A RESSIGNIFICAÇÃO DA SEXUALIDADE FEMININA EM IDADE MENSTRUAL NA POPULAÇÃO INTERIORANA BAIANA

THE REDEFINITION OF FEMALE SEXUALITY AT MENSTRUAL AGE IN THE INTERIOR POPULATION OF BAHIA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202408271835


Ângelo Gutemberg Santos Lima¹; Bárbara Pereira Neco da Silva²; Bruna Gabryella Coelho Barbosa³; Breno Francisqueto Carneiro⁴; Dheyson Renan de Almeida⁵; Érica Laiana Costa Sampaio⁶; Lara Marcelly Barretos Caldas⁷; Marcel dos Santos Gonçalves⁸; Marcos Vinícius Ribeiro Mendes⁹; Nilson Schenk de França¹⁰.


Resumo

Introdução – A ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual na população interiorana baiana vem sendo observada e relacionada diretamente com a puberdade e com o período da menarca. Além desses fatores também há interferência das condições habitadas, como a questão socioeconômica. Objetivo – Avaliar a ressignificação da sexualidade de mulheres jovens, em idade menstrual, na população interiorana baiana. Método – O estudo qualitativo e quantitativo, cuja população em estudo é a feminina, moradoras do interior da Bahia, em idade menstrual. Possui como critério de inclusão, mulheres em idade menstrual e critérios de exclusão, meninas que ainda não experimentaram a menstruação. O local de estudo escolhido foi o interior da Bahia. A coleta de dados será por meio de formulário (GOOGLE FORMS) estrutura individual, que fará uso de um questionário como instrumento, aplicar-se-á a 30 pessoas do sexo feminino, no período de trinta de abril de dois mil e vinte um a seis de julho de dois mil e vinte um. As variáveis serão mulheres em idade menstrual com vida sexual ativa.  Resultados – No período considerado fizemos o levantamento através de um questionário realizado com 34 mulheres de forma anônima. A variação de idade compreendeu entre 20 e 51 anos, de cidades variadas, entre elas, Salvador, Lauro de Freitas, Santo Antônio de Jesus, Jiquiriçá, Guanambi, entre outras, todas do estado da Bahia. Em relação ao nível de escolaridade 29,4% das mulheres possuíam o ensino superior completo, 58,8% possuíam o ensino superior incompleto. O nível socioeconômico variou bastante com apenas 3% das mulheres se classificando como classe alta, 30% delas classe média e 32% classe baixa e 35% das mulheres não responderam à perguntas. Conclusão – Conclui-se que os dados analisados no estudo em questão revelaram que apesar da maioria das mulheres terem tido uma educação razoável e 100% delas saberem os riscos do não uso de preservativos, elas ainda optam por não fazer o uso dos mesmos. Esse número é preocupante pois só entre os anos de 2009 a 2019, o percentual de pessoas entre 13 e 17 anos que usaram preservativo na última relação sexual caiu de 72,5% para 59%. Só entre as meninas, a queda foi de 69,1% para 53,5%, o que aparece refletido em nossa pesquisa.

Palavras-Chave:  Ressignificação; Sexualidade; Feminina; Idade; Menstrual.

Abstract

Introduction – The redefinition of female sexuality at menstrual age in the interior population of Bahia has been observed and directly related to puberty and the period of menarche. In addition to these factors, there is also interference from living conditions, such as socioeconomic issues. Objective – To evaluate the redefinition of sexuality among young women, of menstrual age, in the interior population of Bahia. Method – Qualitative and quantitative study, whose study population is female, living in the interior of Bahia, of menstrual age. Its inclusion classifications include women of menstrual age and exclusion criteria include girls who have not yet experienced menstruation. The chosen study location was the interior of Bahia. Data collection will be through a form (GOOGLE FORMS) individual structure, which will use a questionnaire as an instrument, will be applied to 30 female people, in the period from April 30, two thousand and twenty one to July sixth, two thousand and twenty one. The variables will be women of menstrual age with an active sexual life.  Results – In the period considered, the survey was carried out through a questionnaire carried out with 34 women anonymously. The age range ranges from 20 to 51 years, from different cities, including Salvador, Lauro de Freitas, Santo Antônio de Jesus, Jiquiriçá, Guanambi, among others, all in the state of Bahia. Regarding education level, 29.4% of women had completed higher education, 58.8% had incomplete higher education. The socioeconomic level varied greatly with only 3% of women classifying themselves as upper class, 30% of them middle class and 32% lower class and 35% of women did not answer the questions. Conclusion – It is concluded that the data developed in the study in question revealed that despite the majority of women having had a reasonable education and 100% of them knowing the risks of not using condoms, they still choose not to use them. This number is worrying because between 2009 and 2019 alone, the percentage of people between 13 and 17 years old who obtained a condom during their last sexual encounter fell from 72.5% to 59%. Among girls alone, the drop was from 69.1% to 53.5%, which is reflected in our research. 

Keywords: Reframing; Sexuality; Female; Age; Menstrual.

Introdução

Em alguns anos, começou a observar-se uma variação acerca da sexualidade feminina na idade menstrual, relacionando-se diretamente com a puberdade e com o período da menarca. Estudos são realizados em diversos ares do território brasileiro, com isso observa-se que a região nordeste do Brasil possui um adiamento de tal período feminino em relação as outras regiões. Sendo a média desse processo de maturação entre 12 e 13 anos. 

De acordo com pesquisas realizadas por Riehmer & Violato (1983), alguns fatores influenciam precocemente do início da puberdade femenina, sendo eles, o tamanho da família, já que, quanto maior for a mesma mais tardia ocorre tal acontecimento. Em contrapartida, segundo Colli (1985), fatores socioêconomicos e são responsáveis pelo atraso dessa maturação, assim, dependendo da situação sociêconomica da família, uma vez que tal caso indica que déficits nutricionais retardam a menarca.

Referencial teórico

A marginalização da sexualidade tem suas raízes firmadas na história e de acordo com GÓIS (1991, p.119) “somos educadas por mulheres, numa sociedade onde a virilidade e o prestígio do macho estão longe de serem apagados”. A mesma autora afirma ainda que as mulheres são educadas para agirem como filhas e mães sem passar pelo estágio de mulher. 

Para DIAMANTINO et al. (1993b, p.1154), a mulher quando criança, deve ter bons modos e controle sobre sua vontade. Na adolescência, não é preparada para a vida, mas sim para negar o prazer, cheio de culpa, censura e medo. Nesta fase, as questões sobre sexo geram constrangimentos e são respondidas de maneira incompleta, quando são ignoradas. Se ela deseja algo mais, lhe vem inconsciente ou consciente a ideia de que não é certo. 

A mesma autora afirma que é na menacme que a mulher vive a mais intensa atividade sexual, momento em que surge o maior número de problemas neste aspecto. Sua saúde não depende de fatores orgânicos isoladamente, mas do contexto sexual que viveu até então, somado a fatores externos à vida sexual. Neste contexto cultural, pode-se comprovar que quando algum problema relacionado à sexualidade aflige as mulheres, elas não têm a quem recorrer. Quando a queixa é feita aos profissionais que atuam na área de saúde, estes mostram falta de interesse, tendo a sensação de que a sexualidade não faz parte da sua saúde.

Diante do exposto, podemos falar que a mediana de idade de menarca em meninas brasileiras, obtida pela Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (Inan, 1990), está em torno de 13,2 anos. A idade de início de desenvolvimento de mamas, genitais e pêlos pubianos em crianças brasileiras difere pouco em relação a outras populações latino-americanas e europeias. Quanto à maturação sexual e às mudanças na composição corporal, vários estudos brasileiros, em concordância com dados internacionais, mostram que a menarca é um marco importante no aumento dos depósitos de gordura nas meninas. A puberdade principia-se, geralmente, pelo desenvolvimento mamário (M), seguido do aparecimento dos pêlos pubianos, do pico de velocidade em estatura, maior desenvolvimento dos seios e pêlos pubianos, menarca e, finalmente, o estágio adulto de mamas e pêlos pubianos (Billewicz et al., 1981b; Largo & Prader, 1983a, 1983b; Marshall & Tanner, 1969).

De acordo com dados nacionais é evidenciado uma considerável variabilidade quanto à idade de menarca, variando de 12,2 anos, para amostras de meninas de Guarulhos e São Caetano do Sul (Matsudo, 1982a), a 13,98 anos, em meninas oriundas de Monte Belo (Antunes et al. 1984). Esta variabilidade está possivelmente relacionada a fatores ambientais (clima, relevo geográfico), genéticos, sociais (nutrição, nível sócio-e-conômico, número de filhos na família) e treinamento físico, entre outros. Riehmer & Violato (1983) e Silva et al. (1982), por exemplo, ao analisarem a relação entre menarca e tamanho da família em escolares de São Luís (MA) e Rolândia (PR), respectivamente, evidenciaram uma relação direta entre estas variáveis, isto é, quanto maior o tamanho da família, mais tardia a menarca. Os autores especularam que o nível sócio-econômico poderia explicar este fenômeno, ou seja, haveria um déficit nutricional e, com isso, um atraso no processo de maturação. Colli (1985), por sua vez, observou que meninas de alto nível sócio-econômico de Santo André apresentaram menarca mais cedo quando comparadas com aquelas de menor nível da mesma localidade. Em geral, os resultados obtidos no Brasil estão de acordo com os evidenciados em estudos conduzidos em outros países, que indicam que déficits nutricionais podem causar atraso na maturação sexual e no crescimento físico (Galler et al., 1985; Satyanarayana & Nadamuni Naidu, 1979; Satyanarayana et al., 1980). Porém diante dessas informações podemos observar que irá existir uma discrepância na maturação da sexualidade feminina na população interiorana baiana se comparado com as mulheres da capital levando em conta todos os fatores citados acima. 

Observa-se que, ao redor de 6 meses a um ano antes da menarca, já ocorre o pico de velocidade de crescimento em estatura e massa corporal. Há casos, contudo, em que o pico de velocidade de ganho de peso coincide com a menarca. O peso tende ainda a aumentar após a menarca, devido ao crescimento e desenvolvimento geral do corpo e, principalmente, devido ao aumento nos depósitos de gordura, em função da maior atuação do estrógeno e da progesterona. Por ocasião da primeira menstruação, cerca de 95% da estatura adulta já foram atingidos e o crescimento linear entra em processo de desaceleração, cessando em torno de 2,5 a 3 anos depois. As hipóteses levantadas por Frisch & Revelle (1969; 1970; 1971) e Frisch et al. (1973), de que uma determinada massa corporal (39 kg) e uma certa proporção entre gordura e massa corporal magra seriam os desencadeadores metabólicos da menarca, têm sido constantemente refutadas na literatura (Johnston et al., 1975).

Por fim, a idade de menarca nas meninas brasileiras parece variar entre as diversas regiões do país. Parte desta variação pode ser creditada a diferenças de nível sócio-econômico e estado nutricional. O que faz desse estudo extremamente pertinente a fim de compreender a grande variabilidade intra-regional encontrada na idade de menarca associada a sexualidade feminina no interior da Bahia.

Justificativa

DIAMANTINO et al. (1993), cita que na fase de menarca, a mulher vive a mais intensa atividade sexual, momento em que surge o maior número de problemas nesse aspecto. Partindo deste ponto de vista, a menarca significa o momento em que a criança vira adolescente, ocorrendo nos seus onze anos até quinze anos.   A partir dessa idade, acontece uma mudança total no seu corpo e juntamente a tudo isso, o desejo por se descobrir aumenta, seja forma fisiológica ou por influência social, essa fase tem uma nova ressignificação da sexualidade feminina. 

Segundo LAPLANCHE, (1995), “sexualidade  não  designa apenas as atividades  e o prazer que dependem do funcionamento  do aparelho  genital, mas de toda uma serie de excitações  e de atividades  presentes desde a infância  , que proporcionam um prazer irredutível  a satisfação  de uma necessidade  fisiológica  fundamental e que se encontram a título  de componentes na chamada forma normal do amor sexual .”      

Diante deste contexto, é importante ressaltar, que sociedade sempre quer limitar a sexualidade da mulher, até na infância, é obrigada a se comportar e controlar suas vontades. E isso faz com que muitas dessas adolescentes não procurarem ajuda de profissionais de saúde   com problemas que afetam sua sexualidade. Tanto que consta com um problema muito relatado pelas pacientes   nos postos de saúde.

A partir disso, é muito relevante que seja discutido a ressignificação feminina em idade menstrual, afim de se evitar tal problemática na vida adulta dessas adolescentes.

Metodologia

O trabalho será exploratório, desenvolvido com base em um estudo qualitativo e quantitativo, cuja população em estudo é a feminina, moradoras do interior da Bahia, em idade menstrual.

Em relação aos critérios de inclusão, são mulheres em idade menstrual e os critérios de exclusão são meninas que ainda não experimentaram a menstruação. O local de estudo escolhido foi municípios baianos. 

A coleta de dados será por meio de um formulário (GOOGLE FORMS), que fará uso de um questionário como instrumento, aplicar-se-á a 30 pessoas do sexo feminino, no período de trinta de abril de dois mil e vinte um a seis de julho de dois mil e vinte um. As variáveis serão mulheres em idade menstrual com vida sexual ativa. Não terá hipótese, já que, como dito anteriormente, o estudo é qualitativo.       

O presente trabalho contém riscos e benefícios sendo eles: invasão de privacidade, responder a questões sensíveis, revitimizar e perder o autocontrole e a integridade ao revelar pensamentos e sentimentos nunca revelados, discriminação e estigmatização a partir do conteúdo revelado, divulgação de dados confidenciais e tomar o tempo do sujeito ao responder ao questionário/entrevista.                                                          

A sugestão para realização é a partir de respostas fornecidas pelas mulheres que realizarão a pesquisa, nos municípios baianos.

Resultados

No período considerado fizemos o levantamento através de um questionário realizado com 34 mulheres de forma anônima. A variação de idade compreendeu entre 20 e 51 anos, de cidades variadas, entre elas, Salvador, Lauro de Freitas, Santo Antônio de Jesus, Jiquiriçá, Guanambi, entre outras, todas do estado da Bahia.

Gráfico 1: Local onde reside as mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Em relação ao nível de escolaridade 29,4% das mulheres possuíam o ensino superior completo, 58,8% possuíam o ensino superior incompleto, 8,8% das mulheres tinham o ensino médio completo e 2,9% delas com o ensino médio incompleto. Dito isso o nível socioeconômico variou bastante com apenas 3% das mulheres se classificando como classe alta, com 30% delas classe média e 32% classe baixa, 35% das mulheres não responderam à pergunta.

Gráfico 2: Nível de escolaridade das mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 3: Condições socioeconômicas das mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Com relação a menarca e ciclo menstrual, regular ou não, a maioria das mulheres, cerca de 70%, teve sua menarca entre 11 e 13 anos, sendo a maioria, 27%, aos 12 anos, e possui o ciclo menstrual regular, porem 23,5% delas ainda não tem o ciclo regulado desde a primeira menarca.

Gráfico 4: Menarca das mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 5: Regularidade do ciclo menstrual das mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

A maioria das mulheres em que aplicamos o questionário teve sua sexarca aos 18 anos, cerca de 25%, porém teve uma grande variação de idades dos 12 aos 28 anos. Em relação a raça ou cor a grande maioria se considerava branca ou parda e de estado Civil apenas 2, solteiras e casadas, 70,6% e 29,4% respectivamente. Não foi considerado por essa pesquisa o status civil de namoro, pois o mesmo não é reconhecido pelos órgãos federais brasileiros.

Gráfico 6: Sexarca das mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 7: Raça/cor das mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 8: Estado cívil das mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Sobre a vida sexual dessas mulheres foi perguntado se elas possuem vida sexual ativa e 88,2% respondeu que sim, se possuem parceiro fixo, com 70,6% respondendo que sim, se sabem da importância do uso de preservativos, 100% responderam que sim, porém 50% das mulheres responderam que não fazem o uso do mesmo. Foi perguntado também se elas sabiam da existência do preservativo feminino e se faziam o uso dele, com resultados controversos pois 94,1% sabiam que existia, porem apenas 8,8% já haviam feito o uso.

Gráfico 9: Vida sexual ativa das mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 10: Parceiro fixo das mulheres questionadas
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 11: Conhece a importância do uso de preservativo nas relações
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 12: Uso de preservativo nas relações
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 13: Mulheres que conhecem a camisinha feminina
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 14: Mulheres que fazem uso da camisinha feminina
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

As últimas duas perguntas realizadas no questionário foram sobre os direitos da mulher, se elas conheciam sobre e se tiveram acesso a eles nas unidades de saúde que frequentavam, 91,2% disseram que sim, conheciam seus direitos e 82,4% que tiveram acesso a eles nas unidades de saúde.

Gráfico 15: Mulheres que conhecem os direitos sobre a saúde da mulher
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Gráfico 16: Mulheres com acesso aos direitos sobre a saúde da mulher em unidade de saúde
Fonte: Formulário sobre ressignificação da sexualidade feminina em idade menstrual

Apesar do resultado positivo 8,8% não conhecem os seus direitos básicos e 17,6% nem, ao menos, tiveram acesso a eles, que devemos levar em consideração também, para melhora desses índices no futuro.  

Conclusão

Os dados analisados no estudo em questão revelaram que apesar da maioria das mulheres terem tido uma educação razoável e 100% delas saberem os riscos do não uso de preservativos, elas ainda optam por não fazer o uso dos mesmos. Esse número é preocupante pois só entre os anos de 2009 a 2019, o percentual de pessoas entre 13 e 17 anos que usaram preservativo na última relação sexual caiu de 72,5% para 59%. Só entre as meninas, a queda foi de 69,1% para 53,5%, o que aparece refletido em nossa pesquisa.

Além disso, é importante ressaltar que ainda no ano de 2021 uma porcentagem das mulheres em que aplicamos o questionário não sabiam sobre os direitos básicos da mulher. Os direitos das mulheres são um conjunto de normas e valores reivindicados para as mulheres em diversos países. Dizem respeito a direitos civis e políticos essenciais, como o direito à igualdade e à liberdade.  Esses direitos são uma conquista para as mulheres e é de vital importância que todas elas possam conhecer mais sobre eles, pois eles têm como finalidade a conquista de melhores condições de vida, segurança e representatividade. Além disso, as políticas públicas sobre o assunto servem como um mecanismo jurídico para proteger as mulheres das diversas formas de violência existentes e perpetradas.

Concluímos nosso trabalho enfatizando a importância do conhecimento acerca das particularidades femininas, desde a vida sexual até seus direitos básicos, porém temos que ressaltar que é de vital relevância por esses conhecimentos em prática, pois nenhuma mudança é realizada apenas com referenciais teóricos, mas sim as a ações que esses conteúdos nos proporcionam fazer.

Referências 

BRAGA, Claudia; BOUZAS, Isabel; LEÃO, Lenora. Ciclo menstrual na adolescência. Revista Oficial do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente / UERJ (Adolescência&Saúde), v.7, n.3, p. 59-63, 2010.
Disponível em: http://adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=237#, acesso em 07/03/2021 às 12:49.

DUARTE, Maria. Maturação física: uma revisão da literatura, com especial atenção a criança brasileira.   Cad. Saúde Publ., Rio de Janeiro, v.9, supl. 1, p.71- 84, 1993.

GOZZO, Thais, FUSTINONI, Suzete, BARBIERI, Márcia. Sexualidade feminina: compreendendo seu significado. Revista Latino Americana de Enfermagem.  Ribeirão Preto, v .8, n.3, p. 84-90, Junho / 2000.

MANICA, Daniela Tonelli. A desnaturalização da menstruação: hormônios contraceptivos e tecnociência. Horizontes Antropológicos, v.17, n.35, Porto Alegre, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832011000100007, acesso em 05/03/2021 às 22:41.


¹E-mail: angelolimma@gmail.com;
²E-mail: barbarapneco@gmail.com;
³E-mail: brunagcb.med@gmail.com;
⁴E-mail: brenofc1@gmail.com;
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⁸E-mail: marceell@gmail.com;
⁹E-mail: m.medvinicius@gmail.com;
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