A RELEVÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA PREVENÇÃO DE QUEDA EM IDOSOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10070705


Ivanilda Verçoza Lima1
Rosileide Alves Livramento2
Denylson Lima Dantas3
Priscila de Oliveira Lima4
Pamila Monteiro de Souza5


RESUMO

Introdução: A queda em idosos apresenta-se hoje como um problema de saúde pública de elevada incidência, com altas taxas de invalidez e óbito nessa população. Assim, é relevante um estudo que mostre a atuação do profissional de fisioterapia como promotor da prevenção do risco de queda.Objetivo: Mostrar, através da literatura científica existente, como a fisioterapia pode contribuir para minimizar o risco de queda em idosos, e assim trabalhar na conscientização e promoção da melhoria da qualidade de vida desta população. Metodologia: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, com finalidade metodológica, fundamentado em uma revisão de literatura bibliográfica. Os critérios para inclusão e exclusão de estudos são: artigos publicados entre 2014 e 2023, disponíveis nas bases de dados da BVS e CAPES; gratuitos; nos idiomas inglês, espanhol e português. Resultados: Observamos as diversas atividades disponíveis para o trabalho de fortalecimento e equilíbrio postural, atividades no solo de alongamento e flexão, até aquelas dirigidas a estímulos musculares através de hidroterapias. Os estudos ainda indicaram à fisioterapia motora atrelada a terapia metal, e também foram discutidas a implementação de aplicativos como aliados no combate a queda em idosos. Em todas essas vemos a importância da fisioterapia. Considerações finais: O risco de queda em idosos se mostrou uma temática pertinente de abrangente discussão, principalmente quando relaciona a relevância da atuação do profissional de fisioterapia como promotor da prevenção do risco de queda.

Palavras-chaves: Fisioterapia; Risco de queda; Prevenção; Promoção da saúde; Idoso.

ABSTRAC

Introduction: Falls in the elderly are today a public health problem with a high incidence, with high rates of disability and death in this population. Therefore, a study that shows the role of physiotherapy professionals as promoters of fall risk prevention is relevant. Objective: To show, through existing scientific literature, how physiotherapy can contribute to minimizing the risk of falling in the elderly, and thus work to raise awareness and promote improvements in the quality of life of this population. Methodology: This is a study with a qualitative approach, with methodological purposes, based on a bibliographic literature review. The criteria for inclusion and exclusion of studies are: articles published between 2014 and 2023, available in the databases BVS and the CAPES; free; in English, Spanish and Portuguese. Results:We observed the different activities available for strengthening and postural balance, whether stretching and flexing activities on the floor, or those aimed at muscular stimulation through hydrotherapy. In addition to these, studies indicated motor physiotherapy linked to metal therapy, and the implementation of applications as allies in combating falls in the elderly were also discussed. In all of these we see the importance of physiotherapy. Final considerations: The risk of falling in the elderly proved to be a pertinent topic for comprehensive discussion, especially when it relates to the relevance of the physiotherapy professional’s role as a promoter of fall risk prevention.

Keywords: Physiotherapy; Risk of falling; Prevention; Health promotion; Elderly.

INTRODUÇÃO

O processo do envelhecimento distingue-se como um conjunto de alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas que são dependentes em grande parte dos hábitos de vida, adaptação ao meio ambiente e a própria genética. É apresentada na senescência as características individuais e coletivas, em seus aspectos físicos, cognitivos, psicológicos e sociais dos indivíduos. (FONSECA et al., 2013)

Kenney Wilmore e Costill (2013) consideram que o indivíduo idoso sofre processo de mudança no envelhecimento em que modifica a composição corpórea, acarretando em diminuição de massa e altura. A diminuição da estatura tem como motivação: a compressão dos discos intervertebrais além de posturas corporais incorretas no decorrer da vida. Já no caso da massa, a perda é ocasionada pela perda de gordura livre combinada com a perda muscular, pois 50% de gordura livre tem relação com músculos esquelético, ou seja, há redistribuição de gordura dos membros para parte central do corpo e também entre os órgãos do corpo devido à baixa capacidade de mobilização das reservas adiposas. Além disso, tem a questão da má alimentação, pois os idosos têm menor apetite e inatividade física, que acarreta na perda de massa óssea e danificação do tecido ósseo.

Lucena (2015) elenca algumas das consequências desta patologia nos idosos como comprometimento das atividades de vida diárias (AVDs), perda da independência pessoal devido a perda de massa, força e resistência dos músculos esqueléticos, se tornando difícil e até impossível a deambulação própria, subida de degraus e por fim, maior probabilidade de quedas.

A queda representa um problema de saúde pública, apresenta alta mortalidade e está entre a 6° causa de óbitos em idosos, sendo umas das principais causas de hospitalização. Em adição, eleva custos para os serviços de saúde e para os familiares (ANTES; SCHNEIDER; D’ORSI, 2015).

Para Alves et al. (2016) uma das consequências mais comuns em idosos com sarcopenia é a perda de controle postural, pois 30% das pessoas acima de 60 anos de idade sofrem acidente de queda pelo menos uma vez por ano, percentual subindo para 45% no caso de indivíduos acima de 70 anos de idade. A falta de controle postural é um problema frequente quando um indivíduo idoso tem doença crônica.

Neste contexto, Sofiatti et al. (2021) traz a abordagem sobre a prática frequente de exercícios físicos e seus efeitos significativos na diminuição das incapacidades e limitações. E além dos exercícios físicos, alongamentos e treino de marcha também são aliados contra a incapacidade funcional na fase idosa. Atrelado a isso, hidroterapia e cinesioterapia trazem benefícios para o sistema cardiorrespiratório, sistema linfático, sensório-motor, consequentemente melhorando o condicionamento físico e diminuindo os impactos biomecânicos nos músculos e articulações, equilíbrio, marcha e postura.

Considerando-se a participação do fisioterapeuta na atenção primária, é importante que este desenvolva atividades com intuito de estimular hábitos saudáveis de vida, como a prática de atividades físicas, incentive uma alimentação saudável, proporcione orientações domiciliares e intervenha na organização do ambiente com objetivo de reduzir riscos de quedas (LEIVA-CARO et al., 2015; SANTOS et al., 2015). A fisioterapia pode ser assim uma aliada na prevenção de quedas em idosos.

Oliveira, et al. (2018) , em seus estudo, mostra as várias condutas e contribuições da área para a temática em questão. Atividades são elencadas como: Exercícios na água e no solo, divididos em fases; Atividades aeróbicas com elevação da frequência cardíaca, que traz benefícios na aptidão física e resistência nas atividades da vida diária (AVD’s); Exercícios de aquecimento muscular, equilíbrio e flexibilidade; além de atividades lúdicas que envolvam dança e cinesioterapia.

O objetivo do presente estudo é mostrar a relevância da fisioterapia na prevenção de queda em idosos.

Metodologia

Este estudo terá como metodologia de análise uma Revisão Bibliográfica de Literatura, que é um tipo de pesquisa que norteia o raciocínio analítico na escrita de trabalhos científicos sobre determinado tema, levando a reflexões e premissas significativas. (DORSA, 2020)

Assim, tal pesquisa permitirá uma investigação abrangente sobre a produção científica existente sobre a temática: “A relevância da fisioterapia na prevenção de queda em idosos”. Para tanto, foi necessário seguir algumas etapas na construção do saber científico exigido por esta metodologia.

Em um primeiro momento elaboramos a questão norteadora, sendo este o primeiro passo que direcionou nossa investigação. Utilizamo-nos da estratégia PICO, no qual P= População de interesse; I = Fenômenos de interesse; C= Contexto; O=

Resultado esperado. Mediante essa estratégia chegamos ao questionamento principal desta RIL, como mostra o quadro 1(um).

Quadro 1 – Utilização da Estratégia PICO.

QUAIS OS PRINCIPAIS CUIDADOS DE FISIOTERAPIA NA PREVENÇÃO DE QUEDAS EM IDOSOS?
P= Idosos
I = Prevenção de queda em idosos
C = Práticas de fisioterapia para evitar quedas em idosos
O = Minimização de quedas em idosos na vida diária

Fonte: Autores, 2023

Na segunda etapa estabelecemos os critérios para inclusão e exclusão de estudos, sendo esses: Artigos publicados entre 2013 e 2023; disponíveis nas bases de dados da Biblioteca virtual de saúde (BVS) e portal Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Gratuitos, texto completo que versassem sobre a temática; Nos idiomas inglês, espanhol e português.

Na terceira etapa contabilizamos o número de artigos selecionados e definimos as informações para serem extraídas dos estudos, e que atendiam aos critérios de seleção. Seguindo assim para a quarta etapa, no qual avaliamos os estudos incluídos na revisão bibliográfica por título, resumo e texto completo. Na quinta etapa interpretamos os resultados. E por fim, na sexta etapa, apresentamos a síntese do conhecimento identificado.

Para pesquisa nos bancos de dados de busca avançada dos portais BVS e CAPES, foi necessário ainda fazer o mapeamento na plataforma Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) sobre os principais termos com reconhecimento nas pesquisas científicas. Identificamos assim: Fisioterapia; Risco de queda; Prevenção; Promoção da saúde; Idoso.

A busca foi realizada através dos filtros de busca avançado dos próprios portais. Portanto, todas as combinações tiveram como eixo estes 5 (cinco) descritores. Para a busca utilizou-se as combinações com o operador boleano: “AND”.

Quadro 2 – Combinações dos descritores para busca.

ESTRATÉGIA DE BUSCA
Idoso and Risco de queda and Fisioterapia
Prevenção and Risco de queda and idoso
Promoção da saúde and Idoso and Fisioterapia
Idoso and Risco de queda

Fonte: Autores, 2023

Através dessas estratégias, nossa busca mostrou um quantitativo de 235 (duzentos e trinta e cinco) artigos identificados por meio dos filtros avançados de investigação. A partir daí utilizamos nossos critérios de seleção para refinar nossa amostra de artigos (especificação do período de tempo, idiomas, tipos de pesquisa), chegando assim a 88 (oitenta e oito) artigos. Excluímos os que não atendiam a proposta do estudo, os que eram teses e dissertações, os que não eram disponíveis de forma gratuita, totalizando ao final 20 (vinte) artigos. Nesse momento aplicamos os critérios de seleção por título, resumo e texto completo. A figura 1 (um) detalha cada etapa dessa seleção.

Figura 1 – Fluxograma de pesquisa.

Fonte: Autores, 2023

Resultado e Discussões

No quadro 3 (três) estão especificados (conforme autor, ano, título, base de dados e resultados parciais) os artigos selecionados para esta revisão bibliográfica. Totalizamos 4 (quatro) na base BVS e 5 (cinco) na CAPES. As categorias de análise mais empregadas foram: A fisioterapia voltada ao cuidado com idosos; Prevenção de quedas em idosos; Praticas de fisioterapia no controle do equilíbrio postural em idosos; Avaliação do risco de queda em idosos; Prática mental aliada à fisioterapia no controle quedas em idosos; e Novas tecnologias no combate a queda em idosos.

Quadro 3 – Artigos que compõem os resultados da revisão.

ANO AUTOR TÍTULOBASE DE DADOS RESULTADOS
2020SILVA CR, et al.Efeitos da fisioterapia aquática versus fisioterapia convencional no risco de queda em idosos: ensaio clínico randomizadoBVSAmbas as intervenções fisioterapêuticas, aquáticas e convencionais se mostraram bastante eficientes, entretanto a fisioterapia aquática apresentou certas vantagens em relação à fisioterapia convencional, promovendo efeitos mais benéficos na velocidade da marcha, equilíbrio, habilidades motoras e, principalmente, na redução do risco de queda.
2019SOUZA, et al.Atuação da Fisioterapia na Prevenção de Quedas em IdososBVSNesse sentido, a fisioterapia vem atuando na prevenção, promoção, manutenção e reabilitação de patologias que acometem o idoso, prolongando a independência funcional deste grupo. Com base nessas definições foi possível apontar perspectivas para a atuação da saúde na mitigação dos efeitos deste evento, bem como reduzir o alto gasto hospitalar destes idosos para a saúde pública.
2019SILVA, L. P., et al.Efeitos da prática mental associada à fisioterapia motora sobre a marcha e o risco de quedas na doença de Parkinson: estudo pilotoBVSOs resultados sugerem que a prática mental associada à fisioterapia motora reduz o risco de quedas em comparação com a fisioterapia motora aplicada isoladamente.
2018OLIVEIRA, et al.Fisioterapia na prevenção de quedas em idosos: revisão de literaturaBVSDos 12 artigos encontrados, 10 foram analisados. Com base nos estudos revisados, foi possível concluir que a prática regular de exercícios físicos promove melhoras significativas nos aspectos equilíbrio, flexibilidade, funcionalidade e aumento da resistência muscular, reduzindo o risco de quedas e consequentemente quebrando o ciclo vicioso de quedas.
2022XAVIER, et al.Aspectos fisioterapêuticos contribuintes na prevenção de quedas em pessoas idosasCAPESOs dados obtidos compreenderam a análise de 13 artigos, demonstrando que a intervenção fisioterapêutica em idosos proporciona melhorias do equilíbrio e coordenação motora, força muscular e flexibilidade, com consequente diminuição de quedas.
2020AGUIAR e LOPESRisco de quedas entre idosos frequentadores de uma clinica escola de fisioterapiaCAPESA média de idade foi de 62 anos e com maior predominância do sexo feminino. Podemos perceber que a grande maioria dos idosos sofreu queda nos últimos 12 meses, tendo como consequência algum tipo de lesão. Conclusão: Os resultados da pesquisa evidenciam que um dos fatores que está relacionada à propensão das quedas é a questão da mobilidade funcional e o equilíbrio. O risco de quedas em idosos aumenta com o avançar da idade e a prevenção é importante no sentido de diminuir os problemas secundários consecutivos as quedas.
2013FERRETTI, et al.Causas e consequências de quedas de idosos em domicílioCAPESFoi identificada uma média de 1,6 quedas ao ano (DP ± 0,97). Uma média de 1,57 (DP ± 1,02) para homens e 1,63 (DP ± 0,91) nas mulheres. No entanto, por faixa etária, são os idosos com mais de 80 anos aqueles que mais sofreram quedas, em uma média de 2,16 (DP ± 1,34) por ano. O local de mais ocorrências de quedas foi o banheiro (24,94%), seguido da cozinha (18,25%). A maioria relatou ter sofrido algum tipo de lesão (92,03%), sendo as mais comuns as escoriações (46,52%) e as fraturas (29,05%), e a região corporal com mais episódios foi o tornozelo (19,79%) e o joelho (18,25%)
2017KAROLCZAK, et al.Equilíbrio postural e risco de quedas de idosas praticantes do método pilates e idosas sedentáriasCAPESTodos os testes realizados com o grupo experimental apresentaram resultados significativos quando comparados ao grupo controle. Os resultados deste estudo apontam que a prática do método Pilates por idosas melhora/preserva o equilíbrio dinâmico e estático e a coordenação motora, e diminui o risco de quedas.
2017SAMPAIO, et al.Desenvolvimento de um aplicativo para dispositivos móveis de avaliação do equilíbrio e risco de quedas em idososCAPESOs resultados apresentaram uma boa correlação, possibilitando agrupar os voluntários em três grupos de baixo, médio e alto risco de queda. Quando esses valores foram confrontados com as análises realizadas pelo aplicativo, parte da variação dos resultados do aplicativo não estava relacionada com os testes clássicos, de forma que o software conseguiu diferenciar os idosos com baixo e alto risco de quedas.

Fonte: Autores, 2023

Souza, et al. (2019) explica o envelhecimento como um processo natural no ciclo da vida, e diz que este é acompanhado por várias alterações anatômicas, fisiológicas e moleculares, que resultam na diminuição das capacidades orgânicas dos seres humanos. O corpo, nesta fase, se torna suscetível a alterações intrínsecas e extrínsecas tornando-o vulnerável a quedas.

Pensando nessa problemática, Xavier, et al. (2022) considera a fisioterapia como uma modalidade terapêutica muito importante na prevenção do risco de queda em idosos, dispõe que as orientações e práticas devem ser incorporadas a vida cotidiana do paciente e do cuidador. Assim, os resultados são sentidos na qualidade de vida e no envelhecer saudável.

Enfatizando a relevância da prevenção, Silva C R, et al. (2020) mostra em suas análises as práticas de fisioterapia aquática como uma alternativa para minimizarção de quedas em idosos. Em seu estudo, o autor indica que este tipo de atividade apresentou ter mais vantagem em relação à fisioterapia comum, promovendo mais benefícios na velocidade da macha, equilíbrio e habilidades motoras.

Já Silva, L. P., et al. (2019) discute uma outra vertente voltada a prevenção que relaciona a fisioterapia motora com a prática mental. Seus achados evidenciaram que essas metodologias trabalhadas em conjunto, resultaram em benefícios mais eficazes, do que quando trabalhadas de forma isoladas, na redução do risco de queda, principalmente em idosos com doença de Parkinson. Tal estudo se mostra relevante no sentido do desenvolvimento da multidisciplinaridade, associando a fisioterapia a outras áreas de conhecimento como a psicologia no combate a queda em idosos.

Uma outra intervenção, elucidada por Oliveira, et al. (2018), indica que a prática cotidiana de atividades físicas gera melhoras importantes na questão do equilíbrio, flexibilidade, funcionalidade e melhora da resistência muscular. O que resulta em significativa redução no ciclo vicioso de queda na população idosa.

Karolczak, et al. (2017) reafirma a fisioterapia, mas dessa vez trabalhada através do pilates, como método eficaz no combate a quedas de idosos. Esse estudo mostrou como resultado que idosos praticante de pilates, comparados a outros que não o fazem, apresentam melhor equilíbrio, menor pré-disposição para queda, uma coordenação motora de membros superiores e inferiores melhorada.

Ainda sobre a prevenção, Souza, et al. (2019) traz a atividade de fisioterapia orientada como uma alternativa para o fortalecimento motor e muscular desses idosos. Assim, atividades como treino de macha com obstáculos e solos irregulares, além de atividades de mudança de decúbito, o próprio levantar e sentar, exercícios de agilidade podem ser úteis na melhora do equilíbrio postural e força muscular.

Além disso, Sampaio, et al. (2017), mostra a tecnologia como aliada a prevenção de queda em idosos. Aplicativos de smartphone podem ser eficientes através de protocolos de avaliação de risco de queda, no qual atuam por meio da disposição das características clínicas do paciente em um formulário, e a partir desse são identificados métodos e práticas que podem auxiliar no atuar do profissional de fisioterapia.

Ferretti, et al. (2013) traz uma importante constatação a respeito da queda em idosos. O maior número de ocorrências de queda acontece no banheiro, seguido da cozinha. As lesões sofridas variam de escoriações, fraturas e dores persistentes por dias. Portanto o fisioterapeuta pode intervir nesse universo e contribuir para prevenção desses eventos.

Aguiar, et al. (2020) faz considerações sobre a temática em questão, e evidencia nos seus achados, em relação aos cuidados, que o fisioterapeuta deve ser um profissional atento e propositivo, deve incluir na sua abordagem uma anamnese detalhada sobre os fatores que predispõe a queda desses idosos, e a partir disso, elaborar um plano de atividades fisioterapêuticas que atenda as demandas especificas de cada paciente, minimizando assim os riscos de queda.

Considerações finais

O risco de queda em idosos se mostrou uma temática pertinente de abrangente discussão, principalmente quando relaciona a relevância da atuação do profissional de fisioterapia como promotor da prevenção do risco de queda. Observamos as diversas atividades disponíveis para o trabalho de fortalecimento e equilíbrio postural, seja atividades no solo de alongamento e flexão, até aquelas dirigidas a estímulos musculares através de hidroterapias. Em todas essas vemos a importância da fisioterapia.

Como discutido durante esse trabalho, o risco de queda apresenta-se hoje como um problema de saúde pública de elevada incidência. Sendo assim, nesse estudo, foram mapeados na literatura científica nos últimos anos os principais artigos que versassem sobre a prevenção de quedas, chegamos a 9 (nove) estudos que pontuaram a importância do tema e trouxeram contribuições a fisioterapia.

Vale ressaltar ainda que o campo carece de pesquisas mais aprofundas que elevem o grau de análise e traga contribuições mais abrangente aos estudos que envolvam a gerontologia e o atuar do fisioterapêuta como promotor de saúde e bem estar para idosos.

Referências

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1Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário (FAMETRO);

2Professora orientadora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário (FAMETRO);

3Acadêmico curso de Engenharia Mecânica (UEA);

4Bacharel em Enfermagem (UFAM);

5Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário (FAMETRO).