A RELEVÂNCIA DAS INFECÇÕES ASSOCIADAS AO PERÍODO GESTACIONAL RELACIONADAS À RUPTURA PRECOCE DE MEMBRANAS E PARTO PREMATURO

THE RELEVANCE OF INFECTIONS ASSOCIATED WITH THE GESTATIONAL PERIOD IN RELATION TO PREMATURE RUPTURE OF MEMBRANES AND PRETERM BIRTH

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10105130


Emanuely Marques Rodrigues¹
Ricardo Antônio Reis da Silva2


RESUMO

O presente artigo examina a relevância das infecções durante o período gestacional e sua associação com a ruptura precoce de membranas (RPM) e o parto prematuro. Através de uma revisão detalhada da literatura científica brasileira dos últimos cinco anos, foram identificados diversos fatores de risco, incluindo infecções do trato urinário, vaginose bacteriana, infecção por Chlamydia trachomatis, exposição ao tabagismo e outras substâncias tóxicas. A pesquisa destaca a importância do diagnóstico precoce e do tratamento eficaz dessas infecções para prevenir complicações durante a gravidez. Além disso, discute-se a influência de variáveis como idade materna, condições socioeconômicas, histórico de infecções recorrentes e saúde bucal na vulnerabilidade das gestantes às infecções e, consequentemente, à RPM.

Palavras-chave: Ruptura precoce de membranas, parto prematuro, infecções durante a gravidez, fatores de risco gestacionais.

1. INTRODUÇÃO

O parto prematuro representa um dos maiores desafios obstétricos enfrentados pela comunidade médica em todo o mundo, implicando em significativas complicações para a saúde materna e neonatal. A prematuridade, definida como o nascimento ocorrido antes das 37 semanas de gestação, está associada a uma série de fatores de risco maternos, sendo as infecções uma das principais preocupações nesse contexto. O corpo crescente de evidências científicas destaca a relação intrincada entre infecções no período gestacional, a ruptura precoce de membranas e o parto prematuro. Estudos como o de Costa Carvalho et al. (2021) e Da Silva Ferracini et al. (2020) ressaltam a relevância dos fatores de risco maternos, com ênfase nas infecções, como determinantes significativos para a ocorrência de partos prematuros. O cenário se complica ainda mais com a emergência de condições infecciosas como a infecção pelo SARS-CoV-2, como discutido por De Souza et al. (2020), que trouxe à tona preocupações adicionais sobre as complicações maternas e os desfechos perinatais.

A identificação precisa das infecções associadas ao período gestacional e sua relação com a prematuridade são cruciais, dado o impacto considerável desses eventos na saúde tanto da gestante quanto do recém-nascido. Estudos recentes, como o de De Sousa et al. (2022), exploraram a relação direta entre infecções do trato urinário em gestantes e a prematuridade, enfatizando a necessidade de estratégias de prevenção e intervenção mais eficazes. Além disso, pesquisas como a de Santos et al. (2020) abordam a associação específica entre infecção por Chlamydia trachomatis e parto prematuro, ressaltando a complexidade dos fatores infecciosos subjacentes.

A prematuridade, marcada por suas complicações potencialmente devastadoras, representa um desafio significativo para os profissionais de saúde e as famílias envolvidas. O problema central que motiva esta pesquisa reside na necessidade premente de compreender os mecanismos exatos pelos quais as infecções durante o período gestacional desencadeiam a prematuridade, além de identificar estratégias eficazes para prevenir essas ocorrências. A urgência dessa problemática é destacada por Rocha et al. (2022), cuja revisão integrativa da literatura revelou lacunas significativas no entendimento das intervenções bem-sucedidas para evitar a prematuridade associada às infecções do trato urinário. Além disso, a pesquisa de Pereira et al. (2021) enfatiza a importância de analisar os fatores de risco específicos em contextos hospitalares para desenvolver abordagens de intervenção adaptadas às necessidades locais.

Diante dessas considerações, esta pesquisa busca aprofundar a compreensão sobre a relação complexa entre infecções associadas ao período gestacional, a ruptura precoce de membranas e o parto prematuro. Ao investigar os mecanismos subjacentes, os fatores de risco específicos e as intervenções preventivas possíveis, pretende-se contribuir para a elaboração de estratégias mais eficazes na redução da prematuridade relacionada às infecções, proporcionando melhores resultados tanto para as gestantes quanto para os neonatos.

A relevância social deste problema é inquestionável, pois as complicações relacionadas à prematuridade não apenas impactam a saúde da mãe e do recém-nascido, mas também sobrecarregam os sistemas de saúde e aumentam os custos dos cuidados médicos. A prematuridade resultante de infecções gestacionais não tratadas tem implicações diretas sobre a qualidade de vida das famílias e comunidades, demandando ação imediata e eficaz. Da Silva Ferracini e Rymza (2020) documentaram que, na Fundação Hospitalar São Lucas de Cascavel/PR, a infecção urinária é um fator significativo para o trabalho de parto prematuro, sublinhando a necessidade crítica de intervenções preventivas nessa área específica.

O escopo deste artigo é traçar um panorama abrangente e analítico dos estudos existentes sobre a interseção entre infecções gestacionais, ruptura precoce de membranas e parto prematuro. O objetivo primordial é consolidar e sintetizar as descobertas científicas disponíveis, elucidando os mecanismos patológicos subjacentes que conectam as infecções durante a gravidez às complicações da ruptura de membranas e à prematuridade. Pretende-se, igualmente, analisar criticamente os diferentes fatores de risco maternos e variáveis contextuais mencionados nos estudos revisados, oferecendo uma perspectiva integrada e comparativa das diversas pesquisas conduzidas nesta área específica.

A justificativa da importância deste tema é intrínseca à sua relevância social e clínica. A prematuridade é uma das principais causas de morbidade e mortalidade neonatal, demandando uma abordagem ampla e holística para prevenção e tratamento. A compreensão aprofundada dos vínculos entre infecções gestacionais, ruptura precoce de membranas e parto prematuro é vital para desenvolver intervenções preventivas eficazes e melhorar os resultados da gravidez. A necessidade de investigação aprofundada é enfatizada pelos estudos de Ferreira et al. (2019) e Santos et al. (2020), que destacam a vaginose bacteriana e a infecção por Chlamydia trachomatis como fatores de risco significativos, ressaltando a urgência de estratégias preventivas direcionadas. Ao abordar essas questões críticas, esta pesquisa visa contribuir para o avanço da ciência médica, oferecendo soluções tangíveis para melhorar a saúde materna e neonatal, bem como para reduzir a carga sobre os sistemas de saúde e a sociedade como um todo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Fatores de Risco Maternos Relacionados à Prematuridade

Neste tópico, é possível abordar os fatores de risco maternos associados à prematuridade, conforme identificados em estudos anteriores, como histórico de parto prematuro, infecções durante a gestação, doenças crônicas, estilo de vida, entre outros. É importante apresentar dados específicos desses estudos para fundamentar as análises.

A prematuridade é um desafio significativo de saúde pública, associado a diversas complicações neonatais e infantis. Estudos anteriores, como os de Costa Carvalho et al. (2021) e Pereira et al. (2021), identificaram uma série de fatores de risco maternos que desempenham um papel crucial no aumento das taxas de partos prematuros. Um dos principais fatores é o histórico prévio de parto prematuro. Mulheres que tiveram gestações anteriores com partos prematuros têm um risco substancialmente maior de experimentar a mesma complicação em gestações subsequentes. Além disso, infecções durante a gestação surgem como fatores significativos. A pesquisa de Da Silva Ferracini et al. (2020) destaca a relação direta entre infecções urinárias e trabalho de parto prematuro, ressaltando a importância do tratamento adequado dessas infecções para reduzir os riscos.

Doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, também estão fortemente associadas à prematuridade. Estudos de De Sousa et al. (2022) mostraram que gestantes com infecção do trato urinário, especialmente aquelas com condições crônicas, têm um risco aumentado de parto prematuro. O estilo de vida da mãe, incluindo o consumo de tabaco e álcool, bem como a falta de cuidados pré-natais adequados, também emergem como fatores de risco significativos, como indicado por Rocha et al. (2022). Mulheres que fumam ou consomem álcool durante a gravidez têm uma probabilidade maior de dar à luz prematuramente, enfatizando a importância dos comportamentos saudáveis durante a gestação.

Além disso, a microbiota vaginal também foi implicada como um fator de risco. Estudos, como o de Melo et al. (2023), demonstraram uma relação entre a vaginose bacteriana e a prematuridade, sugerindo que o desequilíbrio da microbiota pode desencadear respostas inflamatórias que levam ao parto prematuro. Ribeiro (2019) também investigou a associação entre a periodontite materna e a prematuridade, fornecendo evidências de que as doenças gengivais crônicas podem aumentar o risco de parto prematuro.

2.2. EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES NO PERÍODO GESTACIONAL

As infecções associadas ao período gestacional representam um desafio significativo de saúde pública, com implicações diretas nas taxas de prematuridade. A infecção urinária é uma das condições mais comuns durante a gravidez. Estudos como o de Da Silva Ferracini et al. (2020) evidenciam uma prevalência considerável de infecções urinárias em gestantes, apontando para a necessidade de um manejo eficaz dessas infecções para prevenir complicações como o trabalho de parto prematuro. Além disso, a infecção por Chlamydia trachomatis, uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns, também tem sido associada ao parto prematuro. Pesquisas, como as de Santos et al. (2020), indicam uma relação significativa entre a infecção por Chlamydia trachomatis e o aumento das taxas de prematuridade, destacando a importância da detecção precoce e do tratamento adequado dessas infecções.

Outra infecção relevante é a vaginose bacteriana, um desequilíbrio da microbiota vaginal. Estudos, como o de Melo et al. (2023), exploraram a relação entre a vaginose bacteriana e o parto prematuro, revelando uma associação significativa entre essas condições. Mulheres com vaginose bacteriana durante a gestação apresentam um risco elevado de parto prematuro, sublinhando a necessidade de intervenções preventivas e tratamentos eficazes para reduzir essa associação.

Estudos como o de Da Silva Ferracini et al. (2020) revelam que a infecção urinária durante a gravidez afeta aproximadamente 10% das gestantes, destacando a significativa incidência desse problema de saúde. Além disso, a pesquisa conduzida por Santos et al. (2020) indica que a infecção por Chlamydia trachomatis está presente em cerca de 5% das gestações, ressaltando a importância da detecção precoce e do tratamento adequado para reduzir os riscos de complicações, incluindo o parto prematuro. Outro dado relevante provém do estudo de Melo et al. (2023), que aponta que aproximadamente 15% das gestantes são afetadas pela vaginose bacteriana. Esse desequilíbrio na microbiota vaginal não apenas representa um problema comum durante a gravidez, mas também está associado a um aumento significativo no risco de parto prematuro. Além disso, De Souza et al. (2020) fornecem dados alarmantes sobre a infecção por SARS-CoV-2, indicando que cerca de 8% das gestantes infectadas desenvolvem complicações graves, incluindo o risco elevado de parto prematuro.

Esses números destacam a magnitude do problema das infecções associadas ao período gestacional e a necessidade urgente de estratégias preventivas, intervenções eficazes e um acompanhamento cuidadoso das gestantes para garantir a saúde materna e neonatal. É imperativo que profissionais de saúde estejam cientes dessas estatísticas ao desenvolver programas de saúde pública e ao prestar cuidados individuais às gestantes, visando a redução das taxas de parto prematuro e o bem-estar geral das mães e bebês.

2.3. FATORES DE RISCO ASSOCIADOS ÀS INFECÇÕES E RUPTURA PRECOCE DE MEMBRANAS

Infecções durante o período gestacional podem representar um sério risco para a saúde da mãe e do bebê, podendo levar a complicações como o parto prematuro. Estudos recentes têm enfatizado a importância de compreender a relação entre infecções no período gestacional e o aumento do risco de parto prematuro, uma vez que essa associação pode ter repercussões significativas na saúde materna e neonatal.

A infecção urinária é uma das condições mais comuns durante a gravidez, afetando aproximadamente 10% das gestantes, como apontado por Pereira et al. (2021). Esta infecção, se não tratada adequadamente, pode levar a complicações como a prematuridade. A presença de bactérias no trato urinário pode desencadear uma resposta inflamatória, levando à liberação de substâncias que podem desencadear contrações uterinas e, consequentemente, o início do trabalho de parto prematuro. Outra infecção comum associada ao parto prematuro é a vaginose bacteriana (VB). Estudos realizados por Ferreira et al. (2019) destacam a VB como um fator de risco importante. Durante a VB, há um desequilíbrio da flora vaginal, permitindo o crescimento excessivo de bactérias prejudiciais. Isso pode levar à inflamação local e à produção de enzimas que enfraquecem as membranas amnióticas, aumentando o risco de ruptura prematura das membranas (RPM). A RPM é uma complicação séria que pode levar ao parto prematuro, expondo o bebê a riscos significativos de morbidade e mortalidade neonatal.

A infecção por Chlamydia trachomatis também tem sido associada ao parto prematuro. Santos et al. (2020) observaram que a infecção por Chlamydia trachomatis pode desencadear respostas inflamatórias no trato genital, levando ao aumento do risco de prematuridade. O micro-organismo ativa vias inflamatórias que podem levar a contrações uterinas e ao amolecimento do colo do útero, predispondo a gestante ao parto prematuro.

Além das infecções específicas, fatores imunológicos também desempenham um papel crucial no risco de parto prematuro. Durante a gestação, o sistema imunológico da mulher passa por modificações complexas para acomodar o feto em crescimento. No entanto, essas adaptações podem tornar a gestante mais suscetível a infecções e, consequentemente, ao parto prematuro. Estudos detalhados sobre essas modificações são essenciais para compreender como o sistema imunológico pode influenciar o risco de complicações durante a gravidez.

Também é essencial considerar a genética e o histórico familiar ao avaliar o risco de infecções gestacionais e RPM. Pesquisas indicam que mulheres com histórico familiar de complicações gestacionais têm uma predisposição aumentada a infecções que podem levar à RPM (Rocha et al., 2022). A compreensão desses fatores genéticos pode abrir caminho para intervenções personalizadas e estratégias de prevenção mais eficazes.

3. METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste estudo é a revisão de literatura, que se concentrou na análise de artigos científicos brasileiros publicados nos últimos cinco anos (2018-2023). Para realizar essa pesquisa, foram utilizadas as plataformas Google Scholar e PubMed. A busca foi realizada por meio de termos de pesquisa específicos, tais como “infecções durante a gravidez”, “ruptura precoce de membranas” e “fatores de risco gestacionais”, entre outros, com o objetivo de identificar estudos relevantes sobre o tema em questão.

Foram incluídos artigos publicados em periódicos científicos brasileiros entre 2018 e 2023, que abordassem infecções durante o período gestacional e sua relação com a ruptura precoce de membranas. Foram excluídos estudos que não estavam disponíveis gratuitamente, não estavam em português ou não forneciam informações relevantes para o tema da pesquisa. A partir de uma minuciosa análise dos artigos selecionados, as informações relevantes foram sintetizadas para destacar as descobertas mais significativas e as tendências observadas nos estudos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

Nos estudos examinados foi destacada a forte ligação entre infecções do trato urinário (ITU) e a RPM. Pesquisas conduzidas por De Sousa et al. (2022) demonstraram que a presença de ITU durante a gravidez aumenta significativamente o risco de RPM. Essa associação é atribuída à resposta inflamatória localizada desencadeada pela infecção, enfraquecendo as membranas amnióticas e tornando-as mais propensas à ruptura prematura. Além disso, mulheres com histórico de ITU recorrentes têm uma probabilidade ainda maior de desenvolver RPM, como evidenciado por Ferracini e Rymza (2020). Esses resultados sublinham a necessidade crucial de diagnóstico precoce e tratamento eficaz das ITUs durante a gestação para prevenir a RPM.

Outro achado relevante foi a associação entre vaginose bacteriana (VB) e a RPM. Estudos conduzidos por Ferreira et al. (2019) indicaram que a presença de VB aumenta significativamente o risco de RPM. A VB, caracterizada pelo desequilíbrio da flora vaginal, resulta em uma sobrepopulação de bactérias anaeróbicas, criando um ambiente propício para a fragilização das membranas amnióticas. Portanto, mulheres grávidas diagnosticadas com VB necessitam de um monitoramento cuidadoso e intervenções terapêuticas adequadas para prevenir complicações associadas à RPM.

Além disso, infecções causadas por Chlamydia trachomatis, uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns em gestantes, foram identificadas como um fator de risco para a RPM. Santos et al. (2020) conduziram uma revisão abrangente que enfatizou a importância do rastreamento adequado e tratamento eficaz dessa infecção para evitar a ruptura prematura de membranas e suas consequências adversas para a gravidez.

Além das infecções bacterianas, as infecções virais também foram objeto de investigação, com destaque para a infecção pelo vírus Zika durante a gestação. Estudos conduzidos por Melo et al. (2023) abordaram as complicações obstétricas associadas a essa infecção, fornecendo informações valiosas sobre os desafios enfrentados por gestantes durante a pandemia do Zika. A relação direta entre a infecção pelo Zika e a RPM ainda está sendo estudada, mas as descobertas indicam um cenário preocupante, destacando a necessidade de vigilância rigorosa e intervenções preventivas para proteger as gestantes e seus fetos.

A análise dos estudos também revela a importância dos fatores de risco maternos no contexto da RPM. Um achado significativo foi a influência do tabagismo e da exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez. Santos et al. (2020) observaram que tanto o tabagismo passivo quanto o ativo aumentam as infecções respiratórias e urinárias em gestantes, contribuindo para complicações, incluindo a RPM. A exposição a substâncias tóxicas, como álcool e drogas ilícitas, compromete o sistema imunológico materno, aumentando a suscetibilidade a infecções e agravando os riscos associados à RPM. Esses resultados sublinham a importância de programas de conscientização e apoio às gestantes para evitar essas práticas prejudiciais durante a gravidez, visando à redução das infecções e complicações obstétricas.

A discussão sobre a relevância das infecções gestacionais relacionadas à RPM e parto prematuro ganha ainda mais importância quando consideramos fatores de risco maternos, como o tabagismo e a exposição a substâncias tóxicas. A exposição ao tabaco, tanto ativa quanto passiva, aumenta significativamente a suscetibilidade a infecções e, por conseguinte, às complicações associadas à RPM (Santos et al., 2020). Além disso, a exposição a substâncias tóxicas, como álcool e drogas ilícitas, compromete o sistema imunológico materno, tornando as gestantes mais vulneráveis a infecções e elevando os riscos de RPM e parto prematuro. Esta associação direta entre hábitos prejudiciais e complicações gestacionais enfatiza a necessidade de intervenções preventivas eficazes e programas de conscientização voltados para mulheres grávidas (Santos et al., 2020).

Comparando essas descobertas com pesquisas anteriores, observa-se uma tendência consistente na literatura: a presença de infecções durante o período gestacional aumenta substancialmente o risco de RPM e parto prematuro. A análise desses estudos permite traçar paralelos entre os achados, fornecendo um panorama abrangente das implicações clínicas e obstétricas. No entanto, é crucial ressaltar a necessidade contínua de investigações adicionais para compreender totalmente os mecanismos subjacentes e desenvolver estratégias preventivas mais eficazes. A abordagem multidisciplinar, integrando conhecimentos da obstetrícia, microbiologia e epidemiologia, é essencial para avançar na compreensão dessas complexas interações e, por conseguinte, melhorar os resultados gestacionais.

Em última análise, a discussão sobre as infecções gestacionais e sua relação com a RPM e o parto prematuro aponta para a importância de abordagens preventivas e cuidadosas durante a gravidez. Identificar mulheres em risco, fornecer intervenções adequadas, como rastreamento e tratamento de infecções, e promover estilos de vida saudáveis são passos cruciais para mitigar essas complicações. O impacto positivo dessas medidas não apenas reduzirá as taxas de RPM e parto prematuro, mas também melhorará significativamente a saúde materna e neonatal, refletindo-se em sociedades mais saudáveis e resilientes.

4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo proporcionou uma análise abrangente e aprofundada da complexa relação entre infecções gestacionais, ruptura precoce de membranas (RPM) e parto prematuro. Ao revisar uma ampla gama de pesquisas científicas brasileiras dos últimos cinco anos, foi possível extrair conclusões significativas sobre o impacto direto das infecções durante o período gestacional nessas complicações obstétricas. Os resultados consolidados destacam que infecções do trato urinário (ITU), vaginose bacteriana (VB) e infecções virais, como aquelas relacionadas ao vírus Zika, representam fatores de risco substanciais para a RPM (Ferracini & Rymza, 2020; Melo et al., 2023). Além disso, há uma clara associação entre o tabagismo, a exposição a substâncias tóxicas e o aumento do risco de complicações gestacionais, incluindo RPM e parto prematuro (Santos et al., 2020).

No decorrer desta investigação, foi possível confirmar a hipótese de que infecções gestacionais, especialmente ITUs e VB, desempenham um papel crucial na RPM, ressaltando a necessidade urgente de intervenções preventivas direcionadas para monitoramento e tratamento eficaz dessas infecções durante a gravidez. Além disso, a pesquisa identificou a importância da conscientização sobre os riscos do tabagismo e da exposição a substâncias tóxicas para gestantes, apontando para a necessidade de campanhas educativas e programas de cessação do tabagismo durante a gravidez para reduzir o número de casos de RPM e parto prematuro (Santos et al., 2020).

Uma das principais contribuições teóricas deste estudo reside na consolidação e interpretação crítica dos achados de pesquisas anteriores, proporcionando uma compreensão mais aprofundada das interações complexas entre infecções gestacionais e complicações obstétricas. Além disso, este trabalho destaca a necessidade de uma abordagem holística na prática clínica, integrando a prevenção e o tratamento de infecções durante a gravidez como parte fundamental do cuidado obstétrico (Carvalho et al., 2021; De Sousa et al., 2022).

Entretanto, é importante mencionar algumas limitações deste estudo. A principal limitação reside na disponibilidade e acessibilidade da literatura científica brasileira sobre o tema, o que pode ter influenciado a abrangência dos dados analisados. Além disso, este estudo se concentrou principalmente em infecções comuns durante a gravidez, deixando espaço para futuras pesquisas explorarem outras infecções menos comuns, mas igualmente relevantes. Sugerimos que estudos futuros explorem outras variáveis, como condições genéticas e fatores ambientais específicos que possam modular a relação entre infecções gestacionais e RPM.

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Discente 1 – Emanuely Marques Rodrigues do Curso Superior de Enfermagem pela Faculdade Integral Diferencial-Facid. E-mail: emanuelymarques0@gmail.com

Discente 2 – Ricardo Antônio Reis da Silva do Curso Superior de Enfermagem pela Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. E-mail: rick-reis22@hotmail.com