A OBESIDADE COMO FATOR DE RISCO EM OSTEOARTRITE DE JOELHO

OBESITY AS A RISK FACTOR IN KNEE OSTEOARTHRITIS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202504162020


Orientador: Prof. Emanuel Osvaldo de Sousa1
Amanda Maria Nascimento Rocha2
Kethely Vitória da Silva3
Lídia Camila de Sousa Carvalho3
Maria Isadora da Silva Gonçalves3
Noeme da Cruz Lima4


RESUMO

Introdução: A obesidade é uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e está associada a diversas complicações metabólicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. Além disso, representa um fator de risco significativo para o desenvolvimento da osteoartrite (OA), uma doença degenerativa das articulações que causa dor, rigidez e limitação de movimentos. O impacto da obesidade na OA ocorre tanto por mecanismos mecânicos, devido à sobrecarga nas articulações, quanto por processos inflamatórios, relacionados à liberação de citocinas pró-inflamatórias que contribuem para a degradação da cartilagem. Metodologia: A presente pesquisa adotou como metodologia o estudo de revisão bibliográfica, com a seleção de estudos de caráter quantitativo. As buscas foram realizadas nas bases de dados SciELO, LILACS e PubMed. As palavras-chave utilizadas na BVS, em português e inglês, entre os anos de 2018 e 2025, foram: obesidade, fisioterapia e osteoartrite do joelho. Resultados: Diante dos dados analisados, observou-se uma estreita relação entre a osteoartrite e a obesidade, segundo a perspectiva de diversos autores, que comprovaram que a obesidade é um forte determinante no aparecimento da osteoartrite de joelho. Conclusão: O presente estudo demonstrou que a fisioterapia tem papel fundamental na prevenção da obesidade e que os métodos, técnicas e exercícios têm sido eficazes no controle e retardo dessa patologia. Também foi notório perceber que quanto antes iniciar um programa de atividade física com apoio multidisciplinar, melhor será o resultado.

Palavras-chave: Osteoartrite do joelho. Obesidade como fator de risco. Obesidade em doenças articulares. Obesidade e osteoartrite.

ABSTRACT

Introduction: Obesity is a chronic condition characterized by the excessive accumulation of body fat and is associated with various metabolic complications, such as type 2 diabetes, hypertension, and cardiovascular diseases. Additionally, it represents a significant risk factor for the development of osteoarthritis (OA), a degenerative joint disease that causes pain, stiffness, and limited mobility. The impact of obesity on OA occurs through both mechanical mechanisms, due to joint overload, and inflammatory processes related to the release of pro-inflammatory cytokines that contribute to cartilage degradation. Methodology: This research adopted a bibliographic review as its methodological approach, selecting studies of a quantitative nature. Searches were conducted in the SciELO, LILACS, and PubMed databases. The keywords used in the VHL, in both Portuguese and English, between the years 2018 and 2025, were: obesity, physical therapy, and knee osteoarthritis. Results: Based on the data analyzed, a close relationship was observed between osteoarthritis and obesity, according to the perspective of several authors who confirmed that obesity is a strong determinant in the onset of knee osteoarthritis. Conclusion: This study demonstrated that physical therapy plays a fundamental role in the prevention of obesity and that the methods, techniques, and exercises have been effective in controlling and delaying the progression of this condition. It was also evident that the earlier a physical activity program is initiated with multidisciplinary support, the better the outcomes.

Keywords: Knee osteoarthritis. Obesity as a risk factor. Obesity in joint diseases. Obesity and osteoarthritis.

INTRODUÇÃO

A obesidade e o sobrepeso são condições crônicas que resultam das interações da predisposição genética de uma pessoa a ganho de peso e fatores ambientais.

Essas mudanças de peso ocorrem quando há um acúmulo excessivo de gordura no corpo, elevando a probabilidade de complicações de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) caracteriza o sobrepeso e a obesidade como um acúmulo anormal ou exagerado de gordura no corpo, representando um risco à saúde. Trata-se de uma enfermidade crônica e recorrente e constante, caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo que prejudica a saúde1.

O transtorno de obesidade é um distúrbio crônico multifacetado que afeta diversos aspectos da saúde humana, criando uma relação de comorbidades e consequências diversas. O índice de Massa Corporal, ou IMC, é uma medida comumente utilizada para calcular a relação entre o volume corporal e o peso de um indivíduo em geral, independentemente de sua idade. Porém, o IMC é bastante restritivo e não reflete nenhuma informação acerca da presença de gordura na maioria dos aspectos de nosso corpo. Por isso, outros artifícios podem ser utilizados no diagnóstico de obesidade, como: mensuração da massa gorda, percentual de gordura corporal e IMCs1.

A osteoartrite (AO) é uma enfermidade crônica que prejudica a cartilagem articular e seus tecidos. Isso leva a danos progressivos, como a degradação da cartilagem, inflamação, mudanças no osso subcondral e mudanças na sinovia e nos fluidos sinoviais2. Esta condição incapacitante, ligada a uma disfunção osteomioarticular, está crescendo em incidência e prevalência na população em geral, especialmente entre as mulheres idosas, que estão passando pelo período da menopausa3

Os processos inflamatórios ocasionados pela (AO) ocorrem em diversas articulações, com maior prevalência nos quadris e joelhos, ambas causando incapacidade progressiva acompanhada de dor, diminuição da mobilidade, rigidez articular e perda de função4. Pesquisas epidemiológicas apontam que aproximadamente 250 milhões de indivíduos em todo o mundo sofrem de osteoartrite (AO), sendo a AO do joelho a forma mais frequente. A prevalência dessa condição está crescendo, principalmente por causa da obesidade e da diminuição da mortalidade e consequente aumento da expectativa de vida5.

A osteoartrite (AO) é uma das doenças articulares mais comuns e restritivas que afetam a população global. Com o envelhecimento da população e o crescimento das taxas de obesidade, fatores de risco amplamente reconhecidos, a tendência é que a ocorrência de lesões articulares do joelho aumente. Essa doença crônica, predominantemente observada em pessoas idosas, causa dor intensa, limita a mobilidade articular e, por consequência, compromete a qualidade de vida dos afetados6.

A AO não se restringe apenas à degradação da cartilagem articular; trata-se de uma condição complexa que afeta toda a articulação, afetando o fluido sinovial, o osso e o fluido articular, os ligamentos e os músculos ao redor. Apesar de historicamente ser vista como uma doença de desgaste, o entendimento atual ressalta a relevância dos processos inflamatórios no seu avanço. Devido ao papel importante que exerce e à carga contínua que recebe, a articulação do joelho está sujeita a diversas condições patológicas, sendo a osteoartrite uma das mais frequentes, que pode demorar anos para ser totalmente identificada e geralmente progride de maneira lenta, intensificando a gravidade dos sintomas7.

A sobrecarga intensifica a degradação da cartilagem e provoca reações inflamatórias, acompanhadas de dor intensa e diminuição das capacidades funcionais dos joelhos. As pesquisas mais recentes sugerem que a perda de peso pode resultar em um declínio considerável dos sintomas e da função do paciente. O estudo de Haynes et al.8 (2020) sustenta que mesmo uma pequena diminuição do peso corporal resultou em melhorias notáveis na diminuição da dor e no aprimoramento da performance física.

Um estudo de Haynes et al.8 (2020) demonstrou que a redução de peso em indivíduos obesos com osteoartrite do joelho não apenas diminui a dor, mas também melhora a funcionalidade, sugerindo que mesmo uma perda modesta de peso pode ter efeitos benéficos.

Então, damos início à problemática da seguinte maneira: “A prática regular de exercícios pode contribuir para a redução da sobrecarga nas articulações e para a melhoria da função física dos pacientes?” A Fisioterapia tem papel crucial no tratamento da osteoartrite, em particular em pacientes com sobrepeso, pois programas de fortalecimento específicos e atividades físicas auxiliadas por fisioterapia podem ter influência determinante sobre a redução sobre os sintomas decorrentes da osteoartrite.

Portanto, o objetivo deste estudo é entender as conexões entre a obesidade e a osteoartrite, além de examinar como essa condição afeta a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Além disso, pretende-se investigar a função da fisioterapia neste cenário, dada a sua importância crucial no tratamento e controle dos sintomas. Este estudo tem como objetivo investigar, em pesquisas já realizadas, a confirmação da relação entre ambas as enfermidades. Com o aumento constante da obesidade na população e o impacto funcional considerável causado pela osteoartrite, torna-se cada vez mais crucial aprofundar o conhecimento sobre essa relação. A pesquisa também ressalta a relevância da fisioterapia como um recurso para promover a funcionalidade, diminuir a dor e aprimorar a qualidade de vida dessas pessoas.

METODOLOGIA

A presente pesquisa refere-se a uma revisão bibliográfica sobre a Obesidade como fator de risco em osteoartrite de joelho, sendo realizadas buscas nas bases de dados Scielo, Lilacs, PubMed e as palavras-chave utilizadas nas BVS em português e inglês entre os anos de 2018 e 2024 foram: obesidade, fisioterapia e osteoartrite do joelho.

O método de revisão bibliográfica envolve a sistematização e publicação dos resultados de uma pesquisa bibliográfica em saúde para que possam ser úteis na assistência à saúde, tendo como objetivo coletar, examinar e condensar os estudos já existentes em uma área ou assunto específico, fundamentando-se em fontes bibliográficas como capítulos de livros, artigos científicos, livros, teses, entre outras9.

O processo de criação do artigo foi estruturado em seis fases: Começou com a identificação do tema e do problema de pesquisa, seguido pela definição da estratégia de pesquisa, dos descritores e das bases de dados. Na segunda etapa, estabeleceu-se os critérios de inclusão e exclusão e a busca dos estudos baseados nos critérios adotados. Na terceira fase, foram identificados os estudos previamente escolhidos com base no resumo, palavras-chave e títulos das publicações. Na quarta etapa com os estudos selecionados fez-se a categorização e análise das informações. Por fim, na quinta e sexta etapa houve uma análise mais crítica e interpretação dos resultados obtidos, apresentação da síntese dos conhecimentos adquiridos que compõem o documento detalhado da revisão.

Determinará a construção da estratégia PICo, que representa um acrônimo para P: adulto; I: obesidade/ osteoartrite; Co: diminuição do peso corporal na qual será utilizada para a geração do foco desta revisão bibliográfica da literatura: “A obesidade como fator de risco em osteoartrite de joelho”.

Para a localização dos estudos relevantes que respondam à pergunta de pesquisa, foram utilizados descritores indexados e não indexados (palavras-chave) nos idiomas português e inglês. Os descritores foram extraídos do Medical Subject Headings (MESH), dos DeCS e dos títulos CINAHL, conforme ilustrado no Quadro 1. 

Quadro 1. Elementos da estratégia PICo, descritores e títulos utilizados. Teresina, PI, Brasil, 2025

MESH DECS“Obesity risk osteoarthritis”“Obesity osteoarthritis” “Knee osteoarthritis”“Obesity in joint diseases”“Osteoartrite em joelho” “Osteoartrite
PUBMED (DESCRIPTORS MESH)“Obesity risk osteoarthritis” 101“Obesity osteoarthritis” 214“Knee osteoarthritis” 2483“Obesity in joint diseases” 269
BVS (DESCRIPTORS DECS)BVS“Osteoartrite em joelho” 20 “Osteoartrite” 67
SCIELO (DESCRIPTORS DECS)“Obesidade e osteoartrite- tratamento”“Obesidade como fator de risco em OA”“Osteoartrite em joelho”
LILACS (DESCRIPTORS DECS)“Osteoartrite de joelho” 19 “Osteoartrite” 12

Fonte: Autoria própria.

Para busca e seleção de materiais para essa produção científica, foram examinados através de descritores e palavras-chave da Biblioteca Nacional de Medicina (Pub Med), Biblioteca de Saúde Virtual (BVS), Science Electronic Library Online (Scielo) e ciências da saúde da América Latina e Caribe (Lilacs). Os termos utilizados durante o estudo foram categorizados e combinados em bancos de dados, levando a estratégias específicas em todas as bases.

Quadro 2. Termos utilizados durante a pesquisa

PubMed (descriptors MeSH)“Obesity risk osteoarthritis” 101 “Obesity osteoarthritis” 214“Knee osteoarthritis” 2483“Obesity in joint diseases” 269
BVS“Osteoartrite em joelho” 20“Osteoartrite” 67
LILACS“Osteoartrite de joelho” “Osteoartrite”
SCIELO“Obesidade e osteoartrite-tratamento”“Obesidade como fator de risco em OA”“Osteoartrite em joelho”

Fonte: Autoria própria.

Após a seleção dos artigos, os critérios de inclusão foram os publicados entre o período de 2018 a 2025, que abordaram a temática das palavras-chaves, revisões sistemáticas, meta-análises, revisões de literatura, revisão narrativa, estudo transversal, revisão de escopo, estudos de caso. E, como critérios de exclusão: ensaios clínicos randomizados, estudos transversais, estudo longitudinal, estudo observacional analítico e estudo comparativo.

A análise dos estudos selecionados foi de caráter quantitativo por meio da descrição e discussão dos resultados obtidos onde foram representados por uma tabela para a identificação dos resultados.

RESULTADOS 

Dentre as bases de dados pesquisadas, foram encontrados 20 artigos, relacionados a osteoartrite em joelho e obesidade, sendo 4 no SciELO, 12 na Pubmed, na base de dados LILACS foram 2 artigos e na BVS foram selecionados 3 artigos. Foram selecionados para estes resultados 10 trabalhos após a aplicação dos critérios de elegibilidade definidos na metodologia, os quais compreendiam: 2 estudos do tipo revisão integrativa, 1 revisão de literatura, 1 revisão sistemática com meta-análise,1 revisão narrativa, 1 revisão de escopo, 3 revisões bibliográficas sistemáticas

Todos os dados obtidos nos artigos foram analisados e ordenados em um quadro, composto por: Ano de publicação, nome dos autores, título do artigo, objetivos, tipo de estudo e conclusão.

Quadro 3. Descrição das publicações selecionadas na revisão bibliográfica sobre a Obesidade como fator de risco para osteoartrite em joelho contínua

Legenda: OA: osteoartrite; PRP: plasma rico em plaquetas; EX: exercicio; US: ultrassom; J: jaule; AR: artrite reumatoide; OAJ: osteoartrite do joelho.

Fonte: Autoria própria.

DISCUSSÃO

Este estudo teve como objetivo analisar a opinião de diversos autores sobre a relação entre obesidade e osteoartrite, bem como a influência dos exercícios no tratamento da osteoartrite, além de diferentes pontos de vista sobre o assunto são necessários para chegar a uma conclusão fundamentada em sólidas bases científicas.

Dois artigos, dentre os 11 examinados, estabeleceram uma ligação entre obesidade e osteoartrite. O estudo de Lossio et al.14 (2023) analisou a relação entre obesidade e o desenvolvimento de osteoartrite, com base em uma revisão de literatura. Os resultados indicaram que a obesidade central está intimamente relacionada ao início precoce e à intensificação da dor articular em pacientes com osteoartrite. Dessa forma, o controle da obesidade central e da gordura visceral deve ser priorizado em programas preventivos e de manejo da dor em pacientes com osteoartrite. Nesse mesmo sentido, a obesidade é um fator predisponente significativo para o desenvolvimento da osteoartrite, com respaldo nas evidências científicas. O estudo de Silva et al.16 (2024), por exemplo, analisou a obesidade como um fator de risco para a obesidade, que procurou investigar os fatores de risco que podem ser modificados ligados ao surgimento da osteoartrite de joelho e quadril em pessoas idosas, o qual conclui que a administração do peso corporal é fundamental para evitar a osteoartrite em pessoas idosas. Os autores presentes nesse estudo enfatizaram a importância de mais pesquisas sobre o assunto para ampliar o entendimento e melhorar as táticas preventivas.

Na presente revisão, 2 artigos discutem os efeitos do exercício físico na osteoartrite. Rocha et al.11 (2020) analisou, através de uma revisão sistemática e metanálise, os impactos de um programa de reabilitação que inclui treinamento físico, para o tratamento da dor e da força muscular na osteoartrite do joelho.

Os estudos examinados contavam com 934 participantes, com idades que variavam de 40 a 73 anos, sendo que 34,90% eram do sexo masculino. A maior parte das atividades sugeridas para o tratamento da OA mostrou efeitos positivos significativos em ambos os aspectos, com ênfase na melhoria do quadro álgico. Os artigos analisados demonstraram que o fortalecimento muscular apresentou uma melhora no quadro de dor. No entanto, ainda existe uma questão relacionada aos protocolos empregados. Outro estudo realizado por Caiado et al.12 (2022) examinou os efeitos da prática de exercícios físicos na capacidade funcional de pessoas com obesidade e osteoartrite de joelho (OA), uma condição associada à obesidade que provoca dor e restrições na mobilidade. Ao invés de dietas, examinou-se protocolos de treino para força, resistência e atividades aquáticas. Analisaram-se os efeitos de exercícios físicos isolados na capacidade funcional de indivíduos com obesidade e osteoartrite no joelho.

Dos estudos analisados, 534 participantes foram incluídos, indicando que a prática de exercícios físicos pode melhorar a capacidade funcional dessas pessoas, atividades físicas como resistência e aeróbicos, melhorou a resistência muscular, reduziu a dor e melhorou a mobilidade, mesmo sem a exigência de dietas. A conclusão extraída do estudo foi que a prática de exercícios físicos é eficaz para atenuar as consequências da obesidade e melhorar a funcionalidade, oferecendo qualidade de vida a essas pessoas, mesmo sem levar ao emagrecimento12.

Dentre os estudos analisados, cinco deles discutiram formas diversas de tratamento para a osteoartrite (OA). Sendo eles: Fangel et al.17 (2019) que estudou a terapia a laser de baixa potência em pacientes com osteoartrite e artrite reumatoide, confirmando em sua pesquisa a redução da dor referida pelos pacientes.

Liu et al.18 (2024) analisou os avanços nos tratamentos não cirúrgicos para melhorar a função articular em pacientes com osteoartrite do joelho. A comparação de intervenções não cirúrgicas para condições musculoesqueléticas incluiu fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios, ácido hialurônico, suplementos alimentares e terapias complementares.

A fisioterapia melhora a mobilidade e fortalece os músculos, enquanto os anti-inflamatórios reduzem a dor e a inflamação. O ácido hialurônico proporciona lubrificação às articulações, enquanto que os suplementos contribuem para a regeneração da cartilagem e terapias alternativas, como a acupuntura, contribuem para a redução da dor. A eficácia de cada abordagem varia conforme o paciente, sendo frequentemente mais significativa quando combinada com outras estratégias. A principal conclusão do estudo de Liu et al.18 (2024) foi que medidas como exercícios físicos, terapias chinesas tradicionais (acupuntura, tuina, acupotomia), injeções intra-articulares de ácido hialurônico e o uso de scaffolds de biomateriais para a regeneração da cartilagem são eficazes na melhoria dos sintomas e da função articular em pacientes com osteoartrite. Por fim, Ni et al.19 (2024) investigou detalhadamente os métodos tradicionais de fisioterapia para a osteoartrite do joelho, avaliando sua efetividade terapêutica, relação custo-benefício e aplicabilidade. O estudo analisou diversas modalidades de fisioterapia, incluindo moxabustão e eletroterapia, destacando que essas técnicas são particularmente adequadas para uso domiciliar devido à sua eficácia e praticidade.

O estudo concluiu que a fisioterapia desempenha um papel fundamental no tratamento da osteoartrite do joelho, com algumas modalidades proporcionando benefícios específicos em relação à eficácia e comodidade para os pacientes. A descoberta de alternativas terapêuticas com melhor relação custo-benefício e ampla aplicabilidade pode contribuir para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os gastos com tratamento.

Nesta revisão, há também 1 artigo que analisou os fatores metabólicos e inflamatórios envolvidos na osteoartrite. O autor Batushansky et al.13 (2022) buscou compreender como a obesidade favorece o surgimento da OA ao alterar o metabolismo e estimular processos inflamatórios. Analisou-se que a obesidade, além de exercer pressão física nas articulações, também contribui para o progresso da osteoartrite através de mudanças no metabolismo e do incremento dos processos inflamatórios relacionados.

Isso indica que o impacto da obesidade na osteoartrite ultrapassa o aumento de peso, incluindo alterações biológicas que favorecem a inflamação e a degradação das articulações. A obesidade impacta os processos metabólicos e inflamatórios nas articulações, o que pode levar a novas abordagens terapêuticas e contribuir para uma identificação mais acurada dos tipos de osteoartrite ligados ao metabolismo e ao sobrepeso.

Ainda nesta presente revisão, há um artigo de Prado et al.10 (2023) que examinou a ligação entre a osteoartrite de joelho (OAJ) em pessoas idosas e os elementos biopsicossociais, como dor, restrições funcionais, dependência, ansiedade e depressão. O estudo concluiu que a osteoartrite do joelho causa um impacto negativo considerável na vida dos pacientes, estando associada à dor, limitação funcional, dependência, ansiedade e depressão. Isso prejudica as relações interpessoais, o bem-estar físico e mental, além de resultar em incapacidade por dor crônica. A osteoartrite (OA) configura-se, portanto, como uma questão de saúde pública, com elevado custo financeiro, físico e emocional para os pacientes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio desta revisão bibliográfica, foi possível, através da análise de diversos autores e estudos distintos, comprovar que a obesidade é um fator determinante no aparecimento da osteoartrite e que o exercício físico, ao promover não só a redução da sobrecarga, mas também um processo de homeostasia no organismo, contribui significativamente para a redução dos sintomas da osteoartrite, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os indivíduos portadores da patologia, uma vez que a obesidade é um fator de risco modificável na osteoartrite do joelho.

O presente estudo demonstrou que a fisioterapia tem papel fundamental na prevenção da obesidade e que os métodos, técnicas e exercícios têm sido eficazes no controle e retardo dessa patologia. Também foi notório perceber que quanto antes iniciar um programa de atividade física com apoio multidisciplinar, melhor será o resultado.

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1Professor Mestre do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP
2Graduanda do Curso de Fisioterapia da Associação e Ensino Superior do Piauí – AESPI
3Graduanda do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Piaui – UNIFAPI
4Graduanda do Curso de Fisioterapia da Associação de Ensino Superior do Piauí – AESPI