A SAÚDE MENTAL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O PROCESSO DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES

MENTAL HEALTH AND ITS CONTRIBUTIONS TO THE PROCESS OF CHANGE IN EATING BEHAVIOR IN ADOLESCENTS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10212080


Diego de Sousa Silva1
Flávia da Conceição Silva Reis2
Itallo Alves dos Reis3
Claudia de Sousa Fidelis4
Elton Robson Sodré Menezes5
Luis Felipe Monteiro de Sousa Macedo6
Franklin Reis Fonseca de Araujo7
Thayse Cristina Oliveira Marinho8
Jusciellyson da Silva Nava9
Mario Vinicius Teles Costa10


RESUMO

Introdução: Os adolescentes têm padrões de refeições caóticas. Perdem refeições, com frequência, pulando o café da manhã e o almoço juntos, sendo essa tendência mais comum às meninas. Objetivo: Compreender como a psicologia pode contribuir frente ao processo de comportamento alimentar na adolescência, levando em consideração os maus hábitos alimentares. Procedimentos metodológicos: Trata-se de um estudo exploratório, de abordagem qualitativa, baseado no método dedutivo. Para tanto, foi realizado por intermédio da pesquisa bibliográfica, um levantamento das diferentes intervenções psicológicas que podem ser utilizadas frente ao combate aos transtornos alimentares em adolescentes. Resultados e Discussão: Os transtornos alimentares em adolescentes e adultos jovens estão associados a alterações acentuadas no padrão alimentar destes indivíduos, que são derivadas na maioria das vezes por insatisfações com o peso e a imagem corporal, bem como pela influência da mídia e de outros fatores sociais. Considerações finais: A literatura tem mostrado que existem diferentes abordagens psicoterápicas para os tratamentos dos transtornos alimentares, porém a configuração grupal tem sido a mais frequente nas intervenções.

Palavras-chave: Comportamento. Hábito alimentar. Transtornos alimentares.

ABSTRACT

Introduction: Adolescents have chaotic meal patterns. They frequently miss meals, skipping breakfast and lunch together, this tendency being more common among girls. Objective: Understand how psychology can contribute to the process of eating behavior in adolescence, taking into account bad eating habits. Methodological procedures: This is an exploratory study, with a qualitative approach, based on the deductive method. To this end, through bibliographical research, a survey of the different psychological interventions that can be used to combat eating disorders in adolescents was carried out. Results and Discussion: Eating disorders in adolescents and young adults are associated with marked changes in the eating pattern of these individuals, which are most often due to dissatisfaction with weight and body image, as well as the influence of the media and other factors. social. Final considerations: The literature has shown that there are different psychotherapeutic approaches for the treatment of eating disorders, however the group configuration has been the most frequent in interventions.

Keywords: Behavior. Food habit. Eating disorders.

1.               INTRODUÇÃO

A alimentação tem uma função biológica vital indiscutível, no entanto, nela fatores biológicos, cultural e social estão intimamente ligados. Isso faz com que a alimentação seja um fenômeno de difícil abordagem, onde não se deve fazer generalizações ou explicações simplificadoras. Escolhas alimentares são influenciadas por mecanismos biológicos e pelo estado fisiológico de fome e saciedade. São complexas, pois são influenciadas, também, por mecanismos psicossociais, como classe social, renda, escolaridade e informação, o meio, os pares, influência da família, mídia e a cultura do país (GAHAGAN, 2012).

Além de serem tratadas de maneira simples e naturalizada, as questões sobre a subjetividade, hábitos e comportamentos, precisam aparecer de forma obrigatória na literatura científica, pois políticas públicas sem fundamento teórico, geram a disseminação de verdades que se tornam generalizadas na ciência e também no senso comum (KLOTZ-SILVA, 2015).

Para Alvarenga, Scagliusi e Philippi (2010), as atitudes alimentares de um indivíduo podem influenciar na sua saúde, pois esta certamente terá impacto das suas escolhas alimentares. Essas atitudes são definidas como crenças, pensamentos, sentimentos, comportamentos, além da relação com os alimentos.

A modernidade promoveu mudanças econômicas, sociais e demográficas responsáveis por algumas dificuldades, como: alteração nutricional qualificada pela diminuição no predomínio da escassez nutricional e acréscimo expressivo do sobrepeso e da obesidade, redução da pratica de atividade física, além de um acréscimo na ingestão de alimentos que possuem um alto teor de gordura, sal, açúcares e deficiência de vitaminas, minerais entre outros micronutrientes (CARNEIRO; MEDEIROS, 2019).

Moreira et al. (2007, p.1084) destacam que “uma alimentação saudável é baseada nas necessidades orgânicas, isto é, a ingestão dos nutrientes necessários para manter as funções corpóreas em plena atividade”.

Os adolescentes têm padrões de refeições caóticas. Perdem refeições, com frequência, pulando o café da manhã e o almoço juntos, sendo essa tendência mais comum às meninas (STORY, 1984).

É também na adolescência que o indivíduo passa a se alimentar com uma frequência maior e em maior quantidade, pois se encontram em uma etapa do crescimento acelerado. É daí que surge a necessidade de uma vigilância para que seja revista esta frequência alimentar quando este crescimento diminuir, devido ao metabolismo.

Segundo Penaforte, Matta e Jupur (2016), apesar de tudo os adolescentes podem conseguir se alimentar de forma adequada, através de refeições opcionais, desde que selecionem os alimentos considerados saudáveis, por conterem nutrientes necessários para uma alimentação que propicie uma nutrição essencial.

A relação que os adolescentes tem com a avaliação do seu próprio corpo pode sofrer distorções de ordem cognitiva, por conta dos transtornos alimentares e englobam: pensamento dicotômico que se caracteriza por um pensamento reflexivo exacerbado quanto a sua aparência;  a comparação injusta da sua própria aparência tendo como referência padrões extremos; podendo evoluir para um aspecto de erro cognitivo em que o indivíduo passa a acreditar que as pessoas tem a mesma impressão em relação a sua questão física. Este fato, acarreta o desejo nos adolescentes de aderir a modelos e padrões estéticos que lhes trazem angústia e frustração (PENAFORTE; MATTA; JAPUR, 2016).

De acordo com Cardoso (2019), outros fatores do contexto da sociedade contemporânea juntamente com hábitos alimentares adquiridos pelos indivíduos na adolescência acabam por gerar uma verdadeira pandemia de obesidade e outros prejuízos diversos relacionados.

Considerando o exposto, este estudo surge a partir dos questionamentos a respeito dos fatores psicológicos que influenciam no processo de mudança de comportamento alimentar. Fatores estes que favoreceram no interesse deste assunto a fim de destacar as contribuições da psicologia na motivação da mudança de comportamento, impulsionando assim para a realização da pesquisa. O objetivo deste estudo é compreender como a psicologia pode contribuir frente ao processo de comportamento alimentar na adolescência, levando em consideração os maus hábitos alimentares.

2.               PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Trata-se de um estudo exploratório, de abordagem qualitativa, baseado no método dedutivo. Como enfatizam Gerhardt; Silveira (2009) as pesquisas de caráter qualitativo tem como características: objetivação do episódio; ordenação dos atos de descrever, entender, argumentar, exatidão das relações entre o global e o lugar de determinado episódio, observação da desigualdade entre o mundo social e o natural; respeito da condição mútua entre os objetivos almejados por parte dos pesquisadores, suas instruções teóricas e seus elementos empíricos, além, da procura por resultados mais autênticos possíveis.

A pesquisa exploratória, segundo Gil (2002), tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Para tal, utiliza-se os recursos bibliográficos e tecnológicos como recursos disponíveis para auxiliar que os objetivos contidos neste projeto de monografia sejam alcançados.

O método dedutivo é proposto pelos racionalistas, como Descartes, Spinoza, Leibniz, e parte do geral para o particular. Origina-se de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e permite chegar a conclusões de maneira puramente formal, em função de sua lógica (DUARTE et al., 2009).

Para tanto, foi realizado por intermédio da pesquisa bibliográfica, um levantamento das diferentes intervenções psicológicas que podem ser utilizadas frente ao combate aos transtornos alimentares em adolescentes.

Utilizou-se na elaboração desta pesquisa o método de análise de conteúdo e frequência simples, descrição, que segundo os autores Trivinos (1987) e Bardin definem em três etapas básicas no trabalho com análise de conteúdo, que são: pré- análise, descrição analítica e interpretação referencial.

Inicialmente é feita a organização dos materiais que serão utilizados, que é definida como pré-análise. Logo em seguida inicia-se a análise de conteúdo, que conforme Trivinos (1987) e Bardin (1977) aconselham a utilização do método de análise de conteúdo nas mensagens escritas, pois, segundo os autores, é mais estável e constituem material objetivo. Já a descrição analítica é a fase da análise do conteúdo. Ela inicia-se na pré-análise que se constitui de uma pesquisa mais aprofundada nos materiais a serem explorados, para que a pesquisa fique mais detalhada, sendo esta norteada pelas referências teóricas.

Na fase de interpretação referencial, que para os autores Trivinos (1987) e Bardin (1977), refere-se à reflexão, à intuição, com embasamento nos materiais empíricos, estabelece relações, sobre a função do supervisor, no caso da pesquisa com a realidade educacional e social ampla, aprofundando as conexões das ideias e chegando, se possível, a propostas básicas de transformações nos limites das estruturas especificas e gerais.

Das bibliografias consultadas, citar-se livros brasileiros e internacionais disponíveis por meio de busca na internet. Também foram consultados artigos científicos nacionais e internacionais e do acervo particular da pesquisadora. O período de desenvolvimento desta pesquisa compreende os meses de setembro a outubro de 2023.

3.               RESULTADOS E DISCUSSÃO

O comportamento alimentar refere-se a algo muito complexo, pois comer trata-se de um ato social que ultrapassa as necessidades básicas de alimentação, além de ser essencial para o desenvolvimento das necessidades vitais comum em todo ser humano e estar atrelado às relações sociais, às decisões inseridas em cada indivíduo através de gerações e às sensações propiciada pelos sentidos. No ato da alimentação, o indivíduo procura atender suas necessidades fisiológicas e além de prazerosas, nunca determinado a partir do indivíduo como algo único, mais sim a partir de suas relações com o meio (AITZINGEN, 2011).

Alguns conceitos abordados na psicologia como o comportamento, autocontrole, motivação, frustração, ansiedade, entre outros, aparentam estar relacionados ao atendimento nutricional de maneira encorpada, pois muitos dos autores da área da nutrição que utilizam tais conceitos como parte do dia a dia do atendimento (KOTILAHTI et al., 2020).

“A motivação, não é o único recurso no processo de adaptação as mudanças, por isso é preciso deixar explícito que, para ter sucesso no tratamento, é necessária a adesão do paciente e que este tenha consciência da responsabilidade sobre suas atitudes” (MOREIRA et al., 2007, p. 1084).

Os Transtornos Alimentares são, em geral, quadros graves, que geram muito impacto na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares. Portanto, o profissional de psicologia deve atuar sempre respaldado por protocolos internacionais atuais e baseados em evidências científicas que representem as melhores e mais confiáveis práticas e condutas de tratamento.

No tratamento dos transtornos alimentares observa-se a importância da equipe multiprofissional para um adequado tratamento. Faz-se necessário uma postura de responsabilização e engajamento dos membros da equipe junto às famílias na busca de resultados favoráveis à saúde de todos tornando eficazes as formas de tratamento e a cura (KOTILAHTI et al., 2020).

O papel do psicólogo no tratamento do transtorno alimentar permite a evolução do diagnóstico e do tratamento, o que contextualiza as concepções atuais acerca do funcionamento mental dos pacientes e das descobertas terapêuticas que derivam dessa compreensão (BARBOSA; MIRANDA, 2019).

De acordo com um destes protocolos, por exemplo, o NICE – National Institute for Health and Care Excellence (2017), caberá ao psicólogo desde o foco nos processos de motivação e engajamento do paciente e familiares para o tratamento, até a intervenção nos aspectos psicológicos mantenedores dos transtornos. No que se refere, principalmente à Anorexia e Bulimia Nervosas, são relevantes e devem ser priorizadas as questões ligadas à baixa autoestima, perfeccionismo, insatisfação com a imagem corporal, isolamento social e sentimentos de baixa competência pessoal. A Terapia Cognitivo-Comportamental e suas variações aparecem como as abordagens mais recomendadas para lidar com tais aspectos, buscando desafiar comportamentos, cognições e padrões de pensamento diretamente relacionados aos Transtornos Alimentares. Sabe-se que, nos pacientes com Transtornos Alimentares, os comportamentos de restrição e compulsão alimentar costumam funcionar como respostas às dificuldades emocionais.

A literatura tem mostrado que existem diferentes abordagens psicoterápicas para os tratamentos dos transtornos alimentares (LE et al., 2017; LINARDON et al., 2017), porém a configuração grupal tem sido a mais frequente nas intervenções. A dinâmica de atendimento grupal tem se apresentado predominantemente em atendimentos de saúde pública, em apoio para pacientes ou para familiares, considerando ser uma forma efetiva de comportar a demanda popular (SCORSOLINI-COMIN; SANTOS, 2012).

Além da facilidade proporcionada ao alcançar o maior número de pessoas ao mesmo tempo, o grupo tende a ser conivente de uns com os outros, e faz com que os indivíduos se sintam valorizados e compreendidos. Isso ocorre através das identificações com os sofrimentos e experiências do outro (ZIMERMAN, 2000).

Nesse contexto, há a prevalência de grupos abertos, e esse enquadre-se pela flexibilidade de participação e inclusão de pessoas para terem apoio frente à psicopatologia. Assim, não há cobranças relacionadas às frequências de seus participantes, que ficam livres quanto ao comparecimento ou não (ZIMERMAN, 2000). Cabe ressaltar que um dos estudos ressaltou a obrigatoriedade da presença dos familiares acompanhantes dos pacientes no grupo de apoio. Com isso, pode-se refletir que o ideal seria que o movimento partisse da própria pessoa para buscar ajuda. Entretanto, conforme pesquisas realizadas por Taille (2010), os indivíduos podem experimentar o sentimento de obrigatoriedade, sem que essa exigência comportamental advenha do social. Ou seja, a pessoa pode se ver obrigada a participar de um grupo de transtornos alimentares, de acordo com sua consciência moral, e não por uma determinação social. Assim, nos outros estudos, embora não se tenha destacado essa obrigatoriedade, ela pode se apresentar de forma implícita.

Os transtornos alimentares são seguidos de muitas complicações clínicas referentes ao desempenho do estado nutricional e ao desenvolvimento inadequado do controle do peso. A maioria das complicações ocorre em virtude do atraso do diagnóstico e do início do tratamento, visto que, muitos pacientes negam os sintomas e/ou não aceitam o tratamento, e estão associadas principalmente com o grau de perda de peso corporal (APPOLINARIO; CORDÁS; CLAUDINO, 2002).

Diante do exposto, é grande o desafio da equipe no cuidado com os pacientes com transtorno alimentar, sendo elucidada a importância da equipe multiprofissional, para que o indivíduo entenda o seu transtorno alimentar, seus indícios, sintomas e consequências e compreendam a necessidade de seguirem de maneira adequada as orientações nutricionais e clínicas fornecidas pela equipe que os atende (BORGES et al., 2007). O Psicólogo, portanto, é parte fundamental desse processo.

Portanto diante do contexto atual, levando em consideração os altos índices de doenças associadas à obesidade e sobrepeso no Brasil e no mundo, faz-se necessário e de grande relevância a introdução de práticas de saúde com base em modelos eficazes. Podendo até mesmo destacar as intervenções em grupo como alternativas que podem além de estimular, impulsionar o indivíduo à mudança de comportamento alimentar, adquirindo assim um hábito alimentar para uma vida mais saudável (FRANÇA et al., 2012).

4.     CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho demonstrou que os transtornos alimentares em adolescentes e adultos jovens estão associados a alterações acentuadas no padrão alimentar destes indivíduos, que são derivadas na maioria das vezes por insatisfações com o peso e a imagem corporal, bem como pela influência da mídia e de outros fatores sociais. Os estudos mais recentes vêm demonstrando cada vez mais o aumento no índice de tais distúrbios nesse grupo etário, como demasiado crescimento no número de casos, não somente no Brasil, mas em todo o mundial. Além disso, é cada vez maior a recorrência dessa problemática nos países subdesenvolvidos, alterando um padrão que antes era característico de países desenvolvidos.

O comportamento alimentar nesse público vem apresentando tendência de mudança à medida que o indivíduo avança para a adolescência e fase adulta, ou seja, ao longo do tempo começam a aparecer as consequências nutricionais derivadas de hábitos negativos. Alimentos com baixo ter nutricional e excesso de açúcar e gorduras fazem parte desse padrão e estão comprovadamente relacionados ao surgimento de alterações acentuadas no peso corporal e medidas antropométricas, alteração da imagem corporal, e principalmente às doenças crônicas e suas complicações.

A alteração do comportamento alimentar desencadeia consequências que vão além do desenvolvimento de doenças graves. Podem interferir na produção hormonal, causando reações atípicas no corpo, como queda de cabelo e enfraquecimento das unhas, e mais do que isso, causando consequências à saúde mental, tais como alterações de humor, ansiedade, depressão e autoestima.

As contribuições da psicologia nos transtornos do comportamento alimentar podem ser aplicadas desde a fase de instalação do quadro patológico, especialmente no processo de aceitação da condição, que na maioria das vezes é lento, dificultando o acompanhamento médico-nutricional e predispondo a uma sucessão de agravos e complicações de saúde. Essas alterações incluem desde a desidratação seguida de desnutrição até a presença de distúrbios de motilidade intestinal, alterações cardiovasculares, amenorreia em mulheres, alterações dentárias, infertilidade, ansiedade, transtornos depressivos, entre outros.

Os estudos mostraram que existe uma forma relação entre o comportamento alimentar e o transtorno de autoimagem, considerando que este último é um problema cada vez mais evidente na sociedade atual, pois sofre influência midiática, através de padrões corporais pré-estabelecidos, além de dietas que não ajudam na qualidade de vida, mas sim para a disfunção orgânica corporal. É válido frisar que o comportamento alimentar, bem como a relação do adolescente com a comida, está intimamente relacionado ao surgimento desses transtornos, tendo em vista toda a influência que a mídia exerce sobre a evolução dos adolescentes e das suas redes sociais.

As intervenções psicológicas incluídas no tratamento, dentre as quais a terapia cognitiva comportamental, terapia psicodinâmica e terapia familiar, tem a função de melhorar o prognóstico do paciente, incentivando uma melhor adesão ao tratamento nutricional e clínico, a melhorias na autoestima e imagem corporal, e ainda promover modificações no sistema de crenças e pensamentos disfuncionais relacionados ao peso e até habilidades sociais que se encontram deficitárias.

As intervenções psicológicas tem se mostrado relevantes no tratamento dos transtornos de comportamento alimentar, uma vez que atuam na remissão dos ciclos de compulsão alimentar-purgação, eliminação do uso de métodos compensatórios, melhoria da autoestima e aspecto social. No entanto, é necessário maior atenção e conhecimento por parte dos profissionais de saúde para obtenção de diagnósticos precoces, boa adesão terapêutica e prognósticos adequados, devido a alta incidência dos transtornos alimentares em adolescentes, principalmente nas mulheres jovens.

REFERÊNCIAS

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ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das grupoterapias. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.


Diego de Sousa Silva – Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – Médico com pós-graduação em Saúde Pública – diego.sousa@discente.ufma.br1
Flávia da Conceição Silva Reis – Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – Médica – flavia.reis@discente.ufma.br2
Itallo Alves dos Reis – Universidade Federal do Tocantins (UFT) – Médico – italloreis@hotmail.com3
Claudia de Sousa Fidelis – Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – claudia.fidelis@discente.ufma.br4
Elton Robson Sodré Menezes – Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – Médico com pós-graduação em Engenharia Clínica – elton.impactoengenharia@gmail.com5
Luis Felipe Monteiro de Sousa Macedo – Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – Médico – luismasedo@hotmail.com6
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Thayse Cristina Oliveira Marinho – Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – Médica – tcoliveiramarinho@gmail.com8
Jusciellyson da Silva Nava – Universidade CEUMA, Campus Imperatriz – Médico – jusciellyson@hotmail.com9
Mario Vinicius Teles Costa – Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – Médica -marioviniciustc9@gmail.com10