A RELAÇÃO ENTRE A INCONTINÊNCIA URINÁRIA E A DOR LOMBAR EM MULHERES PÓS PARTO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA.

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/cl10202410091728


Andressa Jesus Nogueira
Érica da Conceição dos Anjos
Stacy Rodrigues Lacerda
Orientador: Ms. Nádia Oliveira Gomes


RESUMO

Introdução: A incontinência urinária (IU) afeta cerca de 50% das mulheres, especialmente durante a gravidez e pós-parto. Essa condição está associada a disfunção na função da bexiga e do assoalho pélvico, impactando negativamente a qualidade de vida,  causando exclusão social. Os sintomas mais comuns incluem a incontinência urinária de esforço e a de urgência, que podem surgir devido a fatores como a pressão exercida pelo feto e danos nos nervos durante o parto. Além disso, a dor lombar (DL), frequentemente relatada por gestantes, agrava-se no pós-parto, com uma incidência que varia entre 24% e 90% das mulheres. Este estudo visa analisar a relação entre IU e DL no período pós-parto, enfatizando a importância de identificar fatores de risco para um manejo eficaz e a melhoria da saúde feminina, bem como contribuir para a detecção precoce e tratamento dessas condições inter-relacionadas. Método: Revisão sistemática. Foram realizadas pesquisas nas bases de dados eletrônicas PUBmed, PEDro, ScieLo, LILACS e Biblioteca virtual de saúde, artigos publicados entre 2004 e 2024, nos idiomas inglês, português e inglês. Após a análise completa dos artigos, foram selecionados estudos para serem utilizados nesta revisão sistemática. Resultados: Foram encontrados um total de 391 artigos, entretanto tratavam de maneira distinta sobre a correlação entre a dor lombar e a incontinência urinária no pós parto. Foram excluídos os artigos que distanciaram dos critérios de inclusão, mantidos aqueles que atendiam ao tema investigado. Após leitura e avaliação dos artigos, 6 foram selecionados para compor os resultados e a discussão. Os resultados indicam que a presença de IU aumenta o risco de desenvolver DL, destacando a importância de entender essa inter-relação para o manejo eficaz dessas condições. Conclusão: observa-se a presença de relação significativa entre dor lombar e incontinência urinária em mulheres pós parto. Esse fenômeno pode ser explicado por fatores fisiológicos e biomecânicos inerentes ao processo de parto. 

Palavras-chave: Incontinência urinária, dor lombar, pós-parto.

SUMMARY

Introduction: International Continence Society as the involuntary loss of urine, affecting about 50% of women, especially during pregnancy and postpartum. This condition is associated with problems in bladder function and pelvic floor, negatively impacting quality of life and causing social exclusion. The most common symptoms include stress urinary incontinence and urgency incontinence, which can arise due to factors such as pressure from the fetus and nerve damage during childbirth. Additionally, low back pain (LBP), frequently reported by pregnant women, worsens postpartum, with an incidence ranging from 24% to 90%. This study aims to analyze the relationship between UI and LBP in the postpartum period, emphasizing the importance of identifying risk factors for effective management and improvement of women’s health, as well as contributing to the early detection and treatment of these interrelated conditions. Method: A systematic review.To achieve these objectives, searches were conducted in the electronic databases PUBmed, PEDro, ScieLo, LILACS, and the Virtual Health Library for articles published between 2004 and 2024, in English and Portuguese. After a thorough analysis of the articles, studies were selected for this systematic review. Results: A total of 391 articles were found; however, they addressed the correlation between low back pain and urinary incontinence postpartum in different ways. Articles that did not meet the inclusion criteria were excluded, while those that aligned with the investigated topic were retained. After reading and evaluating the articles, 6 were selected for the results and discussion. The results indicate that the presence of UI increases the risk of developing LBP, highlighting the importance of understanding this interrelationship for effective management of these conditions. Conclusion: A significant relationship between low back pain and urinary incontinence in postpartum women is observed. This phenomenon can be explained by physiological and biomechanical factors inherent to the childbirth process. Future studies are necessary to further explore the mechanisms involved and the factors that may mediate this relationship.

Keywords: Urinary incontinence, low back pain, postpartum.

1. INTRODUÇÃO

A Sociedade Internacional de Continência (ICS) define IU como a perda involuntária de qualquer volume de urina. Estima-se que cerca de 50% das mulheres apresentem incontinência urinária, principalmente durante o ciclo gravídico-puerperal e após a idade reprodutiva. A perda urinária pode ocorrer em diferentes situações do cotidiano, causando incapacidades que acarretam morbidade entre as mulheres afetadas, como alterações psicossociais e exclusão do meio social (Mutaguchi et al. 2022) .

A incontinência urinária é uma condição que impacta principalmente as mulheres e está relacionada a problemas na função da bexiga ou dos músculos do assoalho pélvico. Esses problemas geralmente surgem durante a gravidez, no parto ou na menopausa, constituindo um problema social (Aoki Et al., 2017; Moser et al., 2022). Os sintomas mais ocorrentes entre as mulheres com IU são incontinência urinária de esforço (IUE) após atividades como tosse e espirro, incontinência urinária de urgência (IUU), quando a perda acontece antes ou durante a necessidade urgente de urinar, e incontinência urinária mista (IUM) com ambos os tipos presentes (Moser et al., 2022).

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por diversas mudanças físicas para atender às necessidades do desenvolvimento fetal, resultando frequentemente em desconfortos e dores, com a dor lombar sendo uma das mais comuns. Do ponto de vista biomecânico, o deslocamento do centro de gravidade para frente, devido ao aumento do abdome e das mamas, causa alterações posturais como redução do arco plantar, hiperextensão dos joelhos e anteversão pélvica. Essas modificações intensificam a lordose lombar e aumentam a tensão na musculatura paravertebral. Além disso, a compressão dos grandes vasos pelo útero pode reduzir o fluxo sanguíneo medular, contribuindo para a lombalgia, especialmente no último trimestre da gestação (Carvalho et al., 2017).

A gravidez e o parto vaginal estão associados a um aumento no risco de incontinência urinária nas mulheres, principalmente devido à pressão exercida pelo feto sobre o assoalho pélvico e aos possíveis danos aos nervos dessa região. Esse risco é exacerbado pela disfunção do fechamento uretral, que resulta do estiramento da fáscia, ligamentos e músculos do assoalho pélvico devido ao aumento do peso do feto, líquido amniótico e útero, bem como pelas alterações que podem surgir no assoalho pélvico durante o parto (Yang et al., 2021;Mutaguchi et al. 2022).

A dor lombar (LBP) é definida como dor, desconforto, tensão muscular ou rigidez localizada abaixo da margem costal e acima das pregas glúteas inferiores, com ou sem irradiação para as pernas (Giordani et al., 2022). Esse desconforto frequentemente se intensifica com a flexão anterior, limita os movimentos na região lombar e aumenta ao pressionar os músculos eretores da coluna.(Bergström et al., 2014). A incidência de dor lombar varia consideravelmente, podendo acometer entre 24% e 90% das gestantes. Geralmente, inicia-se em torno da 18ª semana de gestação, com pico entre a 24ª e a 36ª semanas Aragão (2019).  

A incontinência urinária (IU) e a dor lombar são problemas comuns enfrentados por mulheres no período pós-parto. Identificar os fatores de risco associados à dor lombar e incontinência urinária pós-parto é crucial para o manejo eficaz e a saúde das mulheres durante a recuperação (Wiezer et al., 2020).

O atual estudo tem como objetivo analisar por meio de uma revisão sistemática a relação da incontinência urinária e da dor lombar em mulheres no período pós-parto, explorando a fisiopatologia de ambas as condições. Investigar e descrever a relação entre a incontinência urinária e a dor lombar.

O estudo se justifica pela necessidade de investigar a relação entre a incontinência urinária e a dor lombar no pós-parto. Compreender essas inter-relações pode facilitar a detecção precoce e o tratamento eficaz dessas condições, melhorando a qualidade de vida das mulheres afetadas.

Este trabalho está estruturado em quatro capítulos; o primeiro capítulo descreve a metodologia empregada na pesquisa; o segundo capítulo oferece uma análise dos resultados obtidos; no terceiro capítulo, é apresentada a discussão dos achados. Por fim, o quarto capítulo apresenta as conclusões e as limitações identificadas ao longo do estudo.

2. METODOLOGIA

2.1 Seleção do estudo

Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura sistemática, focada na relação entre a incontinência urinária e dor lombar em mulheres no pós parto. No qual se realizou uma consulta nos periódicos selecionados através de busca nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (MEDLINE), biblioteca virtual da saúde (BVS), physiotherapy evidence database (Pedro).

2.2 Estratégia de busca e critérios de inclusão

As pesquisas nos bancos de dados foram realizadas com a utilização dos descritores de acordo como a terminologia em saúde, Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).  Mediante os descritores: incontinência urinária, dor lombar, gravidez e pós parto.

Os critérios de elegibilidade foram incluir artigos que tratam sobre a relação da incontinência urinária e dor lombar no pós parto, disponíveis na íntegra, em língua portuguesa ou inglesa, publicados entre 2004 a 2024. Foram excluídas deste estudo revisões da literatura, teses, monografias, Meta análise, propostas de atuação ou trabalhos que descreviam atividades acadêmicas e artigos que não abordaram a incontinência urinária e dor lombar em mulheres pós parto.

Os artigos que atenderam aos critérios foram analisados e comparados através de quadros e tabelas, a fim de consolidar evidências sobre a relação da incontinência urinária e dor lombar no pós parto. O fluxograma (Figura 1) apresenta, de forma didática, o passo a passo da triagem dos estudos incluídos nesta revisão sistemática, desde sua identificação até a consolidação final dos estudos.

Figura 1. Fluxograma das etapas para seleção dos artigos.

3. RESULTADOS

Durante a busca inicial, foram identificados 391 artigos. Desses, 373 foram descartados com base nos critérios de exclusão, que incluíam títulos não relevantes para a pesquisa, estudos do tipo revisão e títulos duplicados.

Foram selecionados 19 artigos para leitura completa. Após a análise desses artigos, 13 foram excluídos conforme os critérios de inclusão e exclusão, que englobava a falta de correlação com incontinência urinária, dor lombar, gravidez, pós parto, revisões sistemáticas, títulos duplicados e meta-análises.

Após a análise dos artigos que fundamentam este estudo, foram separados 06 (seis) artigos (Tabela 1), aos quais foram escolhidos e compõe os resultados e discussão desta revisão. A apresentação contém uma breve caracterização desses artigos, com base na leitura do autor e ano de publicação, objetivo, amostra, local, método e resultados.

4. DISCUSSÃO

4.1 Dor lombar e incontinência urinária em mulheres no pós parto

De acordo com Mutaguchi et al. (2022) a prevalência de incontinência urinária de esforço (IUE) e de lombalgia, três meses após o parto foi de 22,8% e 62,3%, isso indica que a redução na função do assoalho pélvico, que pode ocorrer devido ao desalinhamento pélvico uma possível causa de lombalgia está relacionada ao surgimento de incontinência urinária de esforço (IUE). Mannion et al. (2015) observaram uma associação semelhante entre incontinência urinária (IU) e dor lombar (DL) durante a gravidez, relatando que mulheres grávidas com IU tinham uma probabilidade maior de dor lombar. 

Smith et al. (2008) Sugerem que a incontinência e a dor lombar podem estar interligadas devido à função dos músculos do tronco. Esses músculos, que incluem os do assoalho pélvico, são cruciais para fornecer suporte mecânico à coluna e à pelve, além de contribuir para a manutenção da continência. Evidências indicam que a função postural dos músculos do tronco pode ser comprometida em mulheres com incontinência. Além disso, há argumentos de que alterações na atividade postural desses músculos estão associadas ao desenvolvimento da dor lombar. Desta forma, a disfunção postural dos músculos do tronco pode desempenhar um papel na ligação entre incontinência e dor lombar.

Um fator crucial na avaliação da dor lombar é a disfunção da musculatura do tronco. Bush et al. (2013) destacam que a estabilidade do tronco depende da coordenação dos músculos na cavidade abdominopélvica, cuja incapacidade pode resultar em dor e incontinência urinária. Embora estudos anteriores tenham enfatizado a importância de músculos como o reto abdominal e o transverso abdominal, pesquisas recentes revelam que os músculos do assoalho pélvico (MAPs) também desempenham um papel significativo na estabilidade da coluna. Além de promover a continência, a disfunção dos MAPs pode contribuir para a dor lombar, sugerindo uma inter-relação entre essas condições.

No estudo realizado por Eliasson et al. (2008), foi demonstrado que a dificuldade em interromper o fluxo de urina constitui um significativo preditor de incontinência urinária (IU), elevando o risco em até quatro vezes para mulheres que já tiveram filhos e duas vezes para aquelas sem filhos. A pesquisa também sugere uma conexão entre a disfunção da musculatura do assoalho pélvico (MAP) e a dor lombar (DL), considerando que a resposta muscular a aumentos na pressão intra-abdominal (PIA) pode ser crucial para a manutenção da continência urinária, mais do que a força muscular isolada. Além disso, a sensação de carga pélvica, frequentemente observada em mulheres com prolapso genital, está correlacionada à diminuição da força muscular do assoalho pélvico.

Mannion et al. (2015) confirmou em seu estudo que mulheres que passaram por um parto vaginal apresentaram um risco quatro vezes maior de desenvolver incontinência urinária moderada a grave em comparação com aquelas que optaram por parto cesáreo. Segundo Smith et al. (2008), uma alternativa para a associação entre incontinência urinária e dor lombar em mulheres grávidas está relacionada às alterações na estrutura do tecido conjuntivo durante a gravidez. Eles apontam que a força do tecido conjuntivo na região do diafragma pélvico diminui durante a gestação, o que pode comprometer o fechamento uretral e, assim, contribuir para a incontinência urinária. Da mesma forma, a diminuição da força do tecido conjuntivo em outras áreas da pelve pode afetar a estabilidade lombopélvica e levar à irritação mecânica dos nervos periféricos, o que pode resultar em dor lombar.

Alghadir et al. (2021) identificaram uma associação moderada entre a redução da capacidade muscular do assoalho pélvico e o aumento da paridade, sugerindo que a força da musculatura do assoalho pélvico pode ser afetada pela paridade. O parto vaginal é uma causa comum de incontinência urinária de esforço (IUE), e tanto o trabalho de parto quanto o parto vaginal podem causar problemas estruturais no assoalho pélvico e danos ao suprimento nervoso. Além disso, mulheres mais jovens que já tiveram filhos relataram dor lombar com mais frequência do que as nulíparas. Embora o aumento da paridade seja um fator de risco para dor lombar (DL), essa associação pode estar mais relacionada às atividades mecânicas do que à gravidez em si. Os autores destacam que, apesar da relação entre envelhecimento e paridade com a diminuição da resistência muscular central , existem dados conflitantes sobre essas variáveis como fatores de risco para DL ou IUE.

Mutaguchi et al. (2022) demonstraram que o desalinhamento pélvico compromete a função do assoalho pélvico e aumenta o risco de incontinência urinária de esforço (IUE). Além do aumento da atividade dos músculos do assoalho pélvico e da perda de controle motor, especialmente em pacientes com lombalgia. A instabilidade pélvica, exacerbada por múltiplas gestações e parto vaginal, reduz a eficácia dos músculos do assoalho pélvico em manter o fechamento uretral. Durante a gravidez, alterações hormonais e o aumento do peso podem causar distorções na pelve, resultando em dor lombar e comprometendo ainda mais a função do assoalho pélvico. 

Enquanto Mutaguchi et al. (2022) focam na prevalência e nos impactos do desalinhamento pélvico, a análise destaca como a disfunção muscular específica do assoalho pélvico pode afetar diretamente a continência urinária e a estabilidade da coluna vertebral. Bush et al. (2013) corroboram essa visão, sugerindo que a disfunção dos músculos do assoalho pélvico pode ser uma explicação significativa para o aumento da incidência de IUE em mulheres com dor lombar. 

Assim, embora os enfoques dos estudos diferem, ambos destacam a importância da função do assoalho pélvico. Esse grupo muscular desempenha um papel crucial na estabilidade da coluna vertebral e está diretamente relacionado à dor lombar e à incontinência urinária.    Mannion et al. (2015) Afirma que fatores demográficos e obstétricos, como idade, número de gestações, índice de massa corporal (IMC), tipo de parto, ocorrência de IU e DL, são essenciais na avaliação das mulheres para identificar aquelas que estão em risco e propor intervenções preventivas.

4.2 Técnicas de avaliação

Diversas ferramentas de avaliação foram relatadas nos estudos selecionados. Mutaguchi et al. (2022) em seu estudo utilizou para a avaliação da incontinência urinária o International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form (ICIQ-SF) e o questionário de qualidade de vida para incontinência (IQOL), que examina a qualidade de vida específica da doença. A escolha desses instrumentos permite mensurar os efeitos da incontinência na qualidade de vida dos pacientes e facilita a comparação de resultados em diferentes estudos. Essa padronização pode contribuir para a formulação de intervenções mais eficazes e um manejo clínico adequado

A lombalgia foi investigada por meio do Índice de Incapacidade de Oswestry para Dor lombar,  Edição Emirados Árabes Unidos (ODI-UAE). Este instrumento avalia a incapacidade funcional relacionada à região lombar e é composto por 10 itens, que são pontuados de 0 a 100. As pontuações são interpretadas como uma “porcentagem de incapacidade”; ou seja, quanto maior a pontuação, maior o grau de incapacidade. (Alghadir et al., 2021).

A resistência muscular central foi avaliada por meio do teste clínico de prancha pronta, que classifica o desempenho dos participantes como “capaz” ou “incapaz” de manter a posição. Indivíduos que não conseguiram sustentar a posição correta foram excluídos do estudo. Este teste é eficaz para recrutar os músculos retos abdominais, transverso abdominal e oblíquos externos, sendo particularmente relevante para avaliar a resistência dos flexores do núcleo abdominal. Sua validade foi demonstrada mesmo em indivíduos com lombalgia, o que o torna um método confiável para a avaliação da força central. (Alghadir et al., 2021).

Quatro artigos avaliaram a incontinência urinária e a dor lombar utilizando questões autorrelatadas relacionadas a dados sociodemográficos, gravidez, parto, ocorrência de incontinência urinária, dor lombar e hábitos de vida (Eliasson et al., 2008; Smith et al., 2008; Bush et al., 2013; Mannion et al., 2015).

5. CONCLUSÃO

Com base na presente revisão, observa-se a presença de relação significativa entre dor lombar e incontinência urinária em mulheres pós-parto. A evidência sugere que a prevalência de incontinência urinária aumenta o risco de desenvolvimento de dor lombar, especialmente em mulheres grávidas. Esse fenômeno pode ser explicado por fatores fisiológicos e biomecânicos inerentes ao processo de parto. 

Diante desses resultados, é importante realizar novos estudos para aprofundar a compreensão dessa relação. Investigando mais detalhadamente esses mecanismos, será possível identificar estratégias mais eficazes para a prevenção e tratamento dessas condições, promovendo uma melhora significativa na qualidade de vida das mulheres afetadas.

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