A RELEVÂNCIA DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DOS DIABÉTICOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10206693


Elinei Santos De Oliveira
Jessica Lima Dos Santos
Maria Eduarda Figueiredo Da Costa
Sargon Batista Gomes
Silvia Maia De Araújo
Prof. Msc. Elvis Geanderson Lima do Vale


1. INTRODUÇÃO 

O Diabete Mellitus (DM) é um espectro de distúrbios metabólicos comuns, que se  organizam em uma variedade de mecanismos patogênicos resultando em hipoglicemia. No mundo,  o aumento de indivíduos com diabetes é constante e aumenta rapidamente; Tanto fatores genéticos  quanto ambientais contribuem para a sua patogenia que envolve a secreção insuficiente de insulina,  reduzindo a responsividade de insulina endógena ou exógena, aumentando a produção de glicose  e/ou anormalidades no metabolismo dos lipídeos e das proteínas. (DANTAS, RODRIGUES,  AZEVEDO, 2022). 

A Diabete Mellitus (DM) é a síndrome metabólica com maior prevalência no mundo, com  expectativa de projeção para 592 milhões em 2035. No Brasil as doenças cardiovasculares estão  associados a mais de 60% dessas mortes, alertando a importância de medidas preventivas. (CERQUEIRA et al., 2020). Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, atualmente no Brasil há  mais de 13 milhões de pessoas vivendo com DM e esse número tende a aumentar, e segundo o MS  entre 2006 e 2016 os casos de DM tiveram aumento de 61,8% no Brasil. (DANTAS, RODRIGUES,  AZEVEDO, 2022). 

Além de doenças cardiovasculares a DM é causa de amputações, neuropatias, falência de  órgãos e doença renal crônica. As doenças cardiovasculares representam a maior causa de morte em  pacientes com DM2 devido as alterações desfavoráveis da glicemia, insulina e perfil lipídico, além  da associação com HAS e inflamação. (CERQUEIRA et al., 2020). Por outro lado, o sedentarismo,  características genéricas e a dieta inadequada são fatores de risco que impulsionam a crescente  incidência de DM, porém, como métodos convencionais de tratamento, estão a dieta hipocalórica e  o uso de fármacos constantemente, que pode causar desconforto para os pacientes (ANDRADE et  al., 2016). Apesar do reconhecimento sobre a importância do exercício físico, como demonstrado  pela Sociedade Brasileira de Diabetes, há poucos relatos sobre o seu efeito potencial na remoção de  terapias farmacológicas com um programa estruturado e individualizado de reabilitação  cardiometabólica. (CERQUEIRA et al., 2020). 

De acordo com a (OMS, 2018), a prática regular de educação física, sob a orientação de um  profissional de educação física, tem sido recomendada para prevenção e tratamento dessa patologia,  por se tratar de uma atividade planejada e executada em sequencias de movimentos repetitivos  proporcionando gasto energético e aumento das aptidões físicas. A prática do exercício físico pode  gerar adaptações crônicas no sistema metabólico, neuroendócrino e cardiovascular; pode levar a  importantes mudanças nos aspectos biológico, psicológico e sociocultural dos indivíduos.  (OLIVEIRA, 2021).

Segundo Dantas, Rodrigues, Azevedo (2022), o Diabete Mellitus pode ser de dois tipos, o  tipo 1 que é a doença autoimune e ao tipo 2 que é o adquirido, caracterizado pela produção  insuficiente de insulina. O tratamento depende do tipo, controle glicêmico, reeducação alimentar,  exercícios físicos são necessários, são fatores comuns. O exercício físico faz parte de tratamentos  relacionados à saúde e ao bem estar em geral, contribui na mudança de hábitos diminuindo o  sedentarismo, ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse, proporcionando uma melhor qualidade de  vida. (OLIVEIRA, 2021). 

Segundo Lopes, Carraro (2021), quanto ao tratamento da DM os métodos convencionais  sendo a dieta hipocalórica e o uso de fármacos, causam desconforto aos pacientes. Mas há estudos  epidemiológicos recentes que sugerem a prática de exercícios físicos para pacientes com DM até  mesmo como forma de prevenção dessa doença, devido há vários benefícios, como: aumento da  sensibilidade do organismo à insulina, ajuda o pâncreas na sintetização desse hormônio, melhora o  sistema imunológico, cardiovascular e neuromuscular; tornando essas pessoas mais ativas e  funcionais que por consequência mudam seu estilo de vida, além é claro, da perda de peso  melhorando o IMC. 

Diante do exposto, fica evidente a importância da prática do exercício físico, uma vez que  percebem efeitos positivos no tratamento e prevenção de DM. Nesse sentido, esta pesquisa irá  responder qual a relevância da prática de exercícios físicos na melhora da qualidade de vida dos  diabéticos?  

Diante da pergunta problema, surgiu a seguinte hipótese:  

O exercício físico além de auxiliar na manutenção de um bem-estar físico, psíquico e social,  deve ser encarado como um importante componente de prevenção de doenças, sejam elas crônicas  ou não.  

Partindo dessa premissa, para o indivíduo diabético a formação de energia é extremamente  importante, pois a mobilização da glicose presente no sangue é utilizada para a formação de  energia, assim durante e após o exercício os níveis de glicose sanguínea estarão relativamente mais  baixos, podendo até chegar a níveis normais.  

E para responder este questionamento, o projeto possui como objetivo principal descrever o  impacto da atividade física no controle da diabetes, assim também, mostrar a importância do  profissional da área de educação física, mostrando o quão benéfico esse meio pode ser para o  controle glicêmico e melhora da qualidade de vida.

2. OBJETIVOS 

2.1 Objetivo Geral 

Descrever o impacto da atividade física no controle da diabetes. 

2.2 Objetivos Específicos 

I. Relatar os benefícios e recomendações de atividades físicas para pessoas com diabetes; II. Reconhecer e saber avaliar os efeitos das diferentes formas de atividades físicas sobre a  glicemia sanguínea de acordo com variáveis como horário, tipo de exercício, volume e  intensidade;  

III. Apontar a importância do profissional de educação física no acompanhamento de atividades  físicas em clientes diabetes.

3. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA 

O problema central abordado neste estudo é identificar quais são os exercícios físicos que  podem ajudar na melhoria da qualidade de vida de portadores de diabetes, evidenciando os  benefícios e recomendações dessas atividades aos mesmo, para incentivar e contribuir no bem estar  físico, mental, social e fisiológico desses indivíduos. Sendo o personal trainer um profissional  capacitado para acompanhar e ajudar a desenvolver um plano de ação para execução desse  planejamento de atividades, segundo o protocolo recomendado para esta ação. 

4. JUSTIFICATIVA 

4.1 Pessoal 

O presente estudo aborda um tema de grande importância na atualidade, pois a diabetes  mellitos (DM) é uma patologia extremamente prevalente na população e nesse sentido, a atividade  física orientada é parte essencial do tratamento da DM e trás inúmeros benefícios ao praticante.  Contudo, deve ser prescrita e acompanhada por profissional qualificado com conhecimento sobre  fisiopatologia da diabetes mas, também, e sobretudo, sobre avaliação física, fisiologia do exercício  e educação física (esportes, danças, recreação, ginásticas etc.) para orientar e alcançar os possíveis  benefícios terapêuticos decorrentes da atividade física para diabéticos faz-se necessário amplos  conhecimentos sobre metabolismo no exercício e opções de modalidades para práticas, além de  formação didático- pedagógica. Assim, o profissional indicado para prescrever e acompanhar  atividades físicas com diabéticos, independente do tipo, especialmente no que diz respeito a  orientação, deve ser o profissional de educação física especificamente qualificado para tal. 

4.2 Cientifica 

Segundo Lopes, Carraro (2021), quanto ao tratamento da DM os métodos convencionais  sendo a dieta hipocalórica e o uso de fármacos, causam desconforto aos pacientes. Mas há estudos  epidemiológicos recentes que sugerem a prática de exercícios físicos para pacientes com DM até  mesmo como forma de prevenção dessa doença, devido há vários benefícios, como: aumento da  sensibilidade do organismo à insulina, ajuda o pâncreas na sintetização desse hormônio, melhora o  sistema imunológico, cardiovascular e neuromuscular; tornando essas pessoas mais ativas e  funcionais que por consequência mudam seu estilo de vida, além é claro, da perda de peso  melhorando o IMC.

4.3 Social 

O DM2 é fator de risco independente para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Uma das formas de controle dos níveis glicêmicos é através de terapia farmacológica, porém a  forma de aplicação e a frequência com que se aplica representam uma das principais queixas do  paciente, por isso, o exercício físico é uma terapêutica adjuvante e eficaz no controle do DM2. Os  principais benefícios são: evita declínio funcional, aumenta a sensibilidade do organismo à insulina,  previne complicações renais, cardiovasculares, neuromusculares e melhora a qualidade de vida da  pessoa portadora de diabetes. (CERQUEIRA et al. 2020). 

O sedentarismo, característica genéticas e a dieta inadequada são fatores de risco que  impulsionam a crescente incidência dessa doença atualmente, neste cenário, estudos  epidemiológicos recentes sugerem que a prática do exercício físico por pacientes com diabetes  mellitus está sendo utilizada como nova abordagem no tratamento e como principal meio de  prevenção dessa doença. (LOPES, CARRARO. 2021).

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA  

5.1 Diabetes Mellitus (DM): conceito, característica, tratamento  

Segundo Oliveira, Pontes, Trindade (2021), DM é uma síndrome metabólica que se  caracteriza por um excesso de glicose no sangue (hipoglicemia), que ocorre quando o pâncreas não  produz insulina suficiente ou quando o organismo não pode usar de forma eficaz. O DM é uma  doença endócrina caracterizada por elevada taxa de glicose sanguínea (hiperglicemia). Essa  hiperglicemia é decorrente da falta de insulina ou incapacidade da insulina em exercer  adequadamente seus efeitos nos tecidos alvos (BRASIL, 2021). 

O DM é classificado em dois tipos, o tipo 1 que é uma doença autoimune, acontece devido a  destruição das células pancreáticas causadas por anticorpos, devido a isso o pâncreas acaba  secretando pouca insulina podendo ser descoberta até os 16 anos de idade. E o tipo 2, caracterizada  pela secreção insuficiente de insulina, o corpo acaba não conseguindo usar com eficácia essa  insulina produzida em pouca quantidade ou também pode ser resistente ao efeito da insulina, sendo  mais comum em pessoas com mais de 40 anos, com sobrepeso, sedentária e sem hábitos alimentares  saudáveis; também pode ser causada por fatores genéticos. O tratamento de ambas depende de cada  tipo, controle glicêmico, reeducação alimentar, exercícios físicos são necessários. (DANTAS,  RODRIGUES, AZEVEDO, 2022). 

O exercício físico juntamente com a dieta adequada e insulina ou hipoglicemiantes orais, pode ter maior efeito sobre a redução dos níveis de lipídeos circulantes, aumentar a  tolerância a glicose e a sensibilidade a insulina. Promove um aumento na utilização de  glicose e ácidos graxos livres, intra e extracelulares para o fornecimento de energia além de  aumentar a sensibilidade periférica à insulina contribuindo para a normalização das taxas  glicêmicas nos diabéticos. (OLIVEIRA, PONTES, TRINDADE, 2021). 

A educação para a saúde é um papel fundamental do educador físico, quanto mais  informações o paciente tiver sobre a doença, mais completo será o tratamento. Assim é evidente os  benefícios do exercício físico no tratamento do diabetes devem ser informados à população.  (OLIVEIRA, 2021). 

O treinamento físico auxilia na sensibilidade dos receptores de insulina (IRS – 1 e IRS – 2)  das células musculares que elevam a quantidade de proteínas transportadoras (GLUTs) da glicose  para o sarcolema. (LOPES, CARRARO, 2021). 

5.2 Prescrição de exercício físico  

O exercício físico faz parte de vários tratamentos relacionados à saúde e ao bem estar em  geral, contribui na mudança de hábitos, diminui o sedentarismo, ajuda a reduzir a ansiedade e o  estresse e consequentemente, proporcionar uma qualidade de vida melhor. (OLIVEIRA, 2021).

Porém, alguns cuidados devem ser tomados em relação a prática de atividades físicas para os  portadores de DM. 

O treinamento físico realizado de maneira moderada pode reduzir até 79% da taxa glicêmica  e que a intervenção juntamente com a dieta é benéfica na prevenção da diabetes em indivíduos  propensos ao seu risco. Mas é necessário o planejamento das atividades a serem desenvolvidas para  um melhor resultado. (LOPES, CARRARO, 2021). 

Antes de iniciar um programa de atividade física (PAF) qualquer indivíduo deve passar por  uma avaliação física e no caso do portador de DM recomenda-se a realização do teste ergométrico  para avaliação cardiovascular antes de iniciar um PAF (BRASIL, 2021). 

Segundo Cerqueira et al., (2020), programas de treinamento físico personalizado, através de  exercícios resistidos e cíclicos na esteira ergométrica, realizados duas vezes por semana com  duração de 80 minutos por sessão e com intensidade de leve a moderada, durante quatro meses,  foram capazes de reduzir em 70% a glicemia de jejum e 37,5% a HbA1c; controle glicêmico pós – prandials e redução da utilização de terapias farmacológica. Além da redução da P.A sistólica, perfil  lipídico e também, melhoras biopsicossociais e controle dietético. (apud LOPES, CARRARO,  2021). 

Nesse contexto, é importante salientar que a DM não impede a participação do paciente em  PAF, porém, elas influenciam a modalidade e a intensidade do exercício a ser prescrito. 

Tabela 1. Recomendações para atividades físicas: 

Autor: Guimarães, E. V e Col.

5.3 Reflexão acerca do profissional de educação física frente um aluno portador de DM 

Andrade et al. (2016) citam que uma atuação adequada do profissional para com a saúde do  seu aluno nesse período delicado possa ser indispensável para a diminuição dos impactos gerados  por esse processo de inúmeras alterações.  

A prática regular de atividades físicas, sob orientação de um profissional de educação física, tem sido recomendada para prevenção e tratamento da diabetes mellitus, por ser tratar de uma  atividade planejamento, estruturada e executada em sequências de movimentos repetitivos,  proporcionando gasto energético e aumento das aptidões físicas. (LOPES, CARRARO, 2021). 

Segundo Cerqueira et al. (2020), este relato de caso demonstrou que um programa de treino  supervisionado foi capaz de controlar a glicemia levando a redução da quantidade de fármacos,  aumentando a capacidade funcional e melhor perfil lipídico em um paciente com DM. 

A prescrição do exercício físico deve respeitar a individualidade, o tipo, a intensidade e  frequência da atividade para se obter resultados satisfatórios e proporcionar benefícios  psicofuncionais de uma vida menos sedentária. (LOPES, CARRARO, 2021). 

A educação para a saúde é papel fundamental do profissional de educação física.  (OLIVEIRA, 2021) 

Desta forma, é fundamental que o profissional de educação física conquiste seu espaço nas  áreas de atuação da saúde e passe a ser visto como um profissional que contribui para a promoção,  prevenção de doenças e a manutenção do bem-estar dos indivíduos. A prática regular de exercício  físico, planejado e supervisionado por um profissional competente é capaz de promover bons  resultados. (LOPES, CARRARO, 2021).

6. MÉTODO  

6.1 TIPO DE ESTUDO 

Este estudo de revisão de literatura foi conduzido utilizando o método de síntese do  conhecimento, conhecido como revisão integrativa (RI), conforme orientado por Joanna Briggs  Institute Reviewer’s Manual (AROMATARIS; MUNN, 2020). O processo de revisão seguiu as  etapas padrão, que incluíram a formulação da questão de pesquisa, a busca na literatura para  identificar os estudos primários relevantes, a avaliação crítica dos estudos primários relevantes, a  análise dos dados coletados e a apresentação dos resultados de revisão. ( WHITTERMORE,  KNAFL, 2005). 

6.2 PERÍODO  

A realização do estudo ocorreu no período de agosto de 2023 a outubro 2023. 

6.3 População 

A questão central foi delineada desta forma: como a prática de exercícios físicos podem  ajudar na melhoria da qualidade de vida de pessoas portadoras de diabetes. Essa pergunta foi  formulada com base no acrômio PEGO, em que o p (população) refere-se a pacientes com diabetes  mellitus tipo 1 e tipo 2. I (interação) programas de atividades orientadas e O (outcome/resultados)  melhora no controle glicêmico. A abordagem metodológica seguiu as diretrizes de Joana Briggs  Institute Revewens manual (WHITTERMORE, KNAFL, 2005). 

6.4 Critérios de seleção  

Os critérios de inclusão adotados para conduzir está RI foram definidos da seguinte forma:  foram considerados elegíveis estudo primários nos quais os pesquisadores investigaram a relevância  da prática de exercícios físicos na melhoria da qualidade de vida dos diabéticos. Além disso foram  aceitos estudos publicados em inglês, português, no período de agosto de 2018 a outubro de 2023. 

Com o objetivo de garantir a qualidade e relevância dos estudos incorporados a revisão,  foram excluídos da análise outros tipos de documentos, tais como editoriais, cartas de resposta,  estudos secundários (como revisões sistemáticas), relatos de experiências ou opiniões de  especialistas. Essa delimitação temporal foi estabelecido para controlar o volume dos estudos  primários excluídos, evitando a sobrecarga de informações que poderia prejudicar a coordenação da  revisão integrativa ou introduza vieses nas frases subsequentes do método.

6.5 Definição da amostra  

Para buscas dos estudos primários, foram escolhidos três bases de dados que são altamente  pertinentes para o campo de saúde e educação física. Americana e do Caribe em Ciências da Saúde  (LILACS), Portal de periódicos Capes e a Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e a Medical  Literature Analyses and Retrievel System Online (MEDLINE). Essa seleção abrange uma ampla  gama de fatores confiáveis que garantem uma abordagem abrangente na coleta de dados para  revisão.  

Os três componentes do acrômico PECO foram utilizados em diferentes combinações dos  seguintes descritores: Diabetes. Exercício físico. Profissional de educação física; e operador  booleanos “AND” e “OR” durante a formulação das estratégias de buscas nas bases de dados. Isso  possibilitou uma abordagem abrangente na pesquisa das publicações, assegurando a inclusão de  estudos relevantes para a revisão.  

Neste estudo, foram selecionados descritores controlados dos Descritores em Ciências da  Saúde (DeCS) e utilizadas estratégias de busca em três bases de dados: SciELO, LILACS e  MEDLINE, além disso, as estratégias definitivas de busca para as publicações foram aplicadas em  ambas as bases de dados em Agosto de 2018 a outubro de 2023. 

A seleção dos estudos foi conduzida mediante a análise dos títulos e resumos das  publicações, com base na pergunta de interesse da RI e nos critérios de inclusão pré definidos. Essa  etapa foi executada de maneira independente e com mascaramento por dois revisores. O  mascaramento foi posteriormente desvendado, permitindo que em reuniões de consenso, os  revisores procedessem à seleção dos estudos primários a serem lidos na íntegra. É importante  salientar que, durante essas reuniões, um terceiro revisor desempenhou um papel de apoio nas  discussões. 

A análise completa dos estudos primários escolhidos foi conduzida de maneira independente  por dois revisores. No caso de discordâncias ou dúvidas, recorreu-se a um terceiro revisor para  resolver as questões em pauta e auxiliar na determinação final dos estudos a serem incluídos na  amostra da RI. 

Adicionalmente às pesquisas nas bases de dados, um dos revisores conduziu uma busca  manual nas referências dos estudos primários que foram incorporados à RI. No entanto, é  importante ressaltar que essa estratégia não resultou na inclusão de novos estudos. O processo de  busca e seleção dos estudos primários foram realizados no período compreendido entre agosto de  2018 a outubro de 2023. 

6.6 Considerações éticas

O projeto não envolve seres humanos, desta forma não será preciso submeter à apreciação  ao comitê de ética em pesquisa (CEP), conforme o preconizado na resolução n° 466/2012 Do  Conselho Nacional de Saúde (CNS)( BRASIL, 2012). 

RESULTADO E DISCUSSÃO 

RESULTADOS 

Foram selecionados 8 artigos que se enquadram nos objetivos e nos critérios de inclusão. 

A tabela 2 mostra os autores, ano dos estudos, objetivo e os resultados, abordando um tema  de grande importância na atualidade, onde buscou-se efetuar uma análise criteriosa em relação as  condutas do profissional de educação física frente um aluno portador de DM. Foram selecionados 8  artigos mais relevantes.

Tabela 2. Representação dos artigos mais relevantes para esta revisão.

N° AUTOR OBJETIVO RESULTADOS 
DANTAS et al. (2022) Identificar benefícios das atividades físicas  no controle glicêmicoVemos que a prática de exercícios  físicos é determinante em todos os  processos de homeostase corporal e  contribui diretamente para minimizar os  efeitos decorrentes de quadros  envolvendo a diabetes.
FERREIRA (2019) Conhecer as estratégias educativas da  equipe multiprofissional com pacientes  diabéticosForam coletados 35 artigos. Todos os  trabalhos continham pelo menos uma  prática de prevenção e cuidado com o  Diabetes, listados em tabela.
3LOPES E CARRARO (2021)Analisar a relação existente entre a prática  do exercício físico como meio de tratamento  e prevenção no comportamento da glicemia  em pacientes com DMOs trabalhos foram enfáticos ao  comprovar que o exercício físico  promove melhorias na composição  corporal, sistema imunológico, força  muscular, sistema cardiorrespiratória,  manutenção e aumento de massa  muscular e óssea.  Promove redução da glicemia, redução  da P.A e melhora no IMC.
4MORELI E BERTOLO (2020) Realizar um levantamento bibliográfico  sobre os benefícios dos exercícios físicos  em pacientes acometidos por DM tipo 2É evidente através da literatura que uma  das formas de prevenção e tratamento  desta patologia é a prática regular de  exercícios físicos.
5OLIVEIRA et al. (2021)Verificar quais os efeitos do exercício físico  sobre o DM 2A literatura demonstra que a utilização  de bons programas de exercícios físicos,  independente da metodologia utilizada  sejam exercícios aeróbios, resistidos,  com peso ou estes dois combinados, são  eficazes no tratamento da diabetes tipo  2.
6PRESTES et al. (2019)Avaliar o impacto de um protocolo de  treinamento físico concorrente no estado  oxidativo em amostras de sangue e em  parâmetros de condicionamento físico em  mulheres com DM e em grupo de ControleSobre os benefícios do treinamento  físico com duração superior a 11  semanas, em que após a adaptação  aguda do organismo, há diminuição de  marcadores inflamatórios como a  mieloperoxidase. Assim o treinamento  concomitante dispõe-se como  ferramenta anti-inflamatória e  antioxidante na DM2.
7SANTOS et al. (2021)Revisar os benefícios dos exercícios físicos  em portadores de DM 1 e DM 2 e  compreender os programas de treinamento  indicados para este públicoO exercício físico, seja ele exercício  resistido, aeróbio ou a combinação dos  mesmos, podem ser aplicadas como  tratamento para está patologia, no  entanto, requer capacitação dos  profissionais da área dos exercícios  físicos para atender este público.
8SILVA, PACHECO, PAIXÃO  (2020)Propor medidas e precauções para que o  profissional de Educação física possa  desempenhar seu trabalho como parte  importante no tratamento de DMOs níveis glicêmicos influenciam de  forma bastante significativa no  programa de treinamento de diabéticos.  Quando a mesma está abaixo de 90 é  recomendado a ingestão de carboídratos de alta absorção antes da realização dos  exercícios.

DISCUSSÃO 

A Partir desse momento será realizada uma breve discussão sobre os artigos relacionados.

Os benefícios proporcionados pelo exercício físico na sensibilidade à insulina estão  associados a melhorias nas vias metabólicas no uso da glicose. Em um estudo realizado durante 12  semanas de exercícios físicos de alta intensidade em praticantes com sobrepeso e idosos,  aumentaram a sensibilidade à insulina, gerando melhorias na via de síntese de glicogênio no  músculo esquelético. (SANTOS et al. 2021). 

A prática regular de exercícios físicos acarreta melhorias na capacidade funcional dos  indivíduos, tornando-os mais ativos e propensos a melhorar sua qualidade de vida e,  consequentemente, através desse estímulo ocorre redução da glicemia de jejum, acarretando em  controle glicêmico (LOPES; CARRARO, 2021). 

De acordo com a (OMS, 2018), a prática regular de educação física, sob a orientação de um  profissional de educação física, tem sido recomendada para prevenção e tratamento dessa patologia,  por se tratar de uma atividade planejada e executada em sequencias de movimentos repetitivos  proporcionando gasto energético e aumento das aptidões físicas. A prática do exercício físico pode  gerar adaptações crônicas no sistema metabólico, neuroendócrino e cardiovascular; pode levar a  importantes mudanças nos aspectos biológico, psicológico e sociocultural dos indivíduos.  (OLIVEIRA, 2021). 

Segundo Silva; Pacheco; Paixão (2020), a obesidade e a Diabetes estão frequentemente  associadas, por isso é recomendado a prática de exercícios que ajudem a maximizar o gasto  energético, é aconselhável a frequência de treinamento por três dias consecutivos ou cinco dias por  semana; com intensidade baixa a moderada de 40 a 70% do VO2 Max, com duração inicial de 10 a  15 minutos, aumentando progressivamente até alcançar 30 minutos ao dia. 

Em outro estudo, praticantes de exercícios físicos com sobrepeso e obesos, foram  submetidos a seis semanas de treinamento resistido, combinado a perda de peso induzida pela dieta,  aumentaram a atividade do glicogênio do músculo esquelético. Além disso, os mesmos aumentaram  a sensibilidade à insulina no corpo inteiro, após a intervenção foi relacionado a melhorias na  atividade do glicogênio induzida pela insulina. (SANTOS et al. 2021). 

Lopes e Carraro (2021) revelam que o exercício físico deve ser realizado como um  tratamento não farmacológico, de modo que auxilie na prevenção ou no controle da DM, para que  haja a participação segura destes pacientes num programa de exercício físico. O profissional deve  ser qualificado para prescrever o exercício adequado e sem riscos para estes tipos de participantes. 

O profissional de educação física tem papel fundamental, servindo de ponte entre o aluno e  os exercícios. A prática da atividade física deve ser executada de forma cautelosa, para evitar  agravos na doença. (SILVA; PACHECO; PAIXÃO. 2020).

O exercício físico juntamente com a dieta adequada e insulina ou hipoglicemiantes orais, pode ter maior efeito sobre a redução dos níveis de lipídeos circulantes, aumentar a  tolerância a glicose e a sensibilidade a insulina. Promove um aumento na utilização de  glicose e ácidos graxos livres, intra e extracelulares para o fornecimento de energia além de  aumentar a sensibilidade periférica à insulina contribuindo para a normalização das taxas  glicêmicas nos diabéticos. (OLIVEIRA, PONTES, TRINDADE, 2021). 

Melhorias semelhantes na sensibilidade à insulina foram relatados em obesos, mulheres na  pós-menopausa submetidas a exercícios resistidos, foram mais fortes em mulheres classificadas  como intolerantes à glicose em comparação com aquelas com tolerância normal à glicose.  (SANTOS et al. 2021). 

Quanto às análises de parâmetros de estresse oxidativo, observou-se melhora significativa  nos indicadores avaliados. A glutationa é um antioxidante que atua suprimindo a formação de  radicais livres; existem estudos que comprovam o fortalecimento de defesas antioxidantes  dependentes de glutationa após protocolos com treinamento resistido, demonstrando que seus níveis  podem ser associados à atividade física. Neste estudo, ambos os grupos aumentaram os níveis de  glutationa após o protocolo de treinamento concorrente. (PRESTES et al. 2019). 

Pessoas com DM podem sim, realizar exercícios físicos regularmente, como qualquer outra  pessoa, desde que tenham o acompanhamento correto de profissionais responsáveis, é preciso certo  cuidado para evitar complicações da doença ao praticante. Antes da realização dos exercícios físicos  o profissional de educação física deverá medir a glicose do aluno, para verificar se o mesmo está  apto a a realizar a atividade, e durante a sessão também, monitorar a reação do aluno ao plano,  através da escala de percepção de Borge, e após a sessão deve-se medir novamente a glicose.  (SILVA; PACHECO; PAIXÃO. 2020). 

Segundo Prestes et al. (2019), o protocolo do exercício físico proposto demonstrou impacto  positivo em parâmetros de estresse oxidativo e de condicionamento físico geral, o que pode ser  visualizado como um fator de diminuição de inflamação, o que é uma característica da DM2, surge  como uma possível estratégia para o controle da mesma e para melhoria da qualidade de vida. 

7. CONCLUSÃO 

Diante das análises das publicações, pode-se afirmar que há poucos estudos científicos sobre  a relevância da prática de atividades físicas para pessoas portadoras de DM. Acredita- se que o  número de pesquisas reduzidos esteja relacionado com a questão do tema de estudo ser pouco  trabalhado durante a graduação de Educação Física, viabilizando mais estudos com foco na análise  assistencial do processo de trabalho. 

Foi possível compreender que a realização de atividades físicas proporcionam diversos  benefícios à vida do praticante: Como perda de peso e gordura, bem-estar físico e mental, melhora na qualidade de vida. Porém, muitas pessoas com diabetes deixam de realizá-las por receios de  complicações em seu quadro, como risco de hipoglicemia ou hiperglicemia. 

O profissional de educação física tem como dever auxiliar o portador de diabetes mellitus  tanto na elaboração quanto na execução das atividades físicas. Podemos também constatar que a  prática das atividades físicas supervisionadas contribuem para o bem estar físico, psicossocial e  fisiológico, além de potencializar o tratamento, auxiliando na manutenção e prevenção da DM. 

Logo, o trabalho mostrou a importância de o profissional de Educação Física se munir de  informações a respeito do tema para ter condições de conceder uma assistência apropriada, refletir  sobre o assunto, tomar conhecimento sobre o mesmo afim de que se crie uma relação de confiança  entre o profissional de educação física e o aluno, para que possa desenvolver ações de reabilitação  que ajude o indivíduo a lidar com a realidade, compreender o que se passa com o mesmo e realizar  uma atuação sólida, qualificada, sistemática, lógica e moral. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ANDRADE, Elton Alves de et al. Exercício físico de moderada intensidade contribui para o  controle de parâmetros glicêmicos e clearence de creatinina em pessoas com Diabetes Mellitus tipo  2. Rev. Bras. Ciên. Mov, p. 118-126, 2016. 

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro.  2012.Disponívelem:<http:// www.conselho.saude.gov.br/resoluções/2012/reso466.pdf>. Acesso  em: 25 mar. 2023. 

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de atividade física para população Brasileira. Brasília, DF,  2021. 

CARRARO, F. T; LOPES, M. A. C. A Prática do exercício físico como promoção a saúde e  controle glicêmico em pacientes diabéticos. Revista episteme transversallis. v. 12, n. 3, p. 180- 192, 2021. 

CERQUEIRA, Douglas et al. Revisão de literatura: A importância do exercício físico e diabetes  Mellitus tipo II: Ainda podemos nos surpreender? Rev pesqui fisioter, v. 10, n. 2, p. 282-287,  2020. 

DANTAS, J. L. S; RODRIGUES, L. P; AZEREDO, J. P. S. Benefícios do exercício físico aos  portadores de diabetes. Revista Society and development. v. 11, n. 8, p. 10, 2022.

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Projeto Técnico-científico Interdisciplinar apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física, da Universidade Paulista – UNIP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel (a) em Educação Física.
Prof. Msc. Elvis Geanderson Lima do Vale