A QUALIDADE DE VIDA E O RISCO DE QUEDAS EM MULHERES COM OSTEOPOROSE, PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE ATIVIDADES FÍSICAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7987551


Émerson Silva de Sousa¹
Éwerton Silva de Sousa¹
Izabella Ferreira Da Costa¹
Mayara Cristine Silva Miranda¹
Nathália Carvalho Silva¹
Profº. Dr. Eduardo Filoni²
Profº Me. Marcio Fernandes da Cunha³


RESUMO

O envelhecimento desencadeia diversas alterações fisiológicas nos sistemas neurológico, somatossensorial e musculoesquelético, assim gerando déficit de equilíbrio e marcha, consequentemente impactando negativamente na qualidade de vida dos idosos, sendo mais propensos a quedas e limitações para realizar atividades de vida diária. (SAMPAIO et al, 2011). 

Em suma, o objetivo deste presente estudo é comparar os impactos que a osteoporose traz em mulheres praticantes ou não de atividades físicas, e com isso, analisar se há uma diferença na qualidade de vida e a probabilidade de quedas entre mulheres praticantes ou não de atividades físicas.

A metodologia consiste em um estudo transversal com abordagem qualitativa e quantitativa, o estudo será composto por 18 voluntárias, do sexo feminino, com idades entre 60 e 80 anos, com o diagnóstico de osteoporose respaldado pelo exame de densitometria óssea, praticantes ou não de atividades físicas. Essas voluntárias serão divididas em dois grupos: Grupo G1: Mulheres com osteoporose que praticam atividade física e Grupo G2: Mulheres com osteoporose que não praticam atividade física, será aplicado em ambos os grupos um questionário sobre a qualidade de vida Short Form 36 – SF-36, e dois testes físicos de equilíbrio: Berg Balance Scale e Timed up ando go (TUG).

Como resultado no questionário SF-36 estatisticamente não houve diferenças significativas, na escala de Berg o grupo G1 que pratica atividade física apresentou maior pontuação, bem como no TUG, G1 apresentou melhor desempenho, com isso observa-se, ainda que com estatísticas próximas, que o grupo que pratica atividade física apresenta um resultado melhor em relação ao G2, trazendo menor risco de quedas e melhor resultado em relação ao equilíbrio, aspectos físicos e emocionais.

Contudo, no decorrer da pesquisa, foi concluído que G1 apresenta resultados melhores, porém recomendamos que o estudo seja composto por mais voluntarias e maior prazo, a fim de obter resultados melhores e maior nível de comparação entre os grupos que foram estudados.

Palavras-chave: Envelhecimento, osteoporose, qualidade de vida, quedas, equilíbrio, atividade física.

ABSTRACT

Aging triggers several physiological changes in the neurological, somatosensory and musculoskeletal systems, thus generating balance and gait deficits, consequently negatively impacting the quality of life of the elderly, being more prone to falls and limitations to perform activities of daily living. (SAMPAIO et al, 2011).

In short, the objective of this present study is to compare the impacts that osteoporosis brings on women who practice physical activities or not, and with that, analyze whether there is a difference in the quality of life and the probability of falls between women who practice physical activities or not. physical.

The methodology consists of a cross-sectional study with a qualitative and quantitative approach, the study will be composed of 18 female volunteers, aged between 60 and 80 years, with the diagnosis of osteoporosis supported by the bone densitometry examination, practitioners or not of activities physical. These volunteers will be divided into two groups: Group G1: Women with osteoporosis who practice physical activity and Group G2: Women with osteoporosis who do not practice physical activity. 36, and two physical balance tests: Berg Balance Scale and TUG – Timed up and go.

As a result, in the SF-36 questionnaire, there were no statistically significant differences, in the Berg scale, the G1 group that practices physical activity presented higher scores, as well as in the TUG scale, G1 presented better performance, with this it is observed, even with statistics close, that the group that practices physical activity presents a better result in relation to G2, bringing a lower risk of falls and better results in relation to balance, physical and emotional aspects.

However, in the course of the research, we observed that G1 presents better results, but we recommend that the study be composed of more volunteers and a longer period, in order to obtain better results and a greater level of comparison between the groups that were studied.

1 INTRODUÇÃO

A osteoporose é uma doença que consiste na baixa densidade de massa óssea, decorrente a uma desordem no processo de remodelagem, que resulta na fragilidade dos ossos (VEIGA et al, 2015). O climatério e a menopausa são fases naturais na vida da mulher, é quando ocorre um declínio hormonal devido aos ovários pararem de produzir estrogênio e progesterona, os sintomas podem ser variados entre os mais comuns são os fogachos, sudorese, oscilações no humor e alterações no sono (CAPUTO et al, 2014).

 Geralmente, a osteoporose é silenciosa até que ocorra a primeira fratura, as áreas mais afetadas são a região do rádio distal (processo estilóide do rádio), coluna vertebral e fêmur proximal (colo do fêmur). Um problema comum em mulheres acima de 50 anos, pós menopausa devido à queda hormonal que ocorre nesse ciclo, tendo como consequência a dor, fraturas, deformidades e limitações funcionais. Outros fatores de riscos contribuintes são:  histórico familiar, etnia branca ou oriental, consumo excessivo de álcool, medicamentos, maus hábitos alimentares, tabagismo e sedentarismo (RADOMINSKI et al, 2017). O diagnóstico da osteoporose é feito através da avaliação clínica e do exame de densitometria óssea, que mede a densidade mineral óssea. O exame deve ser repetido a cada um ou dois anos, conforme recomendação médica. 

A queda é um problema bastante comum em idosos, podem ocorrer devido a fatores biológicos, comportamentais, ambientais e socioeconômicos. A definição de queda para a Organização Mundial da Saúde (OMS) é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil. No Brasil, estima-se que um terço dos idosos acima de 60 anos caem pelo menos uma vez ao ano, a pesquisa mostra também que 60 a 70% correm novos riscos de quedas no ano ulterior e que 20% desses idosos vão a óbito (FIORITTO et al, 2020).

De acordo com SILVA et al (2016), a ingestão de nutrientes e proteínas envolvidos no metabolismo ósseo podem prevenir ou reduzir a chances de desenvolver osteoporose, entretanto os estudos mostram que somente o consumo de cálcio não é o suficiente para proteger os ossos. É recomendável o uso de medicamento com prescrição médica e associar a prática de atividade física, dieta com fontes nutricionais e tomar sol regularmente para a produção de vitamina D. 

Estudos comprovam os benefícios da prática de atividade física e a influência na qualidade de vida de qualquer indivíduo. Para mulheres com diagnóstico de osteoporose, a prática regular de exercícios físicos promove redução da reabsorção óssea, ganho de força muscular, equilíbrio, coordenação motora, prevenção de quedas e melhora da qualidade de vida (COSTA et al, 2014). Resultado de uma pesquisa realizada em 2011, mostrou que a mulheres fisicamente ativas, tenham capacidade funcional (nível de Vo2 Máx) significativamente maior que as não praticantes, perceberam também que tinham humor mais estável, memória e os sintomas da menopausa eram menos severos neste grupo (TAIROVA et al, 2011). 

Segundo Progetto & colaboradores (2002), a pesquisa realizada com as voluntárias identificou que a baixa renda familiar implica na qualidade de vida. Um estudo realizado nos Estados Unidos, sugeriu que mulheres com situação financeira mais favorecidas, sentem menos sintomas do climatério e da menopausa por terem acesso mais facilmente a informações e assistência médica.  

A prática regular da atividade física, deveria ser uma das principais intervenções na saúde pública no processo de envelhecimento. Prevenindo o risco de inatividade, mortalidade por infecções pós fratura e proporcionar melhoras nos aspectos psicossomáticos.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Comparar os impactos da osteoporose em mulheres praticantes ou não praticantes de atividades físicas. 

2.2 Objetivos Específicos      

  • Analisar se há diferença na qualidade de vida entre os dois grupos de mulheres;
  • Analisar se há maior probabilidade de quedas entre os dois grupos de mulheres praticantes e não praticantes de atividades físicas.

3 METODOLOGIA  

O trabalho foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Cruzeiro do Sul, CAAE: 46510221.8.0000.8084.

3.1 Aspectos Éticos  

Neste trabalho respeitamos as normas éticas de acordo com a resolução 466/12 do Comitê de ética, que regulamenta pesquisa com seres humanos. Que garante a confidencialidade, a privacidade e a desistência de qualquer etapa da pesquisa. 

3.2 Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, no qual foi aplicado um questionário sobre qualidade de vidaShort Form Health Survey 36 (SF36)23, e os testes Berg Balance Scale24 e Timed up and go25 (TUG), para uma população específica, com o objetivo de comparar os impactos da osteoporose entre mulheres que praticam atividades físicas e que não praticam.

3.3 Local de Estudo

O estudo foi realizado na Clínica Hability Fisioterapia, em São Paulo, com autorização prévia da responsável legal da clínica, no período de novembro de 2022 a fevereiro de 2023. 

3.4 População e amostra

As voluntárias foram selecionadas através da clínica Hability Fisioterapia, através de entrevistas para verificar se se enquadravam nos critérios de inclusão do estudo.

O estudo é composto por 18 voluntárias, do sexo feminino, com idades entre 60 à 80 anos, com o diagnóstico de osteoporose, que tenham realizado o exame de densitometria óssea, praticantes ou não de atividades físicas. Foram divididas em dois grupos, grupo 1 (G1) e grupo 2 (G2). 

  • Grupo 1 (G1; n= 8): Mulheres com osteoporose que praticam atividade física; 
  • Grupo 2 (G2; n= 10): Mulheres com osteoporose que não praticam atividade física.

3.4.1 Critérios de inclusão

Os critérios de inclusão adotados para esse estudo foram mulheres com idades entre 60 à 80 anos, com diagnostico de osteoporose através do exame de densitometria óssea, que pratiquem atividade física regularmente no mínimo há um ano (G1) e mulheres que não praticam atividades físicas (G2).

3.4.2 Critérios de Exclusão

Voluntárias que não se enquadraram nos critérios de inclusão, que não concordaram em participar do estudo, alcoólatras ou dependentes químicas, que apresentem déficit cognitivo, doenças neurológicas ou que possuam dificuldade para compreender o objetivo do estudo e as perguntas.

3.5 Instrumentos Utilizados Para Coleta De Dados    

As voluntárias que demonstraram interesse em fazer parte da pesquisa, passaram por uma pré-seleção, no qual foi aplicado um questionário para analisar se se enquadravam nos critérios de inclusão do estudo.

Todas as voluntárias que foram inclusas no projeto de pesquisa, autorizaram sua participação através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, concordando com todas as etapas propostas e publicação dos dados fornecidos durante a pesquisa, para fim acadêmico e científico do presente estudo.

A próxima etapa do estudo consistiu em uma entrevista, na qual o pesquisador previamente treinado aplicou um questionário de qualidade de vida e dois testes físicos de equilíbrio para o G1 e G2, foram utilizados o Short – Form Health Survey (SF-36)23, Berg Balance Scale (BBS)24 e Timed Up and Go (TUG)25, para realizar análise e comparar os resultados, para assim concluir quais são os impactos da osteoporose entre os dois grupos.

O questionário e os testes que foram utilizados nesse estudo, são validados e traduzidos para a língua portuguesa do Brasil.

O questionário Short – Form Health Survey é um instrumento genérico, de fácil aplicação e compreensão, que é utilizado para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde (LEMOS et al, 2006). O SF-3623 é um questionário multidimensional, composto por 36 itens que se divide em 8 domínios dos quais são: capacidade funcional, aspecto físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspecto emocional e saúde mental. O avaliador fará as perguntas as voluntárias, que irão informar qual resposta melhor se enquadra a sua vida diária, assim será marcada a resposta que foi indicada. A pontuação desse questionário varia entre 0 à 100, considerando que 0= pior escore e 100= melhor escore. Sendo assim, a voluntária que tiver um escore próximo ou igual a 0 tem uma pior qualidade de vida comparada a voluntária que tiver um escore próximo ou igual a 100. 

O Berg Balance Scale (BBS)24 é um instrumento de avaliação funcional do equilíbrio, dividido em 14 tarefas e com cinco itens cada, com pontuação que vai de 0-4, considerando que 0 é incapaz de realizar a tarefa e 4 é independente. O escore final vai de 0 à 56 pontos.

O Timed up and go (TUG)25 a voluntária é observada e cronometrada ao levantar-se de uma cadeira e andar uma distância de 3 metros, virar-se e retornar ao ponto inicial e sentar-se novamente, com o propósito de avaliar o equilíbrio dinâmico e correlacionar ao risco de quedas. A interpretação desse teste é da seguinte forma <10 segundos é considerado normal, de 11 a 19 segundos desempenho abaixo da média e acima de 20 segundos aumento no risco de quedas, ou seja, menor o tempo realizado durante o teste, melhor é o desempenho da voluntária.

3.6 Análise Estatística  

Após realizar toda a coleta necessária de dados e aplicação do questionário e dos testes físicos, as informações obtidas foram analisadas e organizadas em tabelas e gráficos para demonstrar todos os resultados, discussão e conclusão do estudo. A ferramenta utilizada para realizar a análise estatística do estudo foi o Excel.

As variáveis numéricas serão apresentadas por meio de média e desvio padrão, e as variáveis categóricas por meio de frequência absoluta e relativa.

4 RESULTADOS

O estudo foi realizado no período de 2021 a 2023, na Clínica Hability Fisioterapia, no qual  foram incluídas 18 voluntárias, com idades entre 60 a 80 anos (70,2 ±  6,2), com diagnóstico de osteoporose por meio de densitometria óssea, com peso de 64kg ± 8,3, e em relação à altura observou 1,5cm ± 0,06, divididas em dois grupos, grupo 1 (G1) mulheres com osteoporose que praticam atividades físicas com 8 voluntárias e grupo 2 (G2) mulheres com osteoporose que não praticam atividades físicas com 10 voluntárias. 

Tabela 1 : Aspectos gerais das voluntárias, idade, peso e altura

Todas as voluntárias que participaram da pesquisa enquadravam-se dentro dos critérios de inclusão, aceitaram participar do estudo por meio do Termo de consentimento livre e esclarecido e não houve desistências.

No questionário para avaliar a qualidade de vida o SF-36, nos 8 domínios foram observados os seguintes resultados, em capacidade funcional, aspectos físicos, dor e aspectos sociais o grupo 1 que praticam atividades físicas apresentou valores maiores e significativos em relação ao grupo 2 que não praticam atividades físicas. Mas em vitalidade e saúde mental houve pontuação maior para G1, porém estatisticamente não houve diferenças significativas, e nos domínios estado de saúde geral e aspectos emocionais G2 mostrou maior pontuação em relação ao G1 (tabela 2). 

Tabela 2: Short – Form Health Survey (SF-36) – G1 e G2

Na escala de equilíbrio Berg, que compreende a avaliação de 14 tarefas realizadas nas atividades de vida diária, que engloba equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico, o grupo 1 que praticam atividades físicas apresentou maior pontuação comparado ao grupo 2 que não realiza atividade física, sendo agregado apenas um com valor que condiz com prejuízo de equilíbrio (tabela 3).

Tabela 3: Escala de equilíbrio de Berg G1 e G2

No TUG, que avalia o risco de queda, o grupo1 apresentou melhor desempenho comparado ao grupo 2, sendo a maioria do G2 manifestando risco moderado de quedas enquanto G1 manifestou em sua maioria um desempenho normal (tabela 4).

Tabela 4: Timed up and go G1 e G2

5 DISCUSSÃO

Sabemos que o risco de quedas em idosos é bastante comum, e ao ter o diagnóstico de osteoporose isso se torna ainda mais frequente podendo ser levado em consideração os fatores intrínsecos e extrínsecos. A atividade física entra como uma grande e ótima opção na influência da qualidade de vida desses indivíduos, incluindo os aspectos físicos, emocionais e sociais.

O estudo foi realizado com a pesquisa em 18 voluntárias com idade entre 60 e 80 anos que apresentaram o diagnóstico de osteoporose com o exame de densitometria óssea. Após a divisão das voluntárias em dois grupos, sendo o G1 para idosas voluntárias praticantes de atividade física e o G2 para as idosas voluntárias não praticantes de atividade física, obteve-se os seguintes resultados.

No questionário que avalia a qualidade de vida da voluntária, cujo nome é o SF-36, foram observados 8 domínios, entre eles, a capacidade funcional, os aspectos físicos, a dor e os aspectos sociais o grupo 1 (G1) obteve melhor resultado que o grupo 2 (G2). Mas quanto aos aspectos emocionais, embora o G1 também tenha levado vantagem, estatisticamente não houveram diferenças significativas entre os mesmos.

Já quanto a escala de equilíbrio BERG, na qual avalia 14 tarefas realizadas nas AVD’s (atividades de vida diária), englobando o equilíbrio estático e dinâmico, o grupo 1 (G1) apresentou resultados mais satisfatórios em relação ao grupo (G2), agregando valor ao que condiz com prejuízo de equilíbrio. 

O último teste realizado, que avalia o risco de queda Timed Up and Go test, o grupo 1 (G1) praticantes de atividade física apresentou melhor desempenho e risco normal para quedas enquanto o grupo 2 (G2) não praticantes de atividade física, apresentou um desempenho com risco moderado de quedas para as voluntárias participantes da pesquisa.

Após a apresentação de todos os resultados, foi levado em consideração que mesmo com detalhes e estatísticas chegando próximos um grupo e o outro (G1 e G2), a atividade física apresenta melhores resultados em comparação ao grupo de não praticantes de atividade física, trazendo menor risco de queda, e melhores resultados quanto a equilíbrio estático e dinâmico, aspectos físicos e emocionais, a respeito de sua qualidade de vida.

No estudo de Marques et al (2011), teve como objetivo de comparar o equilíbrio, o controle postural e a força Muscular em idosas osteoporóticas com e sem quedas referidas no último ano. Foram avaliadas no total 45 mulheres entre 65 e 85 anos, divididas em dois grupos (sendo 21 com quedas e 24 sem quedas) com base no relato de quedas nos 12 meses anteriores. Neste estudo apontou que idosas osteoporóticas com histórico de quedas nos últimos 12 meses possuem pior equilíbrio e controle postural em relação a idosas osteoporóticas sem quedas referidas.

A pesquisa realizada por Travisan et al (2013), avaliou o efeito de um programa de treinamento de força muscular progressiva E sensório-motor, no equilíbrio e na redução do risco de quedas em mulheres com osteoporose. Nessa pesquisa, foram selecionados 82 mulheres sedentárias com idade entre 60 e 75 anos com osteoporose, randomizadas em dois grupos: grupo intervenção, composto por 41 pacientes submetidas a 18 semanas de treinamento de força muscular progressiva do quadríceps (a 50%, 60%, 70% até 80% de 1-RM – uma repetição máxima), e de propriocepção, associado ao tratamento clínico medicamentoso para osteoporose; e grupo controle, também composto por 41 pacientes que receberam apenas o tratamento clínico medicamentoso. Observaram que associando o treinamento sensório-motor e da força progressiva para quadríceps é eficaz na prevenção de quedas e redução de seus fatores de risco.

Já branco et al (2019) realizou um estudo transversal retrospectivo em mulheres com idade mínima de 65 anos e fratura recente do fêmur proximal, internadas num serviço de ortopedia, durante um ano, através de questionário desenvolvido para o efeito e consulta do processo clínico. Os resultados corroboram a importância das quedas e das fraturas osteoporóticas na saúde. Tendo por base a literatura, os custos diretos estimados com esta amostra serão de 1,34 M€ no primeiro ano pós-fratura. Considerando a taxa mínima de cobertura terapêutica e o potencial de redução de risco fraturário estabelecido, conclui-se que um tratamento adequado poderia reduzir estes valores em, no mínimo, 40%-45%.

Marques et al (2019) fez uma revisão de literatura através das análises de banco de dados da PubMed, MEDLINE, BVS/LILACS e BIREME, sobre a fisiopatologia da osteoporose e os principais meios para a prevenção e tratamento. Concluíram que os exercícios físicos de impacto, resistência, equilíbrio e alongamento, resulta em uma melhora da qualidade de vida e efeitos positivos em relação a densidade mineral óssea.

A implementação de exercícios convencionais terapêuticos resultou no aumento do equilíbrio através do treinamento postural dinâmico proprioceptivo, já que consequentemente melhoram a força muscular e reduzem o risco de quedas. O estudo de revisão de literatura realizado por Caetano et al (2022), tem visto que as mulheres osteoporóticas da terceira idade, quando integradas a prática de terapias com exercícios físicos voltadas ao equilíbrio e fortalecimento muscular de forma geral, apresentam uma diminuição significativa sobre a incidência de quedas com ou sem fraturas, dando mais independência na vida diária dessas mulheres. Mas, que ainda é importante a realização de estudos futuros que adotem a cinesioterapia como intervenção principal na prevenção de quedas e que mostrem sua evolução a longo prazo.

O artigo científico escrito por Cordeiro et al (2021) tem como objetivo de estruturar os referenciais teóricos sobre a osteoporose contribuindo para a formação de médicos e estudantes da área da saúde, afim de mostrar a importância na prevenção primária desta doença. Os fatores que predispõem ao aparecimento da doença são diversos, alguns deles modificáveis. Destaca-se da importância de sua prevenção, diagnóstico e tratamento, bem como formas de trabalhá-la para modificar estilos de vida na comunidade. O estudo ressalta que a mudança de hábitos alimentares, a prática de atividade física e a promoção de um estilo de vida saudável, reduz as complicações pela osteoporose.

6 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos nesse estudo concluem que a prática de atividades físicas promove tanto uma melhor qualidade de vida (capacidade funcional, diminuição da dor, aspectos físicos e sociais), quanto no equilíbrio e na prevenção de risco de quedas em idosas com osteoporose. 

O resultado do levantamento obtido a partir de uma coleta de dados realizada com dois grupos (sendo o G1 idosas com osteoporose praticantes de atividade física e o G2 da mesma condição, porém não praticantes de atividades) apontam melhorias e benefícios a partir da prática de atividades físicas para idosas que possuem essa patologia.

Já em relação ao G2, os resultados indicam que as voluntárias com osteoporose não praticantes de atividade física, não possuem condições físicas e sociais semelhantes ao G1, o que significa que a ausência de atividade física acarreta em condições físicas não tão desenvolvidas e risco na execução de movimentos.

Ainda, ressaltamos que no levantamento dos indicativos do grupo G2 não obtivemos resultados tão satisfatórios quanto o outro grupo, pois a pesquisa foi realizada com um grupo quantitativamente inferior quando relacionado ao grupo G1, o que nos leva a conclusão de que há a necessidade de um prazo maior, bem como um maior número de voluntários durante a pesquisa, para que possa obter resultados significativamente maiores e melhores para finalização.

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15 MARTINI, Lígia Araujo et al. Prevalência de diagnóstico auto-referido de osteoporose, Brasil, 2006. Rev. Saúde Pública [online]. 2009, vol.43, suppl.2 [cited 2020-11-02], pp.107-116. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102009000900014&lng=en&nrm=iso>ISSN1518-8787.  https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000900014.

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¹Discente do curso de Fisioterapia da Universidade Cruzeiro do Sul
²Orientador
³Co-orientador