A PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA: AVANÇOS NA DETECÇÃO PRECOCE E ESTRATÉGIAS DE TRIAGEM

BREAST CANCER PREVENTION: ADVANCES IN EARLY DETECTION AND SCREENING STRATEGIES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202502021943


Vitória Alvina Ferreira Lima Gomes Weba; Renan Castro de Andrade Barros Fonseca; Edvan Pimenta Figueiredo; Wanessa Anselmo de Lucena Castro; Thays Linhares de Melo; Josimar Cunha Rodrigues Junior; Maria de Pontes Camargo; Camilla Borja de Siqueira Diniz; Renata de Araújo Lins Bahia; Bruno Henrique Meira Almeida; Paulo Vinicius Leal Berredo; Luís Felipe Eidam Mendes; Igor Murad Schmitt; Iana Isabela Silva Pinto; Alana Dágila Cabral de Alencar.


Resumo

O câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres em todo o mundo, com uma taxa de incidência crescente nos últimos anos. Nos últimos anos, os avanços na detecção precoce do câncer de mama têm sido notáveis, com o desenvolvimento de novas tecnologias de imagem e métodos de triagem mais eficazes. O presente artigo tem como objetivo geral analisar os avanços recentes na detecção precoce do câncer de mama. A pesquisa é fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente, para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo, a pesquisa foi conduzida com os termos “Câncer de Mama”, “Detecção Precoce”, “Triagem de Câncer de Mama”, aplicando o operador booleano “AND”. A partir da revisão da literatura, ficou evidente que os avanços na detecção precoce e nas estratégias de triagem do câncer de mama têm desempenhado um papel fundamental na melhoria dos prognósticos e na redução da mortalidade associada a essa doença. A combinação de tecnologias de imagem, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética, com a utilização de biomarcadores e inteligência artificial, tem permitido uma detecção mais precisa e personalizada, especialmente em mulheres com alto risco ou com mamas densas. Esses avanços, aliados a programas de triagem bem estruturados, têm mostrado um impacto positivo na detecção de tumores em estágios iniciais, quando as chances de tratamento bem-sucedido são maiores. Além disso, estratégias de triagem baseadas em fatores de risco genético e histórico familiar, assim como a educação em saúde, são essenciais para aumentar a adesão das mulheres aos exames preventivos e garantir a detecção precoce em populações vulneráveis. Embora os avanços tecnológicos tenham proporcionado melhorias significativas, ainda existem desafios, como a desigualdade no acesso a cuidados de saúde e a necessidade de campanhas educativas eficazes. Portanto, é fundamental continuar investindo em estratégias integradas de prevenção, diagnóstico precoce e conscientização, a fim de reduzir a incidência e a mortalidade por câncer de mama a nível global.

Palavras-chave: Câncer de Mama. Detecção Precoce. Triagem de Câncer de Mama.

1 INTRODUÇÃO

O câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres em todo o mundo, com uma taxa de incidência crescente nos últimos anos. Esse tipo de câncer afeta não apenas a saúde física das pacientes, mas também tem um impacto psicológico e social significativo, especialmente quando diagnosticado em estágios avançados. A detecção precoce desempenha um papel crucial na melhoria dos prognósticos, permitindo o tratamento em estágios iniciais, quando as chances de cura são muito mais altas. (SARTORI, BASSO, 2019).

Nos últimos anos, os avanços na detecção precoce do câncer de mama têm sido notáveis, com o desenvolvimento de novas tecnologias de imagem e métodos de triagem mais eficazes. A mamografia continua sendo o principal exame de triagem, mas outras técnicas, como a ultrassonografia, ressonância magnética e até métodos de biomarcadores, têm mostrado um potencial crescente para complementar os métodos tradicionais e detectar tumores de forma mais precisa, especialmente em mulheres com mamas densas. (BERNARDES et al, 2019).

Além da melhoria das tecnologias de diagnóstico, estratégias de triagem baseadas em risco, como a identificação de fatores genéticos e histórico familiar, têm se tornado cada vez mais comuns. O uso de inteligência artificial na análise de imagens também tem ganhado destaque, possibilitando a identificação de padrões sutis que podem passar despercebidos pelos radiologistas. Esses avanços são essenciais para personalizar o acompanhamento e otimizar os recursos de saúde pública, proporcionando uma abordagem mais eficaz e menos invasiva para a prevenção do câncer de mama. (BRAVO et al, 2021).

Este artigo tem como objetivo analisar os avanços recentes na detecção precoce do câncer de mama, com foco nas inovações tecnológicas e nas estratégias de triagem baseadas no risco individual. A partir de uma revisão da literatura atual, busca-se discutir como essas abordagens estão transformando a prevenção do câncer de mama e melhorando os resultados para as pacientes.

2 METODOLOGIA

A pesquisa adotou uma metodologia que combina análise, descrição e exploração, fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente. O objetivo principal desta revisão é compilar, sintetizar e analisar os achados de estudos anteriores sobre miomas uterinos. Esse método integra informações já publicadas, oferecendo uma visão crítica e estruturada do conhecimento disponível. A abordagem metodológica combina diversas estratégias e tipos de pesquisa, possibilitando a avaliação da qualidade e coerência das evidências e a integração dos resultados (BOTELHO, DE ALMEIDA CUNHA, MACEDO, 2011).

Para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo. Diversos tipos de publicações foram considerados, incluindo artigos acadêmicos, estudos e periódicos relevantes. A pesquisa foi conduzida com os termos “Câncer de Mama”, “Detecção Precoce”, “Triagem de Câncer de Mama”, aplicando o operador booleano “AND” para refinar os resultados. As estratégias de busca adotadas foram: “Câncer de Mama” AND “Detecção Precoce” e “Câncer de Mama” AND “Triagem de Câncer de Mama”.

Os critérios para inclusão dos artigos foram: publicações originais, revisões sistemáticas, revisões integrativas ou relatos de casos, desde que fossem acessíveis gratuitamente e publicadas entre 2017 e 2024. Não houve restrições quanto à localização geográfica ou ao idioma das publicações. Foram excluídos artigos não científicos, bem como textos incompletos, resumos, monografias, dissertações e teses.

A seleção dos estudos seguiu critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Após a definição desses critérios, foram realizadas buscas detalhadas nas bases de dados utilizando os descritores e operadores booleanos estabelecidos. Os estudos selecionados formam a base para os resultados apresentados neste trabalho.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A detecção precoce do câncer de mama é um dos principais fatores responsáveis pela melhoria da sobrevida das pacientes, com diagnóstico em estágios iniciais permitindo tratamentos menos invasivos e melhores prognósticos. A mamografia continua sendo o método de triagem mais utilizado para o câncer de mama, sendo recomendada para mulheres a partir dos 40 anos, com periodicidade bienal. Estudos revisados apontam que a mamografia tem uma taxa de sensibilidade de aproximadamente 80-90%, sendo eficaz na identificação de tumores antes de se tornarem palpáveis. (MIGOWSKI et al, 2018).

Entretanto, a mamografia apresenta limitações, especialmente em mulheres com mamas densas, que dificultam a visualização de lesões. Como resposta, outras técnicas de imagem têm sido investigadas, como a ultrassonografia e a ressonância magnética (RM), que mostram-se eficazes na complementação do exame mamográfico. A ultrassonografia, por exemplo, é particularmente útil para mulheres com mamas densas e pode ajudar a diferenciar cistos de massas sólidas. Já a RM tem se mostrado mais sensível, sendo recomendada em mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama, incluindo aquelas com histórico familiar relevante ou mutações genéticas associadas ao câncer. (TEIXEIRA, ARAÚJO NETO, 2020).

Avanços recentes também incluem o uso de biomarcadores como a análise de expressão gênica para identificar os tipos de câncer de mama com maior risco de progressão. Testes como o Oncotype DX e o MammaPrint estão sendo cada vez mais utilizados para avaliar o risco de recidiva em pacientes com câncer de mama em estágio inicial, ajudando a personalizar o tratamento. A utilização desses biomarcadores, além de permitir um tratamento mais direcionado, também contribui para evitar terapias desnecessárias, minimizando efeitos colaterais e custos. (AZEVEDO E SILVA et al, 2014).

Outro avanço significativo na detecção precoce é o uso de inteligência artificial (IA) para a análise de imagens de mamografia, ultrassonografia e RM. A IA tem demonstrado grande potencial em melhorar a precisão do diagnóstico, identificando padrões que podem passar despercebidos por radiologistas. Vários estudos indicam que os algoritmos de IA podem igualar ou até superar a interpretação humana em termos de sensibilidade e especificidade, particularmente em mamografias de difícil leitura, como as de mulheres com mamas densas. (GEBRIM, 2016).

Além das tecnologias de imagem, estratégias de triagem baseadas em risco têm ganhado destaque, com ênfase na identificação de mulheres em grupos de risco elevado. Fatores como histórico familiar de câncer de mama, presença de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, e outros marcadores genéticos são determinantes importantes para a personalização da triagem. A combinação de exames de imagem com informações genéticas tem mostrado um impacto positivo na detecção precoce e na redução de diagnósticos tardios. (SANTOS et al, 2022).

Programas de triagem populacional têm se mostrado eficazes na redução da mortalidade por câncer de mama, especialmente quando realizados em larga escala. Revisões de estudos mostram que países com programas organizados de triagem, como os realizados na Europa e na América do Norte, apresentam uma diminuição significativa na mortalidade por câncer de mama, em comparação com países onde a triagem não é amplamente implementada. No entanto, a adesão a esses programas pode ser afetada por fatores socioeconômicos, culturais e de acesso aos serviços de saúde, o que exige estratégias específicas para garantir a participação de todas as mulheres, especialmente aquelas em grupos de maior risco. (TRALDI et al, 2016).

A triagem baseada em risco genético também se destaca como uma estratégia promissora para a detecção precoce. Estudos revelam que mulheres com mutações nos genes BRCA, além de serem candidatas à triagem regular com mamografia e RM, podem se beneficiar de programas preventivos, como a mastectomia profilática ou o uso de medicamentos que reduzem o risco de desenvolvimento do câncer. A identificação precoce de mutações genéticas tem permitido, inclusive, o desenvolvimento de estratégias de prevenção personalizadas, com o objetivo de evitar o aparecimento do câncer em mulheres com predisposição genética. (YANG et al, 2023).

Por fim, a educação e conscientização sobre a importância da triagem precoce são essenciais para o sucesso das estratégias de prevenção do câncer de mama. Campanhas de informação pública têm desempenhado um papel importante em aumentar a adesão a programas de triagem e em reduzir o estigma em torno do câncer de mama. Estudos indicam que a educação sobre fatores de risco, o reconhecimento de sinais e sintomas, e o incentivo à realização de exames regulares são fundamentais para a detecção precoce e a diminuição da mortalidade associada ao câncer de mama. (KATSURA et al, 2022).

4 CONCLUSÃO

Os avanços na detecção precoce e nas estratégias de triagem do câncer de mama têm desempenhado um papel fundamental na melhoria dos prognósticos e na redução da mortalidade associada a essa doença. A combinação de tecnologias de imagem, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética, com a utilização de biomarcadores e inteligência artificial, tem permitido uma detecção mais precisa e personalizada, especialmente em mulheres com alto risco ou com mamas densas. Esses avanços, aliados a programas de triagem bem estruturados, têm mostrado um impacto positivo na detecção de tumores em estágios iniciais, quando as chances de tratamento bem-sucedido são maiores.

Além disso, estratégias de triagem baseadas em fatores de risco genético e histórico familiar, assim como a educação em saúde, são essenciais para aumentar a adesão das mulheres aos exames preventivos e garantir a detecção precoce em populações vulneráveis. Embora os avanços tecnológicos tenham proporcionado melhorias significativas, ainda existem desafios, como a desigualdade no acesso a cuidados de saúde e a necessidade de campanhas educativas eficazes. Portanto, é fundamental continuar investindo em estratégias integradas de prevenção, diagnóstico precoce e conscientização, a fim de reduzir a incidência e a mortalidade por câncer de mama a nível global.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO E SILVA, Gulnar et al. Acesso à detecção precoce do câncer de mama no Sistema Único de Saúde: uma análise a partir dos dados do Sistema de Informações em Saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 30, p. 1537-1550, 2014.

BERNARDES, Nicole Blanco et al. Câncer de mama x diagnóstico/breast cancer x diagnosis. ID on line. Revista de psicologia, v. 13, n. 44, p. 877-885, 2019.

BOTELHO, Louise Lira Roedel; DE ALMEIDA CUNHA, Cristiano Castro; MACEDO, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, v. 5, n. 11, p. 121-136, 2011.

BRAVO, Barbara Silva et al. Câncer de mama: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 3, p. 14254-14264, 2021.

GEBRIM, Luiz Henrique. A detecção precoce do câncer de mama no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 32, n. 5, p. eCO010516, 2016.

KATSURA, Chie et al. Breast cancer: presentation, investigation and management. British Journal of Hospital Medicine, v. 83, n. 2, p. 1-7, 2022.

MIGOWSKI, Arn et al. Diretrizes para detecção precoce do câncer de mama no Brasil. II-Novas recomendações nacionais, principais evidências e controvérsias. Cadernos de Saúde Pública, v. 34, p. e00074817, 2018.

SANTOS, Tainá Bastos dos et al. Prevalência e fatores associados ao diagnóstico de câncer de mama em estágio avançado. Ciência & Saúde Coletiva, v. 27, n. 02, p. 471-482, 2022.

SARTORI, Ana Clara N.; BASSO, Caroline S. Câncer de mama: uma breve revisão de literatura¹. Perspectiva, Erechim, v. 43, p. 161, 2019.

TEIXEIRA, Luiz Antonio; ARAÚJO NETO, Luiz Alves. Câncer de mama no Brasil: medicina e saúde pública no século XX. Saúde e Sociedade, v. 29, p. e180753, 2020.

TRALDI, Maria Cristina et al. Demora no diagnóstico de câncer de mama de mulheres atendidas no Sistema Público de Saúde. Cadernos Saúde Coletiva, v. 24, p. 185-191, 2016.

YANG, Tinglin et al. Genetic testing enhances the precision diagnosis and treatment of breast cancer. International journal of molecular sciences, v. 24, n. 23, p. 16607, 2023.