A RELAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL COM A ENDOCARDITE BACTERIANA: REVISÃO DE LITERATURA.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202411251031


Rogério Kalleby Barcelos1
Daniele Paraguassu Fagundes2


RESUMO

Introdução:Pacientes com risco de desenvolver endocardite bacteriana devem ser tratados com medidas profiláticas, como antibioticoprofilaxia, tratamento de infecções endodônticas e periodontais, manutenções da saúde oral, a fim de diminuir possibilidades de endocardite bacteriana. Objetivo: Compreender como que um paciente de alto risco portador de uma doença periodontal possa evoluir para um quadro de endocardite bacteriana, e como podemos evitar com medidas profiláticas.  Método:Esta pesquisa caracteriza-se por ser uma revisão sistemática de literatura realizada por meio de pesquisa bibliográfica, abrangendo artigos científicos, e documentos relevantes que abordem o tema profilaxia antibiótica em pacientes portadores de doença periodontal com risco de evolução para endocardite bacteriana.Resultados: Foram selecionados sete artigos que se enquadram em todos os critérios e inclusão e que permitiram responder aos objetivos definidos pelo estudo. Discussão:para reduzir a incidência de infecção, a recomendação profilática para endocardite bacteriana é a prescrição de amoxicilina 2g, por via oral, uma hora antes do procedimento odontológico.Conclusão: é fundamental que o cirurgião dentista apresente conhecimentos sobre conduta a seguir em frente a um paciente com riscos de evoluir para um quadro de endocardite bacteriana. A profilaxia antibiótica para endocardite bacteriana é a prescrição de amoxicilina 2g via oral uma hora antes do procedimento.

Palavras-Chaves:  Endocardite Bacteriana; Doença Periodontal; Profilaxia antibiótica.

ABSTRACT

Introduction: Patients at risk of developing bacterial endocarditis should be treated with prophylactic measures, such as antibiotic prophylaxis, treatment of endodontic and periodontal infections, and oral health maintenance, to reduce the possibility of bacterial endocarditis. Objective: To understand how a high-risk patient with periodontal disease can develop bacterial endocarditis, and how we can prevent it with prophylactic measures.  Method: This research is characterized by being a systematic literature review carried out through bibliographical research, covering scientific articles and relevant documents that address the topic of antibiotic prophylaxis in patients with periodontal disease at risk of progressing to bacterial endocarditis. Results: Seven articles where selected, because they were adequate to the inclusion criteria and allowed to answer the objetctives of this study. Discussion: To reduce the incidence of infection, the prophylactic recommendation for bacterial endocarditis is the prescription of amoxicillin 2g, orally, one hour before the dental procedure. Conclusion: The dental surgeon must present knowledge about the management of a patient at risk of developing bacterial endocarditis. Antibiotic prophylaxis for bacterial endocarditis is the prescription of amoxicillin 2g orally one hour before the procedure.

Keywords: Bacterial Endocarditis; Periodontal Disease; Antibiotic prophylaxis.

1 INTRODUÇÃO

A cavidade bucal é um habitat de aproximadamente 300 diferentes tipos de bactérias que podem vir a ser isoladas do biofilme dental ou até mesmo presentes no tecido mole, porém sabe-se que somente algumas dessas bactérias possuem potencial de destruição tecidual, ou seja, que podem vir a causar a Doença Periodontal (Nicaretta et al., 2023).

A doença periodontal abrange tanto a gengivite quanto a periodontite e é caracterizada por uma inflamação ou infecção oral bastante comum, afetando entre 20% e 50% da população global. Quando não tratada, essa condição pode resultar em sangramento gengival, perda de suporte ósseo e até perda de dentes. A prevalência de doenças periodontais é maior em indivíduos com mais de 65 anos em comparação com os pacientes mais jovens. A destruição e a perda dos dentes nestes casos têm um impacto significativo na saúde e na qualidade de vida dos pacientes (Kim; Kang; Park, 2022; Sun et al., 2022).

A doença periodontal tem como fator etiológico primário o biofilme, cuja composição é definida principalmente por bactérias gram-negativas que causam um conjunto de condições inflamatórias. Isso traz a destruição do tecido de suporte do dente, ocorrendo a perda progressiva das fibras colágenas. No entanto, apenas a presença desses microrganismos não é capaz de promover o início ou a intensidade da doença (Nascimento Júnior et al., 2021).

A endocardite é uma das poucas complicações potencialmente letais do tratamento dental e, embora incomum, tem sido relatado um nível de mortalidade de 20%. Isso torna a prevenção dessa enfermidade de interesse preponderante para o cirurgião-dentista. A bacteremia é um pré-requisito necessário na patogênese da endocardite e o Streptococcus oral é o agente etiológico mais comum dessa infecção. Alguns procedimentos clínicos, como a raspagem e pequenas cirurgias, são conhecidos como causadores de significante bacteremia e origem da patologia infecciosa (Duplat et al., 2012).

Alguns patógenos associados à endocardite infecciosa como o Streptococcus viridans, Staphylococcus aureus, Actinobacillus actinomycetemcomitans e Eikenella corrodens, estão presentes em grandes quantidades nas infecções orais, como a periodontite crônica. Na presença de bacteremia, esses microorganismos podem aderir ao trombo, proliferando e tornando-o infectado10-12. Para reduzir a incidência de infecção, a recomendação profilática para endocardite infecciosa é a prescrição de amoxicilina 2g, por via oral, uma hora antes do procedimento odontológico (Duplat et al., 2012)

Diante disso, dentro das doenças bucais, a periodontal é uma das mais recorrentes no mundo, considerada um problema relevante de saúde pública, além da cárie dentária, que é a causa mais comum de perda dentária em adultos de países desenvolvidos e em desenvolvimento. Isso implica em impactos estéticos, funcionais, psicológicos e sociais, se tornando um verdadeiro problema de saúde pública pelo fato de atingir a autoestima do paciente (Nascimento Júnior et al., 2021).

A doença periodontal é uma condição complexa que pode estar associada a diversas condições que afetam o periodonto e também a doenças sistêmicas, indicando que não existe uma única causa para seu desenvolvimento. Essa condição é caracterizada pela perda de inserção em dois ou mais sítios interproximais que não são adjacentes, ou por uma perda de inserção de 3 mm ou mais nas superfícies vestibular ou lingual/palatina, comprometendo pelo menos dois dentes (Steffens; Marcantonio, 2018).

É importante ressaltar que essa perda de inserção não deve ser atribuída a outros fatores, como recessão gengival de origem traumática, cáries que afetam a região cervical do dente, perda de inserção na face distal de um segundo molar associada a mau posicionamento ou extração de terceiros molares, lesões endoperiodontais que drenam pelo periodonto marginal ou fraturas radiculares verticais (Steffens; Marcantonio, 2018).

Essa classificação ajuda a entender a gravidade da doença periodontal e a necessidade de tratamentos específicos, levando em consideração não apenas a saúde bucal local, mas também a possível influência de condições sistêmicas (Steffens; Marcantonio, 2018).

A Endocardite bacteriana (EB) é caracterizada por uma infecção severa que acomete as válvulas cardíacas ou das superfícies endoteliais do coração. Os principais microrganismos envolvidos são as espécies de estafilococos e estreptococos, sendo responsáveis por cerca de mais de 80% dos casos. Essa infecção advém de uma série de condições clínicas predisponentes que provocam danos às válvulas cardíacas, os quais podem resultar de outras patologias como febre reumática, lesões valvares adquiridas, superfícies cardíacas ásperas produzidas pelo jato de sangue que passa por meio de lesões cardíacas congênitas, prótese nas válvulas cardíacas e histórico pregresso de EB (Pinheiro et al., 2020).

O conhecimento da associação entre as doenças bucais e as endocardites deve ser entendido pelo cirurgião-dentista, para que assim possa identificar os pacientes com o risco de desenvolver a EI e tratar com medidas profiláticas necessárias. Assim como, antibioticoprofilaxia, medidas como tratamento de infecções endodônticas e periodontais, visitas regulares ao profissional para manutenção da saúde oral e a própria manutenção da higiene oral são procedimentos que devem ser adotados pelos profissionais e pacientes. Essas medidas limitam a entrada de microrganismos na corrente sanguínea e assim diminuem as possibilidades de infecções cardíacas (Pinheiro et al., 2020).

Dado o exposto a doença periodontal o fator primário é o biofilme dentário, no qual é formado por bactérias em que o acúmulo exacerbado pode desencadear endocardite bacteriana, mas medidas profiláticas podemos diminuir consideravelmente.

O objetivo do estudo foi de compreender como um paciente de alto risco portador de uma doença periodontal pode evoluir para um quadro de endocardite bacteriana e como é possível evitar a condição com medidas profiláticas.

2 MATERIAL E MÉTODOS

A presente pesquisa caracteriza-se como uma revisão sistemática de literatura, realizada por meio de pesquisa bibliográfica pautada em artigos científicos e documentos relevantes que abordem o tema: profilaxia antibiótica em pacientes portadores de doença periodontal com risco de evolução para endocardite bacteriana.

Foram utilizadas as bases eletrônicas de dados: PubMed, Lilacs e Scielo. A busca pelos artigos foi feita através dos seguintes descritores fornecidos pela base DECS: Doença periodontal, Profilaxia antibiótica, Endocardite bacteriana. Os operadores booleanos usados foram AND e OR, visando associar os termos selecionados nos estudos avaliados.

Foram incluídos artigos que apresentem pesquisas originais, revisões sistemáticas e metanálises relacionadas a doença periodontal e endocardite bacteriana. Somente artigos publicados nos últimos cinco anos foram considerados elegíveis para o desenvolvimento das etapas de resultados e discussão do presente artigo.

Foram excluídos artigos que não abordassem diretamente as vantagens desses núcleos ou tenham baixa qualidade metodológica e artigos duplicados.

3 RESULTADOS

Após a aplicação dos critérios apresentados anteriormente, os resultados das pesquisas foram os seguintes:

Figura 1 – Resultados da pesquisa

Fonte: Do autor (2024).

Foram selecionados sete artigos para a etapa de discussões deste estudo. Destes, quatro estudos foram desenvolvidos nos EUA, um deles na Suíça, um na Suécia e um no Irã. Quanto ao modelo, um deles foi de estudo de casos cruzado, quatro foram de revisão sistemática, um foi estudo de coorte retrospectivo e um estudo transversal.

4 DISCUSSÃO

Janakiram e Dye (2020) enfatizam que para complementar a abordagem individual na prevenção da doença periodontal e expandir as estratégias baseadas na população, é importante considerar várias iniciativas que possam educar e envolver comunidades inteiras. Algumas dessas estratégias podem incluir:

Campanhas de Conscientização: Desenvolver campanhas informativas para aumentar a conscientização sobre a importância da saúde bucal e dos riscos associados à doença periodontal. Isso pode incluir distribuição de materiais educativos em escolas, centros comunitários e clínicas de saúde.

Programas de Educação em Saúde: Implementar programas de educação em saúde bucal nas escolas e comunidades, enfatizando a correta técnica de escovação, o uso do fio dental, e a importância de consultas regulares ao dentista. Esses programas podem envolver demonstrações práticas e atividades interativas.

Acesso a Cuidados Odontológicos: Criar iniciativas que melhorem o acesso a cuidados odontológicos, especialmente em áreas carentes. Isso pode incluir clínicas móveis, dias de atendimento gratuito, ou parcerias com organizações não governamentais para oferecer check-ups e tratamentos a populações em risco.

Promoção de Estilos de Vida Saudáveis: Integrar a saúde bucal com a saúde geral, promovendo estilos de vida saudáveis que incluem uma dieta equilibrada, a cessação do tabagismo e a redução do consumo de álcool. Isso pode ser feito através de workshops e eventos comunitários.

Treinamento de Profissionais de Saúde: Capacitar profissionais de saúde, não apenas dentistas, mas também médicos e enfermeiros, para que reconheçam os sinais da doença periodontal e incentivem os pacientes a cuidarem da sua saúde bucal.

Políticas Públicas: Advocacia por políticas públicas que priorizem a saúde bucal, como a inclusão da saúde periodontal em programas de saúde pública e a proteção de financiamento para serviços relacionados à saúde bucal.

Engajamento da Comunidade: Envolver líderes comunitários e organizações locais para fomentar uma abordagem comunitária em que a prevenção da doença periodontal seja uma prioridade coletiva, promovendo eventos de saúde bucal que reúnam a população. Essas abordagens coletivas podem não apenas reduzir a incidência de doenças periodontais na população, mas também promover uma cultura de cuidado com a saúde bucal que permaneça por gerações (Janakiram; Dye, 2020).

Apesar de o tema de estudos ser amplamente pesquisado ao longo dos últimos anos, para esta etapa foram selecionados sete artigos considerados essenciais para o esclarecimento das informações e para a capacidade de responder aos objetivos do estudo.

Thornhill et al. (2022) avaliaram dados de mais de sete milhões de indivíduos e verificaram que o período de quatro após tratamentos odontológicos invasivos eleva expressivamente os riscos de desenvolvimento de endocardite infecciosa. A profilaxia antibiótica deve ser uma abordagem de manejo adotada, especialmente entre pacientes que apresentam agravos cardiovasculares.

Muitos pacientes submetidos a tratamentos odontológicos invasivos (mais de 80% nos grupos de alto risco e mais de 40% nos grupos de baixo risco) buscaram atendimento médico em função de endocardite infecciosa após procedimentos odontológicos nos quais a profilaxia não foi indicada ou não foi conduzida conforme a prescrição (Thornhill et al., 2022).

Betgadá-Pijuan et al. (2022) desenvolveram uma revisão sistemática da literatura e verificaram que a profilaxia antibiótica é medida essencial para pacientes que serão submetidos a procedimentos odontológicos invasivos, especialmente quando apresentam fatores de risco para endocardite infecciosa, como problemas cardiovasculares variados.

É essencial recordar que não existe um molde de profilaxia aplicável de modo efetivo para todos os pacientes, assim, cabe ao profissional avaliar criteriosamente as especificidades de seus pacientes para compreender pontos essenciais da profilaxia, como o tipo do antibiótico, posologia, duração do tratamento e demais decisões essenciais para a segurança dos pacientes e efetividade dos resultados (Betgadá-Pijuan et al., 2022).

Uma análise com mais de 36 mil pacientes suecos avaliados para profilaxia antibiótica visando à prevenção de endocardite evidenciou que em procedimentos considerados de alto risco, bem como entre pacientes considerados de alto, a profilaxia é uma alternativa viável, apesar de ser impossível alcançar 100% de proteção contra infecções (Vahasarja et al., 2022).

A amoxicilina é um antibiótico com bons resultados, todavia, as diretrizes de saúde da Suécia definiram que essa profilaxia não deve ser conduzida em todos os casos, em função dos riscos de desenvolvimento de resistência aos antibióticos e mesmo sem a adoção da profilaxia em boa parte dos tratamentos odontológicos, os números de casos de endocardite associada a esses procedimentos não apresentou elevações (Vahasarja et al., 2022).

Um estudo de 2024, conduzido no Irã, verificou como dentistas percebem a necessidade de profilaxia antibiótica para evitar casos de endocardite entre pacientes submetidos a procedimentos odontológicos invasivos. A amostra do estudo foi composta por 420 profissionais, com experiência média de 12 anos em sua área profissional (Ahmadi-Motamayel et al., 2024).

Mais de 86% dos participantes demonstraram ter conhecimentos relevantes sobre a endocardite e sua relação com tratamentos odontológicos invasivos e doença periodontal. A profilaxia também foi tema amplamente conhecido e compreendido por esses profissionais, sendo a amoxicilina oral a opção de mais de 80% da amostra, com a administração de 2g no período de 30 a 60 minutos antes do procedimento a ser conduzido (Ahmadi-Motamayel et al., 2024).

O estudo de Carvajal et al. (2024) evidenciou que o tratamento de pacientes com endocardite infecciosa bem mudando e esforços visando à prevenção da condição vêm crescendo amplamente nos sistemas de saúde, tanto em função dos riscos para os pacientes, quanto devido aos gastos decorrentes da endocardite e seu tratamento.

A profilaxia não é recomendada para todos os pacientes, em função da elevação dos casos de resistência à antibióticos ao longo dos anos, porém, ainda é considerado necessária em casos de risco. Para efeito ideal, a profilaxia antibiótica deve ser administrada 30–60 min antes do procedimento, em casos nos quais medicamentos orais podem ser administrados, 2g de Amoxicilina é considerado o padrão ouro, as alternativas intravenosas ou intramusculares incluem Ampicilina 2g ou Cefazolina 1g (Carvajal et al., 2024).

Hollingshead e Brizuela (2024) destacam que a profilaxia antimicrobiana antes de procedimentos odontológicos é uma prática importante que visa minimizar o risco de infecções sérias, como endocardite infecciosa, especialmente em pacientes considerados de alto risco. As diretrizes da American Heart Association, que foram estabelecidas em 1955 e atualizadas ao longo dos anos, enfatizam a necessidade de se concentrar na administração de antibióticos àqueles que têm condições cardíacas predisponentes, como doenças cardíacas congênitas, histórico de endocardite infecciosa, ou próteses valvulares, entre outros.

A profilaxia é baseada na compreensão de que procedimentos odontológicos, como extrações dentárias e colocação de implantes, podem levar à bacteremia transitória, onde bactérias da cavidade bucal entram na corrente sanguínea. Embora a profilaxia antimicrobiana reduza o risco de bacteremia, não é infalível. Estudos demonstram que o uso de amoxicilina, por exemplo, pode reduzir o risco em até 59%, enquanto a azitromicina e a clindamicina têm reduções de 49% e 11%, respectivamente (Hollingshead e Brizuela, 2024).

Os protocolos atuais sugerem que a profilaxia seja administrada especialmente em cirurgias que podem comprometer a cicatrização em um leito cirúrgico potencialmente contaminado, como no caso da colocação de implantes dentários imediatos após extrações. A amoxicilina, em uma dose de 2 a 3 g uma hora antes do procedimento, seguida por um regime de manutenção de 500 mg a cada oito horas por cinco a sete dias, é o tratamento padrão. Para pacientes com alergias à penicilina, alternativas como azitromicina ou claritromicina podem ser utilizadas (Hollingshead e Brizuela, 2024).

Ademais, o metronidazol é uma opção viável, especialmente em situações onde há suspeita de infecção por anaeróbios. As diretrizes recomendam que a escolha do antibiótico seja cuidadosamente considerada com base no histórico de alergias do paciente e na eficácia do antibiótico em questão. Essas recomendações visam não apenas prevenir infecções, mas também garantir a eficácia dos procedimentos realizados, especialmente aqueles que envolvem inserções cirúrgicas, onde a limpeza e a esterilidade são cruciais para o sucesso a longo prazo do tratamento (Hollingshead e Brizuela, 2024).

5 CONCLUSÃO

Concluímos que é fundamental que o cirurgião dentista apresente conhecimentos sobre a conduta seguir, saber se é um paciente de alto risco ou que há chance de evoluir para um quadro mais grave, e que a recomendação profilática para endocardite bacteriana é a prescrição 1 hora antes do procedimento 2 g de amoxicilina, por via oral. Para pacientes alérgicos a penicilina, é indicado o uso de Claritromicina, Clindamicina ou Azitromicina.

REFERÊNCIAS

AHMADI-MOTAMAYEL, F et al. Assessment of endocarditis prophylaxis knowledge and attitudes among healthcare practitioners in Tehran and Hamadan. BMC Oral Health. 2024 Aug 16;24(1):954. doi: 10.1186/s12903-024-04722-8. PMID: 39152405; PMCID: PMC11328491.

BERGADÁ-PIJUAN, J. et al. Antibiotic prophylaxis before dental procedures to prevent infective endocarditis: a systematic review. Infection. 2023 Feb;51(1):47-59. doi: 10.1007/s15010-022-01900-0. Epub 2022 Aug 16. PMID: 35972680; PMCID: PMC9879842.

CARVAJAL, V. et al. Endocarditis in Adult Congenital Heart Disease Patients: Prevention, Recognition, and Management. Curr Cardiol Rep. 2024 Sep;26(9):1031-1045. doi: 10.1007/s11886-024-02103-9. Epub 2024 Aug 30. PMID: 39212775; PMCID: PMC11379749.

DUPLAT, CB. et al. Associação entre doenças cardiovasculares e periodontite: revisão de literatura. Salvador, 2012.

HOLLINGSHEAD, CM, BRIZUELA, M. Antibiotic Prophylaxis in Dental and Oral Surgery Practice. [Updated 2023 Mar 19]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan-.

JANAKIRM, C.; DYE, BA. A public health approach for prevention of periodontal disease. Periodontol 2000. 2020 Oct;84(1):202-214. doi: 10.1111/prd.12337. PMID: 32844412; PMCID: PMC7457923.

KIM, EK; KANG, S; PARK, EY. Association between periodontal disease and diabetes using propensity score matching: The seventh Korea National Health and Nutrition Examination Survey. Medicine (Baltimore). 2022 Nov 25;101(47):e31729. doi: 10.1097/MD.0000000000031729. PMID: 36451429; PMCID: PMC9704943.

NASCIMENTO JÚNIOR, MB et al. Impacto da doença periodontal na qualidade de vida: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 10, n. 3, e17110313160, 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13160.

NICARETTA, MG et al. Doença cardiovascular e doença periodontal: Uma revisão de literatura. Brazilian Journal of IMplantology anda Health Sciences. v. 5 n. 4 (2023). https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n4p2556-2567.

PINHEIRO, JC. et al. Tratamento odontológico em pacientes com pré-disposição a endocardite bacteriana: Revisão de literatura. RvAcBO, 2020; 9(1):20-25. ISSN 2316-7262.

STEFFENS, João Paulo; MARCANTONIO, Rosemary Adriana Chiérici. Classificação das Doenças e Condições Periodontais e Peri‑implantares 2018: guia Prático e Pontos-Chave. Rev Odontol UNESP. 2018 July-Aug.; 47(4): 189-197.

SUN, S. et al. Relationship between periodontitis and diabetes: a bibliometrics analysis. Ann Transl Med. 2022 Apr;10(7):401. doi: 10.21037/atm-22-1067. PMID: 35530964; PMCID: PMC9073788.

THORNHILL, MH et al. Antibiotic Prophylaxis Against Infective Endocarditis Before Invasive Dental Procedures. J Am Coll Cardiol. 2022 Sep 13;80(11):1029-1041. doi: 10.1016/j.jacc.2022.06.030. Epub 2022 Aug 17. PMID: 35987887.

VAHASARJA, N. et al. Infective Endocarditis Among High-risk Individuals Before and After the Cessation of Antibiotic Prophylaxis in Dentistry: A National Cohort Study. Clin Infect Dis. 2022 Sep 30;75(7):1171-1178. doi: 10.1093/cid/ciac095. PMID: 35134867; PMCID: PMC9525079.


1 Acadêmico de Odontologia. E-mail: kallebybarcelos262@gmail.com. Artigo apresentado a FIMCA, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Odontologia, Porto Velho/RO, 2024.
2 Daniele Paraguassu Fagundes. Professora do curso de Odontologia. E-mail: daniparaguassu@yahoo.com.br