos e preconceitos arraigados. A inclusão de perspectivas psicanalíticas nos programas educacionais e terapêuticos pode desempenhar um papel fundamental na desmistificação de narrativas prejudiciais e na promoção de uma sociedade mais inclusiva e empática. Adicionalmente, o apoio contínuo aos movimentos de direitos civis e a implementação de políticas públicas que garantam e estimulem os direitos de todos os indivíduos, independentemente de sua identidade de gênero ou orientação sexual, revelam-se medidas essenciais para enfrentar os desafios persistentes e consolidar os progressos já alcançados.

REFERÊNCIAS

ANDRÉ, J.  Nascimento da sexualidade humana. In Sexualidade: três ensaios sobre a teoria da sexualidade Porto Alegre, RS, 2016.

ARÁN, M.  O avesso do avesso: Feminilidade e novas formas de subjetivação. Rio de Janeiro: Garamond; 2006.

BARDIN L. Análise de conteúdo. Lisboa (POR): Edições 70, 1977.

BERLINCK, M. Catástrofe e representação. Notas para uma teoria geral da Psicopatologia Fundamental. Rev. Latinoam. de Psicop. Fund, II (1), 9-34. 1999.

BOURDIEU, Pierre. “Esboço de uma Teoria da Prática.” Cambridge University Press, 1977.

BUTLER, J. (2003). Problemas de gênero – Feminismo e subversão de identidade. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira. (Trabalho original publicado em 1990).

CECCARELLI PR. Os efeitos perversos da televisão. In: Monteiro CCD. A criança na contemporaneidade e a psicanálise. Mentes & Mídia: diálogos interdisciplinares. São Paulo (SP): Casa do Psicólogo; 2000

CECCARELLI, P. R. (2017b, dez.). Transexualidades e mudanças discursivas. Estudos de Psicanálise – Belo Horizonte, 47, 151-158.

COSSI, R. K. A diferença dos sexos: Lacan e o feminismo. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo; 2016.

FOUCAULT, M. História da sexualidade II: o uso dos prazeres Rio de Janeiro, RJ: Graal.1984.

FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de saber (6a ed.) Rio de Janeiro, RJ: Graal. 1985a.

FOUCAULT, M. História da sexualidade III: o cuidado de si. Rio de Janeiro, RJ: Graal. 1985b.

FACHINE R. Movimento homossexual e construção de identidades coletivas em tempos de Aids. In: Uziel AP, Rios LF, Parker RG. (Orgs). Construções da sexualidade: gênero, identidade e comportamento em tempos de Aids. Rio de Janeiro (RJ): Pallas; 2004.

FREUD, S. (1976a). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (v. VII). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1905).

FREUD, S. Feminilidade. Novas conferências introdutórias sobre psicanálise. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (v. XXII). Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1933).

FREUD, S. Neurose de transferência: uma síntese. Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1915).

FREUD, S. (2006). Além do princípio de prazer. In Obras Psicológicas de Sigmund Freud (v. 2). (Trabalho original publicado em 1920).

FREUD, S. (2016). O mal-estar na cultura (Renato Zwick, trad.). Porto Alegre, RJ: L&PM Editores. (Trabalho original publicado em 1930).

GEERTZ, Clifford. “A Interpretação das Culturas.” Basic Books, 1973.

GREGERSEN, E. Práticas sexuais: a história da sexualidade humana. São Paulo, SP: Roca.1983.

NUNES JA. Gênero e pós modernidade. Cadernos de Campo 1999

RAMOS E. I. Retorno à querela do Trieb: por uma tradução freudiana. Cadernos de Filosofia Alemã 19, 79-106.2012.

SAFFIOTI, H. I. B. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo; 2004.

SCOTT J. Gênero, uma categoria de análise histórica. Educação e Realidade 1990;16(2).

WINNICOTT, D. W. “Os Objetos Transicionais e os Fenômenos Transicionais: Um Estudo sobre a Primeira Não-Vivência Objetiva.”1958.

WINNICOTT, D. W. “O Ambiente e os Processos de Maturação: Estudos sobre a Teoria do Desenvolvimento Emocional.”1960.

WINNICOTT, D. W. “Dependência, Independência e Área de Transição.”1963. WINNICOTT, D. W. “Objetos



Alessander Carregari Capalbo]Discente em Pós em Psicologia Sexual – Lattes: http://lattes.cnpq.br/6370810386827508